sábado, 17 de dezembro de 2022

819 – OS LUSÍADAS – Luiz Vaz de Camões - Excertos – Por Jaime Capra

 819 – OS LUSÍADAS – Luiz Vaz de Camões

Excertos – Por Jaime Capra

 

       Os Lusíadas é um poema épico com as seguintes características: possui caráter narrativo, tem a presença de um herói, narra fatos heroicos, narra obstáculos a serem vencidos pelo protagonista, fala da missão a ser cumprida pelo herói, faz menção a deuses ou seres mitológicos, fala de acontecimentos extraordinários, enaltece a tradição portuguesa e possui versos decassílabos.

Dividido em dez cantos, com a seguinte estrutura épica: proposição ou prólogo, invocação a uma divindade, dedicatória, relato das aventuras de Vasco da Gama e conclusão ou epílogo.

       O poema épico Os Lusíadas é a principal obra do classicismo português, estilo de época, com as seguintes características: visão antropocêntrica, semipaganismo, valorização dos temas da Antiguidade, equilíbrio e simplicidade, bucolismo, idealização do amor, idealização da mulher e rigor formal.

       Escrito em versos decassílabos, Os Lusíadas enaltece a nação portuguesa e mostra como esse povo, representado pelos seus heróis conquistadores, é corajoso e audaz.

Alguns versos do poema: As armas e os Barões assinalados; Que da Ocidental praia Lusitana; Por mares nunca de antes navegados; Passaram ainda além da Taprobana.

Em perigos e guerras esforçados; Mais do que prometia a força humana; E entre gente remota edificaram; Novo Reino, que tanto sublimaram;

       Desse modo, Camões relata as conquistas dos reis portugueses, que foram dilatando a fé, o império, e as terras viciosas de África e de Ásia. Porém, antes, ele segue a convenção epopeica e invoca as ninfas do rio Tejo, em Portugal. “Dai-me agora um som alto e sublimado um estilo grandíloco e corrente, por que de vossas águas Febo ordene, que não tenham enveja às de Hipocrene. (Grafia do original).

       Além disso, o narrador dedica seus versos a D. Sebastião (1554-1578), rei de Portugal. Em alguns momentos da obra, ele também se dirige ao monarca como seu interlocutor, para tornar a saga portuguesa ainda mais sublime, mostra que os lusos são protegidos pelos deuses do Olimpo, em clara referência à cultura greco-latina, como mostram estas palavras de Júpiter: “Eternos moradores do luzente, Estelífero Polo e claro Assento, Se do grande valor da forte gente, De Luso não perdeis o pensamento, Deveis de ter sabido claramente, Como é dos Fados grandes certo intento, Que por ela se esqueçam os humanos, De Assírios, Persas, Gregos e Romanos.

       Assim, no prólogo, o narrador apresenta o herói da epopeia, ou seja, Vasco da Gama (1469-1524): Vasco da Gama, o forte Capitão, Que a tamanhas empresas se oferece, De soberbo e de altivo coração, A quem Fortuna sempre favorece, Pera se aqui deter não vê razão, Que inabitada a terra lhe parece (grafia original).

 

** DIANTE DE RENOMADA OBRA, IMPOSSÍVEL tratar da história (que não se pode mudar) como algo estático, recorrente, porque como é de hábito dizer, “a história se repete” sobretudo quando contada em prosa ou versos por escritores e poetas de renomado conceito intelectual.

       Assim, transportando a epopeia portuguesa para nossos dias atuais, impossível não fazer a comparação, embora opiniões discordantes. Vejamos as estrofes introdutórias desta matéria, citadas acima, onde se identifica que as armas e barões chegaram através de métodos nunca antes experimentados e foram além dos limites. A partir desta ação, as armas e os barões forçaram perigos e guerras mais forte do que prometia a força humana, e entre gente pacifica tentaram edificar o novo reino que tanto desejaram.

