segunda-feira, 10 de agosto de 2020

756 - COMPLEXO DE VIRA LATAS

 757 - COMPLEXO DE VIRA LATAS

 

COMPLEXO DE VIRA-LATAS é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção brasileira foi derrotada pela Uruguaia na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez. Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico.

      Complexo de vira-lata é também a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem.

A ideia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou degenerado não é nova e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês Arthur de Gobineau desembarcou em 1845 no Rio de Janeiro e chamou os cariocas de "macacos".

Nas décadas de 1920 e 1930, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns proclamavam que a miscigenação era a raiz de todos os males e que a raça branca era superior às demais. Outros afirmavam que a inferioridade era um problema de ignorância, não de miscigenação, tese recuperada recentemente. Manuel Bomfim também foi um notável contestador dessa tese em seu livro A América Latina: Males de Origem.

Em 1903, Monteiro Lobato revela-se pessimista com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido: “O Brasil, filho de pais inferiores destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem um cunho inconfundível em certos indivíduos, como acontece com o alemão, com o inglês, cresceu tristemente dando como resultado um tipo imprestável, incapaz de continuar a se desenvolver sem o concurso vivificador do sangue de alguma raça original.

No campo científico o País é conhecido por suas criações inventivas como o aeróstato, a máquina de escrever, o avião e os automóveis bicombustíveis. Embora isto, o Brasil jamais teve sua produção científica reconhecida através de um Premio Nobel, enquanto outros países sul-americanos tais como Argentina e Venezuela, já conquistaram o seu.

Embora reconhecendo que a produção científica brasileira sofre de "limitação de recursos e de ambição intelectual", ainda assim há certo otimismo quanto ao futuro da pesquisa no país, concluindo que "é difícil prever quando um brasileiro ganhará o Nobel e que importância isso poderá ter para o país. Se redimir nosso complexo de vira-lata científico, terá inestimável valor".      O Brasil estaria assim, desejoso de ser reconhecido como igual no concerto das nações, mas tropeçaria sucessivamente em sua baixa auto-estima, reforçada pelos incidentes folclóricos e outros do mesmo gênero: "a capital do Brasil é Buenos Aires", "os brasileiros falam espanhol" etc, sucessivamente cometidos pela mídia e autoridades estrangeiras.

 

      ENTREGUISMO, é o preceito, mentalidade ou prática político-ideológica de entregar recursos naturais de uma nação para exploração por entidades ou empresas de outros países ou de capitais internacionais. É um dos instrumentos de auto-reprodução de uma sociedade de elite. O entreguismo consiste na desnacionalização sistemática da indústria, especialmente de setores considerados segmentos ideológicos, políticos ou estratégicos como setores-chave da indústria de produção. A posterior remessa de lucros decorrente dessa entrega se constitui numa das parcelas da expatriação do excedente econômico de um país, e a delegação do controle administrativo dos setores estratégicos da economia impede o surgimento de forças internas que eliminem os entraves ao seu desenvolvimento, e que alterem a reprodução do complexo de vira-latas.

O termo entreguismo tem suas origens relacionadas às disputas políticas pelo petróleo no Brasil, na década de 1950.

 

NACIONALISMO - Segundo Bresser Pereira, o naciona-lismo  é implícito nos países centrais, onde as elites são nacionalistas. Mas o nacionalismo dos países centrais é implícito, enquanto nos países periféricos, se o nacionalismo não for explícito, logo descamba para o cosmopolitismo, ou seja, a “mentalidadede colonial" que leva ao entreguismo. Ainda de acordo com Bresser-Pereira o nacionalismo foi implícito no Brasil entre 1822 e 1930, e a partir dos anos 1990. O autor resume seu estudo ressaltando que "embora o imperialismo seja inevitável entre países fortes e fracos, ele mudará de características na medida em que esta relação de forças se modificar graças ao nacionalismo dos dominados”.

 

MUDANÇA NO DISCURSO é o mais recente fenômeno da natureza brasileira. Suplanta a pandemia do coronavírus, as queimadas da Amazônia, o vendavais, as enchentes e as secas. Os protagonistas das mudanças são bastante conhecidos. O campeão e laureado é o nosso Presidente Bolsonaro, que de uma hora para outra fechou a boca. Imagino que os Generais tenham enfiado um coturno goela abaixo.

Outro agraciado é o jornalista Alexandre Garcia. Globalizado, demitido e blogado, morria de amores pelo Bolsonaro e crucifixava o Lula e o PT todos os dias. Foi só arranjar um emprego na CNN e mudou a cantilena. Claro, em época de pandemia, um emprego vai bem...

Mas tem mais: na colenda Migueloestina, a política paz e amor foi abandonada. A política entrou pelos gabinetes com voracidade maior que as nuvens de gafanhotos que se aproximam do Brasil. Já deu até Boletins de Ocorrência!

Quem disse que política é a arte de conversar? Esqueceram que também e a arte de passar rasteiras, mentir, e se necessário, brigar! 

Nenhum comentário: