sábado, 17 de dezembro de 2022

819 – OS LUSÍADAS – Luiz Vaz de Camões - Excertos – Por Jaime Capra

 819 – OS LUSÍADAS – Luiz Vaz de Camões

Excertos – Por Jaime Capra

 

       Os Lusíadas é um poema épico com as seguintes características: possui caráter narrativo, tem a presença de um herói, narra fatos heroicos, narra obstáculos a serem vencidos pelo protagonista, fala da missão a ser cumprida pelo herói, faz menção a deuses ou seres mitológicos, fala de acontecimentos extraordinários, enaltece a tradição portuguesa e possui versos decassílabos.

Dividido em dez cantos, com a seguinte estrutura épica: proposição ou prólogo, invocação a uma divindade, dedicatória, relato das aventuras de Vasco da Gama e conclusão ou epílogo.

       O poema épico Os Lusíadas é a principal obra do classicismo português, estilo de época, com as seguintes características: visão antropocêntrica, semipaganismo, valorização dos temas da Antiguidade, equilíbrio e simplicidade, bucolismo, idealização do amor, idealização da mulher e rigor formal.

       Escrito em versos decassílabos, Os Lusíadas enaltece a nação portuguesa e mostra como esse povo, representado pelos seus heróis conquistadores, é corajoso e audaz.

Alguns versos do poema: As armas e os Barões assinalados; Que da Ocidental praia Lusitana; Por mares nunca de antes navegados; Passaram ainda além da Taprobana.

Em perigos e guerras esforçados; Mais do que prometia a força humana; E entre gente remota edificaram; Novo Reino, que tanto sublimaram;

       Desse modo, Camões relata as conquistas dos reis portugueses, que foram dilatando a fé, o império, e as terras viciosas de África e de Ásia. Porém, antes, ele segue a convenção epopeica e invoca as ninfas do rio Tejo, em Portugal. “Dai-me agora um som alto e sublimado um estilo grandíloco e corrente, por que de vossas águas Febo ordene, que não tenham enveja às de Hipocrene. (Grafia do original).

       Além disso, o narrador dedica seus versos a D. Sebastião (1554-1578), rei de Portugal. Em alguns momentos da obra, ele também se dirige ao monarca como seu interlocutor, para tornar a saga portuguesa ainda mais sublime, mostra que os lusos são protegidos pelos deuses do Olimpo, em clara referência à cultura greco-latina, como mostram estas palavras de Júpiter: “Eternos moradores do luzente, Estelífero Polo e claro Assento, Se do grande valor da forte gente, De Luso não perdeis o pensamento, Deveis de ter sabido claramente, Como é dos Fados grandes certo intento, Que por ela se esqueçam os humanos, De Assírios, Persas, Gregos e Romanos.

       Assim, no prólogo, o narrador apresenta o herói da epopeia, ou seja, Vasco da Gama (1469-1524): Vasco da Gama, o forte Capitão, Que a tamanhas empresas se oferece, De soberbo e de altivo coração, A quem Fortuna sempre favorece, Pera se aqui deter não vê razão, Que inabitada a terra lhe parece (grafia original).

 

** DIANTE DE RENOMADA OBRA, IMPOSSÍVEL tratar da história (que não se pode mudar) como algo estático, recorrente, porque como é de hábito dizer, “a história se repete” sobretudo quando contada em prosa ou versos por escritores e poetas de renomado conceito intelectual.

       Assim, transportando a epopeia portuguesa para nossos dias atuais, impossível não fazer a comparação, embora opiniões discordantes. Vejamos as estrofes introdutórias desta matéria, citadas acima, onde se identifica que as armas e barões chegaram através de métodos nunca antes experimentados e foram além dos limites. A partir desta ação, as armas e os barões forçaram perigos e guerras mais forte do que prometia a força humana, e entre gente pacifica tentaram edificar o novo reino que tanto desejaram.

No epílogo, os conquistadores voltam para Portugal, e o narrador termina a obra com as seguintes sugestões: Cessem do sábio Grego e do Troiano, As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano, A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

Esta estrofe de Os Luzíadas, especialmente os dois últimos versos, é sem dúvidas a mais citada e referida da obra de Camões. Pode ser aplicada em qualquer circunstância: no trabalho, quando o patrão diz “aqui quem manda sou eu...”; na vida doméstica quando alguém diz: “vou fazer do meu jeito” e principalmente na política, quando assume um novo governo e diz: bem, agora não adianta chiar... nós governamos e pronto!  “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta”. 

818 – PERSONAGENS DA CULTURA – 09.12.2022 Por: Jaime Capra

 818 – PERSONAGENS DA CULTURA – 09.12.2022

Por: Jaime Capra

 

       MACHADO DE ASSIS – A Igreja do Diabo

 

       Uma ideia “mirífica” (admirável, maravilhosa) - Conta um velho manuscrito Beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular.

Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.

Porque não fundar minha própria igreja? Com todas as disputas no Céu acho oportuno e vantajoso. Pensando bem, escritura, breviário, regimento, e sacramentos, poderemos copiar das sessões tradicionais, os cânones que mais agradam. Assim terei a minha própria sessão com vinho, pão e um grande número de convidados que pensarão como eu.