No epílogo, os conquistadores voltam para Portugal, e o narrador termina a obra com as seguintes sugestões: Cessem do sábio Grego e do Troiano, As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano, A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

Esta estrofe de Os Luzíadas, especialmente os dois últimos versos, é sem dúvidas a mais citada e referida da obra de Camões. Pode ser aplicada em qualquer circunstância: no trabalho, quando o patrão diz “aqui quem manda sou eu...”; na vida doméstica quando alguém diz: “vou fazer do meu jeito” e principalmente na política, quando assume um novo governo e diz: bem, agora não adianta chiar... nós governamos e pronto!  “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta”. 

818 – PERSONAGENS DA CULTURA – 09.12.2022 Por: Jaime Capra

 818 – PERSONAGENS DA CULTURA – 09.12.2022

Por: Jaime Capra

 

       MACHADO DE ASSIS – A Igreja do Diabo

 

       Uma ideia “mirífica” (admirável, maravilhosa) - Conta um velho manuscrito Beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular.

Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.

Porque não fundar minha própria igreja? Com todas as disputas no Céu acho oportuno e vantajoso. Pensando bem, escritura, breviário, regimento, e sacramentos, poderemos copiar das sessões tradicionais, os cânones que mais agradam. Assim terei a minha própria sessão com vinho, pão e um grande número de convidados que pensarão como eu.

Vejamos como estão sendo organizadas as atuais sessões, sobretudo depois da decisão dos céus de ter um único e verdadeiro Deus salvador da pátria. Assim pois será a minha igreja, concluiu ele: escritura, breviário, bíblia. Terei a minha sessão com vinho e pão, minhas prédicas, bulas, novenas, sacramentos e todos os aparelhos eclesiásticos. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de manifestantes. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única. Não acharei diante de mim nem Maomé, nem Lutero. Acharei mitos e motes. Há muitos modos falsos de afirmar, mas só um único modo de negar tudo.

 Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu o braço direito como um gesto varonil.

Entre Deus e o Diabo não houve uma conversa amistosa. O diabo, com os olhos irados, apenas comunicou a ideia de fundar sua própria igreja, em clima de desafio. Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou: Que queres tu, perguntou o Senhor; Não venho pelo vosso servo, respondeu o Diabo, mas por todo o gado do século e dos séculos; Então explica-te, respondeu o Senhor.

A explicação é fácil, mas recolhei primeiro esse velho dando-lhe o melhor lugar; Sabes o que ele fez, perguntou o Senhor. Não, mas provavelmente é um dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o Céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço do aluguel, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata. Em poucas palavras, vou fundar uma igreja só para mim e meus seguidores. Estou cansado de minha desorganização e do meu reinado casual. É tempo de obter minha vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação. Boa ideia, não vos parece?

Vieste dizê-la, não a legitimar advertiu o Senhor; tendes razão, acudiu o Diabo. Mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos que acreditam em Fake News; Senhor, desço à terra e vou lançar a pedra fundamental.

Velho retórico, murmurou o Senhor. Vai, vai, funda a tua igreja, chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens, mas, vai! Vai!

A boa nova aos homens. Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar as suas regras, como hábito de sua fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias do seu reinado, todas as glórias e deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que contavam seus adversários. Sim, sou o Diabo repetia ele. Não o terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único. O Diabo verdadeiro é o outro.  

Poucos anos depois, notou o Diabo que muitos fiéis praticavam as antigas virtudes. Certos glutões comiam três ou quatro vezes por ano. Muitos avaros davam esmolas. Vários dilapidadores do erário restituíam pequenas quantias. Os fraudulentos falavam com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado.

A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram incompreensíveis, como o de um droguista que envenenara uma geração inteira com falsos remédios e falta de atendimento. Em alguns lugares descobriu auxiliares ladrões. O Diabo deu com deles, lançou o procedimento e ele negou, dizendo que roubou à vista do Diabo e deu de presente a um parente que espalhou notícias falsas.

Um dos seus melhores apóstolos era um falsificador que possuía belas casas. Era a fraude em pessoa.

O Diabo voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe: Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana.

Excertos de Machado de Assis, in... “Contos”. Editora Paz e Terra, 1996.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

PERSONAGENS DA CULTURA.

