sexta-feira, 5 de abril de 2019

701 - SONHOS, CINEMA E REZA


701 SONHOS, CINEMA E REZA
       De nada adianta alertar o povo sobre o complexo de vira-latas que nos persegue, acredito desde o descobrimento. A cada dia que passa alguém nos toma para idiota, recrudescendo o complexo. Imagino que o objetivo a ser alcançado é o de incutir na cabeça de cada cidadão, que realmente somos uma república de bananas habitada por uma matilha de vira-latas sem dono.
Os ardis utilizados para internalizar o complexo, é dos mais ridículos, só efetivados no Brasil Varonil pretensioso, que pensa compor uma elite de países desenvolvidos e em todos os indicadores aparece pelas tabelas. Desde Cabral, os governos, quase todos, tem contribuído para tanto. Fiéis ao dogma de que a garantia da estabilidade dos interesses, se localiza no interior de uma redoma de ignorância e analfabetismo de todos os matizes, os governos, e principalmente este, insiste em alterar o sistema de alfabetização e ensino, reduzindo-o à matemática, ordem unida, hierarquia e disciplina. Desse jeito continuaremos exportadores de commodities.

A EFICIÊNCIA DO SONO
       Foi o próprio quem contou que durante sua internação hospitalar os médicos conferiram a qualidade do sono do presidente Jair Bolsonaro. Seu sono registrava 90 alterações por hora. Um recorde.
       Os médicos perguntaram-lhe como conseguia raciocinar. Talvez por isso, vê-se que o sujeito não raciocina. Não passou um dia sequer de seu governo, sem que tropeçasse em suas próprias pernas, sem uma gafe qualquer ou um projeto mirabolante cujo destino é a cesta do lixo.  Sono é assunto importante. Talvez isso explique muitas coisas que ninguém consegue entender.

FAÍSCA ATRASADA
       Governar um país, mesmo de bananas, é outra coisa. A primeira a esquecer é a campanha. Daí para frente, a missão maior é buscar a conciliação entre o governo, os políticos e o povo. Todos esses conjuntos devem estar em perfeita harmonia, sem tensões e sem disputas. As promessas de campanha, muitas das quais de proporções ridículas sem precedentes, devem ser esquecidas. Fabricar tensões é mau negócio para o governante.

A BÍBLIA DO PRÍNCIPE
       A ignorância é a mãe de todos os problemas. Principalmente os governamentais. O atual governo de Jair Bolsonaro, começou a governar pela Bíblia. Deveria ter começado pelo Príncipe, de Nicollò Machiavelli. O problema é que os ignorantes acham que Machiavelli, que chamam de Maquiavel, tem parte com o demônio além de ser comunista. Por este motivo, da ignorância e do complexo de vira-latas, “O Príncipe” não é o livro de cabeceira. É a bíblia. Não que esta não seja importante, mas no seu devido tempo e lugar. Não no Palácio da Alvorada.

DE JÂNIO À BOLSONARO
       Jânio Quadros ficou célebre por escrever um dicionário e governar o Brasil por bilhetinhos. Este, o atual, ainda quer ser famoso distribuindo espingardas, lendo a Bíblia e ensinando libras, ordem unida, hierarquia e disciplina às crianças em idade escolar.
       Jânio proibiu rinhas de galo e praias com biquínis. Bolsonaro quer permitir o uso de armas e proibir aposentadorias aos trabalhadores. Pequenas coincidências. Do primeiro conhece-se o fim. O segundo é uma incógnita. Talvez a matemática possa resolver.

DO TRABALHO AO LAZER
       Já que não dorme direito nos horários próprios para isto, o presidente aproveita as manhãs para ir ao cinema. Talvez lá possa “tirar um cochilo”, uma vez que pela natureza do filme, falado em libras, haverá silêncio absoluto.

EDUCAÇÃO E CULTURA AÉREA
       Durante a campanha, Bolsonaro e seus seguidores redescobriram o Brasil. Mandaram Pedro Alvares Cabral catar coquinhos e determinaram a Pero Vaz de Caminha que reescrevesse a carta endereçada a El Rei, utilizando libras, pois o alfabeto seria substituído por hieróglifos.  A estrutura sesquicentenária da atual república de bananas seria alterada, juntando a educação com a cultura.
Nada disso aconteceu e nada foi juntado ao nada. O atual Ministério da Educação está sendo dirigido por um estrangeiro com sotaque espanhol. A Cultura está silente, em planejamento.
Os cargos na Educação são disputados a golpes de facão. A cada dia rola uma cabeça.  A do Ministro está a prêmio.

NEM COM REZA
       O presidente da câmara, Rodrigo Maia, afirmou que o governo ainda não começou e que o presidente está brincando de presidir o País. Assim se pronunciou após ter sido questionado sobre uma entrevista de Bolsonaro na TV Bandeirantes na qual o presidente disse que o deputado está abalado, por questões pessoais. Rodrigo Maia disse achar que está na hora de parar com esse tipo de brincadeira, está na hora de sentar na cadeira dele e a gente em conjunto resolver os problemas do Brasil.

Nenhum comentário: