sexta-feira, 14 de agosto de 2020

MANCÓDROMO - 759

 

MANCÓDROMO – 759 BLOG

 

TÁBULA RASA, é uma expressão latina que significa literalmente "tábua raspada", e tem o sentido de "folha de papel em branco". Como metáfora, o conceito de tábula rasa foi utilizado por Aristóteles em oposição a Platão e difundido para indicar uma condição em que a consciência é desprovida de qualquer conhecimento inato - tal como uma folha em branco, a ser preenchida.

       O filósofo inglês John Locke, considerado o protagonista do empirismo, detalhou a tese da tábula rasa, onde, em princípio, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum (a mente é, inicialmente, como uma "folha em branco"), e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência. A partir do século XVII, o argumento da tábula rasa foi importante não apenas do ponto de vista da filosofia do conhecimento, mas também do ponto de vista da filosofia política ao defender que, não havendo ideias inatas, todos os homens nascem iguais. Forneceu assim a base da crítica ao absolutismo e da contestação do poder como um direito divino ou como atributo inato.

 

CHURUMELA é algo de pouco valor, lamúria, lengalenga, uma conversa fiada, uma ladainha ou um texto enfadonho, cansativo. No caso presente, o texto sobre a Tábula Rasa, parece uma churumela, mas não é isto simplesmente. A situação político-administrativa de nosso País não deixa dúvidas. Todos os dias os noticiários dão conta de mancadas, bobagens e tiros nos pés patrocinadas por nossos governantes e seus auxiliares diretos, demonstrando a tese de John Locke, afirmando que todo o processo de conhecimento advém da experiência. Tornamo-nos um verdadeiro mancódromo, onde atuam os reis da mancada. Assim, é de estranhar, por exemplo, como os atuais presidente da República e governador de Santa Catarina chegaram ao poder, se aprenderam somente a lustrar coturnos e fivelas?

Não sei o que meus leitores pensam quando nomino esses governantes ou qualquer um que ocupe um cargo importante, sem possuir a devida experiência. Modestamente, considero-os Jabutis em cima de árvores. É sabido que os simpáticos animaizinhos não sobem em árvores, em razão de sua anatomia. Assim sendo, só resta perguntar: Que os colocou lá?

 

       JOGO JOGADO, é tido através da ideia que grande parcela do Povo Brasileiro também é uma Tábula Rasa. Desprovida de experiência por falta de oportunidades e de conhecimento por deficiências no sistema educacional, sequer percebe o quando é enganada. Os meios de comunicação de massas aos quais a população tem acesso, contribuem com o sistema vigente, disponibilizando muito entretimento e pouca cultura. Aliás, à cultura só tem acesso os mais abastados. O primeiro resultado dessas discrepâncias é a fragmentação das classes sociais onde os interesses individuais são colocados acima dos coletivos. As personalidades governamentais que tem o dever de conduzir a população pelo caminho do desenvolvimento social e econômico, fogem da tradição do ensinamento através de bons exemplos, e entregam-se ao individualismo e ao tradicional preceito de levar vantagem em tudo.

 

       APAGAR A HISTÓRIA para implantar a sua própria, é o desejo maior de todo governante insensível e por isso medíocre.

       Em recente matéria jornalística local, o mata-borrão da história afirmou peremptoriamente que a situação financeira do município é privilegiada. A bem da verdade, ela não é mas tornou-se privilegiada à conta de manobras que remetem ao dizer do colega já falecido, que prestando contas de sua gestão afirmou: o meu município deu um “lucro” de tantos mil cruzeiros. Além das manobras do tipo aumento de tributos via reformas no código tributário, cortes nos serviços urbanos e endividamento público, também contribuiu para tanto, o crescimento da atividade econômica na última década, o que fez crescer os repasses constitucionais e a arrecadação de tributos.

       Tudo isto pode ser muito bonito na fotografia, mas na realidade o abismo que separa o topo da base da pirâmide social (de Maslow), acentuou-se, tornando quase impossível para os mais pobres suprir as necessidades fisiológicas e adentrar, ao menos parcialmente, na faixa de suprimento das necessidades de segurança.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

ORIGEM DA BURRICE II

 

758 - A ORIGEM DA BURICE II 

 

NEM BEM o jornal chegou ao banheiro, lugar onde ele e o escriba desta reles coluna deveriam estar, segundo desejo de um antes político hoje notável aspone. É imperioso voltar ao tema para tratar das origens da burrice, devido aos mais recentes acontecimentos. A burrice assola este País varonil desde o descobrimento e depois, do Oiapoque ao Chuí.

Não é possível elaborar uma lista no sentido Norte/Sul ou Leste/Oeste, ou ainda o Contrário. Mas como vivemos numa República e num sistema supostamente democrático, têm-se que circunscrever as besteiras, asnices e bobagens, que nossos orangotangos conseguem produzir. Malgrado os milhões de analfabetos que habitam a terra de Cabral, a legião que consegue perceber o que efetivamente se passa tem aumentado vertiginosamente.

