quinta-feira, 25 de abril de 2019

705 - MUDANÇAS E CASAS NOVAS


NO JORNAL
       Como ultimamente, nesta república de bananas de povo que se julga vira lata (segundo Nelson Rodrigues) tudo muda, também este reles escriba foi agraciado com casa nova na página dois do semanário. Mas, o preço da mudança veio subliminarmente com o encurtamento do espaço. Não faz mal. Nestes tempos, quase tudo vem encurtando: economia, emprego, direitos previdenciários, individuais, segurança (estão matando gente à esmo), salário. Só não encurta o tempo para aposentadoria dos que mourejam pela sobrevivência, permanecendo curto para a casta de privilegiados. Pudera: eles garantem a sobrevivência dos seus “benfeitores”, no caso, os privilegiados cujo tempo permanece curto para gozar da aposentadoria.

NO PALÁCIO
       Lá também houveram mudanças substanciais. A biblioteca foi remodelada e o acervo substituído por bíblias; O museu adaptado aos novos tempos com a inclusão de mosquetes, bacamartes, canhão manual, espingardas, bigas etc. Nos guarda-roupas foram incluídos coturnos, polainas e fardas.

NA BIOGRAFIA
       Com a decisão de servir aos governos Donald Trump e Benjamin Netanyahu, é certo que tanto um quanto o outro financiaram a campanha de Jair Bolsonaro, financeira e tecnologicamente.
Quanto ao rumos do governo, a historiografia política não traz novidades, pois desde 1988 até os dias atuais, o agora presidente já passou por NOVE partidos políticos, todos radicais de direita. Só não foi filiado à ARENA, partido mãe da ditadura militar, pois foi criado e extinto antes que ele se insinuasse na política.

NA CASERNA
       Começaram as revelações da vida pregressa do ilustre presidente. Ingressou por mérito ao se classificar em uma das 38 vagas entre 40 mil inscritos. Mas seu amor incondicional pelo glorioso Exército Brasileiro não durou muito. Envolveu-se na luta por melhores soldos aos militares dando entrevistas, o que lhe rendeu 15 dias de masmorra. Articulou a explosão de bombas nas instalações militares com o mesmo objetivo (melhores salários). A carreira política livrou-o da expulsão e como prêmio, aposentou-se no glorioso aos TRINTA E TRÊS  anos de idade.


NO RIO DE JANEIRO
       Casa nova para o impoluto Sergio Cabral, que de palácios e mansões resolveu mudar-se para o conjunto habitacional de Bangu onde divide os aposentos com oito de seus amigos. Ainda no Rio de Janeiro, moradores do programa Tua Casa Minha Morte, viram sua moradia virar entulho. Alguns nem isso viram pois ficaram embaixo.
Melhor sorte teve o Presidente Lula, que pode ser tachado de nômade. Morou em São Paulo, Brasília, no sítio de Atibaia, no duplex de Guarujá e agora vive em segurança sob a proteção da Polícia Federal, com direito a cama, comida, roupa lavada, telefone, televisão, jornais. É visitado fisicamente ou em pensamento por milhões de brasileiros, todos com saudades dele. Isto que é sorte.

NEM OCA, QUEM DIRÁ ALDEIA
       O povo Xavante recorrerá à ONU contra o governo de Jair Bolsonaro. Numa queixa que será entregue ao Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial. Em Genebra, na sexta-feira, associações e assessores jurídicos que representam o grupo indígena denunciarão o desmonte da Funai e pedirão que obras de estradas planejadas para suas terras sejam suspensas até que consultas possam ser realizadas.
       Como Bolsonaro acabou com todas as comissões e instâncias da sociedade que poderão lhe escarafunchar, os Xavantes e outras tribos pretendem consultar os Pagés.

NEM NOVA YORK NEM NADA
       Continua a Via Crúcis para encontrar um lugar onde homenagear Jair Bolsonaro em Nova York. Já foi recusado no Museu Nacional e em restaurante famoso daquela cidade. O motivo foi o excesso de cultura do homenageado, que iria constranger os analfabetos do Museu e do Restaurante. Finalmente, ao que parece, arranjaram-lhe um hotel. Talvez seja um onde se realizam lutas de MMA e tenha cassino.
Não seria melhor trazer os “homenageantes” para o Rio de Janeiro, na favela Rio das Pedras, onde as milícias comandam o espetáculo? Lá, além de outras vantagens, em sendo Bolsonaro, haveria segurança absoluta.

