segunda-feira, 29 de junho de 2015
FIM DA PICADA
FIM DA PICADA
O
parlamento municipal, em associação com a administração, protagonizou um evento
inacreditável. Juntos conseguiram embaralhar os vereadores de tal forma que
ninguém mais sabe de que lado está. A sugestão não poderia ser outra senão a
encomenda urgente de algumas bússolas para achar o rumo a ser seguido daqui
para frente.
Nos
últimos tempos, tanto se falou no estacionamento rotativo, que a cabeça dos nossos
ilustres políticos, com algumas raras e honrosas exceções, gira e aponta para
uma ou outra direção qual biruta de aeroporto.
A
administração municipal colabora para isso. Mandou um projeto que foi
substituído por outro alguns dias depois. A colenda o modificou e aprovou.
Incontinenti, o executivo vetou tudo. A colenda, em represália, derrubou o
veto, obrigando o executivo a implantar o tal rotativo.
Isso
não é tudo. Algumas cabeças iluminadas sugeriram jogar a nova lei no lixo e
votar outra, de comum acordo. Muito bem, pois se é para pagar mico, que se
pague um bem grande de uma vez.
Alguns
vereadores que votaram a favor do estacionamento, votaram a favor do veto e
outros que votaram contra o estacionamento, votaram também contra o veto, que
justamente é para o povo não entender nada e engolir o sapo.
O
prefeito que vetou o projeto viu seus vereadores derrubarem o veto, coisa
inusitada no contexto de fidelidade partidária exigido pelo PMDB. Assim, o PMDB
traiu seu próprio prefeito. Deve já ter-se acostumado, pois há menos de seis
meses sofreu um revés semelhante. Naquela oportunidade, a reação foi bem outra,
assim como foi em 2002, quando o vereador Vanirto Conrad quis ser presidente da
colenda. A reação foi imediata e violenta. O que está acontecendo com o PMDB?
Está perdendo a noção do ridículo?
Para
o povo menos atento, o que pode esperar de um partido que aceita essas
incongruências em nome de interesses pessoais? O que pode o povo esperar de um
partido desses, que manda no Governo Federal, na Câmara e no Senado? O que pode
esperar o povo Migueloestino de um partido que comanda seu futuro, nega o que
escreve, deleta o que fala e manda seus soldados atirarem contra sua própria
trincheira? Isso nem Freud explica.
Alguém levaria a sério um defensor da
abstinência sexual que passasse as suas noites num bordel?
A imagem é grotesca. Às vezes, é preciso
ser brutal como um leão numa garagem. Metáforas pálidas levam a conclusões
beges. Um político que ganha, somando suas diferentes fontes de renda, mais de
cem mil reais por mês não pode ser o porta-voz da necessidade de austeridade.
Só se fala na importância de cortar gastos, desde que eles não atinjam quem os
propõe. O Brasil está sob o controle de uma elite vampira que suga o sangue da
plebe de canudinho. Sangue com uísque é de lamber os beiços. A França já passou
por isso. Marie-NoëlleLienemann até publicou um livro intitulado Os canibais do
Estado. Basta procurar na internet. Tudo se encontra na rede. Nada mais
ultrapassado do que pedir indicação de hotel em Paris. Quem canibaliza mais, a
plebe ou os camarotes?
A turma dos camarotes, por ser
numericamente menor, acha que não tem impacto sobre o buraco da bala. Manda a
conta para o térreo, que fica de cara para o muro e quase sem raios de sol. O
pessoal da cobertura não tem constrangimentos. Considera a fórmula 85/95, que
joga o fator previdenciário para escanteio sem lhe dar cartão vermelho, muito
perigosa. Talvez essa escala deva mesmo ser móvel de acordo com o aumento da
expectativa média de vida. A receita dominante é simples e clara: a minoria se
elege, administra e ganha bem. A maioria vota, é administrada e paga a conta
dos que tomam as decisões sempre em nome da responsabilidade, do bom senso e do
compromisso com o futuro. Conversa para empregado dormir em pé.
