quarta-feira, 25 de outubro de 2017

E AGORA?



E AGORA?
       Uma pesquisa do IBOPE mostra a sufocante rejeição do impostor Michel Temer, cuja reforma mercadológica será encaminhada com urgência ao congresso nacional. Será um plano Marshall tupiniquim.  
       Os marqueteiros do impostor anunciam uma mudança radical na imagem do ilícito presidente da República, articulador do golpe. Que se aguarde o resultado.
       A transformação não será feita com botox. Os recursos seriam mais fáceis. O Objetivo é mudar a popularidade de um governo que desceu a 3% de aprovação, segundo as pesquisas mais recentes.
       O movimento publicitário articulado no palácio do Jaburu está sendo chamado de “Plano Temer”, equiparado, segundo dizem, a um Plano Marshall moderno, que reanimou o capitalismo após a Segunda Guerra Mundial. A tarefa será a de mudar a imagem de um presidente reformista, fracassado, para uma dificílima condição de transformador, também destinado à ruína.
       Pelo que se conhece dos movimentos publicitários encetados pela Polícia Federal e copiosamente divulgados pelas redes sociais alternativas, o temeroso Temer, a contar pelos movimentos anteriores, haverá de afundar mais algumas polegadas rumo ao iminente sepultamento. Os publicitários que articulam tirar o impostor do atoleiro, se seguirem o exemplo dos que tentaram fazê-lo, lograrão somente a constatação de que já não existem mais batedores de panelas, a maioria dos quais já se bandeou para o lado do Lula da Silva que, com certeza, por ter somente nove dedos, haverá de roubar menos que esta corja que os paneleiros levaram ao poder. Bem feito!

COMO FALAR?
       Já não se pode mais falar de forma jocosa do Paraguai, da Província de Missiones ou da cidade de San Pedro. O que acontece por nossas bandas não nos autoriza. O Brasil está literalmente à deriva, sem governo e sem projetos. As ações políticas e econômicas em curso têm como único objetivo o de salvar a pele de uma corriola de ladrões bandidos. Todos os noticiários nos informam desta manobra vil e sem vergonha.
       O congresso nacional, senado e câmara dos deputados e o supremo tribunal federal, outrora guardiões da lei e da ordem, hoje representam um escritoriozinho de advogados de porta de cadeia. Tanto é verdade que de minha parte tais instituições falidas não merecem ser grafadas com letra maiúscula. Não me atrevo a fazê-lo, pois temo que o alfabeto latino que nasceu no ano 753 a.C. seja revogado. O governo Temer poderá propor um decreto para tanto. Aí ficaríamos sem escrever, o que de certa forma seria ótimo. Não mais teríamos os noticiários da rede globo, também em letra minúscula.  
       Voltando ao Paraguai, que até pouco tempo considerávamos o C. do mundo. Hoje nos dá exemplos de crescimento econômico e social, graças aos emigrantes brasileiros que lá foram se estabelecer. Atualmente, sabe-se que saíram do Brasil prevendo que o País seria governado por Michel Temer. Aplicaram a ordem dada a Ló e sua família quando saíram de Sodoma, a cidade que seria destruída. “Fuja e não olhe para trás!”
       Quanto ao nosso estado e seu fundo social, também não se pode condenar o governo federal por comprar votos de salvamento em troca de emendas. Por aqui, prepara-se a continuidade no poder com dinheiro dos remédios que faltam nas prateleiras dos postos de saúde, o que caracteriza “remendos” ao invés de emendas.
       Quanto ao município, qualquer semelhança com o governo federal é mera coincidência.