Vejamos como estão sendo organizadas as atuais sessões, sobretudo depois da decisão dos céus de ter um único e verdadeiro Deus salvador da pátria. Assim pois será a minha igreja, concluiu ele: escritura, breviário, bíblia. Terei a minha sessão com vinho e pão, minhas prédicas, bulas, novenas, sacramentos e todos os aparelhos eclesiásticos. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de manifestantes. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única. Não acharei diante de mim nem Maomé, nem Lutero. Acharei mitos e motes. Há muitos modos falsos de afirmar, mas só um único modo de negar tudo.

 Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu o braço direito como um gesto varonil.

Entre Deus e o Diabo não houve uma conversa amistosa. O diabo, com os olhos irados, apenas comunicou a ideia de fundar sua própria igreja, em clima de desafio. Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou: Que queres tu, perguntou o Senhor; Não venho pelo vosso servo, respondeu o Diabo, mas por todo o gado do século e dos séculos; Então explica-te, respondeu o Senhor.

A explicação é fácil, mas recolhei primeiro esse velho dando-lhe o melhor lugar; Sabes o que ele fez, perguntou o Senhor. Não, mas provavelmente é um dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o Céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço do aluguel, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata. Em poucas palavras, vou fundar uma igreja só para mim e meus seguidores. Estou cansado de minha desorganização e do meu reinado casual. É tempo de obter minha vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação. Boa ideia, não vos parece?

Vieste dizê-la, não a legitimar advertiu o Senhor; tendes razão, acudiu o Diabo. Mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos que acreditam em Fake News; Senhor, desço à terra e vou lançar a pedra fundamental.

Velho retórico, murmurou o Senhor. Vai, vai, funda a tua igreja, chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens, mas, vai! Vai!

A boa nova aos homens. Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar as suas regras, como hábito de sua fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias do seu reinado, todas as glórias e deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que contavam seus adversários. Sim, sou o Diabo repetia ele. Não o terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único. O Diabo verdadeiro é o outro.  

Poucos anos depois, notou o Diabo que muitos fiéis praticavam as antigas virtudes. Certos glutões comiam três ou quatro vezes por ano. Muitos avaros davam esmolas. Vários dilapidadores do erário restituíam pequenas quantias. Os fraudulentos falavam com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado.

A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram incompreensíveis, como o de um droguista que envenenara uma geração inteira com falsos remédios e falta de atendimento. Em alguns lugares descobriu auxiliares ladrões. O Diabo deu com deles, lançou o procedimento e ele negou, dizendo que roubou à vista do Diabo e deu de presente a um parente que espalhou notícias falsas.

Um dos seus melhores apóstolos era um falsificador que possuía belas casas. Era a fraude em pessoa.

O Diabo voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe: Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana.

Excertos de Machado de Assis, in... “Contos”. Editora Paz e Terra, 1996.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

PERSONAGENS DA CULTURA.

 817 – PERSONAGENS Da Cultura – 02.12.2022

Por Jaime Capra;

 

       Embora longe do atual contexto e distante de meu perfil crítico, retorno a este jornal onde permaneço há mais de 15 anos produzindo precisamente 816 colunas excetuando aquelas que não enumerei. Neste espaço, passo a falar não mais de pessoas ou fatos, mas de personalidades, aquelas que contribuem ou contribuíram com a cultura do povo com sua arte literária, esportiva, musical, filosófica, jornalística, e tantas outras muitas vezes às avessas e também aquelas que divertiram com sua arte ou seus descuidos.

       Nesta reestreia(?) quero falar sobre a escritora e poetisa  Sophia de Mello Breyner Andersen, nascida em 06 de novembro de 1919 na Cidade do Porto, tendo falecido em 02 de julho de 2004 em Lisboa. Sua trajetória iniciou na Universidade de Coimbra, tendo recebido vários prêmios, como o Prêmio Camões e Premio Rainha Sofia, prêmios mais importantes da literatura Portuguesa. Teve suas obras traduzidas em 27 idiomas.

       Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do Século XXl. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da Lingua Portuguesa, o Prêmio Camões.

Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro sexto. Já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista.

Distinguiu-se também como contista e  autora de livros infantis.Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Em sua obra, a autora faz lembrar sobretudo a importância das casas, lembrança que terá grande impacto na sua obra, ao descrever as casas e os objetos dentro delas. Quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca", dizia. Está presente em Sophia também uma ideia da poesia como valor transformador fundamental. A sua produção corresponde a ciclos específicos, com a culminação da atividade da escrita durante a noite. A vivência noturna da autora é sublinhada em vários poemas: "Noite", "O luar", "O jardim e a noite", "Noite de Abril", "Ó noite"). Aceitava a noção de poeta inspirado. Afirmava que a sua poesia lhe acontecia, como a Fernando Pessoa.