MORAR NA VENEZUELA
       O presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que Donald Trump não alcançará seus objetivos de morar na Venezuela. Trump não passará, disse. Disse também que para neutralizar a tentativa de golpe, Caracas está rompendo relações diplomáticas com os Estados Unidos. Eles que morem no Alaska, disse.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

704 - DIFÍCIL MUDAR DE ASSUNTO


NOSSA REALIDADE
       Os meios de comunicação do interior, longe dos centros de poder, debatem-se contra a falta de fatos e acontecimentos capazes de gerar notícias para alimentar rádios e jornais. As alternativas são os plantões, que passam o dia vasculhando a internet em busca de algo novo para alimentar os seus noticiários.
       É uma missão espinhosa, pois os órgãos de comunicação tem interesses locais. Para tanto precisam atrair a atenção dos leitores e ouvintes, com o intuito de manter o faturamento pela publicidade. Consequentemente, precisam se ater aos acontecimentos locais, embora carentes de conteúdo e importância.
       As desgraças e a política são um prato cheio para a falta de assunto. Embora repetitivo ou enfadonho, sempre estarão nas principais manchetes dos noticiários. As desgraças por períodos limitados.
A política é uma fonte inesgotável de notícias, além de alimentar articulistas, jornalistas e especialistas nos mais variados temas, principalmente no momento em que vivemos. O governo atual colabora sobremaneira para fornecer abundante material aos profissionais de imprensa, não só no nosso Brasil como no mundo inteiro.
Este talvez seja o principal motivo de não haver interesse em falar de flores, teatro, cinema, música, etc. pois a política ocupa todos os espaços. Nem o incêndio da Catedral de Notre Dame, um dos locais mais visitados no mundo, será capaz de neutralizar a profusão de bobagens que saem do nosso centro de poder.  

DOR DE BARRIGA
O povo brasileiro escorregou da rampa e caiu no banhado. Está mergulhado na água contaminada, e quando consegue emergir é tomado por um mal-estar crescente com o governo Bolsonaro que ajudou a colocar no poder.
Alguns milhões de eleitores que confiaram na fala fácil, estão assustados com suas declarações e ações desastradas e muito mais com sua falta de decoro e civilidade.
A grande imprensa, sempre fiel aos governos, já não consegue mascarar os acontecimentos que pipocam todos os dias nos meios de comunicação.
Cresce o medo em relação ao futuro, pois a frustração das expectativas atinge o desempenho da economia, gerando um ambiente negativo. O consumo se retrai, os investimentos escasseiam, a especulação cresce e a fome já se faz sentir. O que fica patente nesse emaranhado de dificuldades, é que o Brasil tem um governo que é contra a sociedade e uma sociedade que é contra o governo.

DISTANCIAMENTO
As duas principais prioridades do governo, distanciaram a participação do povo. A primeira, da Previdência Social, disseminou a insegurança em relação à sobrevivência da maioria da população brasileira. A proposta é contra a sociedade pois ataca direitos dos mais pobres e criará no futuro, legiões de idosos desprotegidos.
A segunda prioridade, o pacote anticrime, a discordância da sociedade com o governo, Bolsonaro e Moro, ganha maior amplitude. A ânsia por implantar o pacote incentiva a violência de quem está armado, contra uma sociedade constituída de pobres, mulheres e jovens, cada vez mais indefesos.
As pesquisas mostram uma realidade espantosa, pois 64% dos brasileiros querem a proibição da venda de armas e 72% condenam a tese de que a sociedade se sente mais segura com as pessoas armadas. Para completar, 81% das pessoas acham que a polícia não pode atirar livremente em suspeitos.  

DEMOCRACIA
       É sabido que não há democracia sem participação do povo. Bolsonaro age para desarticular esta participação. Emitiu decretos para enfraquecer os sindicatos e acabou suspendendo a participação dos conselhos participativos de várias áreas governamentais. Agora, pretende atacar as agremiações estudantis, retirando a prerrogativa de distribuir carteirinhas de estudante.
As várias ações do governo apontam para a intenção de sufocar a sociedade, pois quanto mais fraca, mais liberdade terá o governo para o arbítrio.
Os ditadores governam com minorias contra maiorias. Os sinais de que Bolsonaro opta por governar com uma minoria contra a sociedade, vieram no dia da posse e se multiplicaram ao longo dos 100 primeiros dias. Bolsonaro optou por um discurso fratricida, de guerra ideológica, de desunião do país. Não emitiu nenhum sinal de que pretenda unir o país implantando um diálogo democrático, buscando ampliar apoios na sociedade. Pelo contrário: com mentiras alimentou a divisão e o ódio. Não passa dia sem um ataque ideológico.
Mandos e desmandos constituem a essência do método de governo dos ditadores. Bolsonaro indica que está trilhando este caminho.


