sexta-feira, 19 de agosto de 2016

ESCRIBAS E PITAQUEIROS



ESCRIBAS E PITAQUEIROS
       Escrevendo às antigas (afinal eu posso) dedicando estas mal traçadas linhas à legião de escribas palpiteiros que não se intitulam jornalistas e a não menor legião de jornalistas que não passam de palpiteiros vinculados a um emprego ou à alguns reais a mais em seu faturamento mensal.
Os primeiros, mais raros, escrevem por prazer, por convicção, por idealismo, por qualquer motivação interior, independente de favores recebidos, perspectiva de lucro ou ganho fácil para si ou para os seus. Estes navegam sempre em direção à linha de chegada, independentemente da direção dos ventos. Não se importam em enfrentar borrascas, tempestades ou tsunamis. Seu objetivo está traçado e identificado. Pretendem alcançá-lo.
A segunda leva sempre tem como objetivos alcançar o bem estar, os favores, as retribuições. Só navegam a favor dos ventos. Quando uma borrasca se aproxima, não relutam em mudar de rumo. São a favor da tese que Cabral descobriu o Brasil por engano. Seu rumo seria o caminho das Índias. Acabou encontrando os Índios.

A CARTA
       A interpretação dada à carta de Dilma Rousseff aos senadores que lhe cortarão a cabeça, está recebendo várias interpretações. São poucas, é verdade, as que se atém a analisar seu conteúdo à luz do que efetivamente contém.
       O jornalista Juremir Machado da Silva, escritor, tradutor e professor universitário, formado em jornalismo e história na PUCRS onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, também doutor em Sociologia pela Universidade de Paris V, René Descartes e Sorbonne, amigo de Edgar Morin, Jean Baudrillard e Michel Maffesoli, adjetivou o conteúdo como: tardia, justa, inútil, perfeita, legítima, correta, pertinente, consistente, propositiva e oportuna. Os adversários preferem vê-la como oportunista, vazia, ardilosa, desesperada, monológica e enganadora. Até aí, tudo bem, pois tanto os pró quanto os contra, seguindo a ótica do Juremir, atém-se exclusivamente ao conteúdo da referida carta.
       O que é difícil para um escriba palpiteiro entender é a motivação de alguns que se dizem jornalistas e ostentam diplomas universitários, para ter entendimento tão diverso a ponto de desclassificar a pessoa e não a obra sob análise.
       Os adjetivos atribuídos à autora da carta depõem contra quem os profere mostrando toda sua limitação vocabular e escancara o viés pessoal e interesseiro do comentário.
       Vivemos num país sob forte turbulência política, num estado e município inseridos neste mesmo contexto, todos sofrendo dificuldades em conseqüência de conjunturas mundiais que foram se alastrando, além de conjunturas locais decorrentes de erros ou falhas em previsões estratégicas que levaram às atuais dificuldades. Condenar a redação de uma carta por conta desses pressupostos denota limitação na análise conjuntural dos fatos e falta de coerência com o que acontece em igual ou pior proporção logo abaixo dos nossos narizes.
Assim, se a carta da Dilma atiça o senso de rigor em sua análise, este mesmo senso poderia ser adotado na análise da declaração do candidato a prefeito pelo PMDB, partícipe da atual administração até ontem, que afirmou peremptoriamente haver necessidade de reduzir o peso da máquina pública para estancar a falta de dinheiro. Pela crise brasileira, condene-se a Dilma. Pela crise no município de São Miguel do Oeste, louve-se e que se reelejam seus causadores. Sendo para isso, jamais quero ser denominado jornalista. Prefiro ser escriba pitaqueiro, colunista de banheiro como já fui assim denominado publicamente.