       O contato com a natureza também marcou profundamente a sua obra. Era para a Autora um exemplo de liberdade, beleza, perfeição e de mistério e é largamente citada da sua obra, quer citada pelas alusões à terra, quer pelas referências ao mar. O Mar é um dos conceitos-chave na criação literária de 'Sophia de Mello Breyner Andresen: "Desde a orla do mar/ Onde tudo começou intacto no primeiro dia de mim". O efeito literário da inspiração no Mar pode se observar em vários poemas, como, por exemplo, "Homens à beira-mar" ou "Mulheres à beira-mar". A autora comenta isso do seguinte modo:"Esses poemas têm a ver com as manhãs da Granja, com as manhãs da praia. E também com um quadro de Picasso.

De modo geral, o universo temático da Autora é abrangente e pode ser representado pelos seguintes pontos resumidos: A busca da justiça, do equilíbrio, da harmonia e a exigência do moral; Tomada de consciência do tempo em que vivemos; A Natureza e o Mar – espaços eufóricos e referenciais para qualquer ser humano; O tema da casa; Amor; Vida em oposição à morte; Memória da infância; Valores da antiguidade clássica; Idealismo e individualismo; O poeta como pastor do absoluto; O humanismo cristão.

   "A poesia de 'Sophia de Mello é  uma das vozes mais nobres da poesia portuguesa do nosso tempo. Entendamos, por sob a música dos seus versos, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade, aos quais, como o poeta ensina, devemos erguer-nos sem compromissos nem vacilações." (Jorge de Sena, "Alguns Poetas de 1938" in Colóquio: Revista de Artes e Letras, nº 1, Janeiro de 1959).

Até a Próxima 

 816 – REPERCUSSÕES – 18.11.2022

Por Jaime Capra

 

        A REPERCUSSÃO DO RESULTADO das eleições em segundo turno, no dia 30 de outubro último, foi notícia mundial. Positiva, porquanto o mundo todo esperava este desfecho, com a vitória de Lula da Silva, prontamente reconhecida pelas principais nações do Planeta. Também negativa, porque o resultado provocou uma série de manifestações de descontentamento e dúvidas quanto à lisura do processo eleitoral. Aliás, isto veio a reboque das reiteradas articulações do candidato derrotado que sempre plantou a ideia de fraude. De se estranhar, pois o hoje perdedor foi vencedor sob o mesmo sistema. Indubitavelmente, a decisão das urnas e do povo brasileiro coube a grande maioria da população, vejamos: o Brasil conta com 215 milhões de habitantes, e apenas 58 milhões votaram no candidato perdedor, o que representa míseros 27% da população brasileira. A bem da verdade, o resultado foi o livre exercício da democracia, onde prevalece a vontade popular.

 

        O INCONFORMISMO da facção perdedora que nega o resultado, teve repercussão mundial negativa. Baseada nos reiterados ataques às Instituições e usando as mentiras e o Exército Brasileiro como âncoras, a turba incentivada por um grupo de fascistas que pretende implantar a ditadura indicada por seu líder perdedor, atirou-se às ruas e estradas com o intuito de parar o País e reverter o resultado das eleições. Até o momento, melhor sorte não lhes acolheu. Continuam insistindo, apelando para símbolos fascistas, inclusive nazistas, na esperança de ver concretizada sua pretensão. Pretende a turba (imagino sem querer, pois não vejo cultura suficiente para entender isto) aplicar aos vencedores do pleito parte do romance de Machado de Assis na obra Quincas Borba, que enfatiza: “Ao vencedor, as batatas”.  Por se tratar de um romance escrito em 1891, não creio que a turba consiga deixar ao vencedor as batatas. Objetivamente, neste caso, o vencedor receberá pepinos.

 

          IMPOSSÍVEL NÃO TERGIVERSAR sobre a motivação dos seguidores do falecido mito/ídolo desta minoria, sem repetir à exaustão o famoso provérbio italiano que diz: “gli asini vanno davanti, i fucili in mezzo ei comandanti restano a casa”. O que acontece em muitas cidades deste “País Varonil” é hilariante. As manifestações públicas dos que estão “davanti” são motivo de chacota em todas as redes sociais. É gente cantando o hino Nacional para um pneu usado, outros rezando junto ao Muro das Lamentações, outros tentando parar um caminhão sozinho, agarrando-se nele e desfilando pela rodovia, outros mais fazendo sinais fascistas ou nazistas, tudo isto para delírio dos alienados e espanto dos racionais. Quais os objetivos destas manifestações e quais os resultados ninguém sabe, nem os próprios. Vê-se nas redes sociais que querem “livrar o Brasil” dos ladrões, do comunismo,  fechar o congresso nacional, os tribunais de justiça, e recolocar o seu “comandante-capitão” na presidência da República. Mal sabem os incautos inocentes úteis (ou inúteis) que se isto acontecesse, não seríamos mais república, nem império, nem colônia, nem nada. Findo o estado democrático de direito, resta a ditadura. E não venham falar que estamos às portas de uma anarquia, porque isso também não é verdade pois o anarquismo foi pregado no Seculo XIX até meados do Seculo XX. O Anaquismo é uma ideoloia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação, seja ela política, econômica, social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as instituições religiosas, o racismo e o patriarcado. Prega sobretudo a autogestão, isto é, um Estado sem governo, uma sociedade libertária baseada na cooperaçao, na ajuda mútua entre os indivíduos. Esses movimentos que estão ocorrendo já foram tipificados pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão do Min. Alexandre de Moraes, com a qual preciso concordar, pois, descontrolados, os “inconformados” poderão causar muitos prejuízos (como já causaram) à economia do país. Digo mais, podemos antever períodos de barbárie. E aí, revoltosos, estão cientes do que estão buscando? Se não estão vão estudar história e parem de agitar. Perder é do jogo. O Brasil precisa ser reconstruído, o ódio precisa acabar e a responsabilidade por um mundo melhor, sem autoritarismos, é de todos nós. Precisamos acabar com o ódio contra as mulheres, os negros, os nordestinos, os homossexuais, os povos originários, enfim, temos de voltar a olhar com amor e responsabilidade para todos aqueles que, nos últimos seis anos, foram marginalizados, pisoteados, criminalizados, por serem e pensarem diferente. O período das trevas está acabando e o sol há de brilhar mais uma vez. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