CONFRONTO
       Um confronto escancarado coloca o Supremo Tribunal Federal de um lado e a Lava Jato e extrema-direita de outro, reproduzindo uma cena grotesca de luta livre num ringue gigantesco. Enquanto isso, Bolsonaro reforça a segurança do Estado, estimula a violência policial e as milícias. Expulsa a sociedade civil do aparelho Estatal. O cenário fica nebuloso porque é agravado pelo fato de Bolsonaro ser o presidente de primeiro mandato ter a pior avaliação da história, e pelo fato de a principal bandeira do governo ser a destruição da Previdência Social que está praticamente inviabilizada. Aliado a tudo isso, a economia brasileira está em frangalhos. 

703 - SEM CHANCES


SEM CHANCES
       Esta é a 703ª coluna publicada neste jornal. Considerando que em algumas edições não o foi e também o costumeiro período de recesso, foram quase 15 anos de escritos. Uma adolescência, seguramente.
       A coluna nasceu e continua crítica. Nesse tempo, poucos acontecimentos fizeram mudar o perfil. Até mesmo o comportamento das pessoas, aí incluídos os governantes, provocaram a tão esperada mudança.

SAÍDA E CHEGADA
       O Brasil saiu de um período contestado. O povo queria mudanças. Elas chegaram, mas deixaram para trás a humanidade e a urbanidade. A intolerância que incita a violência foi resgatada não se sabe de onde, pois não faz parte da nossa história.
       O atual presidente da república (a letra minúscula é deliberada, pois jair bolsonaro não é presidente, nem o país é república), regozijou-se com os que mataram 11 delinquentes em São Paulo, como se matar fosse uma façanha.
       Em contrapartida, tanto ele quanto o “mouro”, seu fiel escudeiro, fizeram “boca chiusa” sobre o triste e lamentável episódio do assassinato de um pai de família no Rio de Janeiro com 81 tiros de fuzil desferidos pelo glorioso exército brasileiro. E agora, “bozo” e “mouro”, vocês não vão dizer nada?

MOUROS E JUSTIÇEIROS
       Mauritanos, Mauros ou Sarracenos são considerados povos praticantes do Islã, oriundos do Marrocos, Argélia, Mauritânia e Saara Ocidental, invasores da península Ibérica, Sicília, Malta e parte da França, durante a Idade Média.
       Franck Castle, o justiceiro, era um soldado condecorado que teve sua mulher e seus dois filhos mortos em um tiroteio entre criminosos. Castle então declarou guerra ao mundo do crime. Adotou um uniforme com uma caveira e resolveu eliminar tantos criminosos quanto possível. Isso o colocou em confronto com outros super-heróis que afirmavam ser errado tirar a vida mesmo de criminosos.

FALOU E DISSE
O ex-ministro Rubens Ricupero, experiente diplomata com atuação em organismos multilaterais e acadêmico na área de relações internacionais, diz que a política externa do governo Bolsonaro é de destruição e pode transformar o Brasil em pária internacional. Ele afirma que o presidente da República não é apresentável em quase nenhuma capital, talvez nem mesmo nessas que visitou.
Ele alerta que é preciso deter o retrocesso do Brasil, sob o risco de sermos percebidos como são vistos alguns dos países que Bolsonaro e Araújo admiram, e são a expressão do populismo e do obscurantismo de extrema direita. Para Ricupero, o prestígio diplomático do Brasil aproxima-se do seu ponto mais baixo.

QUER APRENDER
       O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu uma declaração reforçando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um preso político. Segundo o blog do jornalista Juca Kfouri, Guedes disse estar 'convencido' de que Lula não roubou um tostão, e que seu patrimônio prova isso. Ele não teve quem o avisasse do que acontecia em torno de seu governo. Segundo Juca Kfouri, a declaração foi dada no último dia 12 de março, durante reunião com seis presidentes de Tribunais de Contas estaduais no sexto andar do Ministério da Economia.

