quarta-feira, 7 de outubro de 2020

VOLTA AO PASSADO

 

VOLTA AO PASSADO – 762 - 30.09.2020

 

>> Foi dada a largada para as eleições 2020, embora aparentemente restrinjam-se aos municípios. Mas isso são apenas aparências embora o clima eleitoral invada também as capitais estaduais e a da república.

As eleições municipais, comparadas com as atividades agrícolas, nada mais são que a preparação do solo para a colheita de 2022. A aparentemente simples eleição de um vereador, mesmo em Sanchas Parda, perto de Caximbetê, adquire uma importância comparável com a eleição de um deputado ou senador no devido tempo.

Não pensem os incautos que os palácios de governo não tenham lupas poderosas instaladas para identificar qualquer movimento contrário aos seus interesses "reeleitoreiros". Porém, nos megafones só se ouve palavras ardilmente calculadas para atrair os inocentes.

No fundo, lá no fundilho, o povo é instado a eleger seus representantes na esperança de dias melhores. Estes haverão de chegar, mas exclusivamente até aqueles que prometem.

 

       >> Não consigo esquecer  uma charada antiga que circulou logo após o fim do bipartidarismo, que assim propunha aos espertos:

1) O Partido “A” só (re)alisa, não (pro)mete;

2) O partido “B” só (pro)mete, não (re)alisa.

       Dada a realidade de São Miguel do Oeste, com a gangorra pendendo sempre para o mesmo lado, é de se perguntar ao eleitor se  quer ou não ser alisado. De qualquer forma, querendo ou não, vai se ferrar.

A propósito, tanto se fala do cavalo que passa encilhado. Desta vez, os cavalos encilhados que vem a trote, tem mais passageiros na  garupa que na sela. Tem passageiros montados até no pescoço do animal. Não tem lugar para mais ninguém.

 

>> O que é feito da política neste País? Virou uma casa d’Irene, uma casa de tolerância onde tem gente que vem e gente que vai, como diz a letra da música Italiana. Nem o Bolsonaro (recuso-me a chamá-lo presidente) acredita no partido que o conduziu ao poder. Aliá, quem o conduziu ao poder, ou seja, quem colocou o jabuti em cima da árvore, não foi uma estrutura partidária, mas uma estrutura difusora da ignorância, mais letal que o coronavírus.

Esta ignorância que tomou o Brasil de assalto, é responsável pela difusão do medo entre a população. Medo de morrer, medo de passar fome, medo de perder o emprego, medo de falir, medo de não ter assistência médica, medo de faltar comida, medo da depressão.

Crianças e adolescentes acordando de sobressalto durante a noite, aumento de número de suicídios, intolerância das pessoas com seus semelhantes, sintomas de depressão generalizados, tudo isto transforma a vida em verdadeiro calvário.

Nossos governantes que se propuseram a endireitar o País, perderam-se pelo caminho. Esqueceram-se da boa política. Esqueceram do povo, dos cidadãos, das Instituições, das tradições,, das famílias, para olhar somente o próprio umbigo e planejar seu futuro nababesco.

 

>> O que fará o povo nessas eleições? É uma boa pergunta que exige um exercício de futurologia. Aqueles que não possuem capacidade de ver um palmo adiante e prever como será o Brasil em 2021, deixarão tudo como está para ver como fica. Os que desejarem uma vida mais tranquila, segura, com perspectivas ótimas para si e seus descendentes, terão fatalmente que tentar mudar o curso da história, e trilhar o caminho da vida sem a necessidade de pegar carona na garupa ou no pescoço de um pangaré qualquer.

Este é o grande desafio desta campanha. Preferir andar "solito" a pé que dividir uma carona qualquer num pangaré acostumado a só andar de trote e não raro derrubar o cargueiro.  

 

>> O Jornal Francês Libération publicou uma extensa reportagem sobre o combate ao coronavirus na cidade de Araraquara, a 280 km de São Paulo. Governada por Edinho Silva (PT) a cidade colocou em práica uma política de testagem em massa para isolar e tratar rapidamente os infectados. Araraquara vai totalmente na contramão do fracasso que é o combate à covid no Brasil, um dos países mais devastados pela doença. A cidade governada por Edinho Silva fez testagem em massa e controlou a pandemia de maneira surpreendente para os padrões brasileiros.

 

>> O colunista gaúcho Rodrigo Constantino insurgiu-se com o fato de parte da imprensa e mídias sociais terem classificado Amy Barrett, indicada por Ronald Tramp para a Suprema Corte dos Estados Unidos como extremista de direita. Segundo o colunista, virou mania das mídias classificarem qualquer conservador, defensor da extinta TFP (Tradição, Família e Propriedade), e defensor das elites dominantes como extremista de direita, como se isso fosse crime.

Belo gesto, meu caro colega. Agora, classificar qualquer matuto com posições mais à esquerda, defensor das igualdades social, racial e de gênero como comunista, socialista, comedor de criancinhas, aí pode. Vá se catar, ô fanático!

Isso é normal, afinal quem está acostumado a comer caviar e salmão, jamais vai se sujeitar ao arroz com feijão de cada dia.

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