Tudo se joga agora. A presidente da
República quer vetar a fórmula 85/95. Para isso, precisa mandar ao Congresso
Nacional uma proposta alternativa. Qualquer que seja ela, genial ou medíocre,
será pior para os trabalhadores do que a 85/95. Especialistas minimamente
sinceros sabem que a Previdência não tem rombo. É o mito dos séculos. O
problema é que a grana vai parar em outros lugares para cobrir gastos que
possivelmente nem deveriam existir. Wladimir Novaes Martinez, criador da
fórmula 85/95, ensina o caminho das pedras: “A fórmula 85/95 representa mais do
que uma simples soma do tempo de serviço com a idade. Reconhece a distinção
legal da mulher, enquanto assim pensar o legislador. Da mesma forma a atividade
insalubre, determinante da aposentadoria especial. E, é claro, a situação do
professor, que, constitucionalmente, aposenta-se cinco antes dos demais
segurados”. É justa e cristalina. Mas não pode ser eterna.
O que faz um leão na garagem? Não sei
quem o colocou lá. Mas arranha o carro novinho dos canibais da República. O
advogado da Associação Brasileira de Benefício aos Aposentados, Pensionistas e
Servidores Públicos (Abasp), Caio Ferrer, mostra as garras sobre o rombo da
Previdência: “Trata-se de um mito divulgado pela imprensa para consolar os
aposentados”. O economista do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do
Trabalho (Cesit) da Unicamp, Eduardo Fagnani, completa: “Se somarmos os últimos
anos todos esses fatores [de contribuição], vai dar um resultado
superavitário”. 85/95 já!
Legislativo, executivo e judiciário
adoram cortar gastos. Dos outros.
MANIAS
A VOLTA DE CUNHA
Na
aldeia, querem imitar a truculência, a imposição e o projeto pessoal de Eduardo
Cunha a qualquer preço. Se lá o projeto transcende o interesse nacional, cá
atropela o interesse municipal. Que o digam os burburinhos e a busca por
notoriedade. Querem ser mais realistas que o Rei. Se a colenda e a egrégia foi
um fracasso, o parlamento, já que “parla, parla e non facieva niente, instituiu
o “statu quo ante bellum”. Como
por essas bandas o calendário conta para trás, breve chegaremos a Vila Oeste.
MANIAS
Cada
vez mais pessoas, abominam o uso de telefones celulares, smartphones, tablets e
outros modismos eletrônicos. O que era para ser evolução nos meios de comunicação
transformou-se em modismo desrespeitoso.
Já
não se consegue conversar em grupo, pois a invasão desses artefatos transforma
o saudosista em João Batista, aquele que pregava no deserto.
A
falta de respeito tornou-se tão explícita, que o deputado federal João
Rodrigues foi flagrado em plena sessão do Congresso Nacional assistindo um
vídeo impróprio.
A
justificativa do deputado foi pior que o próprio ato. Demonstra toda a falta de
respeito com o povo Brasileiro e o Catarinense que o elegeu.
Não
seria necessário dizer, mas o deputado sabe perfeitamente que a nenhum
representante do povo cabe o direito de “brincar” de criança em seu templo. Lá,
embora poucos o demonstrem, é um lugar sagrado para a Nação, onde se traça o
rumo que o povo deve seguir.
Isso
não é tudo. Qualquer jornal traz manchetes em letras garrafais enaltecendo os
“grandes” feitos de parlamentares dessa estirpe, descrevendo o trabalho, a
dedicação e o interesse com sua gente. Na verdade, o trabalho, o interesse e o
esforço é aquele contido nas entrelinhas, qual seja o de se perpetuar na
política e alavancar o maior número de cabos eleitorais para fazer-lhe
companhia.
ENTORNANDO O CALDO
Em
Bandeirante, onde o PMDB, associado ao PPS reina quase absoluto, foi aberta uma
cisão que tem tudo para se transformar em rachadura e entornar o caldo nas
próximas eleições. Os resquícios da eleição de 2008 ainda estão presentes.
