quinta-feira, 3 de novembro de 2022

UMA NOVA ERA - 815. 04/11/2022

 815 – 04/11/2022 - UMA NOVA ERA

Por Jaime Capra

 

        Bom dia e bom final de semana, meus caros leitores. O momento manda que faça uma breve introdução nesta coluna para logo retornar ao estilo do ano 2005, quando iniciei a publicar minhas opiniões no então Jornal Gazeta Catarinense.

        Conhecido o resultado das eleições 2022 em segundo turno, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva obriga os brasileiros a compreenderem que a partir de 2023 o Brasil entrará em uma nova era. Não é possível prever em detalhes, mas pode-se esperar que, para os próximos quatro anos, haverá um governo menos espalhafatoso e mais centrado na condução dos destinos do Brasil e de seu povo, sem privilégios para alguns e sacrifícios para a maioria. Nada mais que isto.

        Enquanto uns festejam e tocam suas vidas e outros querem continuar o descalabro na esperança de reverter o vergonhoso revés, vamos recapitular o que de inusitado ocorreu nestes últimos dias. De concreto apenas a opinião manifestada mais de uma vez que, realmente somos uma república de bananas – que irá perdurar apenas mais dois meses – e um povo provinciano. Como já dito, repito: estamos contando o tempo para trás! O movimento bolsonarista está, neste momento, em 1938. É preciso fazer um alerta: que desistam, sob pena de retornar a 1922, o que será bem pior.  

 

        >>- Coisas da Internet. Nestes últimos dias a internet esteve congestionada por um turbilhão de mensagens de todos os matizes. Até o dia 30 inclusive, a busca desesperada por votos para o Bolsonaro ou Lula foi a tônica das mensagens, sem desprezar novas Fake News. Deste turbilhão pouco foi aproveitado, mesmo porquê o resultado final da votação comprovou isto. Muitas mensagens disparadas, sobretudo as anônimas que os incautos compartilharam, nada mais representam que a demonstração cabal do grau de ignorância dos remetentes.

 

         >>- Primeira Lição. “Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, disse o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio Criativo, argumentando que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.

“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”.

 

>>- Segunda Lição.  Bolsonaro é acusado de Fascista. Afinal, o que é Fascismo? Fascismo é forma radical da expressão do espectro político da direita conservadora. Surgiu na Itália na década de 1910 e alcançou o poder em 1922. É populista e explora assuntos corrupção, crises na economia, declínio dos valores da sociedade. Defende um sistema unipartidário onde só partido fascista tem direito à atuação política. Suas características são: Culto ao chefe/líder; Desprezo às liberdades e democracia; Desprezo pelo coletivismo; Desejo de expansão imperialista; Vitimização do povo; É contra os métodos políticos tradicionais; Exalta o tradicionalismo; Mobiliza as massas; Controla totalmente o Estado, sobre cultura, economia e política.

 

>>- Terceira Lição – Epílogo.  Voltemos à abertura desta coluna: estamos em uma nova era. Sim. Passaram-se as eleições, reduziram-se as inserções midiáticas, Lula da Silva venceu a disputa. Arrefeceram-se os ânimos, porém estes nem tanto. Os inconformados saíram das redes sociais e foram para as ruas protestar. Contra o que? Nem os próprios sabem. Contra a derrota, presume-se. Talvez a resposta esteja na primeira e segunda lições.

Mas há um alerta a fazer, e não pode ser chamado de “lição”. Pode-se buscar entre a infinidade de provérbios Italianos tão comuns entre os anciãos e tão pertinentes para os descuidados. Diz o provérbio em italiano gramatical: “gli asini vanno davanti, i cannoni dietro e i comandanti restano in caserma”.

Em tradução literal, o provérbio significa: “Os asnos vão à frente, os canhões atrás e os comandantes ficam na caserna”. Esta tradução aplica-se literalmente para o caso de uma guerra. No entanto, em uma “tradução livre” onde se encaixam os provérbios, pode-se transformar em: “os burros vão à frente, os caminhões vão atrás e os patrões ficam em casa”.

O povo, onde fica? Sempre no mesmo lugar! Fazendo o papel de idiota, de inocente útil que classifico como inútil, colocando seu esforço e reputação à serviço dos segundos interessados, fazendo o papel de bobo da corte para divertir o rei neste cenário de pantomima em que se transformou nosso Brasil varonil.

As manifestações “tranca estradas” são um verdadeiro tiro no pé. Os idealizadores imaginavam uma vitória “na marra”! ´Chamam a atenção os empresários(?) que se envolvem nesta ação. Quando o MST fazia isto, cujo resultado muitos se beneficiam até hoje, eram chamados de vagabundos. E agora José, já dizia Carlos Drummond de Andrade, o que são os manifestantes de hoje?

Até a próxima!

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