SEIS POR MEIA DÚZIA
Em sua primeira entrevista, o ministro da Educação ataca os eleitores do Partido dos Trabalhadores: "Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT". Para Weintraub, o partido é um inimigo que deve ser eliminado. As opiniões do novo ministro revelam que o obscurantismo vai continuar sendo o principal ingrediente da ação do MEC durante o governo Bolsonaro. O contraste com as forças democráticas e progressistas é flagrante. Enquanto o PT lançou um professor universitário, o candidato de Weintraub, hoje presidente, tem uma postura anti-intelectual. Sobre a pasta que vai gerir, o novo ministro diz que Bolsonaro pediu "resultados e gestão".

A MORTE RONDA A COXILHA
       O cientista político Alberto Carlos Almeida publicou uma sequência de tuítes analisando quatro diferentes avaliações do Governo Bolsonaro com base em pesquisas recentes dos institutos Ibope, Datafolha e XP. O resultado é uma deterioração dramática da avaliação do governo, de difícil recuperação.
Almeida concluiu que a avaliação do governo Bolsonaro piora muito junto a todos os públicos. As pioras mais significativas são do mercado financeiro dos deputados quando perguntados como é o relacionamento com a Câmara.
Bolsonaro cairá aos 25% de aceitação junto à população. Vai ficar com os apoiadores fiéis das redes sociais. A queda é dramática para ele, acossado pelos olavistas e prisioneiro do que ele continua falando.
A economia ruim, a economia mundial arrefecendo o ritmo, se ele fizer um governo péssimo por quatro anos estará no lucro por não ser deposto antes. Ele está prisioneiro dos olavistas de um lado e dos militares, de outro. Ele não sabe como compatibilizá-los.

CANOA FURADA
       Os cem dias de Jair Bolsonaro à frente do governo do Brasil foram um fracasso, de acordo com a mídia internacional. O Le Monde, informa que o lobby evangélico se sente abandonado pelo chefe do Planalto. O alemão Der Standard aponta "medo e desilusão" no Brasil. A Nau, da mídia suíça, diz que os cem dias são marcados pela violência policial e que a destruição ambiental está em ascensão. Segundo a AP, o mandato foi marcado por "lutas internas, "insultos a adversários e aliados" e "elogios à ditadura brasileira de 1964-1985". O jornal russo Kommersant destaca que Bolsonaro não descarta invasão na Venezuela.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

COMPRADORES DE BONDES


COMPRADOR DE BONDE - 702
       Um parente gaúcho, bolsominion doente que acreditou no sem noção pensando que iria consertar o Brasil, mandou uma mensagem para esta coluna enaltecendo a deputada Alê Silva, do PSL, eleita por Minas Gerais pelo fato de ter usado a verba destinada à mudança de residência de Minas para Brasília, no valor de R$ 33.000,00. Com o dinheiro, adquiriu cadeiras de rodas, poltronas para banheiro e outras quinquilharias, doando-as aos hospitais da região de sua influência. Meu parente achou isto um ato extraordinário.
       Como este reles colunista de banheiro segundo palavras de meus leitores “mui amigos” não nasceu ontem, não resistiu à tentação de responder a mensagem nos seguintes termos: “a deputada está fazendo reverência com chapéu alheio (dinheiro do povo) como você mesmo diz, e você acha maravilhoso. Que falta de imaginação! Você não percebeu que ela está se preparando para a reeleição? Só não vê quem é tapado, comprador de bonde, igual aos mineiros que a elegeram.

IMITANDO O LULA
Ao contrário do que disse nesta segunda-feira, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira que o presidente Jair Bolsonaro não tinha ciência da divulgação do vídeo pró-golpe por canais da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto no WhatsApp. "Em tese, ele deveria saber. Agora sei que ele não sabia", declarou Mourão.
Ontem, ao ser questionado sobre se achava certa a divulgação de um vídeo exaltando o golpe militar de 1964, Mourão respondeu: "Decisão do presidente. Foi divulgado pelo Planalto, é decisão do presidente".
O staff da presidência da república deve estar com saudades do Lula, que embora preso continua fazendo escola. Eles já aprenderam a dizer que não sabiam de nada. O impoluto vice presidente da República, que parecia um militar fora de combate, vestiu a gandola e calçou os coturnos e saiu por aí mourejando o lugar comum dos incompetentes: falar o que lhe vem à cabeça.