Naquela ocasião, a soberba e a disputa interna soterraram o plano de
continuísmo, colocando o PT no governo.
A
manifestação do vereador Volmir José Lamb habilitando-se como pré-candidato a
prefeito do município por qualquer partido, deixou os caciques de tacape
erguido.
Os motivos não foram revelados, mas
os pardais que cantam também em São Miguel do Oeste dizem que alguns Peemedebistas
estão cheios do regime ditatorial com que o município vem sendo administrado, e
que já está mais que na hora de mudar os rumos de Bandeirante.
TENDÊNCIAS
Em São Miguel do Oeste, a carroça política começou a
se mover e com isso as melancias vão se acomodando.
O PSD vai se aproximando do PP de Amin, livre
de Pizzolatti mas se afogando na Lava Jato. A aproximação é imposição do
comando estadual, cansado do PMDB órfão de Luiz Henrique. A aproximação mexe em
São Miguel do Oeste, que se quiser continuar no paço municipal precisará
encontrar novo parceiro.
Atualmente o PMDB debate-se com o
“affair” Cris Zanatta, que ainda não sabe o que fazer. Se decidir ficar no
partido terá que convencer os “mandarins” que sua insubordinação foi um golpe
de mestre. Se resolver sair, não há opções com boa vitrine, pois a do PSD já
está ocupada.
O PT, apesar do isolamento imposto pela
grande mídia, pela direita golpista e pelos descontentes com o dinheiro que
ganharam nos últimos anos, está na expectativa dos acontecimentos e apostando
na militância que se motivada poderá encampar uma candidatura “quase” solo. De
positivo, o reconhecimento da força da militância.
O PR, parceiro ou ex-parceiro tanto do PT
quanto do PP sofre o mesmo desgaste. Embora a possibilidade de migração de Cris
Zanatta para suas hostes, o futuro ainda é nebuloso, permitindo a rotulagem de
pouca confiabilidade. Por enquanto procura uma tábua de salvação, apostando em
mais três anos e meio de parceria com o PT nacional, o que lhe proporcionaria
alguma vantagem comparativa.
VATICÍNIOS
Considerando o quadro político local,
reflexo do Nacional, não há dúvidas que estamos em plena luta de classes. Os
sinais que emanam do Congresso Nacional com a disputa entre grupos, deixam
clara a intenção.
Karl Marx e Friedrich Engels designaram
“luta de classes” o confronto entre os que consideravam a burguesia opressora e
o proletariado, oprimido. Burguesia e proletariado constituíam-se classes
antagônicas no modo de produção capitalista, no terreno econômico, ideológico e
político.
Em São Miguel do Oeste há sinais claros
que setores da sociedade que historicamente se mantém à margem da política
embora tenham suas preferências, organizam-se para participar do processo
eletivo que se avizinha. O objetivo é eleger uma representação na Câmara
Municipal e disputar a eleição majoritária, se conseguirem atrair nomes com
peso político. A sigla não importa. Basta que represente a burguesia e se
oponha ao Governo Federal, aos trabalhadores e aos pobres. Depois dizem que “labor
omnia vincit”. Pura balela.
BOA GENTE
Um empresário da construção civil quis antecipar o
pagamento do ITBI sobre um imóvel que vendera, calculado em pouco menos de mil
Reais. Recebeu como sugestão do funcionário municipal que poderia recolher o
tributo quando o imóvel estivesse concluído.
Acatou a sugestão. Quando foi pagar, o
valor subiu para mais de sete mil Reais. Ao reclamar, recebeu como
justificativa a vigência de nova lei.
O empresário promoveu um levante com seus
colegas e todos foram às barbas do comandante boa gente. Ouviram as
justificativas de praxe e receberam tapinhas nas costas. Saíram arrependidos.