UMA NOVA ERA - 815. 04/11/2022

 815 – 04/11/2022 - UMA NOVA ERA

Por Jaime Capra

 

        Bom dia e bom final de semana, meus caros leitores. O momento manda que faça uma breve introdução nesta coluna para logo retornar ao estilo do ano 2005, quando iniciei a publicar minhas opiniões no então Jornal Gazeta Catarinense.

        Conhecido o resultado das eleições 2022 em segundo turno, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva obriga os brasileiros a compreenderem que a partir de 2023 o Brasil entrará em uma nova era. Não é possível prever em detalhes, mas pode-se esperar que, para os próximos quatro anos, haverá um governo menos espalhafatoso e mais centrado na condução dos destinos do Brasil e de seu povo, sem privilégios para alguns e sacrifícios para a maioria. Nada mais que isto.

        Enquanto uns festejam e tocam suas vidas e outros querem continuar o descalabro na esperança de reverter o vergonhoso revés, vamos recapitular o que de inusitado ocorreu nestes últimos dias. De concreto apenas a opinião manifestada mais de uma vez que, realmente somos uma república de bananas – que irá perdurar apenas mais dois meses – e um povo provinciano. Como já dito, repito: estamos contando o tempo para trás! O movimento bolsonarista está, neste momento, em 1938. É preciso fazer um alerta: que desistam, sob pena de retornar a 1922, o que será bem pior.  

 

        >>- Coisas da Internet. Nestes últimos dias a internet esteve congestionada por um turbilhão de mensagens de todos os matizes. Até o dia 30 inclusive, a busca desesperada por votos para o Bolsonaro ou Lula foi a tônica das mensagens, sem desprezar novas Fake News. Deste turbilhão pouco foi aproveitado, mesmo porquê o resultado final da votação comprovou isto. Muitas mensagens disparadas, sobretudo as anônimas que os incautos compartilharam, nada mais representam que a demonstração cabal do grau de ignorância dos remetentes.

 

         >>- Primeira Lição. “Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, disse o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio Criativo, argumentando que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.

“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”.

 

>>- Segunda Lição.  Bolsonaro é acusado de Fascista. Afinal, o que é Fascismo? Fascismo é forma radical da expressão do espectro político da direita conservadora. Surgiu na Itália na década de 1910 e alcançou o poder em 1922. É populista e explora assuntos corrupção, crises na economia, declínio dos valores da sociedade. Defende um sistema unipartidário onde só partido fascista tem direito à atuação política. Suas características são: Culto ao chefe/líder; Desprezo às liberdades e democracia; Desprezo pelo coletivismo; Desejo de expansão imperialista; Vitimização do povo; É contra os métodos políticos tradicionais; Exalta o tradicionalismo; Mobiliza as massas; Controla totalmente o Estado, sobre cultura, economia e política.

 

>>- Terceira Lição – Epílogo.  Voltemos à abertura desta coluna: estamos em uma nova era. Sim. Passaram-se as eleições, reduziram-se as inserções midiáticas, Lula da Silva venceu a disputa. Arrefeceram-se os ânimos, porém estes nem tanto. Os inconformados saíram das redes sociais e foram para as ruas protestar. Contra o que? Nem os próprios sabem. Contra a derrota, presume-se. Talvez a resposta esteja na primeira e segunda lições.

Mas há um alerta a fazer, e não pode ser chamado de “lição”. Pode-se buscar entre a infinidade de provérbios Italianos tão comuns entre os anciãos e tão pertinentes para os descuidados. Diz o provérbio em italiano gramatical: “gli asini vanno davanti, i cannoni dietro e i comandanti restano in caserma”.

Em tradução literal, o provérbio significa: “Os asnos vão à frente, os canhões atrás e os comandantes ficam na caserna”. Esta tradução aplica-se literalmente para o caso de uma guerra. No entanto, em uma “tradução livre” onde se encaixam os provérbios, pode-se transformar em: “os burros vão à frente, os caminhões vão atrás e os patrões ficam em casa”.

