RESCALDOS
Dos festejados
PARAJASC, restaram críticas dos participantes à falta de infra-estrutura para
realização de tão importante evento esportivo e fundamentalmente à questão da
mobilidade urbana. A administração municipal que achou injustas as críticas e
preferiu contestá-las com visível falta de educação, está com anos de atraso.
Ainda pensa que competições esportivas de alto rendimento podem ser disputadas
em qualquer lugar, além de achar que deficientes físicos desportistas são
apenas deficientes.
O resultado não demorou
em aparecer. Segundo anunciado, São Miguel do Oeste não participará dos Jogos
Abertos de Santa Catarina deste ano. O argumento usado é que o dinheiro
despendido será aplicado em infra-estrutura.
Poderiam ter
contado outra piada. Que infraestrutura é possível executar com algumas patacas
investidas para levar uma pequena representação nos jogos abertos? Pobre São
Miguel do Oeste sob a direção desta gente. Desse jeito, o Santo corre sério
risco de ter cassada sua canonização.
BATE PRONTO
O deputado Maurício
Skudlark bateu firme na entrevista dada pelo vice-prefeito licenciado Vilson
Trevisan que afirmou estar o PSD satisfeito e disposto a repetir a coligação
com o PMDB nas próximas eleições municipais.
O deputado que além
da eleição tem as costas aquecidas por João Rodrigues, foi buscar abrigo no PSD
estadual e voltou candidatíssimo. Diz contar também com o possível apoio do PP,
agora turbinado pela volta de Gilmar Baldissera ao cenário político. A gula
aumenta na medida em que as notícias vindas de Brasília abrem a possibilidade
do próximo eleito ficar por seis anos.
Um pequeno
obstáculo colocado no caminho é a pretensão de Nini Sharnoski que também quer
ser candidato a qualquer custo. Vai ser uma disputa interna digna de final de
copa do mundo. Como a queda de braço tornou-se o esporte favorito nos últimos
dias, está aí mais um round para divertir a torcida.
Nas conversas
paralelas dá-se como certo que o projeto do PR é o desmantelamento. A alquimia
vem sendo atribuída ao deputado Jorginho
Mello, que segundo consta botou o partido embaixo do braço e não deixa ninguém
se aproximar. Fazem por merecer o tratamento, pois nas últimas eleições os
expoentes partidários tomaram rumos diferentes, inesperados e reprovados já
demonstrados nas eleições municipais. Jorginho Mello não permite que haja
alguém mais realista que o rei.
REQUENTÉE
O assunto
Estacionamento Rotativo, embora já tenha enchido o saco do povo e dos
comentaristas, não pode ser esquecido assim de graça. A decisão da administração
municipal de vetar seu próprio projeto é digna das comédias pastelão do cinema
mudo.
Os gozadores de plantão foram buscar na
história política da região algo parecido. Uma vem de São José do Cedro, onde
um vereador, querendo se abster de votar, tirou a bunda da cadeira e ficou
“meio em pé” para sinalizar que não era contra nem a favor do projeto. De São
Miguel do Oeste vem duas histórias: uma, onde um nobre edil propôs um projeto
de lei e na hora da votação votou contra. Cobrado, disse que tanto apoiava quanto
“repoiava” o projeto; A outra, dá conta que um vereador sinalizava seu voto com
o dedo polegar: contra, polegar para baixo (negativo). A favor, polegar para
cima (positivo). Certa feita, para sinalizar abstenção, deixou o polegar na
horizontal.
A decisão da
administração municipal é sui generis. Fez do estacionamento rotativo seu
cavalo de batalha. Na hora do combate, tirou os arreios do animal e o soltou no
pasto. Embora esteja impedido, não posso deixar de fazer referência ao famoso “mico”
que se instalou no paço municipal e não há banana que o faça sair de lá.
A idéia de reunir
as partes interessadas para discutir o desfecho do imbróglio, é o que se pode considerar “a emenda pior que o soneto”
ou como se dizia em bom italiano: “lè pédo el tacon che el sbrègo”!
FASES DE UM PROJETO
Por várias vezes utilizei este espaço
para dissertar sobre as fases de um projeto. São elas: entusiasmo, apreensão,
decepção, busca dos culpados, punição dos inocentes e promoção dos não
participantes. No caso do estacionamento, estamos na antepenúltima fase, que é
a busca dos culpados. A ACISMO e suas coligadas elegeram a queda de braço entre
os poderes legislativo e executivo como culpada pelo veto. Pela manifestação, a
entidade condiciona o lucro da atividade empresarial à existência de vagas para
estacionamento em qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer dia do mês e em
todos os meses do ano.
Sobre os canteiros
das ruas onde há vagas para estacionar, sobre os exageros das vagas reservadas
defronte algumas empresas detentoras de privilégios e sobre as reservas
defronte prédios que não possuem estacionamento próprio, comenta-se que a
atividade empresarial de sucesso independe do estacionamento. Depende isto sim
da boa gestão, da criatividade, da inovação, da oferta de bons produtos, de
preços competitivos e da capacidade de cativar clientes. Isto não se
regulamenta por lei. Editar leis para favorecer um segmento em detrimento de
outros é anticonstitucional e discriminatório. Vivemos num País que, embora
contrariando a opinião de alguns que o querem só para si, tem como cláusula pétrea
de sua Constituição a igualdade de direitos e de obrigações.
EXPLICAÇÕES
Está mais que na
hora da administração municipal, através de sua jurisconsultoria, procurar boas
desculpas para o gasto com a contratação de uma empresa de fora, que com grande
alarde desenvolveu estudos para resolver o problema viário de São Miguel do
Oeste. O dinheiro foi gasto, a propaganda foi feita e o resultado traduziu-se
num vergonhoso veto. Isso sim deve ser explicado.
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