sábado, 2 de outubro de 2021

MARCANDO PASSO - 789

 MARCANDO PASSO – 789 em 01.10.2021 por Jaime Capra

                                                             

                                                     “Os medos do passado não

                                                                        podem impedir nosso futuro”!

 

         1. A ordem-unida é uma formação habitual de marcha, de parada ou de reunião dos componentes de uma tropa, que observa as distâncias e os intervalos estabelecidos. Ao conjunto harmonioso, cadenciado e equilibrado dos movimentos de marcha, dá-se o nome de ordem unida.

         Além de praticado pelas forças militares, também é praticado por organizações jovens como o Bandas Marciais, o Clube de Desbravadores e o Clube de Aventureiros. Foi implantada no Brasil no quase longínquo ano de 1964.

         Este último clube, o de “aventureiros”, reinstalou-se recentemente em nosso País, e quer repetir o feito da ordem-unida em todos os lugares, desde as Instituições centenárias até as escolas primárias. E aí, minha gente, até os analfabetos e anciãos terão que marchar sob o rufar dos tambores e comandos de “sentido!” disparados por cabos e sargentos. Os oficiais ficarão só na observação.

         Mas como “Os medos do passado não podem impedir nosso futuro” e toda ação ou plano provoca uma reação. Está surgindo no seio da sociedade uma reação que toma vulto, chamada de anarquismo, que nada mais é que uma teoria social e movimento político presente na história ocidental do século XIX e primeira metade do século XX. Sustenta a ideia de que a sociedade existe de forma independente e antagônica ao poder exercido pelo Estado, sendo este considerado dispensável e até mesmo nocivo ao estabelecimento de uma autêntica comunidade humana. Por extensão, também pode ser definido por qualquer ataque ou afronta à ordem social estabelecida ou aos costumes reinantes.

         O anarquismo é uma corrente de pensamento, uma teoria e ideologia política que não acredita em nenhuma forma de dominação, que surgiu com o político francês Pierre-Joseph Proudhon e teve grande divulgação com o russo Mikhail Bakunin. É uma ideologia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação, seja ela política, econômica, social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as instituições religiosas, o racismo e o patriarcado.

 

         2. Brasil marcando passo ou em marcha à ré? A inflação atual que também assusta ao povo brasileiro, com a terrível lembrança da época dos 100% por mês, pode ter uma série de causas. A primeira e principal é quando o governo gasta mais que arrecada. Isto provoca uma série de consequências que são: aumentar impostos para cobrir as despesas; repasse dos custos aos consumidores; alta dos preços dos produtos finais e dos serviços.

         No bojo destas deformidades, surgem outras implicações: as empresas e os trabalhadores acreditam que haverá inflação; para não perder ganhos, empesas aumentam os preços; para não perder poder de compra os trabalhadores reivindicam maior remuneração.

         Por outro lado, o Governo reage imprimindo ou “fabricando” mais dinheiro para fazer frente às despesas, colocando-o em circulação; isto resulta que o volume de dinheiro em circulação é maior que a oferta de bens e serviços; com mais dinheiro circulando, os preços sobem.

         Isto também tem lá suas implicações: poucas empresas vendendo um determinado produto de grande procura; as empresas se juntam e combinam preços mais altos ou restringem a produção, formando o que se chama “cartéis”; com isto, os preços acabam subindo.

         Estamos aí no segundo estágio do processo inflacionário. A partir daí, a inflação passa a ter causas mais identificáveis e conhecidas. De parte das famílias, os aluguéis e outros contratos sobem de preço por conta da inflação passada; os preços mais altos entram no cálculo da inflação do próximo período; a inflação de hoje passa a ser o patamar inicial da inflação de amanhã.

         De parte das empresas, elas buscam empréstimos para viabilizar seus projetos; com as taxas de juros, os custos da produção também sobem; se o governo eleva a carga tributária, os preços dos produtos também aumentam; quando o custo das empresas sobe, elas aumentam os preços de sua produção.

         Como resultado de todo este processo, temos aí claro, salvo acontecimentos fortuitos, a incapacidade ou ineficiência dos governos no controle de gastos públicos; a inércia dos envolvidos e a formação de cartéis; a indexação com o consequente aumento nos custos de produção e como consequência a redução da produção provocando uma espiral inflacionária.

         Como resultado final, temos aí que as empresas produzirão menos que a procura por seus produtos; em contrapartida há um volume de dinheiro em circulação maior que a quantidade de bens e serviços em oferta; o consumidor com dinheiro no bolso se dispõe a pagar mais pelo mesmo produto e finalmente está aí formada o que se chama de espiral inflacionária.

         Até a próxima.