TIRO NO PÉ
       Pegou mal entre os países árabes a decisão de Jair Bolsonaro de instalar um escritório de cooperação comercial e diplomática em Jerusalém, capital disputada entre Israel e Palestina. Após a repercussão, o presidente se propôs a se reunir com líderes árabes e esclarecer a posição do Brasil.
       Para o professor de Direito Internacional da Universidade Mackenzie, Clayton Vinícius Pergoraro, a visita do mandatário brasileiro a Israel deveria ter se focado em questões de fortalecimento da cooperação tecnológica, transferência de know how militar e oportunidades para o agronegócio. Ele classificou a decisão de instalar o escritório em Jerusalém como "potencialmente desastrosa.
Maior exportador de carne do mundo — aquela na qual o abate do animal segue os preceitos muçulmanos —, o Brasil poderá ser retaliado com embargos por nações árabes que apoiam a Palestina. Em decorrência do problema, Pergoraro aposta em um acordo com os Emirados Árabes "por questões de negócios e também por uma questão de turismo e estratégica, sem descartar a possibilidade de reunião com a Arábia Saudita e outros países que congregasse a conversa".

SEM NOÇÃO
       Em vez de considerar uma honra e um privilégio ter sido eleito para presidir o Brasil, Jair Bolsonaro disse na manhã desta quarta-feira que a Presidência é um "abacaxi" e que "graças a Deus" ficará por pouco tempo. Bolsonaro disse, ainda, que está apenas "tocando o barco". A declaração de Bolsonaro é no mesmo espírito da proferida pelo ministro da Educação, de que a pasta da qual é responsável também é um "abacaxi".
Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi, disse Bolsonaro pouco antes de retornar da viagem oficial a Israel.
A afirmação sobre a Presidência da República ser um "abacaxi" foi feita após repórteres questionarem se a visita a Israel tinha alguma relação com a tentativa de reeleição do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

MENTECAPTO
       Ao comentar a declaração do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que em seu perfil no Twitter disse: “quero que o movimento palestino Hamas se exploda", o ex-ministro Ciro Gomes disse que o filho do presidente é um "mentecapto" que prejudica o país e atrapalha a paz interna dos brasileiros.
       O Senado tem que levar este irresponsável à comissão de ética! Este mentecapto, filho de um presidente totalmente despreparado, afirmou Ciro Gomes nas redes sociais. Segundo Ciro Gomes, a afirmação de Flavio Bolsonaro prejudica o Brasil em duas frentes: o comércio exterior e a paz interna.

NÃO DÁ MAIS
       "Chega! Chegamos ao limite! Não dá mais! Acabou a paciência!". Foi desta maneira que o  o deputado ruralista Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), dirigiu-se nesta terça-feira aos líderes do governo no Congresso e na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP) e Vitor Hugo (PSL-GO); motivo foi a mensagem de ódio contra o movimento palestino Hamas, publicada nas redes sociais por Flávio Bolsonaro, que mais uma vez ameaça as exportações brasileiras para o mercado árabe.

701 - SONHOS, CINEMA E REZA


701 SONHOS, CINEMA E REZA
       De nada adianta alertar o povo sobre o complexo de vira-latas que nos persegue, acredito desde o descobrimento. A cada dia que passa alguém nos toma para idiota, recrudescendo o complexo. Imagino que o objetivo a ser alcançado é o de incutir na cabeça de cada cidadão, que realmente somos uma república de bananas habitada por uma matilha de vira-latas sem dono.
Os ardis utilizados para internalizar o complexo, é dos mais ridículos, só efetivados no Brasil Varonil pretensioso, que pensa compor uma elite de países desenvolvidos e em todos os indicadores aparece pelas tabelas. Desde Cabral, os governos, quase todos, tem contribuído para tanto. Fiéis ao dogma de que a garantia da estabilidade dos interesses, se localiza no interior de uma redoma de ignorância e analfabetismo de todos os matizes, os governos, e principalmente este, insiste em alterar o sistema de alfabetização e ensino, reduzindo-o à matemática, ordem unida, hierarquia e disciplina. Desse jeito continuaremos exportadores de commodities.