Para constar, a lei que elevou de forma
absurda o ITBI e as taxas foi aprovada de afogadilho no apagar das luzes de
2014 com os votos do PMDB, PDT E PR.
terça-feira, 16 de junho de 2015
O VETO DO SÉCULO
A apreciação do veto do prefeito ao projeto de estacionamento pago tem tudo para passar para os anais de São Miguel do Oeste.
RESUMO DA HISTÓRIA: O prefeito encaminhou o projeto de estacionamento pago. A colenda deu sinais de rejeição. O alcaide retirou o projeto e mandou um novo. A colenda emendou, votou e aprovou, com voto contrário do PT. O prefeito VETOU tudo: projeto e emendas.
A colenda vai apreciar o veto. Está em vias de: 1) alguns que votaram a favor do projeto pretendem manter o veto. 2) Uns que foram contra o projeto, pretendem rejeitar o veto. Vai entender...
Aos que acreditam ter o Padre Aurélio "amaldiçoado" algumas coisas, podem ir consolidando suas crenças.
RESUMO DA HISTÓRIA: O prefeito encaminhou o projeto de estacionamento pago. A colenda deu sinais de rejeição. O alcaide retirou o projeto e mandou um novo. A colenda emendou, votou e aprovou, com voto contrário do PT. O prefeito VETOU tudo: projeto e emendas.
A colenda vai apreciar o veto. Está em vias de: 1) alguns que votaram a favor do projeto pretendem manter o veto. 2) Uns que foram contra o projeto, pretendem rejeitar o veto. Vai entender...
Aos que acreditam ter o Padre Aurélio "amaldiçoado" algumas coisas, podem ir consolidando suas crenças.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
CADA UM NA SUA
NÃO TEM JEITO
A
administração municipal de São Miguel do Oeste não tem jeito mesmo. É uma
mancada em cima de outra. O veto interposto em seu próprio projeto deveria
levar o Oscar das mancadas, mas ficou em segundo lugar, infelizmente. O
concurso público tem tudo para levar o prêmio. Esta administração que está aí
não consegue fazer nada com lisura. Sempre tem que tentar um jeito de burlar a
lei, enrolar os vereadores, enganar o povo, para tentar acomodar ou favorecer seus
protegidos. Via de regra o tiro sai pela culatra.
Neste
último concurso, a escrita não foi diferente. No entanto, alguém descobriu a
intenção e o concurso está sob judice, na mesa da promotoria pública. Com isso,
as pessoas de bem, que pagaram as taxas para tentar seguir carreira no serviço
público, mais uma vez foram enganadas. Os discursos poderão mudar, mas as caras
continuarão as mesmas e são de pau mesmo. Não é exagero nem força de expressão.
É a realidade.
ESPORTES
A história da não participação de São
Miguel do Oeste nos Jogos Abertos de Santa Catarina merece mais um capítulo.
(A)Fundaram a Fundação sob o pretexto de
alavancar recursos para projetar o esporte, buscando dinheiro junto aos
governos estadual, federal e patrocinadores. Pois a alavancagem foi tão forte
que nem Arquimedes imaginaria. Com este grande ponto de apoio, alavancaram o
esporte Migueloestino para o quinto dos infernos.
A
pergunta que não quer calar: Qual o Órgão, de sã consciência, colocará dinheiro
em uma instituição desportiva que não disputa coisa alguma? Qual o patrocinador
empresário, que vai colocar dinheiro no esporte de um município que não sai de
seus domínios nem para disputar um jogo de peteca? Quem vai querer colocar o
nome de sua empresa na camiseta, se esta fica guardada no armário? Será que a
administração municipal pensa que os empresários colocam dinheiro no esporte
pela bela cor dos olhos do prefeito?
A
decisão de não participar dos Jogos Abertos demonstra que a administração
municipal não conhece nada de nada.
Pobre
São Miguel do Oeste. Ostenta o título de 8º melhor município, apenas para
consumo interno. Para angariar simpatias e obter resultados com a curiosidade
de viajantes, turistas e investidores, conta apenas com a produção de ovos e
seus derivados. Belo projeto para os próximos 30 anos como é divulgado. Estamos
contando o tempo para trás. Daqui a pouco voltamos ao Século XX.
