sexta-feira, 8 de abril de 2022

TUDO CONTINUA COMO ANTES

 TUDO CONTINUA COMO ANTES 08/04/2022

         No texto desta semana, não resisti à tentação de baseá-lo em colunas recentes de Juremir Machado da Silva, agora escrevendo em seu blog e para o jornal online Matinal. Diz o – este sim – escriba: “A frase mais tola que alguém pode dizer é nada será como antes. Faz parte da ejaculação precoce humana achar que certas coisas enterrarão o passado. Em 2001, depois dos atentados das torres gêmeas, a mídia não parou de garantir que o mundo nunca mais seria o mesmo. Errou. O mundo continua igualzinho: egoísta, cruel, salpicado, aqui ou ali, de gestos de grandeza e generosidade. De resto, é cada um por si, Deus por todos, salve-se quem puder e tomara que dê certo”.

 Mesma coisa pode-se dizer da corona vírus, que traria como consequência uma mudança radical em nossas mentalidades. Pois nem terminou e já está esquecido. Ao longo do choro e ranger de dentes nas UTIs, nos velórios e sepultamentos não assistidos, golpes continuaram a ser dados, rasteiras foram aplicadas, mentiras foram contadas e vantagens foram obtidas indevidamente a peso de ouro, de espertezas e lágrimas do povo pobre que não sabe o que vai comer neste dia. As lágrimas secam rápido. Jair Bolsonaro parecia derrotado pelas tantas asneiras que disse enquanto brasileiros morriam de covid-19. O povo já esqueceu? Estaria encantado com os 400 reais do Auxílio Brasil?

É ano eleitoral. O jogo será jogado como sempre. Na Europa, velha Europa sem remendo, inventou-se uma guerra no meio da pandemia. Nas Américas estabeleceu-se uma disputa em cabo-de-guerra: os a favor contra os “contra”. No Brasil, os brasileiros levaram mais de 500 anos para construir um país, e este governo inconsequente insiste em entregar aos capitalistas. Em Santa Catarina, o governador deixou que lhe roubassem o 7º mandamento da Tábua recebida de Deus. Em São Miguel do Oeste, troca-se a saúde e bem-estar do povo por uma tonelada de asfalto que a chuva levou embora. Mudar um imaginário leva séculos. O ser humano é duro na queda. Cultiva os seus defeitos com perseverança. A dor não o ensina gemer, salvo enquanto está assustado. Mal sente o perigo diminuir, bota a cabeça para fora e segue na velha balada. Sou cético? Amargo? Absolutamente realista.

POR FALAR em asfalto, aquele que leva até as proximidades da Linha Fátima em São Miguel do Oeste, a chuva chegou primeiro. Levou embora o asfalto. A obra, ao invés de melhorar, piorou o trânsito por aquelas bandas. Quem poderia ser responsabilizado pelo prejuízo? O tempo, a seca seguida de chuvas em excesso? Não, nem uma nem outra. Só há um responsável. A incompetência do edital, do projeto, da empreiteira, da administração municipal.

A literatura, o Google e as boas práticas da engenharia estão cheias de normas, práticas consagradas e instruções para a boa execução de obras de pavimentação. Mas, no caso, o que interessa é o resultado político. O técnico e social, que vá a M... com letra maiúscula.

Impossível não abordar as obras de recuperação da SC 163, trecho de Iporã do Oeste à Itapiranga. O prazo inicial para entrega do trecho recuperado era a primeira quinzena de abril. O atraso se deve à necessidade de um “aditivo financeiro”. Alega-se que foi colocado uma camada mais espessa de asfalto. Alguém foi medir? Por conta disto, o prazo foi para o mês de maio.

Como afirmado acima, o País continua literalmente o mesmo. Um aditivo financeiro em uma obra não é coisa para resolver em uma semana. Leva meses. Quem viver, verá!

Continuando a balada rodoviária, ainda temos o problema das BRs 163 e 282 que andam no ritmo dos cágados. O problema nestas obras, que ninguém se atreve a expor, é a falta de dinheiro. O governo federal sem noção, tem dinheiro para tudo o que redunda em votos nas próximas eleições. Tem orçamento secreto, dinheiro para pastores e ovelhinhas, para o gado, para emendas parlamentares, menos para atender as demandas de sua população.

“Tudo como dantes no quartel d’Abrantes” significa que tudo permanece sempre na mesma, sem alteração.

É o caso de parte do povo brasileiro sem noção a exemplo de seu governante, que odeia os “Hermanos” Argentinos. Agora, o motivo é por terem eleito um governo “comunista” segundo acham estes que fazem parte do rebanho do Bolsonaro. Como sempre têm “mas” em tudo, este mesmo povo sem noção política, tem muita noção de que na Argentina “comunista”, a gasolina e o gás de cozinha custam metade do valor praticado em nosso Brasil varonil. Podemos acrescentar mais mercadorias de interesse, do tipo carvão para churrasco, vinho, cerveja, para ficar só no que interessa aos sem noção.

Mas esta afirmação não diz tudo. É imperioso acrescentar que os consumidores em potencial das mercadorias “comunistas”, na maior cara de pau praticam o contrabando e o armazenamento irregular das mercadorias em suas casas. Aproveitam também para fornecer aos amigos, conhecidos, e interessados, partes de seus estoques, mediante um módico “plus” no preço. Paralelamente, contribuem também com a sonegação de impostos, os quais poderiam auxiliar seus governos a investir nas próximas eleições. Quem fala mal do governo argentino, deve gostar do brasileiro.

Até a próxima.