NÃO SE ENXERGAM
       Enquanto as organizações sociais se mobilizam para neutralizar os efeitos da reforma trabalhista produzida pelo temeroso, a mídia atrelada, apoiadora do desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho propaga outro tipo de lamento: o dos empresários, inclusive dos Estados Unidos. Preocupados com o futuro da humanidade, desejavam reformas ainda mais drásticas.
       A Folha de São Paulo deu destaque a um debate ocorrido em Nova York, onde os investidores norte-americanos se diziam desanimados e frustrados com as reformas, pois desejavam terceirizar mão de obra sem qualquer entrave. Gostariam, inclusive, poder demitir funcionários, recontratando-os em seguida com salários menores, sem risco de sofrer processos trabalhistas.
       Um executivo de uma empresa que presta serviços de tecnologia a bancos teria dito: “então, quer dizer que ainda não vamos poder reduzir salários”?
       Ao que parece, o modelo desejado pelo empresariado é o dos Estados Unidos, único país do mundo desenvolvido que não garante licença maternidade remunerada. Outra opção no cardápio dessa turma seria a de voltarmos ao tempo da escravidão. Para esse tipo de empresários, o empregado ter uma hora para almoço é muito. Ter férias, também é muito. Daqui a pouco, a continuar esse governo temeroso, ter salário também será muito! Que vivam os batedores de panelas!

MAIS UM...
       O último suspiro da proteção social virá da reforma tributária. Ela não enfrenta as injustiças do sistema de impostos, contrariando a experiência de países desenvolvidos: alíquotas mais altas do Imposto de Renda, combate às isenções para rendas de capitais e taxação sobre transações financeiras, herança, patrimônio e grandes fortunas.
       A reforma extingue diversos tributos que serão substituídos por um imposto sobre o valor agregado de competência estadual e outro sobre bens e serviços específicos, de alçada federal.
       A simplificação do sistema de impostos é necessária. O problema é que os tributos constitucionalmente vinculados para a proteção social estão sendo extintos e substituídos por outros sem vinculação. Caminha-se para desmontar as bases de financiamento das políticas sociais asseguradas pela Constituição e por legislações anteriores.
       Essas mudanças fragilizarão o financiamento da Educação e Seguridade Social, afetando a sustentação dos gastos com Previdência e Assistência Social, Saúde e Desemprego. Na prática, o teto de gastos, a desvinculação de receitas e a reforma tributária acabam com as vinculações constitucionais de recursos para as políticas sociais, fato que acentuará a grande diferença entre a captura de recursos públicos pelo poder econômico e pela sociedade.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

VOU-ME EMBORA



       “Vou-me embora pra Pasárgada, Lá sou amigo do rei. Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada.
       Vou-me embora pra Pasárgada, Aqui eu não sou feliz. Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha, Rainha e falsa demente, Vem a ser contra parente Da nora que nunca tive.
E como farei ginástica, Andarei de bicicleta, Montarei em burro brabo, Subirei no pau de sebo. Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio. Mando chamar a mãe d’água pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar. Vou-me embora pra Pasárgada.
Em Pasárgada tem tudo, É outra civilização, Tem um processo seguro De impedir a concepção. Tem telefone automático, Tem alcaloide à vontade, Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar.
E quando eu estiver mais triste, Mas triste de não ter jeito, Quando de noite me der, Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei. Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada”.
       O famoso poema de Manuel Bandeira serve de exercício para os racionais que ainda sobrevivem nesta terra chamada Brasil. O maior desejo dessa gente séria e produtiva é sair e morar em qualquer lugar, que seja menos vergonhoso. Pode ser em Pasárgada, Sanchas Parda, Caximbetê ou mesmo aqui pertinho, onde a sacanagem ainda não chegou.

POR QUÊ?
       A colenda câmara de vereadores de São Miguel do Oeste aprovou por unanimidade uma indicação superior que pede a reforma do Plano Diretor do Município. Até aí, tudo bem. O problema é que a tal reforma vem à pedido da ACISMO e da CDL, que precisam muito. Até parece!
       Sempre se pensou que o Plano Diretor de uma cidade serve para organizá-la de modo a proporcionar bem estar à população, que é formada por pessoas, como o próprio termo já diz. Mas aqui nesta terra de especialidades, ao que parece, a população é formada por associações, câmaras, clubes, empresas, partidos, etc. O povo é mero tapete por onde desfila a soberba de meia dúzia de vendedores de chapéus. Vou-me embora prá Pasárgada!