RECLAMAÇÕES
São cada vez mais freqüentes as
reclamações quanto ao atendimento das necessidades básicas dos cidadãos
Migueloestinos, prestadas pela gloriosa municipalidade sexagenária e 8ª
maravilha do mundo. É o caso de um cidadão com problemas auditivos graves, que
necessita de uma ressonância magnética de crânio, e desde janeiro luta pela
realização do exame. O que tem recebido até o momento são promessas e
adiamentos.
Caso semelhante de uma senhora que há
mais de dois meses aguarda pela realização de uma ultrassonografia.
Saindo da área da saúde, que já está
saturada, a Rua da República, no Bairro São Sebastião, há anos não vê a cor de
uma patrola, embora haja um razoável estoque na garagem do município. A
referida rua que se encontra em petição de miséria e intransitável nos dias de
chuva, só é lembrada pelos computadores da gloriosa prefeitura, que não se
esquecem de imprimir os carnês de IPTU, Taxa de Coleta de Lixo e Iluminação
Pública.
Não há dúvidas que desse jeito o povo não
necessita de governo algum. Melhor não ter nada e não pagar impostos, pois com
a economia pode-se comprar tudo o que se necessita, inclusive exames médicos.
Quanto a conservar as ruas e estradas, sem impostos seria possível voltar aos
anos 1950, quando os proprietários de terras faziam mesmo o serviço. Estamos
contando o tempo para trás. Aliás, o município só progride para alguns. Estamos
voltando aos tempos do Império, com o território sendo fracionado em Suseranias
e Vassalagens.
CADA UM NO SEU QUADRADO
Já sobram as entrevistas de deputados
estaduais reclamando das obras do governo federal. Parece não terem nada para
fazer, a não ser cuidar das realizações de outras esferas de governo. Por que
não cuidam de sua assembléia legislativa ao invés de imiscuir-se na seara dos
outros?
Analisando toda a questão, os deputados
nada tem a fazer por estarem ao lado de um governo inerte, que chegando à
metade do sexto ano de seu mandato ainda não disse a que veio. Não tomou
nenhuma decisão de governo, limitando-se em administrar as vagas para os
companheiros.
O que os nobres deputados tem feito de
seu mandato além de viajar para cumprir as agendas organizadas pela legião de
assessores espalhados por todo o território catarinense? Não tendo nada a
apresentar, resta-lhes criticar o governo que ajudaram a eleger. A moda é
criticar os outros para esconder sua inércia. Para os incompetentes, os
culpados sempre serão os outros. Já dizia
CONFÚCIO (551-479 a.C.), “o homem superior atribui a culpa a si próprio; o
homem comum, aos outros”. E LUIGI PIRANDELLO (1867-1936) “é próprio da natureza
humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos
desastres e das nossas desventuras”.
Está mais que na hora de os políticos de
oportunidade conscientizar-se que o povo não é mais imbecil quanto imaginam.
COMENTÁRIOS
Este reles escriba recebeu e-mail de um
policial militar comentando a coluna que abordou o incidente ocorrido no último
domingo e que redundou na morte de um homem de 22 anos com um tiro de
espingarda calibre 12 no peito. Não me incomodo com os comentários, pois
denotam o prestígio da coluna perante a opinião pública. Também não pretendo
adentrar ao mérito da questão, pois entendo que isto cabe à justiça. No entanto
não posso deixar de considerar que o comando da Corporação, através da
imprensa, reconhece o excesso, a despeito da opinião do autor da mensagem.
TRUCULÊNCIA
IMPRENSA
PODRE
Está
cada vez mais difícil assistir, ouvir ou ler matérias jornalísticas. Parece que
todos os órgãos de imprensa, afinados como uma grande orquestra, fazem questão
de dar notícias ruins ou perder-se em análises fajutas e tendenciosas.
A
poderosa Rede Globo através da Globo News, recentemente gastou não menos que
quinze minutos da programação para comentar o aumento de um décimo (0,1) por
cento na inadimplência das famílias. A apresentadora do programa, que não
entendia nada do que estava lendo, trouxe uma analista desconhecida, preparada
para encher lingüiça e dar o recado que interessa à patronagem, qual seja o de
que o Brasil ruma para a recessão e bancarrota.
O
Willian Bonner, aquele fantoche, boneco de ventríloquo, que apresenta o jornal
nacional, outro dia teve a cara de pau para anunciar: “até que enfim uma
notícia boa”! Mas é claro, pois é ele mesmo quem só anuncia acidentes com
veículos, assaltos e tiroteios, tudo o que interessa à rede sonegadora de
impostos.
IMPRENSA
INTERIORANA
A
imprensa interiorana também é uma lástima. Não consegue manter uma linha
editorial decente. Tem que atrelar-se a alguma facção política, pois imagina
que não sobrevive do desempenho de seu papel de informar. Precisa atrelar-se para
puxar vantagens.
O
que espanta é o crescimento do número de adeptos da política da terra arrasada.
A mídia se ocupa em demonstrar que vivemos num País com os dias contados. Todos querem culpar o governo por tudo o que
acontece. Noves fora as incompetências, pela falta de objetivos claros e sobra
de projetos privados, pobre Brasil. Bem se diz que cada povo tem o governo que
merece.
VIROU
NOTÍCIA
São
Miguel do Oeste foi notícia nacional. A morte do garoto vítima de um tiro
calibre 12 disparado “sem querer” por um policial, foi mais que suficiente para
projetar a 8ª melhor cidade brasileira com até 50 mil habitantes no cenário
nacional.
O
acontecimento, mais que a notícia, revela a falta de preparo da polícia e de
urbanidade do povo. Enquanto uns acham que podem tudo, outros pensam resolver com
truculência.
O
simples ato de conduzir um veículo em via pública já é motivo de estresse. A parcela
da sociedade que cultua o automóvel se acha dona das ruas enquanto outra se
apodera das faixas de segurança. Uma terceira quer se apropriar das vagas de
estacionamento, pensando em obter vantagem para si.
A
educação, as boas maneiras e a urbanidade aos poucos são jogadas no lixão da
hipocrisia, local onde se prega o bem e se pratica o mal.
A
dinâmica social, que o digam os sociólogos, não funciona desse jeito. Muito
menos o aparato governamental pode funcionar pela truculência. A este, mais que
a ninguém, cumpre produzir boas obras e dar os bons exemplos que a sociedade
clama.
Nesses
tempos bicudos, do aparato estatal só vem maus exemplos. A hipocrisia impera
absoluta. Pregar o bem e praticar o malfeito é a regra. Deixou de ser exceção.
O notório acontecimento até então admitido somente em grandes aglomerados
urbanos chegou ao interior como fruto dos maus exemplos vindos do aparato
estatal. Aí está, portanto, uma parcela do custo da voracidade pelo poder. Quem
pagará a conta?
COMANDANTES
E COMANDADOS
Não
se pode esperar urbanidade de quem é treinado para agir com truculência. Existe
ordenamento jurídico, aparato policial e estrutura judiciária para coibir os
abusos. Não há necessidade de criar novos mecanismos tais como a força e as
armas para manter a ordem, a não ser em casos excepcionais e em grandes
conflitos.
Cita-se
a polícia inglesa como exemplo de eficiência sem uso da força. Talvez isso se
deva à preparação, à remuneração, ao reconhecimento social e a cultura do
agente policial. Talvez...
A
sociedade clama por mais segurança. O aparato policial deve responder com mais
eficiência, nunca com mais truculência, pois segundo o físico Isaac Newton,
“para toda ação existe uma reação”. Isso as autoridades já deveriam saber, pois
a obra de Newton foi publicada em 1687. Talvez pelo fato de nossas autoridades lembrarem-se
de Newton pela lei da gravidade, desconheçam a teoria da ação e reação.
