> Nada melhor que uma mudança radical para provocar outra
mudança radical. Bolsonaro chegou nesta república de bananas (a dos panacas),
sobre um andor, ao palácio da Alvorada. Muitos destes capitalistas que
carregavam o andor não possuíam, e ainda não possuem, qualquer capital. Assim
mesmo se revezavam ao estilo 4 X 4, compondo a velha tradição das procissões.
O radicalismo da mudança com perspectiva de
acumulação de capital (K num básico economês) acabou por disparar um tiro
certeiro que saiu pela culatra. Os que detinham algum K naquele momento, estão
vendo sua esperança se esvaindo. Os que não tinham sequer um K minúsculo,
perderam o “timer” e atualmente vagam pelo caminho das procissões a procura de
alguma água benta que os salve. Radicalismo é isso, segundo a primeira das 100
melhores leis de Murphy: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará
errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
Está aí pois o lucro deixado por uma mudança radical.
> Nada
pior que aquele arrependimento
martelante. Aquele que fica martelando dia e noite na cabeça dos reformadores
do mundo. Poxa vida, eu acreditei que a república de bananas (agora a fruta)
poderia se transformar na de maçã, goiaba, e até numa republiqueta de jacas.
Mas não deu certo. O santo que ajudei a carregar naquele andor, na verdade era
de pau oco. Isso é o que devem estar pensando aqueles que espalharam outdoors
pelas cidadezinhas do interior dizendo: “Quer um país melhor... seja honesto”.
Mas bah tchê, diria o gaúcho! Ou então, aqueles que espalharam impostômetros
pelas praças, cuja energia foi paga pelos otários, enquanto puderam enganá-los.
Quando descobriram que a eletricidade que mantinha o impostômetro reluzente
estava ligada na rede pública, o tal impostômetro sumiu. Sumiu até o “sonegômetro”,
pois o leão está sendo substituído por uma hiena: “além de morder, vai dar
risadas”! Eita nós espertos, afobados, crentes e radicais. Bestas, isto sim,
acreditando que o tal capitalismo radical de direita era amigo. Deixaria o
remediado rico e o rico ficaria milionário. Mas isto não seria de todo ruim,
desde que o PT parasse de roubar, que o comunismo voltasse para a União
Soviética e o socialismo ficasse em Cuba e Venezuela. Até poderia mandar uns
pobres embora, o que não seria mau. Poderiam trabalhar nos frigoríficos em
Angola e limpar bunda de crianças na França, porquê lá o cocô é perfumado.
> A última que morre é a esperança. Vamos então esperar com
calma, sem medo, pois tem muita coisa ainda por morrer até chegar a vez da
esperança. Quanto mais demorar, melhor. Assim haverá tempo de sobra para se
arrepender de ter ajudado a carregar um santo de pau oco. O problema é que até
chegar a vez do santo, ele vai matar primeiro a previdência, a escola, as
empresas, a economia, e talvez chegue até o País. Quando o santo milagreiro
matar o País, estará implantada a verdadeira igualdade de condição econômica:
seremos todos pobres. Que beleza!
> A pressa é inimiga da perfeição, já dizia Rui Barbosa. Por
essas bandas, o prefeito pôde sentir na pele a força da expressão. Apresentou
na colenda Câmara Municipal de Vereadores um projeto de lei para cobrar
contribuição de melhoria sobre pavimentação com asfalto em ruas que já possuem
esta melhoria com pedras irregulares. Resultado: “bateu na trave”!
Pudera não! Mandou o projeto
assim, como se joga um jornal velho embaixo da porta de um analfabeto. Os
nobres não gostaram e com olhos de lince procuraram os furos. E encontraram.
1. Nas ruas “contempladas”
com as melhorias, os proprietários já bancaram a pavimentação com pedras, às
suas próprias expensas;
2. O projeto atingiria somente áreas residenciais.
Nas áreas comerciais onde o valor venal dos imóveis é superior, as melhorias
foram custeadas com recursos públicos, portanto do povo, inclusive daqueles que
com o novo projeto teriam que contribuir.
3. Os recursos que serão aplicados foram obtidos
mediante empréstimo que será amortizado de forma parcelada. O desembolso
necessário será custeado por toda a população. Assim, toda a população deveria
ser beneficiada pela melhoria, não somente uma parte (as ruas selecionadas).
Por essas e outras, a colenda rejeitou. O projeto
mais parecia um queijo suíço. Cheio de furos.
Até a próxima.