>> A Torre de Babel segundo Gênesis 11:1-9, é um mito de origem usado para explicar por que as pessoas falam
diferentes línguas no mundo. De acordo com esta narrativa, a humanidade era uniforme nas gerações seguintes ao dilúvio, falando um único idioma. Ao migrar para o oriente, rumo a terra prometida,
decide-se construir uma cidade e uma torre suficientemente alta para alcançar o céu. Observando a cidade e a torre, Deus mistura as vozes
dos seus habitantes para que eles não possam mais entender uns aos outros,
dispersando-os por todo o mundo.
Com certeza, os mais antigos leitores
desta coluna já ouviram de seus pais referências a este episódio, e a todos
proponho uma questão inevitável: qual a diferença entre o mito e a atual
realidade brasileira?
>> Não há um sacrossanto dia em que a
paz entre os diversos níveis e departamentos dos governos reine absoluta. Como
diria um ex-presidente da República, hoje diariamente enxovalhado e também
relembrado: “nunca antes da hixtória(sic) deste País” consta algo parecido.
Ninguém mais se entende, tanto entre companheiros como adversários. Para
justificar um fenômeno desta magnitude, há que se mudar o rito do mito da Torre
de Babel. No caso brasileiro, não foi Deus, mas Satã quem provocou tamanha
discórdia. E ele chegou como um Deus!
>> Enquanto
o mundo inteiro correu atrás de vacina, o governo brasileiro, sob a
gestão de Jair Bolsonaro, apostou em cloroquina, um remédio que foi distribuído
a milhares de pacientes como “tratamento precoce”. Em razão desta política
desastrosa, o Brasil registrava, no dia 5 de maio de 2021, nada menos do que
12,8% das mortes por coronavírus no mundo (414 mil de um total de 3,2 milhões),
muito embora tenha menos de 3% da população mundial.
O Brasil foi, portanto, o
epicentro da segunda onda da covid-19 no mundo, que se alastrou a partir da
cidade de Manaus, capital do Amazonas. Distribuir cloroquina, quando já se
sabia que era um remédio ineficaz contra a covid-19, foi uma política oficial
do Ministério da Saúde, conforme já foi até confessado pela médica Mayra
Pinheiro, secretária de gestão de Trabalho da pasta, curiosamente batizada como
“capitã cloroquina”.
A cloroquina é o tema central
da CPI da Pandemia, que já fez descobertas importantes. Dois ex-ministros da
Saúde, Henrique Mandetta e Nelson Teich, revelaram que deixaram seus cargos
porque se negaram a ceder às pressões do presidente Jair Bolsonaro, e também de
seus filhos, para prescrever a cloroquina. Mais grave do que isso, a CPI também
revelou a existência de um decreto para alterar a bula da cloroquina.
>> Uma
reportagem publicada na Folha de S. Paulo, traz novos elementos sobre o escândalo
da cloroquina, que é o foco central da CPI
da Pandemia no Senado. "Aviões da FAB (Força Aérea Brasileira)
transportaram em missões, pelo menos 660.000 comprimidos de cloroquina. O
detalhamento sobre o destino da droga, que não tem eficácia contra a Covid-19,
é mantido em sigilo", informa o jornalista.
A informação está em ofício assinado pelo então
comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, e
enviado ao MPF (Ministério Público Federal) em Brasília. O documento é de 15 de
março.
O MPF instaurou um inquérito civil para
investigar a política da cloroquina do governo Jair Bolsonaro. A suspeita é de
improbidade administrativa na distribuição massiva do medicamento.
>> Em reação após os ataques de Bolsonaro, o deputado Fausto Pinato, que compõe a base governamental no Congresso, pediu a interdição do presidenter Bolsonaro. Em nota, Pinato afirma estar preocupado sobre um possível
desvio de personalidade da maior autoridade do Brasil. Penso que estamos diante de um caso em que
recomenda-se a interdição civil para tratamento médico”, conclui.
>>
Bolsonaro insinuou que o novo coronavírus teria
sido criado pela China em laboratório para uso em uma “guerra química”. “É um
vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser
humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra
química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma
nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”,
disse.
Em
resposta, o governo chinês reagiu aos recentes ataques de Jair Bolsonaro, que
acusou a China durante evento realizado no Palácio do Planalto na quarta-feira. Ele insinuou que o
novo coronavírus teria sido criado pela China em laboratório para uso em uma
guerra química. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em
Pequim, rebateu a afirmação e se opôs a qualquer tentativa de politizar o
vírus. Segundo o porta-voz chinês o coronavírus é um inimigo comum da
humanidade. Ele também reforçou que é preciso uma união entre os países para
atingir a vitória, rápida e completa contra a pandemia.
Lá
se vão mais algumas mil toneladas de soja ladeira abaixo. Pudera, com uma
equipe de relações internacionais competente como as que temos no Brasil, o
negócio é vender poços de petróleo e madeira da Amazônia.