O povo, onde fica? Sempre no mesmo lugar! Fazendo o papel de idiota, de inocente útil que classifico como inútil, colocando seu esforço e reputação à serviço dos segundos interessados, fazendo o papel de bobo da corte para divertir o rei neste cenário de pantomima em que se transformou nosso Brasil varonil.

As manifestações “tranca estradas” são um verdadeiro tiro no pé. Os idealizadores imaginavam uma vitória “na marra”! ´Chamam a atenção os empresários(?) que se envolvem nesta ação. Quando o MST fazia isto, cujo resultado muitos se beneficiam até hoje, eram chamados de vagabundos. E agora José, já dizia Carlos Drummond de Andrade, o que são os manifestantes de hoje?

Até a próxima!

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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

814 - ESTÁ CHEGANDO A HORA

 814 – ESTÁ CHEGANDO A HORA – 21-10-2022  - Por Jaime Capra


 

        >>- Falta pouco mais de uma semana para que o povo brasileiro decida o futuro de seu país. Resultado das eleições do último dia 02 deste mês, temos aí dois sobreviventes daquele embate, cada um indicando o rumo que deseja imprimir ao Brasil nos próximos quatro anos. É bem verdade que ambos já mostraram o que são capazes de fazer em prol do povo brasileiro, razão maior do regime democrático que permite aos cidadãos escolher seus representantes. Também é verdade que a campanha em desenvolvimento, pouco vem mostrando o que pretendem os contendores. Esta avaliação deve ser feita única e exclusivamente pela memória e pela observação do eleitor quanto ao desempenho de cada um dos pretendentes quando do exercício de seu mandato. Temos então que avaliar os oito anos de governo Lula da Silva e compará-los aos quase quatro anos do governo Bolsonaro, à luz do que cada um representou para o povo brasileiro e sobretudo para o Brasil.

Nada de submeter-se a influências dos arautos do poder, que pretendem influenciar o eleitor com questões relacionadas à Venezuela, Argentina, Comunismo, aborto, igrejas e outras bobagens que nada tem a ver com nosso povo e nossa história. Nenhum argumento apresentado por esta falsa elite está relacionado ao bem-estar social do povo brasileiro. Nem uma palavra sobre o aumento do salário mínimo, correção das aposentadorias, redução da inflação, melhora nos serviços de saúde, financiamento da educação, criação de novos empregos e fome dos pobres. Nada disso interessa aos mentirosos enganadores que já enganaram uma vez e pretendem continuar enganando o povo.

 

>>- De resto, a campanha política de nada serve, nunca serviu e nem servirá como parâmetro para a escolha do melhor candidato. A confirmação desta discrepância já ficou demonstrada nas eleições de primeiro turno, onde os eleitores foram influenciados pelos discursos de mudanças profundas na política, nas composições dos poderes legislativos, executivos e inclusive judiciários, e sobretudo na decência dos mandatos, mas não foi isto que aconteceu. Na verdade, os discursos foram falsos, mentirosos, proferidos com um único objetivo: o de atribuir mais poder aos já poderosos.

Verificando o número de servos deste governo desastroso que, por sua curta passagem pelos corredores do planalto e pelas falcatruas judiciais e extrajudiciais, conseguiram garantir seus mandatos na câmara federal e assembleias legislativas, é fácil concluir que este governo abandonou o povo à pandemia de Covid e dedicou-se exclusivamente para ganhar as eleições que se avizinham. Portanto prezados eleitores, não se deixem enganar novamente. Entregue seu voto a quem já provou do que é capaz e não àquele que nem sequer promete, mas mente muito. É só verificar.

 

>>- Cuidado aí, gente! Um vídeo de uma simpatizante de Jair Bolsonaro está circulando pelas redes sociais. Na gravação, ela aparece marcando um bovino (gado) com o número 22. Conforme o artigo 32 da Lei 9.605, praticar ato de abuso, maus tratos, etc. em animais, é crime com pena e multa. Você leitor, que ainda está indeciso, tome cuidado para não ser processado ou levar o número 22 em sua cabeça.

 

        >>- Coisas da Internet I – Circula pelas redes sociais uma postagem de um político com mandato endereçada aos amigos e pedindo compartilhamento. A mensagem alerta para o perigo de eleger o candidato adversário para Presidente da República. O argumento utilizado não são as propostas de seu candidato em favor do povo, seus amigos e seus próprios eleitores, mas pura e simplesmente alertar os incautos sobre os perigos de eleger o adversário. Entre as pérolas descritas, começa por “ler” a mensagem escrita por outrem utilizando argumentos dos riscos de o Brasil transformar-se em outro País. No estágio atual da campanha política, isto é uma demonstração pura e simples da falta de conhecimento, cultura e propostas do autor e do beneficiário da postagem.