 817 – PERSONAGENS Da Cultura – 02.12.2022

Por Jaime Capra;

 

       Embora longe do atual contexto e distante de meu perfil crítico, retorno a este jornal onde permaneço há mais de 15 anos produzindo precisamente 816 colunas excetuando aquelas que não enumerei. Neste espaço, passo a falar não mais de pessoas ou fatos, mas de personalidades, aquelas que contribuem ou contribuíram com a cultura do povo com sua arte literária, esportiva, musical, filosófica, jornalística, e tantas outras muitas vezes às avessas e também aquelas que divertiram com sua arte ou seus descuidos.

       Nesta reestreia(?) quero falar sobre a escritora e poetisa  Sophia de Mello Breyner Andersen, nascida em 06 de novembro de 1919 na Cidade do Porto, tendo falecido em 02 de julho de 2004 em Lisboa. Sua trajetória iniciou na Universidade de Coimbra, tendo recebido vários prêmios, como o Prêmio Camões e Premio Rainha Sofia, prêmios mais importantes da literatura Portuguesa. Teve suas obras traduzidas em 27 idiomas.

       Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do Século XXl. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da Lingua Portuguesa, o Prêmio Camões.

Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro sexto. Já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista.

Distinguiu-se também como contista e  autora de livros infantis.Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Em sua obra, a autora faz lembrar sobretudo a importância das casas, lembrança que terá grande impacto na sua obra, ao descrever as casas e os objetos dentro delas. Quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca", dizia. Está presente em Sophia também uma ideia da poesia como valor transformador fundamental. A sua produção corresponde a ciclos específicos, com a culminação da atividade da escrita durante a noite. A vivência noturna da autora é sublinhada em vários poemas: "Noite", "O luar", "O jardim e a noite", "Noite de Abril", "Ó noite"). Aceitava a noção de poeta inspirado. Afirmava que a sua poesia lhe acontecia, como a Fernando Pessoa.

       O contato com a natureza também marcou profundamente a sua obra. Era para a Autora um exemplo de liberdade, beleza, perfeição e de mistério e é largamente citada da sua obra, quer citada pelas alusões à terra, quer pelas referências ao mar. O Mar é um dos conceitos-chave na criação literária de 'Sophia de Mello Breyner Andresen: "Desde a orla do mar/ Onde tudo começou intacto no primeiro dia de mim". O efeito literário da inspiração no Mar pode se observar em vários poemas, como, por exemplo, "Homens à beira-mar" ou "Mulheres à beira-mar". A autora comenta isso do seguinte modo:"Esses poemas têm a ver com as manhãs da Granja, com as manhãs da praia. E também com um quadro de Picasso.

De modo geral, o universo temático da Autora é abrangente e pode ser representado pelos seguintes pontos resumidos: A busca da justiça, do equilíbrio, da harmonia e a exigência do moral; Tomada de consciência do tempo em que vivemos; A Natureza e o Mar – espaços eufóricos e referenciais para qualquer ser humano; O tema da casa; Amor; Vida em oposição à morte; Memória da infância; Valores da antiguidade clássica; Idealismo e individualismo; O poeta como pastor do absoluto; O humanismo cristão.

   "A poesia de 'Sophia de Mello é  uma das vozes mais nobres da poesia portuguesa do nosso tempo. Entendamos, por sob a música dos seus versos, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade, aos quais, como o poeta ensina, devemos erguer-nos sem compromissos nem vacilações." (Jorge de Sena, "Alguns Poetas de 1938" in Colóquio: Revista de Artes e Letras, nº 1, Janeiro de 1959).

Até a Próxima 

 816 – REPERCUSSÕES – 18.11.2022

Por Jaime Capra

 

        A REPERCUSSÃO DO RESULTADO das eleições em segundo turno, no dia 30 de outubro último, foi notícia mundial. Positiva, porquanto o mundo todo esperava este desfecho, com a vitória de Lula da Silva, prontamente reconhecida pelas principais nações do Planeta. Também negativa, porque o resultado provocou uma série de manifestações de descontentamento e dúvidas quanto à lisura do processo eleitoral. Aliás, isto veio a reboque das reiteradas articulações do candidato derrotado que sempre plantou a ideia de fraude. De se estranhar, pois o hoje perdedor foi vencedor sob o mesmo sistema. Indubitavelmente, a decisão das urnas e do povo brasileiro coube a grande maioria da população, vejamos: o Brasil conta com 215 milhões de habitantes, e apenas 58 milhões votaram no candidato perdedor, o que representa míseros 27% da população brasileira. A bem da verdade, o resultado foi o livre exercício da democracia, onde prevalece a vontade popular.

