701 SONHOS, CINEMA E REZA
De nada adianta alertar o povo
sobre o complexo de vira-latas que nos persegue, acredito desde o
descobrimento. A cada dia que passa alguém nos toma para idiota, recrudescendo
o complexo. Imagino que o objetivo a ser alcançado é o de incutir na cabeça de
cada cidadão, que realmente somos uma república de bananas habitada por uma
matilha de vira-latas sem dono.
Os ardis
utilizados para internalizar o complexo, é dos mais ridículos, só efetivados no
Brasil Varonil pretensioso, que pensa compor uma elite de países desenvolvidos
e em todos os indicadores aparece pelas tabelas. Desde Cabral, os governos,
quase todos, tem contribuído para tanto. Fiéis ao dogma de que a garantia da
estabilidade dos interesses, se localiza no interior de uma redoma de
ignorância e analfabetismo de todos os matizes, os governos, e principalmente
este, insiste em alterar o sistema de alfabetização e ensino, reduzindo-o à
matemática, ordem unida, hierarquia e disciplina. Desse jeito continuaremos
exportadores de commodities.
A EFICIÊNCIA DO SONO
Foi o próprio quem contou que
durante sua internação hospitalar os médicos conferiram a qualidade do sono do
presidente Jair Bolsonaro. Seu sono registrava 90 alterações por hora. Um
recorde.
Os
médicos perguntaram-lhe como conseguia raciocinar. Talvez por isso, vê-se que o
sujeito não raciocina. Não passou um dia sequer de seu governo, sem que
tropeçasse em suas próprias pernas, sem uma gafe qualquer ou um projeto
mirabolante cujo destino é a cesta do lixo.
Sono é assunto importante. Talvez isso explique muitas coisas que
ninguém consegue entender.
FAÍSCA ATRASADA
Governar
um país, mesmo de bananas, é outra coisa. A primeira a esquecer é a campanha.
Daí para frente, a missão maior é buscar a conciliação entre o governo, os
políticos e o povo. Todos esses conjuntos devem estar em perfeita harmonia, sem
tensões e sem disputas. As promessas de campanha, muitas das quais de
proporções ridículas sem precedentes, devem ser esquecidas. Fabricar tensões é
mau negócio para o governante.
A BÍBLIA DO PRÍNCIPE
A ignorância é a mãe de todos os
problemas. Principalmente os governamentais. O atual governo de Jair Bolsonaro,
começou a governar pela Bíblia. Deveria ter começado pelo Príncipe, de Nicollò
Machiavelli. O problema é que os ignorantes acham que Machiavelli, que chamam
de Maquiavel, tem parte com o demônio além de ser comunista. Por este motivo,
da ignorância e do complexo de vira-latas, “O Príncipe” não é o livro de
cabeceira. É a bíblia. Não que esta não seja importante, mas no seu devido
tempo e lugar. Não no Palácio da Alvorada.
DE JÂNIO À BOLSONARO
Jânio
Quadros ficou célebre por escrever um dicionário e governar o Brasil por
bilhetinhos. Este, o atual, ainda quer ser famoso distribuindo espingardas, lendo
a Bíblia e ensinando libras, ordem unida, hierarquia e disciplina às crianças
em idade escolar.
Jânio
proibiu rinhas de galo e praias com biquínis. Bolsonaro quer permitir o uso de
armas e proibir aposentadorias aos trabalhadores. Pequenas coincidências. Do
primeiro conhece-se o fim. O segundo é uma incógnita. Talvez a matemática possa
resolver.
DO TRABALHO AO LAZER
Já
que não dorme direito nos horários próprios para isto, o presidente aproveita
as manhãs para ir ao cinema. Talvez lá possa “tirar um cochilo”, uma vez que
pela natureza do filme, falado em libras, haverá silêncio absoluto.
EDUCAÇÃO E CULTURA AÉREA
Durante
a campanha, Bolsonaro e seus seguidores redescobriram o Brasil. Mandaram Pedro
Alvares Cabral catar coquinhos e determinaram a Pero Vaz de Caminha que
reescrevesse a carta endereçada a El Rei, utilizando libras, pois o alfabeto
seria substituído por hieróglifos. A
estrutura sesquicentenária da atual república de bananas seria alterada,
juntando a educação com a cultura.
Nada disso
aconteceu e nada foi juntado ao nada. O atual Ministério da Educação está sendo
dirigido por um estrangeiro com sotaque espanhol. A Cultura está silente, em
planejamento.
Os cargos
na Educação são disputados a golpes de facão. A cada dia rola uma cabeça. A do Ministro está a prêmio.
NEM COM REZA
O
presidente da câmara, Rodrigo Maia, afirmou que o governo ainda não começou e
que o presidente está brincando de presidir o País. Assim se pronunciou após
ter sido questionado sobre uma entrevista de Bolsonaro na TV Bandeirantes na
qual o presidente disse que o deputado está abalado, por questões pessoais. Rodrigo
Maia disse achar que está na hora de parar com esse tipo de brincadeira, está na hora
de sentar na cadeira dele e a gente em conjunto resolver os problemas do
Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário