IMPRENSA
PODRE
Está
cada vez mais difícil assistir, ouvir ou ler matérias jornalísticas. Parece que
todos os órgãos de imprensa, afinados como uma grande orquestra, fazem questão
de dar notícias ruins ou perder-se em análises fajutas e tendenciosas.
A
poderosa Rede Globo através da Globo News, recentemente gastou não menos que
quinze minutos da programação para comentar o aumento de um décimo (0,1) por
cento na inadimplência das famílias. A apresentadora do programa, que não
entendia nada do que estava lendo, trouxe uma analista desconhecida, preparada
para encher lingüiça e dar o recado que interessa à patronagem, qual seja o de
que o Brasil ruma para a recessão e bancarrota.
O
Willian Bonner, aquele fantoche, boneco de ventríloquo, que apresenta o jornal
nacional, outro dia teve a cara de pau para anunciar: “até que enfim uma
notícia boa”! Mas é claro, pois é ele mesmo quem só anuncia acidentes com
veículos, assaltos e tiroteios, tudo o que interessa à rede sonegadora de
impostos.
IMPRENSA
INTERIORANA
A
imprensa interiorana também é uma lástima. Não consegue manter uma linha
editorial decente. Tem que atrelar-se a alguma facção política, pois imagina
que não sobrevive do desempenho de seu papel de informar. Precisa atrelar-se para
puxar vantagens.
O
que espanta é o crescimento do número de adeptos da política da terra arrasada.
A mídia se ocupa em demonstrar que vivemos num País com os dias contados. Todos querem culpar o governo por tudo o que
acontece. Noves fora as incompetências, pela falta de objetivos claros e sobra
de projetos privados, pobre Brasil. Bem se diz que cada povo tem o governo que
merece.
VIROU
NOTÍCIA
São
Miguel do Oeste foi notícia nacional. A morte do garoto vítima de um tiro
calibre 12 disparado “sem querer” por um policial, foi mais que suficiente para
projetar a 8ª melhor cidade brasileira com até 50 mil habitantes no cenário
nacional.
O
acontecimento, mais que a notícia, revela a falta de preparo da polícia e de
urbanidade do povo. Enquanto uns acham que podem tudo, outros pensam resolver com
truculência.
O
simples ato de conduzir um veículo em via pública já é motivo de estresse. A parcela
da sociedade que cultua o automóvel se acha dona das ruas enquanto outra se
apodera das faixas de segurança. Uma terceira quer se apropriar das vagas de
estacionamento, pensando em obter vantagem para si.
A
educação, as boas maneiras e a urbanidade aos poucos são jogadas no lixão da
hipocrisia, local onde se prega o bem e se pratica o mal.
A
dinâmica social, que o digam os sociólogos, não funciona desse jeito. Muito
menos o aparato governamental pode funcionar pela truculência. A este, mais que
a ninguém, cumpre produzir boas obras e dar os bons exemplos que a sociedade
clama.
Nesses
tempos bicudos, do aparato estatal só vem maus exemplos. A hipocrisia impera
absoluta. Pregar o bem e praticar o malfeito é a regra. Deixou de ser exceção.
O notório acontecimento até então admitido somente em grandes aglomerados
urbanos chegou ao interior como fruto dos maus exemplos vindos do aparato
estatal. Aí está, portanto, uma parcela do custo da voracidade pelo poder. Quem
pagará a conta?
COMANDANTES
E COMANDADOS
Não
se pode esperar urbanidade de quem é treinado para agir com truculência. Existe
ordenamento jurídico, aparato policial e estrutura judiciária para coibir os
abusos. Não há necessidade de criar novos mecanismos tais como a força e as
armas para manter a ordem, a não ser em casos excepcionais e em grandes
conflitos.
Cita-se
a polícia inglesa como exemplo de eficiência sem uso da força. Talvez isso se
deva à preparação, à remuneração, ao reconhecimento social e a cultura do
agente policial. Talvez...
A
sociedade clama por mais segurança. O aparato policial deve responder com mais
eficiência, nunca com mais truculência, pois segundo o físico Isaac Newton,
“para toda ação existe uma reação”. Isso as autoridades já deveriam saber, pois
a obra de Newton foi publicada em 1687. Talvez pelo fato de nossas autoridades lembrarem-se
de Newton pela lei da gravidade, desconheçam a teoria da ação e reação.
REFÉNS
É comum e está na moda culpar o Estado
pelos descalabros sociais. A culpabilidade do Estado vem sendo ampliada pela
sociedade para os campos da economia e do bem-estar.
No entanto há que se adotar alguma parcimônia
nas críticas, pois o Estado aos poucos vai se tornando refém da sociedade.
As pressões exercidas pela sociedade
organizada sobre o Estado Brasileiro (considerando o “Estado” em todos os
níveis: federal, estadual e municipal), transformam-no refém das organizações
policiais, militares, judiciais, profissionais, sindicais e tantas outras até
onde nossa memória alcança.
Tais pressões, muitas vezes desmedidas,
precipitam o fracionamento das ações, desvirtuando suas próprias finalidades. O
resultado é um descontentamento generalizado contrapondo-se às ações pontuais.
Mais uma vez busca-se na educação o
lenitivo para todas as distorções. Mas a pergunta que surge de imediato é: como
ofertar educação de qualidade se os agentes focam no próprio bem estar?
FUTEBOL
Finalmente a caixa preta da estrutura
futebolística mundial foi aberta. Foi preciso uma ação policial de países mais
maduros que o Brasil para pegar a quadrilha que domina a organização
futebolística.
Não faltaram ladrões brasileiros, pois,
afinal, o Brasil é o País do futebol, mesmo depois de levar 7 X 1 da Alemanha.
A ação policial culminou na Suíça, em
Zurique, sede da FIFA, e aproveitou a reunião dos ladrões para eleger o
presidente da corja. O know now da ação foi adquirido na prisão de Al Capone
pelo FBI. É sabido que o mafioso mor foi preso devido à sonegação de impostos,
não pelos crimes que cometeu. No caso da FIFA, a acusação é a mesma. Para este
crime (sonegação), a pena é de 20 anos de prisão. Por aqui, muitas barbas
estarão de molho. O Congresso Nacional vai abrir uma CPI (mais uma) para dar a
devida publicidade. Romário vai se decepcionar com o resultado.
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