REFÉNS
É comum e está na moda culpar o Estado
pelos descalabros sociais. A culpabilidade do Estado vem sendo ampliada pela
sociedade para os campos da economia e do bem-estar.
No entanto há que se adotar alguma parcimônia
nas críticas, pois o Estado aos poucos vai se tornando refém da sociedade.
As pressões exercidas pela sociedade
organizada sobre o Estado Brasileiro (considerando o “Estado” em todos os
níveis: federal, estadual e municipal), transformam-no refém das organizações
policiais, militares, judiciais, profissionais, sindicais e tantas outras até
onde nossa memória alcança.
Tais pressões, muitas vezes desmedidas,
precipitam o fracionamento das ações, desvirtuando suas próprias finalidades. O
resultado é um descontentamento generalizado contrapondo-se às ações pontuais.
Mais uma vez busca-se na educação o
lenitivo para todas as distorções. Mas a pergunta que surge de imediato é: como
ofertar educação de qualidade se os agentes focam no próprio bem estar?
FUTEBOL
Finalmente a caixa preta da estrutura
futebolística mundial foi aberta. Foi preciso uma ação policial de países mais
maduros que o Brasil para pegar a quadrilha que domina a organização
futebolística.
Não faltaram ladrões brasileiros, pois,
afinal, o Brasil é o País do futebol, mesmo depois de levar 7 X 1 da Alemanha.
A ação policial culminou na Suíça, em
Zurique, sede da FIFA, e aproveitou a reunião dos ladrões para eleger o
presidente da corja. O know now da ação foi adquirido na prisão de Al Capone
pelo FBI. É sabido que o mafioso mor foi preso devido à sonegação de impostos,
não pelos crimes que cometeu. No caso da FIFA, a acusação é a mesma. Para este
crime (sonegação), a pena é de 20 anos de prisão. Por aqui, muitas barbas
estarão de molho. O Congresso Nacional vai abrir uma CPI (mais uma) para dar a
devida publicidade. Romário vai se decepcionar com o resultado.
ESTACIONAMENTO
RESCALDOS
Dos festejados
PARAJASC, restaram críticas dos participantes à falta de infra-estrutura para
realização de tão importante evento esportivo e fundamentalmente à questão da
mobilidade urbana. A administração municipal que achou injustas as críticas e
preferiu contestá-las com visível falta de educação, está com anos de atraso.
Ainda pensa que competições esportivas de alto rendimento podem ser disputadas
em qualquer lugar, além de achar que deficientes físicos desportistas são
apenas deficientes.
O resultado não demorou
em aparecer. Segundo anunciado, São Miguel do Oeste não participará dos Jogos
Abertos de Santa Catarina deste ano. O argumento usado é que o dinheiro
despendido será aplicado em infra-estrutura.
Poderiam ter
contado outra piada. Que infraestrutura é possível executar com algumas patacas
investidas para levar uma pequena representação nos jogos abertos? Pobre São
Miguel do Oeste sob a direção desta gente. Desse jeito, o Santo corre sério
risco de ter cassada sua canonização.
BATE PRONTO
O deputado Maurício
Skudlark bateu firme na entrevista dada pelo vice-prefeito licenciado Vilson
Trevisan que afirmou estar o PSD satisfeito e disposto a repetir a coligação
com o PMDB nas próximas eleições municipais.
O deputado que além
da eleição tem as costas aquecidas por João Rodrigues, foi buscar abrigo no PSD
estadual e voltou candidatíssimo. Diz contar também com o possível apoio do PP,
agora turbinado pela volta de Gilmar Baldissera ao cenário político. A gula
aumenta na medida em que as notícias vindas de Brasília abrem a possibilidade
do próximo eleito ficar por seis anos.
Um pequeno
obstáculo colocado no caminho é a pretensão de Nini Sharnoski que também quer
ser candidato a qualquer custo. Vai ser uma disputa interna digna de final de
copa do mundo. Como a queda de braço tornou-se o esporte favorito nos últimos
dias, está aí mais um round para divertir a torcida.
