quarta-feira, 25 de julho de 2018

A VOLTA DO MICO


       O Mico, personagem importante desta reles coluna editada sob os auspícios deste colunista de banheiro, ausente desde o fim da legislatura 2009-12, que no auge rendeu um processo judicial, considerando a grande safra de bananas volta à cena.
       O ambiente está propício. Na região de Sanchas Parda, mais precisamente em Caximbetê, será criada uma reserva florestal para abrigar a maior capela da história. Vai ter mico para todos os gostos e serviços. Escolha o seu, antes que seja tarde.

O MICO DA REFORMA
       O rotativo, segundo as últimas notícias, aos poucos será transformado num pentágono. Quem sabe, com o passar do tempo e desgaste dos vértices, volte a ser redondo e consiga rodar pelas ruas de São Miguel do Oeste em todas as direções, como antigamente.
       Lembro do Plano Dullius de Porto Alegre, então com seiscentos mil habitantes, nos anos sessenta do século passado, quando havia um veículo para cada 30 pessoas. Naquela época, eram 20.000 veículos em circulação. Severo Dullius foi incumbido pela administração municipal e as autoridades de trânsito de desenvolver um projeto de alterações para os próximos cinquenta anos. Quando o projeto foi implementado, sofreu duras críticas. Mesmo assim, aguentou as críticas e manteve as alterações. Ele tinha certeza de estar certo e de ter feito o melhor e o necessário para a época e para o futuro.  

O MICO DO PROJETO
       Todo projeto malsucedido tem seis fases:
Fase 1. Entusiasmo: ah, o projeto é uma beleza, vai ser a redenção do trânsito e a salvação do estacionamento. Vereadores, aprovem! Podemos implantar!
Fase 2. Apreensão: mas, espera aí: quanto isto vai custar? E se a câmara não aprovar? Quanto tempo vai demorar? Quem vai fazer as reformas? E se não der certo?
Fase 3. Decepção: tá vendo? Eu sabia que ia dar problema! A gente devia ter esperado um pouco mais, ter discutido melhor. E agora, como vamos explicar tudo o que foi gasto? O que vamos dizer para o povo?
Fase 4. Busca dos culpados: a culpa é desses camaradas que queriam a cidade deserta. E o nosso conselho de trânsito, não podia prever que isto ia dar errado? São uns incompetentes. Não enxergam um palmo diante do nariz. Quem foi que contratou aquela empresa de m para mexer nas ruas?
Fase 5. Punição dos inocentes: vocês ouviram o que andam falando por aí? Fala para cortar a coluna daquele sem vergonha. Diz para o chefe demitir aquele cara que só fala mal. Não se compra mais nada daquela loja porque o cara assinou o abaixo assinado. Quem inventou o abaixo assinado só pode ter sido aquele comunista!
Fase 6. Promoção dos não participantes: Chama aquele auxiliar de serviços gerais. Quero dar-lhe um aumento. Graças a ele, o povo esqueceu a furada que foi o rotativo. Ele não contou nada a ninguém.

O MICO DE DONAL TRUMP
       Se até o Donald Trump paga mico, porque será que um alto prócer Caximbetano não pode pagar?
       O presidente Americano saiu disparando em todas as direções querendo acertar seu colega Russo Vladimir Putin, acusando a KGB de ter interferido nas eleições Americanas.
       O Presidente Russo, que não é bobo de ontem, deve ter tirado um coringa da manga e deu um choque em Donal Trump, fazendo-o recuar das acusações.
       Com esta fraquejada, o congresso Americano ligou as antenas e já cogita investigar o falastrão, suspeitando que tenha algo a esconder. Suspeitam que Putin sabe o que é...

O MICO TEM NOME
       “Subir ao palanque de Henrique Meirelles é condenação”. Estas foram palavras ditas pelo senador Renan Calheiros quando da visita a Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Polícia Federal em Curitiba. Disse ainda que Henrique Meirelles não é originário do MDB e que sua origem é a JBS e o Sistema Financeiro. Calheiros, que declarou apoio a Lula, chamou a candidatura de Meirelles de fantasiosa e enganosa. Segundo ele, Meirelles seria um bom candidato a presidência do Banco de Boston e da Febraban.



O MICO MIJADO
       Nas primeiras pedradas, o mico saiu guinchando feito criança mijada. A reação não retardou a busca dos culpados. As pedras teriam sido as responsáveis pelo clamor que vem das ruas. Nesta terra, é proibido divergir. Todos os outros animais têm que andar pelo mesmo caminho, feito elefantes. Havendo obstáculos, há de superá-los. Por aqui só aplausos, mesmo para as ações mais absurdas.
       Algumas pessoas e seus arautos, têm todas as características do bom e importante fascismo, mas recusam-se admitir. Tampouco admitem serem estigmatizadas. Só veem comunistas. Não existem os fascistas, no bom sentido da palavra. Mas eles estão presentes e são estes que pretendem calar a ferro e fogo as vozes contrárias.
       Querem transformar toda a fauna numa imensa fila indiana caminhando na mesma direção. Fila que caminha para o abismo cultural, porque não recebe outros estímulos que não sejam a concordância, a fumaça de trator e o esterco de galinha.

O MICO ANTIGO
       Antigamente, nossos pais nos orientavam para não instigar os macacos ou micos, como eram denominados, pois esses animais quando molestados defendem-se defecando em suas mãos e jogando o estrume na cabeça dos que os molesta.
       Verdade ou não, nunca arrisquei ser atingido pela obra. Dito isso, convém esclarecer que o atual texto refere-se ao “mico” jogo de cartas, onde quem fica com aquela carta, perde o jogo. Alerto os leitores para que não fiquem com o mico na mão.