 

        >>- Coisas da Internet II – A reboque do tópico acima, a internet está congestionada por um turbilhão de mensagens de todos os matizes. Deste turbilhão, pouco se aproveita, sobretudo aquelas anônimas que os incautos internautas compartilham. O efeito destas mensagens, nada mais é que uma demonstração cabal do grau de ignorância dos remetentes. Não é possível alguém acreditar num texto ou comentário sem o nome do autor.

        O alvo preferido é o Senhor Deus! Ele haverá de promover a felicidade de todo o mundo. Tanto Ele é invocado que se pode imaginar o estresse e cansaço. Não é crível que Ele possa atender a tantos e tão descabidos pedidos. Aos remetentes, uma sugestão: vão ler o velho e eficiente “catecismo”. Lá encontrarão, entre outros ensinamentos, os 10 mandamentos da Lei de Deus, sendo que o segundo é: Não tomar seu Santo Nome em vão!

 

        >>- Coisas da Internet III – Para buscar na Internet, com o fim de atualizar-se sobre igrejas, religiões, fé e as devidas e totais explorações, sugiro tentar ouvir o programa Estúdio I que foi ao ar nesta quarta feira, dia 19 de outubro, pela Globo News. O tema trata da exploração da fé nas eleições. O entrevistado foi o Pastor Ed Rene Kivitz, da Igreja Batista de Agua Branca. Segue o Blog do Pastor: https://br.search.yahoo.com/search?fr=mcafee&type=E210BR91199G91641&p=Blog+Pastor+Ed+Rene+Kivitz

        Até a próxima.

 

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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

RESCALDO DAS ELEIÇÕES 06.10.2022

 813 – RESCALDO DAS ELEIÇÕES – 06-10-2022

 

    >>- O resultado das eleições dá o que pensar. Em primeiríssimo lugar, é que somos efetivamente uma República de Bananas. Nesses quarenta e cinco dias de campanha política efetiva e  outros quase quatro anos de subliminar, o que assistimos, ouvimos e lemos, salvo alguns profissionais melhor observadores e hábeis comunicadores que colocaram à disposição de parte da população mais consciente o que foram estes quatro anos, foram estratégias de desinformação, mentiras, bobagens e besteiras.

Este fenômeno às avessas nos faz acreditar que, efetivamente aos governos capitalistas, de direita, fascistas, ditadores e tantas outras derivações, interessa a ignorância do povo da parte de baixo da pirâmide social de Abrahan Maslow, que representa a grande maioria da população do nosso Brasil Varonil. O castigo que se abate sobre o Brasil é tamanho, que nossos atuais governantes impõem melhoras na educação através do plantio de militares subalternos dentro das escolas de formação juvenil e paralelamente suprimem, cortam e anulam verbas do orçamento destinadas à formação de adultos. Isto é uma clara demonstração do interesse na proliferação de uma população pobre, ignorante e analfabeta.

Este fenômeno que vem desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, com um pequeno hiato no início deste século que perdurou até 2016, é uma clara demonstração desta estratégia de construir uma população gigante e ignorante, para servir aos interesses escusos do capitalismo.

O que foi difundido nestes últimos seis anos é uma tática para aumentar o contingente de serviçais do capitalismo, produzir commodities extrativas que só exigem força e não inteligência, bloquear a formação de cérebros e os sentidos de visão e audição para que o povo não perceba qual o caminho que está trilhando.

E isto, não vamos perdoar, graças à passividade daqueles que tentaram mudar o perfil deste povo que até avançou um pouco, mas manteve o gosto de ser ignorante e assistiu passivamente esta gigante transformação em curto espaço de tempo. Assim, entregaram o governo a um jabuti sem noção e estão na iminência de mantê-lo se não houver uma urgente mobilização para evitar nova catástrofe.

No amago da ignorância de grande parte da população que ocupa o rodapé da Pirâmide de Maslow que fica exposto, está arraigada a crença que o Brasil se tornará uma Venezuela, que a Terra é plana, que uma política social democrata é o comunismo, que a vacina transforma o ser humano em jacaré, que o COVID19 é uma gripezinha, que o governo Lula da Silva vai fechar as igrejas. Mas o pior mesmo é que há quem acredite. No entanto, ao lado destes “crentes”, sempre há um esperto que o explora, e o sujeito não percebe, ou está inebriado e não quer perceber. Para estes, não sei exatamente se devemos sorrir ou chorar. Como dizia “mio zio Giovanni: il uomo fa il suo destino”! 

 

>>- Na província, a relação causa/efeito não difere do todo. Como causa, temos a ignorância associada à burrice. Em São Miguel do Oeste, como em Santa Catarina, este fenômeno está exposto para todos verem. Deu jaboti sem noção de cabo a rabo, trazendo consigo pelo menos alguns jabotizinhos. De positivo, só o baralho das candidaturas de direita. Repartiram o bolo e um pedaço significativo sobrou para a esquerda com Décio Lima do PT. Um feito histórico. Agora só falta aos catarinenses mostrar que não são gado pulando a cerca da mangueira para se livrar do brete. É chegada a hora de a onça beber água. Quem prestigiou Moisés que permitiu lhe roubassem o 7º mandamento, não custa votar em Décio Lima. Deixem o resto do Brasil salvar Bolsonaro e salvem a Santa Catarina.