 

        O INCONFORMISMO da facção perdedora que nega o resultado, teve repercussão mundial negativa. Baseada nos reiterados ataques às Instituições e usando as mentiras e o Exército Brasileiro como âncoras, a turba incentivada por um grupo de fascistas que pretende implantar a ditadura indicada por seu líder perdedor, atirou-se às ruas e estradas com o intuito de parar o País e reverter o resultado das eleições. Até o momento, melhor sorte não lhes acolheu. Continuam insistindo, apelando para símbolos fascistas, inclusive nazistas, na esperança de ver concretizada sua pretensão. Pretende a turba (imagino sem querer, pois não vejo cultura suficiente para entender isto) aplicar aos vencedores do pleito parte do romance de Machado de Assis na obra Quincas Borba, que enfatiza: “Ao vencedor, as batatas”.  Por se tratar de um romance escrito em 1891, não creio que a turba consiga deixar ao vencedor as batatas. Objetivamente, neste caso, o vencedor receberá pepinos.

 

          IMPOSSÍVEL NÃO TERGIVERSAR sobre a motivação dos seguidores do falecido mito/ídolo desta minoria, sem repetir à exaustão o famoso provérbio italiano que diz: “gli asini vanno davanti, i fucili in mezzo ei comandanti restano a casa”. O que acontece em muitas cidades deste “País Varonil” é hilariante. As manifestações públicas dos que estão “davanti” são motivo de chacota em todas as redes sociais. É gente cantando o hino Nacional para um pneu usado, outros rezando junto ao Muro das Lamentações, outros tentando parar um caminhão sozinho, agarrando-se nele e desfilando pela rodovia, outros mais fazendo sinais fascistas ou nazistas, tudo isto para delírio dos alienados e espanto dos racionais. Quais os objetivos destas manifestações e quais os resultados ninguém sabe, nem os próprios. Vê-se nas redes sociais que querem “livrar o Brasil” dos ladrões, do comunismo,  fechar o congresso nacional, os tribunais de justiça, e recolocar o seu “comandante-capitão” na presidência da República. Mal sabem os incautos inocentes úteis (ou inúteis) que se isto acontecesse, não seríamos mais república, nem império, nem colônia, nem nada. Findo o estado democrático de direito, resta a ditadura. E não venham falar que estamos às portas de uma anarquia, porque isso também não é verdade pois o anarquismo foi pregado no Seculo XIX até meados do Seculo XX. O Anaquismo é uma ideoloia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação, seja ela política, econômica, social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as instituições religiosas, o racismo e o patriarcado. Prega sobretudo a autogestão, isto é, um Estado sem governo, uma sociedade libertária baseada na cooperaçao, na ajuda mútua entre os indivíduos. Esses movimentos que estão ocorrendo já foram tipificados pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão do Min. Alexandre de Moraes, com a qual preciso concordar, pois, descontrolados, os “inconformados” poderão causar muitos prejuízos (como já causaram) à economia do país. Digo mais, podemos antever períodos de barbárie. E aí, revoltosos, estão cientes do que estão buscando? Se não estão vão estudar história e parem de agitar. Perder é do jogo. O Brasil precisa ser reconstruído, o ódio precisa acabar e a responsabilidade por um mundo melhor, sem autoritarismos, é de todos nós. Precisamos acabar com o ódio contra as mulheres, os negros, os nordestinos, os homossexuais, os povos originários, enfim, temos de voltar a olhar com amor e responsabilidade para todos aqueles que, nos últimos seis anos, foram marginalizados, pisoteados, criminalizados, por serem e pensarem diferente. O período das trevas está acabando e o sol há de brilhar mais uma vez.