A EFICIÊNCIA DO SONO
       Foi o próprio quem contou que durante sua internação hospitalar os médicos conferiram a qualidade do sono do presidente Jair Bolsonaro. Seu sono registrava 90 alterações por hora. Um recorde.
       Os médicos perguntaram-lhe como conseguia raciocinar. Talvez por isso, vê-se que o sujeito não raciocina. Não passou um dia sequer de seu governo, sem que tropeçasse em suas próprias pernas, sem uma gafe qualquer ou um projeto mirabolante cujo destino é a cesta do lixo.  Sono é assunto importante. Talvez isso explique muitas coisas que ninguém consegue entender.

FAÍSCA ATRASADA
       Governar um país, mesmo de bananas, é outra coisa. A primeira a esquecer é a campanha. Daí para frente, a missão maior é buscar a conciliação entre o governo, os políticos e o povo. Todos esses conjuntos devem estar em perfeita harmonia, sem tensões e sem disputas. As promessas de campanha, muitas das quais de proporções ridículas sem precedentes, devem ser esquecidas. Fabricar tensões é mau negócio para o governante.

A BÍBLIA DO PRÍNCIPE
       A ignorância é a mãe de todos os problemas. Principalmente os governamentais. O atual governo de Jair Bolsonaro, começou a governar pela Bíblia. Deveria ter começado pelo Príncipe, de Nicollò Machiavelli. O problema é que os ignorantes acham que Machiavelli, que chamam de Maquiavel, tem parte com o demônio além de ser comunista. Por este motivo, da ignorância e do complexo de vira-latas, “O Príncipe” não é o livro de cabeceira. É a bíblia. Não que esta não seja importante, mas no seu devido tempo e lugar. Não no Palácio da Alvorada.

DE JÂNIO À BOLSONARO
       Jânio Quadros ficou célebre por escrever um dicionário e governar o Brasil por bilhetinhos. Este, o atual, ainda quer ser famoso distribuindo espingardas, lendo a Bíblia e ensinando libras, ordem unida, hierarquia e disciplina às crianças em idade escolar.
       Jânio proibiu rinhas de galo e praias com biquínis. Bolsonaro quer permitir o uso de armas e proibir aposentadorias aos trabalhadores. Pequenas coincidências. Do primeiro conhece-se o fim. O segundo é uma incógnita. Talvez a matemática possa resolver.

DO TRABALHO AO LAZER
       Já que não dorme direito nos horários próprios para isto, o presidente aproveita as manhãs para ir ao cinema. Talvez lá possa “tirar um cochilo”, uma vez que pela natureza do filme, falado em libras, haverá silêncio absoluto.

EDUCAÇÃO E CULTURA AÉREA
       Durante a campanha, Bolsonaro e seus seguidores redescobriram o Brasil. Mandaram Pedro Alvares Cabral catar coquinhos e determinaram a Pero Vaz de Caminha que reescrevesse a carta endereçada a El Rei, utilizando libras, pois o alfabeto seria substituído por hieróglifos.  A estrutura sesquicentenária da atual república de bananas seria alterada, juntando a educação com a cultura.
Nada disso aconteceu e nada foi juntado ao nada. O atual Ministério da Educação está sendo dirigido por um estrangeiro com sotaque espanhol. A Cultura está silente, em planejamento.
Os cargos na Educação são disputados a golpes de facão. A cada dia rola uma cabeça.  A do Ministro está a prêmio.

NEM COM REZA
       O presidente da câmara, Rodrigo Maia, afirmou que o governo ainda não começou e que o presidente está brincando de presidir o País. Assim se pronunciou após ter sido questionado sobre uma entrevista de Bolsonaro na TV Bandeirantes na qual o presidente disse que o deputado está abalado, por questões pessoais. Rodrigo Maia disse achar que está na hora de parar com esse tipo de brincadeira, está na hora de sentar na cadeira dele e a gente em conjunto resolver os problemas do Brasil.

700 PAÍS DE VIRA LATAS


POVO E PAÍS DE VIRA LATAS
       Complexo de vira-lata é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi oi derrotada pelo Uruguai na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã.
       Por “complexo de vira-lata” é a inferioridade em que o brasileiro se coloca em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem.
       A ideia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou degenerado, não é nova, e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês Arthur de Gobineau desembarcou em 1845 no Rio de Janeiro e chamou os cariocas de verdadeiros macacos.
       Nas décadas de 1920 e 1930, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns proclamavam que a miscigenação era a raiz de todos os males e que a raça branca era superior às demais.
       Em 1903, Monteiro Lobato revela-se pessimista com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido: “o Brasil, filho de pais inferiores, destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem um cunho inconfundível em certos indivíduos, cresceu tristemente, dando como resultado um tipo imprestável, incapaz de continuar a se desenvolver sem o concurso vivificador do sangue de alguma raça original.