 

>>- O Tribunal Superior Eleitoral decidiu atender a um pedido apresentado pela coligação Brasil da Esperança e mandou remover postagens mentirosas nas redes sociais que associavam Lula da Silva ao satanismo, isto é: que seria devoto de Satanás. Estes caras não tem cara. O pior é que alguns acreditam. As imagens foram compartilhadas pelo senador bolsonarista Cleitinho-MG, que apelou aos “cristãos” para votarem contra Lula. A decisão atinge as contas de Cleitinho, Vicky Vanilla, Flavio Bolsonaro, Carla Zambelli, Bernardo Kuster e outros, todos mentirosos de primeira grandeza. 

 

    >>- Pirâmide de Maslow, é uma hierarquia de necessidades desenvolvida por Abrahan Maslow mostra as necessidades para sobrevivência do ser humano e o contingente de necessitados. 

Na base da pirâmide, com maior contingente, estão as necessidades fisiológicas, tais como comida, água, abrigo respiração e outras. No segundo nível de hierarquia, com menor contingente, estão as necessidades de as pessoas se sentirem seguras. No terceiro nível, com ainda menor contingente, estão as necessidades sociais, amigos, família, etc. O quarto nível diz respeito de status, estima, orgulho, etc. 

Dito isto, é de se perguntar: como as pessoas que estão no primeiro nível da pirâmide, que ainda não atingiram todas suas necessidades fisiológicas, que não tem comida suficiente, não tem emprego, não tem acesso à água, esgoto, casa, saúde, escola, etc. ainda conseguem eleger governantes que só se preocupam com o capital, que estão no terceiro ou quarto nível da pirâmide? Isto é ou não é ignorância e burrice? Mas estes não são os culpados. Os culpados são os governantes que reduzem as verbas em educação e saúde, colocam milicos nas escolas e o povo como seus súditos, acham que sociologia e filosofia são desnecessárias. Querem mesmo que você, da primeira faixa da pirâmide, permaneça da ignorância. É hora de proclamar a independência. É agora ou você sempre será um súdito. Jamais chegará sequer a Vassalo, quanto mais Suserano. 

Até a próxima

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

VELHAS NOVIDADES - 05.08.2022

Velhas Novidades       

        >>- Jair Bolsonaro, cada vez mais isolado politicamente, continua com seus ataques ao sistema eleitoral. Durante entrevista à Rádio Guaíba (justamente o complexo jornalistico do evangélico/crente/ricasso/bolsonarista) na qual defendeu que o Desembargador do STF Luiz Fux seja incluído no inquérito das fake News por ter defendido a lisura das urnas eletrônicas durante seu discurso de abertura do semestre judiciário.

        Disse o sem noção que “Fux está no mínimo equivocado, ou é fake news. Deveria então o Fux estar respondendo no inquérito do Alexandre de Moraes [das fake news], se fosse um inquérito sério”. Disse mais sua excelência o capitão da reserva: “Prezado Fux, qual país desenvolvido do mundo adota nosso sistema eleitoral? Que maravilha esse sistema eleitoral que ninguém quer”.

 

>>-Governo Bolsonaro pede ao TSE acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas em ofício "urgentíssimo". O eminente General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da defesa e também do ataque, deu prazo até 12 de agosto para que o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, atenda ao pedido de acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas. O pedido foi feito pelo ministro em ofício classificado pela pasta como ‘urgentíssimo’.

 “Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral de 2022”, diz um trecho do ofício divulgado nesta terça-feira.

No ofício ao TSE, o ministro da Defesa (e do ataque) dá o prazo até 12 de agosto para que o presidente da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin, atenda ao pedido. O General Paulo Sérgio Nogueira justificou o prazo dizendo que há um “exíguo tempo disponível até o dia da votação”. O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 2 de outubro.

Ao povo em geral, resta saber se o comando do glorioso exército brasileiro sabe, efetivamente, o que é um código fonte e para que serve. É de se imaginar que o tal código não recebeu de seus criadores qualquer instrução de ordem unida, portanto nenhuma utilidade terá nas fileiras das casernas. Ademais, o glorioso, imagina-se, deve estar muito mais preocupado com aquisição de material sexual para satisfação de sua libido, leite condensado e outras especiarias, donde pode-se inferir que nenhum código-fonte poderá ter qualquer utilidade.

 

>>- Jair Bolsonaro volta a atacar. Mais uma vez o alvo foram os Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que o ministro Alexandre de Moraes “faz de tudo” para incriminá-lo. “Inquéritos do Alexandre de Moraes são completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável por parte dele, a gente sabe o lado dele”, afirmou Bolsonaro nesta terça-feira (2), durante entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

“É maneira de jogar a rede e me incriminar em algum lugar. Está fazendo tudo de errado [Alexandre de Moraes] e, no meu entender, não vai ter sucesso em seu intento final”, completou. Moraes irá assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 16 de agosto.

 

>>- Mais código-fonte. O Tribunal Superior Eleitoral – TSE, liberou há dez meses o acesso ao código-fonte dos sistemas usados nas urnas eletrônicas. Até agora, o TSE liberou para a Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Senado Federal.

É tanta sabedoria deste governo sem noção, que nem ele próprio e muito menos o Ministério da Defesa (e do ataque) sabiam disto. A pergunta que não quer calar: O que eles fazem em Brasília? Seria comer peixe com leite condensado? 

Querem mais? O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou, em outubro de 2021, o acesso das Forças Armadas ao código-fonte das urnas. Tradicionalmente, a fiscalização dos códigos-fontes acontecia nos seis meses antes das eleições. De acordo com informações publicadas nesta terça-feira pelo Portal Uol. Até o momento, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Senado Federal fiscalizaram o código-fonte. 

 

>>- A situação da política Gaúcha, seguramente, não produz inveja de ninguém. Continua andando de marcha ré, tentando ressuscitar velhos e desgastados políticos de profissão. Nem mesmo nosso conhecido sem noção Jair Messias, que de Messias não tem e nem fez nada, está conseguindo arrumar um banquinho (palanque por lá nem existe mais) para subir e fazer seu discurso de ódio. Logo no Rio Grande amado, onde fez uma caminhão de votos, agora ninguém mais o quer junto. Talvez, com um pouco de sorte, lhe sobre o trio de teias de aranha Lasier Martins, Ana Amélia Lemos e Onyx Lorenzoni, que até hoje os Gaúchos e ninguém mais conseguiram descobrir o que fizeram em Brasília este tempo todo. Talvez tenham fundado uma cooperativa junto com nossos irmãos Maldaner.

 

        >>- Por aqui, em Santa Catarina, parece que as coisas estão mais ou menos definidas, embora haja um cheiro de naftalina no ar para seguir o exemplo do Rio Grande amado. Não vejo nenhuma necessidade de buscar exemplos em outros estados, pois de há muito tempo Santa Catarina deixou de ser um hiato entre o Rio Grande amado e o Paraná. A esta altura, abandonamos o hiato de Esperidião Amin para ser um istmo do Moisés, que embora tenha permitido que lhe roubassem o sétimo mandamento, está conseguindo descer o Monte Sinai em paz. O que talvez lhe falte “ guardatevi dal lupo che veste da agnello per ingannare il popolo”!

        Até a próxima.

 

 

 

 

O que mais você precisa saber

 

Decisão judicial impede Sparta de acumular cargos na SMS e no Cremers – Uma decisão da Justiça publicada na última semana apontou incompatibilidade do secretário de Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, em acumular o cargo na gestão municipal ao mesmo tempo em que é conselheiro do Conselho Regional de Medicina (Cremers), no qual foi eleito para ocupar o assento até 2023. Em janeiro deste ano, Sparta havia se licenciado do cargo executivo alegando "compromissos". Na época, a mesma juíza que assina a decisão de julho, Daniela Pertile Victoria, tinha impedido Sparta de participar da votação no Conselho, que acabou elegendo seu filho, Carlos Sparta, presidente da entidade. Ao Matinal, o secretário afirmou agora que já havia feito sua opção, quando pediu licença do cargo de conselheiro no mesmo mês de janeiro em que se licenciou da Prefeitura – isso após a votação que elegeu seu filho. “Enquanto for secretário, ficarei licenciado do cargo de conselheiro”, afirmou o titular da pasta da Saúde na Capital. 

Número de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre mais que dobrará – O número de bicicletas compartilhadas em Porto Alegre vai passar de 410 para mil em breve, volume que será distribuído em 100 estações, ampliando a área de cobertura a locais como o 4º Distrito, o Parque Germânia, a avenida Bento Gonçalves e os bairros Ipanema e Tristeza. O aumento será a partir de novo contrato com a M1 Transportes, que é dona da Tem Bici, atual operadora do sistema. Assim que o novo contrato for assinado, haverá um prazo de seis meses para as novas estações serem instaladas – até agora, 91 estações já estão liberadas para serem implantadas. Além da maior quantidade de bikes, também haverá bicicletas elétricas e bicicletas para crianças. 

Produtores criticam consulta pública da Secretaria do Meio Ambiente – A consulta pública da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) para receber sugestões da população antes de definir o mapeamento de proibição e de liberação de aplicação de agrotóxicos no entorno do Parque Estadual Delta do Jacuí é alvo de críticas de agricultores e ambientalistas. Os grupos acusam a Sema de tentar "forçar uma autorização" da pulverização aérea na região da Área de Proteção Ambiental, o que é negado pela secretaria. As entidades ainda alegam que agricultores têm registrado perdas em razão da contaminação por deriva de agrotóxicos. Conforme relatado, a situação aumentou recentemente a partir de aplicação dos químicos pelo método de pulverização aérea. Os produtores reivindicam a criação de um polígono de proteção dos assentamentos da reforma agrária nas áreas da Região Metropolitana que produzem alimentos certificados como orgânicos.

 

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Até a próxima.