O MOBRAL da atualidade tem contribuído sobremaneira com a alfabetização do nosso povo. As cartilhas adotadas são os meios de comunicação, as redes sociais e, pasmem, as Fake News, com menção honrosa aos cartunistas, blogueiros, artistas e humoristas, que todos os dias nos enchem de alegria e felicidade, além de vibrações contra ou a favor que enchem nossas sistema venoso de adrenalina.

 

       COMEÇANDO POR CIMA, o périplo não poderia poupar o ilustre jabuti Presidente. Ainda hoje (05/05) foi publicado nos meios de comunicação, que o Capitão Aposentado (vejam só!) teria convocado seu estafe de três Generais quatro estrelas, buscando autorização para mandar o Exército bloquear o Supremo Tribunal Federal, isto no mês de fevereiro deste ano. Não é preciso dizer que os Generais não aprovaram a infeliz ideia. A mim, modestamente, só resta dizer “bem feito”! Quem mandou colocar um Capitão, reformado para não ser expulso, para comandar Generais. E bem feito também aos quadreestrelados! Quem mandou submeter-se ao comando de um Capitão sem noção. Pior que estes já conheciam a peça de outros carnavais.

       Ao autor maior das sandices deve também ser creditada a ideia de usar gás de ozônio aplicado pela via “retal” para combater a pandemia. É o fim da picada o Bolsonaro promover o encontro de seu Ministro da Saúde Interino com os defensores do uso do gás de ozônio. Depois de responsabilidade pela morte de parte dos 100 mil que acreditaram na Cloroquina, agora o Presidente abraça o ozônio para matar mais uma leva. O engraçado é que a prevenção contra o coronavírus deve ser feita protegendo a “inspiração” pelas vias respiratórias, e a proposta do ozônio é para proteger a “expiração”. Quer dizer: matar o vírus na saída, decerto filtrando os “puns”! Isto é demais para minha ignorância!

       Na parte Legislativa o quadro é desolador. Estabeleceu-se um cabo de guerra para disputar a presidência da casa. É tragicômico, porque em uma ponta está a Direita e na outra, a Esquerda. O Centrão que era para ser a turma do Bolsonaro, puxa alternadamente para a direita e para a esquerda. Tomaram a grana do Jabuti e treparam no muro, onde aguardarão a tremedeira do Bozo para levar mais grana.

       O Senado, Ah Coitado, como dizia a Filó num velho programa de humor.  Os principais medalhões, alguns com reeleições vitalícias foram banidos. Outros, estão com o C. na rifa. Tiveram que aceitar um desconhecido, sem nome nem sobrenome, para dirigir a casa que fora um centro de poder. Atualmente, não fossem as trapalhadas do orangotango mor, passaria despercebida.

 

       NA LINHA MÉDIA, o quadro não é diferente. Mais um jabuti trepado na árvore, apoiado num partido que nasceu e continua em estado de coma. A personalidade Bíblica chegou ao poder apoiado na farda, sem entender nada de política e menos de administração pública. Antes de chegar ao meio do mandato, já arrumou uma corruptazinha e um pedido de impedimento rondando a porta do Palácio. Mas ao menos tem um consolo: vai igual a China, de “Mao” Tse Tung a Lin “Piao”.

       Na questão do Corona vírus, assunto do momento, ocupa as manchetes nacionais como o Estado onde o vírus encontrou terreno fértil e assim mesmo recebe adubação especial de incompetência, indecisão e falta de personalidade. Está transformando a Bela e Santa Catarina numa feia e pecadora.

       Quanto ao Legislativo, também pratica a política de cabo de guerra. Puxa para todos os lados, especialmente às vésperas de uma eleição municipal onde os impolutos parlamentares semeiam suas campanhas para colher em 2022. O Moisés, que recebeu a tábua e permitiu que lhe roubassem o 7º Mandamento, assiste a tudo passivo, lustrando os coturnos e a fivela do cinto. Investimentos, obras e manutenções, não é com ele, assim como a instalação de um mega depósito da Amazon.

 

       AQUI NA TERRINHA, então, muitos comentários nas redes sociais, enaltecendo as acirradas discussões legislativas que não levam a coisa alguma. Ou por outra: tentam levar para algum lugar, preferencialmente ao lado do único candidato a prefeito que surgiu até o momento. Os demais partidos políticos deste município fragmentado, de pouco mais de 25 mil eleitores, digladiam-se numa briga de foice no escuro para disputar a candidatura a vice-prefeito, cujas vantagens já identificadas são a de não gastar com campanha política e não ter responsabilidade por uma possível má gestão. Isto é um verdadeiro melzinho na chupeta. Até a próxima. 

