TRAIÇÕES
Em Brasília há uma grande expetativa quanto
à possibilidade de o PMDB trair ou não o PT, apoiando o improvável processo de
impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Se o Congresso Nacional fosse chamado
a tomar tal decisão, qual seria o posicionamento do Presidente da Câmara
Eduardo Cunha e o do Senado Renan Calheiros?
Câmara e Senado, sob a presidência de
Eduardo Cunha e Renan Calheiros, erguendo barreiras para descarrilar a
economia, e aliados a baixa popularidade da Presidenta, aprofundaram a crise,
abalando profundamente a base governista.
Eduardo Cunha e Renan Calheiros, infiltrados no governo, trairiam a
Presidenta Dilma, tornando-se os mais famosos quintas-colunas da história
Brasileira? Obviamente que sim, pois os dois já sinalizam nesta direção.
Até a pouco tempo, a coisa era outra. O
PMDB aliou-se ao PT e ganhou as eleições de 2006, 2010 e 2014. Em 2002, com a
primeira vitória de Lula os peemedebistas desfizeram a aliança com o PSDB e
aderiram ao Petismo. Regalaram-se com o sucesso dos dois governos de Lula e
foram fiéis aliados. Amamentados
pelo poder, cresceram e engordaram. Tem mais de dois milhões de filiados, sete governadores,
oitenta deputados federais e dezessete senadores. São os mais fortes no Senado
e na Câmara.
Por outro lado, lideram o ranking da
corrupção entre os partidos conforme indica o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral. Entre 2000 e 2007 o partido perdeu 66
parlamentares por cassação, pela prática de corrupção eleitoral ou
governamental.
O PT digeriu tudo isso. Michel Temer,
presidente do PMDB, tornou-se vice-presidente da República. Os Petistas dizem
que sem eles Lula e Dilma não governariam. Por conta disso, há outros riscos
surgidos principalmente após a morte de Ulisses Guimarães, entre eles a avidez
pela falcatrua e ganho fácil.
O PT no governo, não impôs limites ao
PMDB. Da base aliada de 11 partidos, muitos deles, ponteados pelo PMDB, são
capazes de fazer qualquer negócio. Não há santos, mas a exemplo das igrejas o
PMDB nunca fecha as portas. Entra quem quer, pode sair quando quiser e também
voltar, se quiser, que será bem aceito.
Aconteceu assim com o ex-deputado Moreira
Franco. Era do PMDB e em 1977 elegeu-se prefeito de Niterói pelo PDS,
sustentáculo da ditadura. Recentemente, Moreira Franco ressurgiu com uma
declaração forte, dizendo: “Não somos golpistas”. Assim, no plural, a afirmação
denuncia sua ligação com Michel Temer. Esta afirmação não explica tudo, porém
aponta o risco de na hora “H” Renan e Cunha, arautos do PMDB, apunhalarem Dilma,
assim como Brutus apunhalou César no Senado Romano.
HITÓRICO INVEJÁVEL
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Em 1994 o PMDB traiu o PMDB, deixando o hoje venerado Ulysses Guimarães agarrado
no pincel, preferindo descarregar os votos no corrupto mor Collor de Mello.
Ulysses Guimarães, símbolo do PMDB por quem tanto lutou, morreu desgostoso em
um suspeito acidente aéreo.
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Em 2000, o PMDB traiu o PT e o PDT ao eleger Luiz Mello presidente da Câmara
Municipal, rompendo acordo estabelecido numa campanha vitoriosa nas costas do
PT e do PDT. Alguns dos protagonistas da famosa “rasteira”, militam no partido
até hoje.
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Em 2002 o PMDB traiu o PT e o PDT, ao excluí-los da Administração Municipal, em
pagamento por ganhar as eleições em suas costas. O PDT foi readmitido em seguida.
No entanto vem sendo sistematicamente traído pelo PMDB até hoje. Nunca ocupou
posições importantes na administração. Recebe apenas cargos sem poder e sem
orçamento.
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Em 2014 o PMDB traiu o PDT mais uma vez, forjando uma rebelião interna para camuflar
novamente a tomada da Presidência da Câmara, das mãos do Vereador Vanirto
Conrad. Com a manobra, alijou de uma só vez o PDT e o PSD.
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Com este histórico invejável, quanto custará trair a Presidenta Dilma? Pelo
histórico, não custará muito, pois em todas as últimas eleições onde PT e PMDB
foram aliados, em São Miguel do Oeste o PMDB não respeitou a aliança. Nesta
última, fez abertamente campanha para Aécio Neves. Os resultados estão aí para
confirmar.
MUDANÇA DE FORMATO
Os
buracos nas ruas da cidade onde é bom viver e onde a administração respeita as
pessoas mudaram de formato. De redondos e irregulares, passaram a quadrados,
retângulos, losangos e até alguns triângulos. Por quanto tempo ficarão expostos
à visitação pública, ninguém sabe. Sabe-se, no entanto, que a exposição de
buracos entrará para a história da cidade. Padre Aurélio haverá de
amaldiçoá-la.
INVESTIGAÇÕES
Dentre tantas operações da Polícia Federal
para desmascarar atos de corrupção e seus autores, chama a atenção uma,
resultante da apreensão em Maravilha de um veículo portando entre a bagagem de
seus ocupantes a modesta quantia de mais de R$ 100 mil reais. Junto com a
grana, uma lista de beneficiados e propaganda de um candidato a Deputado pelo PMDB.
Há poucos dias, a Polícia Federal fez uma
visita surpresa em São Miguel do Oeste, na casa e no estabelecimento de um
político que constava daquela lista, e seu cabo eleitoral, para recolher
possíveis provas do destino da grana.
Chama muito à atenção o fato de a
imprensa local e regional, “isenta e acima de qualquer suspeita”, não ter dado
o devido destaque ao fato. No entanto, a notícia das diárias de Dionísio
Cerqueira, só não foi publicada no folheto da Missa dominical da Diocese,
porque a imprensa estava atrasada com o dízimo.
VERGONHA
A polícia Militar retirou de circulação
(prendeu) o veículo Volkswagen Parati placas MHH 4337, pertencente à Prefeitura
Municipal de São Miguel do Oeste e a serviço da Secretaria de Educação, que
trafegava pela Avenida Salgado Filho, devido ao mesmo estar trafegando com
pneus carecas sem condição de uso e rodas avariadas.
Para o 8º município melhor para se viver,
com uma administração que respeita as pessoas, o fato é digno de figurar no
Guiness Book, pois a arrecadação de mais de 6 milhões de reais por mês não
permite comprar quatro pneus e mandar endireitar as rodas de um veículo.
No entanto, para proporcionar empregos aos
amigos de alguns vereadores, sempre é possível. Basta olhar para a composição
da gloriosa colenda (onde alguns ex-presidentes pendurados na parede, figuras
ilustres que envergonhados estão de costas), para se avaliar o quanto custa ao
erário manter a maioria de votos e garantir a defesa pública com argumentos
privados, de uma administração indefensável. Tal situação, com certeza, terá
sido o argumento principal usado pela jurisconsultoria municipal na
justificativa para desembaraçar o veículo apreendido e reduzir o impacto do
mico histórico sobre a soberba de algumas personalidades que se julgam acima de
Deus.