“Vou-me embora pra Pasárgada, Lá sou
amigo do rei. Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei. Vou-me
embora pra Pasárgada.
Vou-me embora pra Pasárgada, Aqui eu não
sou feliz. Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a
Louca de Espanha, Rainha e falsa demente, Vem a ser contra parente Da nora que nunca tive.
E como farei
ginástica, Andarei de bicicleta, Montarei em burro brabo, Subirei no
pau de sebo. Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do
rio. Mando chamar a mãe d’água pra me contar as histórias Que no tempo de eu
menino Rosa vinha me contar. Vou-me embora pra Pasárgada.
Em Pasárgada tem
tudo, É outra civilização, Tem um processo seguro De impedir a concepção. Tem
telefone automático, Tem alcaloide à vontade, Tem prostitutas bonitas Para a
gente namorar.
E quando eu estiver
mais triste, Mas triste de não ter jeito, Quando de noite me der, Vontade de me
matar — Lá sou amigo do rei. Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei.
Vou-me embora pra Pasárgada”.
O famoso poema de Manuel Bandeira serve
de exercício para os racionais que ainda sobrevivem nesta terra chamada
Brasil. O maior desejo dessa gente séria e produtiva é sair e morar em qualquer
lugar, que seja menos vergonhoso. Pode ser em Pasárgada, Sanchas Parda,
Caximbetê ou mesmo aqui pertinho, onde a sacanagem ainda não chegou.
POR QUÊ?
A colenda câmara de vereadores de São
Miguel do Oeste aprovou por unanimidade uma indicação superior que pede a reforma
do Plano Diretor do Município. Até aí, tudo bem. O problema é que a tal reforma
vem à pedido da ACISMO e da CDL, que precisam muito. Até parece!
Sempre se pensou que o Plano Diretor de
uma cidade serve para organizá-la de modo a proporcionar bem estar à população,
que é formada por pessoas, como o próprio termo já diz. Mas aqui nesta terra de
especialidades, ao que parece, a população é formada por associações, câmaras,
clubes, empresas, partidos, etc. O povo é mero tapete por onde desfila a
soberba de meia dúzia de vendedores de chapéus. Vou-me embora prá Pasárgada!
PARA AS VIÚVAS DOS
COTURNOS
Seis pessoas foram condenadas por um
esquema de corrupção dentro do 31º Batalhão de Infantaria Motorizada de Campina
Grande. Conforme decisão da primeira instância da Justiça Militar da União, os
envolvidos fraudavam contratos comerciais do quartel. De acordo com a decisão,
foram condenados seis dos sete réus, sendo quatro militares, entre eles um
sargento apontando como operador do esquema.
Em nota, o Comando Militar do Nordeste
destacou que as condenações ocorreram "após investigação realizada por
meio de Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado, na época das denúncias,
pelo então Comandante do 31º BIMtz" e que "o Exército não compactua
com qualquer tipo de irregularidade praticada no seu meio.
PARA AS VIÚVAS DAS
GANDOLAS
O Ministério
Público Militar criou um grupo para atuar no combate à corrupção nas Forças
Armadas. O Núcleo de Combate à Corrupção investigará crimes cometidos por
militares, que têm se sofisticado e deixou de ser algo isolado no Exército,
Marinha ou Aeronáutica. O núcleo atuará em investigação financeira, combate a
lavagem de dinheiro, corrupção e crime organizado.
O crime cometido por militar hoje é mais
sofisticado, mais complexo. A tecnologia ampliou as modalidades e formas de
corrupção. E hoje envolve grandes contratos. Por isso é necessário criar
ferramentas de apoio a essa investigação, principalmente nos casos de
corrupção. E os crimes já não são mais localizados, se espalharam pelo país
afora.
PARA AS VIÚVAS DO
QUEPE
A portaria da
Procuradoria-Geral da Justiça Militar que criou o núcleo diz que a corrupção
que assola o país atinge várias esferas da administração pública, “inclusive a
administração militar”, e que a investigação desses delitos requer
complexidade. O procurador-geral de Justiça Militar explicou que o crime
cometido pelos militares hoje está mais sofisticado e as investigações, a
exemplo dos casos de corrupção no mundo civil, exigem cooperação e troca de
informações com outros órgãos.
A capacidade das
Forças Armadas de investigar crimes dessa natureza é insuficiente. Não conta
com uma polícia judiciária especializada, como a Polícia Federal e a Policia
Civil.
PARA AS VIÚVAS DOS CAPACETES
O Superior Tribunal
Militar (STM) condenou quatro oficiais do Exército — três majores e um capitão —
acusados de desvio de R$ 1,7 milhão do Centro de Pagamento do Exército,
responsável pelos pagamentos da Força. O major, líder do esquema, cumprirá
quase 10 anos de prisão, em regime fechado. O esquema envolvia 54 pensionistas
laranjas em Brasília. A investigação revelou que muitos deles eram parentes de
um dos oficiais. O crime ocorreu em 2002 e eles foram julgados somente em
novembro de 2014. Em valor atual, o prejuízo foi de R$ 3,4 milhões.
Os hospitais militares são alvos constantes de corrupção. Quatro militares foram denunciados pela Justiça Militar de Recife por recebimento de propina de uma empresa que prestava serviço de quimioterapia para o Hospital Militar de Área. A empresa pagou R$ 334,8 mil de vantagem indevida para continuar a ser fornecedora do hospital. Entre 2008 e 2010, essa empresa privada recebeu do hospital R$ 3,8 milhões pelos serviços prestados. Todos foram denunciados por corrupção.
PARA AS VIÚVAS DAS BAIONETAS
Em setembro, foram
denunciadas sete pessoas — três militares e quatro civis — que participaram de
um esquema de desvio de dinheiro num batalhão de Campina Grande (PB), que pagou
R$ 156 mil por materiais de limpeza, descartáveis e de expediente que nunca
foram entregues. A quantidade comprada era incompatível com necessidade do
batalhão. Um dos sargentos denunciados recebeu R$ 87 mil de propina, outro
sargento, R$ 31 mil e um major, R$ 30 mil. Eles respondem por corrupção ativa.
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