756 - COMPLEXO DE VIRA LATAS

 757 - COMPLEXO DE VIRA LATAS

 

COMPLEXO DE VIRA-LATAS é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção brasileira foi derrotada pela Uruguaia na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez. Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico.

      Complexo de vira-lata é também a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem.

A ideia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou degenerado não é nova e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês Arthur de Gobineau desembarcou em 1845 no Rio de Janeiro e chamou os cariocas de "macacos".

Nas décadas de 1920 e 1930, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns proclamavam que a miscigenação era a raiz de todos os males e que a raça branca era superior às demais. Outros afirmavam que a inferioridade era um problema de ignorância, não de miscigenação, tese recuperada recentemente. Manuel Bomfim também foi um notável contestador dessa tese em seu livro A América Latina: Males de Origem.

Em 1903, Monteiro Lobato revela-se pessimista com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido: “O Brasil, filho de pais inferiores destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem um cunho inconfundível em certos indivíduos, como acontece com o alemão, com o inglês, cresceu tristemente dando como resultado um tipo imprestável, incapaz de continuar a se desenvolver sem o concurso vivificador do sangue de alguma raça original.

No campo científico o País é conhecido por suas criações inventivas como o aeróstato, a máquina de escrever, o avião e os automóveis bicombustíveis. Embora isto, o Brasil jamais teve sua produção científica reconhecida através de um Premio Nobel, enquanto outros países sul-americanos tais como Argentina e Venezuela, já conquistaram o seu.

Embora reconhecendo que a produção científica brasileira sofre de "limitação de recursos e de ambição intelectual", ainda assim há certo otimismo quanto ao futuro da pesquisa no país, concluindo que "é difícil prever quando um brasileiro ganhará o Nobel e que importância isso poderá ter para o país. Se redimir nosso complexo de vira-lata científico, terá inestimável valor".      O Brasil estaria assim, desejoso de ser reconhecido como igual no concerto das nações, mas tropeçaria sucessivamente em sua baixa auto-estima, reforçada pelos incidentes folclóricos e outros do mesmo gênero: "a capital do Brasil é Buenos Aires", "os brasileiros falam espanhol" etc, sucessivamente cometidos pela mídia e autoridades estrangeiras.

 

      ENTREGUISMO, é o preceito, mentalidade ou prática político-ideológica de entregar recursos naturais de uma nação para exploração por entidades ou empresas de outros países ou de capitais internacionais. É um dos instrumentos de auto-reprodução de uma sociedade de elite. O entreguismo consiste na desnacionalização sistemática da indústria, especialmente de setores considerados segmentos ideológicos, políticos ou estratégicos como setores-chave da indústria de produção. A posterior remessa de lucros decorrente dessa entrega se constitui numa das parcelas da expatriação do excedente econômico de um país, e a delegação do controle administrativo dos setores estratégicos da economia impede o surgimento de forças internas que eliminem os entraves ao seu desenvolvimento, e que alterem a reprodução do complexo de vira-latas.

O termo entreguismo tem suas origens relacionadas às disputas políticas pelo petróleo no Brasil, na década de 1950.

 

NACIONALISMO - Segundo Bresser Pereira, o naciona-lismo  é implícito nos países centrais, onde as elites são nacionalistas. Mas o nacionalismo dos países centrais é implícito, enquanto nos países periféricos, se o nacionalismo não for explícito, logo descamba para o cosmopolitismo, ou seja, a “mentalidadede colonial" que leva ao entreguismo. Ainda de acordo com Bresser-Pereira o nacionalismo foi implícito no Brasil entre 1822 e 1930, e a partir dos anos 1990. O autor resume seu estudo ressaltando que "embora o imperialismo seja inevitável entre países fortes e fracos, ele mudará de características na medida em que esta relação de forças se modificar graças ao nacionalismo dos dominados”.

 

MUDANÇA NO DISCURSO é o mais recente fenômeno da natureza brasileira. Suplanta a pandemia do coronavírus, as queimadas da Amazônia, o vendavais, as enchentes e as secas. Os protagonistas das mudanças são bastante conhecidos. O campeão e laureado é o nosso Presidente Bolsonaro, que de uma hora para outra fechou a boca. Imagino que os Generais tenham enfiado um coturno goela abaixo.

Outro agraciado é o jornalista Alexandre Garcia. Globalizado, demitido e blogado, morria de amores pelo Bolsonaro e crucifixava o Lula e o PT todos os dias. Foi só arranjar um emprego na CNN e mudou a cantilena. Claro, em época de pandemia, um emprego vai bem...

Mas tem mais: na colenda Migueloestina, a política paz e amor foi abandonada. A política entrou pelos gabinetes com voracidade maior que as nuvens de gafanhotos que se aproximam do Brasil. Já deu até Boletins de Ocorrência!

Quem disse que política é a arte de conversar? Esqueceram que também e a arte de passar rasteiras, mentir, e se necessário, brigar!