sábado, 19 de dezembro de 2020

FIM DE FESTA NA COLENDA

 

O FIM DE FESTA NA COLENDA - 767 – 17.12.2020

 

Ø    As últimas sessões da Colenda Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste vêm se transformando no melhor programa humorístico da atualidade. Abrindo um parêntesis, a Pandemia aliada à perda da credibilidade de imprensa pelos movimentos do jaboti Bolsonaro que destruiu o que restou, não deixando alternativas senão a busca na fofoca, na observação dos micos e das bobagens que saem da boca das gentes que se acham o máximo.

Ø    A imprensa local, para quem acha normal, é incapaz de produzir algo isento, de utilidade, que não seja para enaltecer quem chega até nossas paragens em busca de votos ou alguma notoriedade que a vida pública ou atuação política não lhe proporcionam, devido a sua inércia nos temas de interesse da sociedade Migueloestina.

Ø    Malgrado tudo o que pensamos sobre nossa cidade, Pólo Microrregional, bem servida de infraestrutura de bens e serviços, apresentando um crescimento vertical importante, a verdade nua e crua é que somos um povo provinciano em quase tudo, com raríssimas exceções. Nossa organização empresarial ainda é pouco incisiva, privilegia o setor terciário individual em detrimento do setor de transformação, gerador de mais empregos, renda e tributos.

Ø    Mais de 50 anos após a entrada do Brasil na revolução industrial, ainda estamos presos ao regime extrativista, para onde o  Bolsonaro quer levar nosso País. Para isto não se importa destruir o meio ambiente e a economia global. Em nível local, ainda plantamos mandioca e milho no centro da cidade e paralelamente coibimos a instalação de empresas industriais ou deixamos de incentivar as pequenas, para ficar discutindo sobre a possibilidade de instalação de empresas comerciais de bugigangas, mormente sonegadores de impostos como amplamente divulgado.      

Ø    Voltando à vaca fria, como se fala por aí, os últimos debates na Colenda, num clima de fim de festa, não deixam dúvidas que somos uma sociedade sem idéias. A única, recorrente, é a de que alguns dos ilustres edis que participarão ou não do “réveillon” ainda se acham o suprasumo da política Migueloestina. Chegam inclusive ao ridículo de vangloriar-se por conseguir aprovar uma chicana que contraria a Lei, só para deixar uma porta aberta para o futuro.

Ø    As discussões sobre a importância da Cultura, do Plano Diretor, do interesse público voltado ao Orçamento e, sobretudo, à Lei de Diretrizes orçamentária, desde há muito tempo transformou-se num dispositivo para “contentar” o Tribunal de Contas do Estado, que é o regulador mor dos planos de governo, suplantando de longe o interesse público e das populações. Desde os tempos de minha modesta participação na AMEOSC, tenho como tema de estudos a questão orçamentária nos municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina. E não foi outra a conclusão senão a de que sua aplicação nada mais representa que o mero cumprimento da Lei e a manutenção de uma estrutura paquiderme que serve unicamente ao abrigo de políticos aposentados ou fora dos respectivos mandatos.

Ø    Histórias há muitas, inclusive uma daqui de São Miguel do Oeste, quando por pressão de alguns servidores o Município resolveu contratar um especialista para organizar o setor de compras. Quando entregou seu relatório com os procedimentos regulamentados, foi imediatamente demitido, porque daquela maneira não seria mais possível atender aos munícipes com pequenas quantidades de cimento, areia, pedra britada e alguns litrinhos de gasolina.

Ø    Mas voltando ao Orçamento, e LDO, esta especialmente, a teoria e a própria Lei Federal rezam que é o principal instrumento de planejamento. Qual nada: todos os anos são entregues em cima da hora, apenas corrigidos monetariamente, para não permitir que sejam dissecados e ou discutidos. A Lei de Diretrizes Orçamentárias, planejamento para os próximos 4 anos, nada mais é que um pré orçamento numerológico, sem qualquer indicativo de qual o rumo que a administração municipal pretende seguir. O ajuste das melancias se dá através das suplementações. Uma vergonha! Mas afinal, o que é mesmo planejamento governamental?

Ø    Felizmente, embora tarde demais, tive a oportunidade (após longo período de ostracismo) de ouvir algumas das últimas manifestações diretamente do plenário da Colenda. Não me ative a avaliar os motivos, mas uma coisa é certa: embora os embates sobre estas questões (saúde, educação, cultura principalmente e fundamentalmente, a preocupação de alguns poucos que tiveram a oportunidade de permanecer na Casa e a perspectiva que outros, estreantes, possam abraçar a causa, há indicadores que o Povo Migueloestino será reconhecido, e os estilo da administração deixará de ser governamental para ser popular, isto é, em benefício do povo, razão maior da existência de uma sociedade participativa, comunitária que persegue o bem comum. Aos que ficam, desejo que abram os olhos; aos que saíram, ainda é tempo de aprender alguma coisa, e aos que estão chegando desejo que não se percam nos meandros da política de Gerson, (tirar vantagem em tudo), embora algo indique que já tem gente cercando o paço municipal em busca de alguma vantagem. Até a próxima.