VOLTA AO PASSADO – 762 - 30.09.2020
>> Foi dada a largada para as eleições 2020, embora aparentemente restrinjam-se
aos municípios. Mas isso são apenas aparências embora o clima eleitoral invada também as
capitais estaduais e a da república.
As eleições
municipais, comparadas com as atividades agrícolas, nada mais são que a
preparação do solo para a colheita de 2022. A aparentemente simples eleição de
um vereador, mesmo em Sanchas Parda, perto de Caximbetê, adquire uma
importância comparável com a eleição de um deputado ou senador no devido tempo.
Não pensem
os incautos que os palácios de governo não tenham lupas poderosas instaladas
para identificar qualquer movimento contrário aos seus interesses "reeleitoreiros". Porém, nos megafones só se ouve palavras ardilmente calculadas
para atrair os inocentes.
No fundo,
lá no fundilho, o povo é instado a eleger seus representantes na esperança de
dias melhores. Estes haverão de chegar, mas exclusivamente até aqueles que
prometem.
>> Não consigo esquecer uma charada
antiga que circulou logo após o fim do bipartidarismo, que assim propunha aos
espertos:
1) O Partido
“A” só (re)alisa, não (pro)mete;
2) O partido
“B” só (pro)mete, não (re)alisa.
Dada a realidade de São Miguel do Oeste,
com a gangorra pendendo sempre para o mesmo lado, é de se perguntar ao eleitor
se quer ou não ser alisado. De qualquer
forma, querendo ou não, vai se ferrar.
A
propósito, tanto se fala do cavalo que passa encilhado. Desta vez, os cavalos
encilhados que vem a trote, tem mais passageiros na garupa que na sela. Tem passageiros montados
até no pescoço do animal. Não tem lugar para mais ninguém.
>> O que é feito da política neste País? Virou uma
casa d’Irene, uma casa de tolerância onde tem gente que vem e gente que vai,
como diz a letra da música Italiana. Nem o Bolsonaro (recuso-me a chamá-lo
presidente) acredita no partido que o conduziu ao poder. Aliá, quem o conduziu
ao poder, ou seja, quem colocou o jabuti em cima da árvore, não foi uma
estrutura partidária, mas uma estrutura difusora da ignorância, mais letal que
o coronavírus.
Esta
ignorância que tomou o Brasil de assalto, é responsável pela difusão do medo
entre a população. Medo de morrer, medo de passar fome, medo de perder o
emprego, medo de falir, medo de não ter assistência médica, medo de faltar
comida, medo da depressão.
Crianças e
adolescentes acordando de sobressalto durante a noite, aumento de número de
suicídios, intolerância das pessoas com seus semelhantes, sintomas de depressão
generalizados, tudo isto transforma a vida em verdadeiro calvário.
Nossos
governantes que se propuseram a endireitar o País, perderam-se pelo caminho.
Esqueceram-se da boa política. Esqueceram do povo, dos cidadãos, das
Instituições, das tradições,, das famílias, para olhar somente o próprio umbigo
e planejar seu futuro nababesco.
>> O que fará o povo nessas eleições? É uma boa
pergunta que exige um exercício de futurologia. Aqueles que não possuem
capacidade de ver um palmo adiante e prever como será o Brasil em 2021, deixarão
tudo como está para ver como fica. Os que desejarem uma vida mais tranquila,
segura, com perspectivas ótimas para si e seus descendentes, terão fatalmente
que tentar mudar o curso da história, e trilhar o caminho da vida sem a
necessidade de pegar carona na garupa ou no pescoço de um pangaré qualquer.
Este é o
grande desafio desta campanha. Preferir andar "solito" a pé que dividir uma
carona qualquer num pangaré acostumado a só andar de trote e não raro derrubar
o cargueiro.
>> O Jornal Francês Libération publicou
uma extensa reportagem sobre o combate ao coronavirus na cidade de Araraquara,
a 280 km de São Paulo. Governada por Edinho Silva (PT) a cidade colocou em
práica uma política de testagem em massa para isolar e tratar rapidamente os
infectados. Araraquara vai totalmente na contramão do fracasso que é o combate à
covid no Brasil, um dos países mais devastados pela doença. A cidade governada
por Edinho Silva fez testagem em massa e controlou a pandemia de maneira
surpreendente para os padrões brasileiros.
>> O colunista gaúcho Rodrigo
Constantino insurgiu-se com o fato de parte da imprensa e mídias sociais terem
classificado Amy Barrett, indicada por Ronald Tramp para a Suprema Corte dos
Estados Unidos como extremista de direita. Segundo o colunista, virou mania das
mídias classificarem qualquer conservador, defensor da extinta TFP (Tradição,
Família e Propriedade), e defensor das elites dominantes como extremista de
direita, como se isso fosse crime.
Belo gesto,
meu caro colega. Agora, classificar qualquer matuto com posições mais à
esquerda, defensor das igualdades social, racial e de gênero como comunista,
socialista, comedor de criancinhas, aí pode. Vá se catar, ô fanático!
Isso é
normal, afinal quem está acostumado a comer caviar e salmão, jamais vai se
sujeitar ao arroz com feijão de cada dia.
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