PARA AS VIÚVAS DOS COTURNOS
       Seis pessoas foram condenadas por um esquema de corrupção dentro do 31º Batalhão de Infantaria Motorizada de Campina Grande. Conforme decisão da primeira instância da Justiça Militar da União, os envolvidos fraudavam contratos comerciais do quartel. De acordo com a decisão, foram condenados seis dos sete réus, sendo quatro militares, entre eles um sargento apontando como operador do esquema.
Em nota, o Comando Militar do Nordeste destacou que as condenações ocorreram "após investigação realizada por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado, na época das denúncias, pelo então Comandante do 31º BIMtz" e que "o Exército não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada no seu meio.

PARA AS VIÚVAS DAS GANDOLAS
O Ministério Público Militar criou um grupo para atuar no combate à corrupção nas Forças Armadas. O Núcleo de Combate à Corrupção investigará crimes cometidos por militares, que têm se sofisticado e deixou de ser algo isolado no Exército, Marinha ou Aeronáutica. O núcleo atuará em investigação financeira, combate a lavagem de dinheiro, corrupção e crime organizado.
       O crime cometido por militar hoje é mais sofisticado, mais complexo. A tecnologia ampliou as modalidades e formas de corrupção. E hoje envolve grandes contratos. Por isso é necessário criar ferramentas de apoio a essa investigação, principalmente nos casos de corrupção. E os crimes já não são mais localizados, se espalharam pelo país afora.

PARA AS VIÚVAS DO QUEPE
A portaria da Procuradoria-Geral da Justiça Militar que criou o núcleo diz que a corrupção que assola o país atinge várias esferas da administração pública, “inclusive a administração militar”, e que a investigação desses delitos requer complexidade. O procurador-geral de Justiça Militar explicou que o crime cometido pelos militares hoje está mais sofisticado e as investigações, a exemplo dos casos de corrupção no mundo civil, exigem cooperação e troca de informações com outros órgãos.
A capacidade das Forças Armadas de investigar crimes dessa natureza é insuficiente. Não conta com uma polícia judiciária especializada, como a Polícia Federal e a Policia Civil.

PARA AS VIÚVAS DOS CAPACETES
O Superior Tribunal Militar (STM) condenou quatro oficiais do Exército — três majores e um capitão — acusados de desvio de R$ 1,7 milhão do Centro de Pagamento do Exército, responsável pelos pagamentos da Força. O major, líder do esquema, cumprirá quase 10 anos de prisão, em regime fechado. O esquema envolvia 54 pensionistas laranjas em Brasília. A investigação revelou que muitos deles eram parentes de um dos oficiais. O crime ocorreu em 2002 e eles foram julgados somente em novembro de 2014. Em valor atual, o prejuízo foi de R$ 3,4 milhões.

PARA AS VIÚVAS DAS POLAINAS
       Os hospitais militares são alvos constantes de corrupção. Quatro militares foram denunciados pela Justiça Militar de Recife por recebimento de propina de uma empresa que prestava serviço de quimioterapia para o Hospital Militar de Área. A empresa pagou R$ 334,8 mil de vantagem indevida para continuar a ser fornecedora do hospital. Entre 2008 e 2010, essa empresa privada recebeu do hospital R$ 3,8 milhões pelos serviços prestados. Todos foram denunciados por corrupção.

PARA AS VIÚVAS DAS BAIONETAS 
Em setembro, foram denunciadas sete pessoas — três militares e quatro civis — que participaram de um esquema de desvio de dinheiro num batalhão de Campina Grande (PB), que pagou R$ 156 mil por materiais de limpeza, descartáveis e de expediente que nunca foram entregues. A quantidade comprada era incompatível com necessidade do batalhão. Um dos sargentos denunciados recebeu R$ 87 mil de propina, outro sargento, R$ 31 mil e um major, R$ 30 mil. Eles respondem por corrupção ativa.