UM DEBATE MEDÍOCRE – 764 24.10.2020
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> A Associação
Comercial e Industrial de São Miguel do Oeste – ACISMO, foi protagonista de um
debate entre os candidatos a prefeito do município. O protagonismo abrangeu a
cessão das instalações, contratação de um mediador e a mobilização dos
associados que esmeraram-se na elaboração das perguntas de interesse da classe,
que foram dirigidas aos candidatos.
As respostas as questões mais importantes para o futuro do
município, não passaram do “arroz com feijão” de todas as campanhas políticas. Nenhuma
palavra dos candidatos Grando e Trevisan, ambos da situação, que deixasse a impressão
que a administração municipal voltará sua atenção para o futuro.
Nos mais, uma sequência de palavrório vazio e vãs
promessas que no passado sempre deram resultado. As promessas concentraram-se
em obras feitas ou a fazer, no mais explícito estilo politiqueiro e provinciano.
Essa conversa de político ainda dará resultado?
Com relação à população, sua qualidade de vida, a
preocupação com o futuro e a ampliação do conhecimento para atingi-la, nada foi
dito. Quanto ao desenvolvimento, que traz como resultado o crescimento
econômico alavancado pela geração de emprego, nada foi proposto.
Apenas mais vagas nas creches ou mais terra para as
indústrias não vão resolver a estagnação. É preciso bem mais que isso. Vagas
para cuidar dos filhos de quem não trabalha, ou terra para ficar parada criando
capoeira ou para os transeuntes admirarem, não atrai nenhuma empresa. As
empesas e os verdadeiros empreendedores querem bem mais que isso. Querem
infraestrutura, água, luz, internet, tecnologia e melhores condições de
escoamento da produção e captação de matérias primas.
> O candidato
Grando disse que para atrair empresas é preciso colocar um secretário de
desenvolvimento econômico com contatos em Brasília e Florianópolis, com
formação e conhecimento. Vai encontrar um PhD em política para operar milagres
por pouco mais de R$ 4.000,00 por mês, que é o salário de um secretário
municipal. A propósito, Grando e seus padrinhos estiveram e continuam estando
há 40 anos em Florianópolis e Brasília e o que fizeram para o crescimento
econômico da Região? Arranjar umas merrecas em emendas parlamentares sob a
rubrica “4ª via legal”? Será que agora, ao entrar a 3ª década do Século XXI as
coisas mudarão? Façam suas apostas.
Ao invés de compilar e decorar todos os números do
município e do estado, o nobre candidato poderia investir seu tempo lendo o
livro, agora virtual, “O negócio é ser pequeno, de Ernst Friedrich
Schumacher”, uma coletânea de ensaios que refletem a filosofia do
economista E. F. Schumacher sobre o pensamento moderno, econômico, ecológico e
espiritual.
> O atual
prefeito Trevisan, andou na mesma balada: asfalto, creches, reformas, pedra
britada, e... aumento de impostos (não falou, mas devia). Também não falou no
endividamento e no saldo em caixa, omitido por questões óbvias. Falou muito em otimização
das rotinas e utilização plena de pessoal. Pelos gargalos em alguns setores,
culpou o crescimento e a demanda por serviços.
A CASAN e as águas que não possui, os constantes problemas
nas comunicações (telefone e internet), a BR 163 estacionada desde 2012, a BR
282 parada por igual tempo, o contorno viário que já ajudou a ganhar eleições e
sistematicamente é esquecido, tudo isto, segundo os candidatos parceiros não
tem importância nenhuma. Os problemas passaram ao largo
Falou tanto em atrair empresas. Mas onde estão os
incentivos? Nas duas áreas de terra abandonadas e uma terceira esperando o
próximo mandato? Não senhores! É preciso investir em infraestrutura. Investir politicamente,
pois a infraestrutura que é deficiente não é responsabilidade do município. É
preciso ter peso político para chegar em Brasília ou Florianópolis, e este
passa longe de São Miguel do Oeste. Comportamentos provincianos ficam bem nas
províncias. São Miguel do Oeste não é mais uma província. Só nossos mandatários
e os políticos que elegemos merecem este epíteto.
Sendo os investimentos em infraestrutura responsabilidade
da União ou do Estado, é preciso poder político para acessá-los. Isto se consegue
com articulações, não com disputas partidárias e muito menos com bairrismo
exacerbado.