quarta-feira, 20 de julho de 2016

NOTICIÁRIO




       Nesta segunda feira o noticiário revelou que o empresário Laodse de Abreu Duarte, diretor da FIESP e ferrenho atuante na defesa do impeachment de Dilma Rousseff, é o maior devedor da União como pessoa física. Deve mais que muitos Estados da Federação. A dívida de pessoas físicas e empresas para com a União Federal ultrapassam um trilhão de reais.
       Muitos desses maus pagadores querem um Estado mínimo. Grandes devedores não pagam e fica assim mesmo. Quando falta dinheiro, que se punam os pobres. Os aposentados estão entre os que pagarão a conta.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

FALT0U O FEIJÃO



       O comentário a seguir de autoria deste reles escriba, foi publicado em 27 de julho de 2004 num jornal de São Miguel do Oeste. Em modesto entender, o conteúdo continua atual nas esferas federal e estadual e muito adequado na esfera municipal. Confiram.
       “Dia desses, um amigo resolveu fazer o que para ele é um ritual: a feijoada. Comprou tudo: costelinha defumada, carne seca, bacon, orelha e pezinho de porco (o kit feijoada), temperos de todas as espécies e os mais diversos acompanhamentos (couve mineira, laranjas, etc.), e a indispensável cervejinha.
Em casa, na companhia de seu filho, dispôs os ingredientes animadamente. Arregaçou as mangas de gourmet de fim-de-semana e tragicamente constatou: FALTOU O FEIJÃO.
Isso me lembrou a economia brasileira: traçam-se diretrizes, planos mirabolantes, e falta o básico: a capitalização e a poupança. O fortalecimento do indivíduo. A vontade popular. E nem se diga (como já escreveu alguém em um jornal de determinada associação) que as diretrizes econômicas são fruto dos economistas: a vontade é dos políticos mesmo, que contratam seus assessores econômicos e determinam qual o rumo que o país deve tomar.
Aliás, culpar o governo já virou moda entre os brasileiros e esconde a falta de coragem de assumir a própria incompetência.
Voltando ao feijão: no segmento educação, falta o ingrediente principal. A educação fundamental, a valorização do magistério e as condições físicas para que os alunos apreendam (vejam: apreendam e não aprendam). Falta o básico. O ALIMENTO, entendido como a comida, a substância para o aluno e o alimento intelectual, a valorização, o reconhecimento e bons salários para os professores.
No segmento saúde, mais do que leis regulamentando planos, falta saúde BÁSICA, as vagas nos hospitais, o credenciamento dos hospitais, as UTIs para que as pessoas não morram (vejam, é o nosso feijão de novo!). Faltam medicamentos que devem ser distribuídos sem que para isso se necessite de ações judiciais.
Num país de festas glamorosas e estádios de futebol gigantescos, falta SANEAMENTO BÁSICO. E isso significa: canalizar o esgoto, levar água potável para as famílias, para que elas possam comer e beber, tomar banho, sobreviver...
Em se tratando de BÁSICO, a DIGNIDADE da pessoa humana é o nosso feijão também. Sem dignidade, não há povo, não há liberdade, não há Nação.
Agora que os holofotes foram ligados e os discursos de palanque começam a ser produzidos, o povo espera que os políticos não se esqueçam do FEIJÃO”.

PICKLES
>A polêmica em torno do projeto milionário, presente do governador à administração de São Miguel do Oeste, está enchendo o saco de meio mundo. É hora de alguém assumir a culpa, porque a questão chegou ao impasse pela pretensão de enrolar, incompetência e falta de humildade. A Câmara Municipal, pelo menos por enquanto, deixou de ser aquela vaquinha de presépio de outros tempos. Os vereadores querem saber onde a administração vai gastar o dinheiro. Pelo projeto que lá chegou fica claro que tem truta nesta sanga. 

>Não é mais possível aceitar que São Miguel do Oeste só consiga financiamento por influência política, isto é, passando o chapéu. Não é pólo regional? E então, onde estão os projetos?

      >São Miguel do Oeste envergonha suas estruturas acadêmicas. Só contrata máquinas e operadores ou operários e roçadeiras, para produzir fumaça e fazer barulho. Coloca uma escavadeira na vitrine como se fosse um troféu à competência. Não contrata nenhum técnico ou especialista, para produzir projetos decentes. Limita-se a preencher formulários pela internet. A UNOESC forma especialistas que não encontram espaço para mostrar seu conhecimento. A administração municipal não se deu conta que estamos no século XXI.

     >É lamentável que setores importantes da comunidade, expeditos na instalação de impostômetros e em mobilização pela derrubada do governo, não se preocupem com o descaso da administração municipal com o MOVIMENTO ECONÔMICO. Desconhecem que o coeficiente de retorno de ICMS que já foi 0,86% sobre 25% da arrecadação do Estado, tenha se reduzido a míseros 0,43% em menos de 10 anos, perdendo para Itapiranga e Maravilha, com Cedro e Descanso batendo na bunda. Culpar os vereadores é mais fácil. Afinal, está na moda.

>Esses setores que se julgam acima da lei e da probidade preferem criticar a Câmara de Vereadores por se negar a regularizar irregularidades. Consideram que probidade é só para a operação lava jato. Os outros... Bem, os outros, tudo podem.

>A jurisconsultoria municipal, após quase 10 anos de gozação deste reles colunista, no último dia 20 de junho, resolveu tomar uma atitude contra o muro da vergonha. Uma análise perfunctória (como dizem os jurisconsultos - tanto os mores quanto os matutos -) na peça vestibular (como dizem os ditos), encontrou vestígios de lágrimas. Pudera não caros leitores: foi com os olhos marejados que a ação para que a justiça determine a derrubada do tal muro foi proposta. A jurisconsultoria municipal está muito mais preocupada com um murinho no Bairro Salete que atrapalha a vida de quatro moradores, e pertence a um adversário político. Com o apoio da prestimosa justiça, será derrubado. Afinal, aquele lá, que ninguém vê, atrapalha muito mais que este do Centro da Cidade. É sabido que este é um ponto de atração turística e deveria permanecer incólume.