BUSCA DOS CULPADOS
       Já publiquei, mas vejo a necessidade de repetir quais são as fases de um projeto. O projeto a que me refiro é o Respeito às Pessoas e o Plano 15 do triunvirato da atual administração municipal. São as seguintes as fases: 1. Entusiasmo; 2. Apreensão; 3. Decepção; 4. Busca dos Culpados; 5. Punição dos Inocentes; 6. Promoção dos Não Participantes.
       O entusiasmo veio com a famosa faixa: “Entendeu ou quer que eu desenhe!”. A apreensão veio com a dificuldade em compor o governo em meio a tantos interesses. A decepção chegou com a incapacidade para resolver os problemas mais simples e elementares. A campanha pela eleição trouxe a 4ª fase que é a busca dos culpados, sendo escolhida a Câmara Municipal como culpada, esquecendo o quanto ela ajudou busca na gestão anterior. A punição dos inocentes ainda está por vir, mas já há sérios e vários candidatos a culpado. A promoção dos não participantes virá após conhecido o resultado da votação. É esperar para conferir.

COMEÇOU
       Mal começou a campanha e a prática da mentira está em voga. Para justificar a falta de competência, comenta-se que a Câmara de Vereadores não liberou o dinheiro do governo do estado. Não custa lembrar que o valor era para abastecer máquinas que já foram vendidas. Passado todo esse tempo, finalmente a cúpula diretiva municipal, ponteada pelo jurisconsulto mor, resolveu enviar o projeto substitutivo que se faz necessário. A queda de braço foi vencida pelos vereadores. Do lado perdedor, a demora deveu-se pela prática consolidada e internalizada de transformar a câmara municipal numa filial do gabinete e do seu anexo. Não deu certo. Os tempos mudaram. Já não há mais burricos para colocar cabresto. A administração pública tem que andar direito em Brasília –Não é?- e em São Miguel do Oeste também. Sempre é tempo de aprender alguma coisa, embora já não haja Mobral.

A BOCA PEQUENA
       Fala-se por aí que um determinado secretário municipal foi proibido de acompanhar a caravana oficial para pedir votos no interior. Lá, não seria bem visto.

FALA ANIMADORA
       Pode-se tranquilamente falar em candidatos oficiais sem citar nomes, porque dos quatro que se apresentam, três são oficiais por fazerem parte da atual administração. Assim, um deles afirmou ser necessário reduzir o contingente de “colaboradores” na administração municipal. Só não disse se em decorrência da redução do número de partidos na composição ou se por motivo de economia.
       O certo é que se a situação está insustentável, ela foi gerada por todos os candidatos juntos, menos um. Ou não?

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PERIGO NO AR

Foi expedido um alerta em grau máximo por causa da existência de vários campos magnéticos de grande intensidade sobre São Miguel do Oeste. 
Os campos magnéticos existentes tem o poder de atrair partidos políticos para compor coligações. 
Há casos em que campos que se propõem atrair, são atraídos por campos maiores.
O PSD, por exemplo, já atraiu PP, PSB e PCdoB. 
O PPS ainda gravita por aí também querendo atrair algum campo sem rumo.
O PDT quer atrair muitos outros, mas não quer que os atraídos entrem em seu campo magnético. Pretende que fiquem gravitando por fora, feito anéis de Saturno.
Já o PT, possui um magnetismo negativo. Ao invés de atrair, repele os corpos que se aproximam. 
O PMDB, embora toda sua intensidade, não consegue atrair ninguém. Os cabos que compõem seu campo magnético andam meio enferrujados e por isso não conseguem expedir magnetismos. 
O PR quer a qualquer custo ser atraído, mas sua intensidade é fraca e os campos potenciais não conseguem encontrá-lo.
O PSDB sabidamente fraco, sonha em atrair campos maiores para se fortificar, mas sua magna líquida de materiais metálicos existentes em seu centro é insignificante. 
Dessa forma, a política em São Miguel do Oeste vai vagar pelo espaço sideral feito um meteorito igual ao que caiu em Ilópolis há alguns anos atrás. Rezemos ao Padre Aurélio para que nos proteja da queda.