Nas conversas
paralelas dá-se como certo que o projeto do PR é o desmantelamento. A alquimia
vem sendo atribuída ao deputado Jorginho
Mello, que segundo consta botou o partido embaixo do braço e não deixa ninguém
se aproximar. Fazem por merecer o tratamento, pois nas últimas eleições os
expoentes partidários tomaram rumos diferentes, inesperados e reprovados já
demonstrados nas eleições municipais. Jorginho Mello não permite que haja
alguém mais realista que o rei.
REQUENTÉE
O assunto
Estacionamento Rotativo, embora já tenha enchido o saco do povo e dos
comentaristas, não pode ser esquecido assim de graça. A decisão da administração
municipal de vetar seu próprio projeto é digna das comédias pastelão do cinema
mudo.
Os gozadores de plantão foram buscar na
história política da região algo parecido. Uma vem de São José do Cedro, onde
um vereador, querendo se abster de votar, tirou a bunda da cadeira e ficou
“meio em pé” para sinalizar que não era contra nem a favor do projeto. De São
Miguel do Oeste vem duas histórias: uma, onde um nobre edil propôs um projeto
de lei e na hora da votação votou contra. Cobrado, disse que tanto apoiava quanto
“repoiava” o projeto; A outra, dá conta que um vereador sinalizava seu voto com
o dedo polegar: contra, polegar para baixo (negativo). A favor, polegar para
cima (positivo). Certa feita, para sinalizar abstenção, deixou o polegar na
horizontal.
A decisão da
administração municipal é sui generis. Fez do estacionamento rotativo seu
cavalo de batalha. Na hora do combate, tirou os arreios do animal e o soltou no
pasto. Embora esteja impedido, não posso deixar de fazer referência ao famoso “mico”
que se instalou no paço municipal e não há banana que o faça sair de lá.
A idéia de reunir
as partes interessadas para discutir o desfecho do imbróglio, é o que se pode considerar “a emenda pior que o soneto”
ou como se dizia em bom italiano: “lè pédo el tacon che el sbrègo”!
FASES DE UM PROJETO
Por várias vezes utilizei este espaço
para dissertar sobre as fases de um projeto. São elas: entusiasmo, apreensão,
decepção, busca dos culpados, punição dos inocentes e promoção dos não
participantes. No caso do estacionamento, estamos na antepenúltima fase, que é
a busca dos culpados. A ACISMO e suas coligadas elegeram a queda de braço entre
os poderes legislativo e executivo como culpada pelo veto. Pela manifestação, a
entidade condiciona o lucro da atividade empresarial à existência de vagas para
estacionamento em qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer dia do mês e em
todos os meses do ano.
Sobre os canteiros
das ruas onde há vagas para estacionar, sobre os exageros das vagas reservadas
defronte algumas empresas detentoras de privilégios e sobre as reservas
defronte prédios que não possuem estacionamento próprio, comenta-se que a
atividade empresarial de sucesso independe do estacionamento. Depende isto sim
da boa gestão, da criatividade, da inovação, da oferta de bons produtos, de
preços competitivos e da capacidade de cativar clientes. Isto não se
regulamenta por lei. Editar leis para favorecer um segmento em detrimento de
outros é anticonstitucional e discriminatório. Vivemos num País que, embora
contrariando a opinião de alguns que o querem só para si, tem como cláusula pétrea
de sua Constituição a igualdade de direitos e de obrigações.
EXPLICAÇÕES
Está mais que na
hora da administração municipal, através de sua jurisconsultoria, procurar boas
desculpas para o gasto com a contratação de uma empresa de fora, que com grande
alarde desenvolveu estudos para resolver o problema viário de São Miguel do
Oeste. O dinheiro foi gasto, a propaganda foi feita e o resultado traduziu-se
num vergonhoso veto. Isso sim deve ser explicado.
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