NO CAMPO CIENTÍFICO
       No campo científico, o País é conhecido por suas criações inventivas (aeróstato, máquina de escrever, avião, automóveis bicombustíveis), jamais teve sua produção científica reconhecida através de um prêmio Nobel, enquanto outros países sul-americanos já conquistaram o prêmio.
       Humberto Mariotti, escritor e ensaísta, diz que pelo fato de o brasileiro ainda não ter atingido o estágio de “knowledge worker” preconizado na década de 1950 por Peter Drucker, no qual o trabalhador domina o conhecimento e se torna menos suscetível aos efeitos devastadores do desemprego, contenta-se com pouco e sente-se satisfeito quando recebe alguma atenção por parte das autoridades. Esta auto desqualificação já teria atravessado o Atlântico e chegado a Portugal onde trabalhador brasileiro é sinônimo de garçom ou peão de construção civil. Nossa única profissão exportável, mesmo assim não qualificada pela educação formal, é a de jogador de futebol.
       Em seu livro “La alegría y la pasión: relatos brasileños y argentinos em perspectiva comparada” (2015), o cientista político e ensaísta argentino Vicente Palermo afirma que existe uma ambiguidade entre o complexo de inferioridade do povo brasileiro em geral, e a visão otimista dos governantes e classes mais abastadas. Por fim, Vicente Palermo cita o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, que diz serem os brasileiros seres “fisiológicos seculares, patrimonialistas, teimosos, arrogantes, malandros, ignorantes, prepotentes, apenas nos resta pensar: o que nos falta desaprender para chegar a um ideal de país? Como faremos para chegar ao futuro de uma desilusão? Quantas décadas levaremos para desaprender toda a estupidez que cultivamos durante 400 anos?”

GOVERNO QUE NÃO AJUDA
       Uma onda de vergonha e indignação tomou conta das redes sociais desde o início da visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
São tantas as ofensas grosseiras e agressões ao povo brasileiro, à nossa história como país independente, que as pessoas já não sabem mais nem o que dizer.
A impressão que dá é de vivermos o fim dos tempos e nada mais nos resta a fazer. Acabou o Brasil?
Parece que estamos todos anestesiados diante do acúmulo de barbaridades sem fim cometidas nas últimas 48 horas.
O pior de Jair Bolsonaro é que se trata de um homem de palavra: está fazendo tudo o que prometeu na campanha eleitoral. Ninguém pode reclamar.
Como ele mesmo afirmou logo após sua chegada a Washington, primeiro é necessário “desconstruir o Brasil para livrá-lo do comunismo”, e depois pensar em construir um outro país.
Que novo país será esse nem ele próprio sabe, em seus delírios megalomaníacos de napoleão de hospício, que pensa ser igual ao seu idolatrado Donald Trump.
Primeiro, ele resolveu entregar o Brasil de porteira fechada aos fazendeiros americanos. Depois, ele decide o que vai fazer.
Ainda nem havia começado a “histórica” reunião de Jair com Donald na Casa Branca, e já entregamos todos os anéis, sem ganhar nada em troca, para nos tornarmos uma colônia baba-ovo dos Estados Unidos.
A rendição do capitão reformado e seus generais de pijama é absoluta, sem disfarces, tramada à luz do dia e dos holofotes, e consumada em documentos oficiais.
Em 1964, como ficamos sabendo 30 anos depois, o golpe militar foi tramado com o apoio da CIA e dos mesmos aliados que no ano passado prenderam Lula para voltarem ao poder com Bolsonaro.
Agora, a agência americana de espionagem recebe a “visita de cortesia”, fora da agenda oficial, de um alegre presidente brasileiro, acompanhado do seu sinistro ministro da Justiça.
Enquanto isso, em Brasília, o filho conhecido como 02, popular “Carlucho”, toma o lugar do general vice no Palácio do Planalto e anuncia no Twitter que está tocando a agenda presidencial, a mando do pai. "Nunca o Brasil se submeteu a essa humilhação", diz Celso Amorim.