MARCANDO PASSO – 789 em 01.10.2021 por Jaime Capra
“Os medos do passado não
podem impedir nosso futuro”!
1. A ordem-unida é
uma formação habitual de marcha, de parada ou de reunião dos componentes de
uma tropa, que observa as distâncias e os intervalos estabelecidos. Ao
conjunto harmonioso, cadenciado e equilibrado dos movimentos de marcha, dá-se o
nome de ordem unida.
Além de praticado pelas
forças militares, também é praticado por organizações jovens como
o Bandas Marciais, o Clube de Desbravadores e o Clube de Aventureiros. Foi
implantada no Brasil no quase longínquo ano de 1964.
Este último clube, o de
“aventureiros”, reinstalou-se recentemente em nosso País, e quer repetir o
feito da ordem-unida em todos os lugares, desde as Instituições centenárias até
as escolas primárias. E aí, minha gente, até os analfabetos e anciãos terão que
marchar sob o rufar dos tambores e comandos de “sentido!” disparados por cabos
e sargentos. Os oficiais ficarão só na observação.
Mas
como “Os medos do passado não podem impedir nosso futuro” e toda ação ou plano
provoca uma reação. Está surgindo no seio da sociedade uma reação que toma
vulto, chamada de anarquismo, que nada mais é que uma teoria
social e movimento político presente na história ocidental do século XIX e
primeira metade do século XX. Sustenta a ideia de que a sociedade existe de
forma independente e antagônica ao poder exercido pelo Estado, sendo este
considerado dispensável e até mesmo nocivo ao estabelecimento de uma autêntica
comunidade humana. Por extensão, também pode ser definido por qualquer ataque
ou afronta à ordem social estabelecida ou aos costumes reinantes.
O anarquismo é uma corrente de
pensamento, uma teoria e ideologia política que não acredita em nenhuma forma
de dominação, que surgiu com o político francês Pierre-Joseph Proudhon e teve
grande divulgação com o russo Mikhail Bakunin. É uma ideologia política que se
opõe a todo tipo de hierarquia e dominação, seja ela política, econômica,
social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as instituições religiosas,
o racismo e o patriarcado.
2. Brasil marcando passo ou em marcha à ré? A
inflação atual que também assusta ao povo brasileiro, com a terrível lembrança
da época dos 100% por mês, pode ter uma série de causas. A primeira e principal
é quando o governo gasta mais que arrecada. Isto provoca uma série de
consequências que são: aumentar impostos para cobrir as despesas; repasse dos
custos aos consumidores; alta dos preços dos produtos finais e dos serviços.
No bojo destas deformidades, surgem outras implicações: as
empresas e os trabalhadores acreditam que haverá inflação; para não perder
ganhos, empesas aumentam os preços; para não perder poder de compra os
trabalhadores reivindicam maior remuneração.
Por outro lado, o Governo reage imprimindo ou “fabricando”
mais dinheiro para fazer frente às despesas, colocando-o em circulação; isto
resulta que o volume de dinheiro em circulação é maior que a oferta de bens e
serviços; com mais dinheiro circulando, os preços sobem.
Isto também tem lá suas implicações: poucas empresas
vendendo um determinado produto de grande procura; as empresas se juntam e
combinam preços mais altos ou restringem a produção, formando o que se chama
“cartéis”; com isto, os preços acabam subindo.
Estamos aí no segundo estágio do processo inflacionário. A
partir daí, a inflação passa a ter causas mais identificáveis e conhecidas. De
parte das famílias, os aluguéis e outros contratos sobem de preço por conta da
inflação passada; os preços mais altos entram no cálculo da inflação do próximo
período; a inflação de hoje passa a ser o patamar inicial da inflação de
amanhã.
De parte das empresas, elas buscam empréstimos para
viabilizar seus projetos; com as taxas de juros, os custos da produção também
sobem; se o governo eleva a carga tributária, os preços dos produtos também
aumentam; quando o custo das empresas sobe, elas aumentam os preços de sua
produção.
Como
resultado de todo este processo, temos aí claro, salvo acontecimentos fortuitos,
a incapacidade ou ineficiência dos governos no controle de gastos públicos; a
inércia dos envolvidos e a formação de cartéis; a indexação com o consequente
aumento nos custos de produção e como consequência a redução da produção
provocando uma espiral inflacionária.
Como resultado final, temos aí que as empresas produzirão
menos que a procura por seus produtos; em contrapartida há um volume de
dinheiro em circulação maior que a quantidade de bens e serviços em oferta; o
consumidor com dinheiro no bolso se dispõe a pagar mais pelo mesmo produto e
finalmente está aí formada o que se chama de espiral inflacionária.
Até a próxima.