sexta-feira, 26 de maio de 2017

NADA A LAMENTAR, TUDO A COMEMORAR

NADA A LAMENTAR, TUDO A COMEMORAR!
Finalmente a justiça está feita. Sem Sergio Moro, sem STF, sem
Polícia Federal, sem coxinhas, sem classe média, sem imprensa, sem
ninguém. Apenas um reles empresário brasileiro, com nome
“nativoamericano” sem sobrenome. Só ele poderia colocar as coisas
nos seus devidos lugares, abrindo ainda mais o buraco em que
meteram o Brasil, para que coubesse também a classe empresarial.
          Que vivam os salvadores da pátria que sustentam o povo com
míseros salários. Que vivam os empresários que querem a extinção
das leis trabalhistas e a criação de leis soneguistas. Que vivam os
colocadores de impostômetros que retém os impostos pagos pelo
povo, não os repassam ao governo e reclamam pedindo benesses.
Bem feito para nós, idiotas, que saímos às ruas vestidos de
verde e amarelo, batendo panelas e gritando pelo fim da corrupção.
Bem feito mesmo, pois agora descobrimos que não são só políticos os
corruptos. Têm empresários e dirigentes atolados até as orelhas no
lodaçal que quiseram enxugar. Bem feito!

BILHÕES DE REAIS
A JBS, maior exportadora de carne bovina do mundo, doou a
políticos o equivalente a 18,5% do dinheiro que tomou emprestado
do BNDES. Entre 2005 e 2014, a empresa tomou R$ 2,5 bilhões
emprestados do banco estatal e, desde 2006, doou R$ 463 milhões, o
equivalente a 18,5% do valor emprestado.
O Grupo JBS faturou em vendas R$ 92 bilhões em 2013. Desde
2006, o grupo figura entre um dos maiores doadores individuais de
campanhas políticas do Brasil. Em 2010, a JBS ficou em terceiro
lugar, com R$ 63 milhões. Em 2014 foi a maior doadora, seguida da
construtora Odebrecht, que doou R$ 111 milhões, e do Bradesco,
com doações de R$ 100 milhões.
          Para efeito de comparação, a Odebrecht, segunda colocada no
ranking de doações neste ano, doou 22% de seu lucro líquido em
2013, que foi de R$ R$ 490,7 milhões. O Bradesco, terceiro colocado,
doou apenas 0,83% de seu lucro líquido em 2013, que foi de R$ 12
bilhões.
 
BEM FEITO!
Que empresa normal poderia dispor de tanto dinheiro para doar
a tantos políticos? De onde vem todo esse dinheiro?
Vocês leitores ainda deslumbrados com o fora Dilma, fora PT,
acham que vem do lucro que os empresários, caridosamente,
oferecem para financiar campanhas políticas?
Ledo engano! Esse dinheiro todo vem dos impostos que estão
embutidos em cada grama de carne e outros produtos, vendida aos
trouxas, que são sonegados. São impostos municipais, estaduais,
federais, contribuições previdenciárias, contribuições ao FGTS e
outros, que não são pagos e vão parar no bolso de bandidos
travestidos de benfeitores da sociedade. Bem feito!

BEM FEITO!
Bem feito para nós que todos os dias damos de cara com o
impostômetro colocado no calçadão, acreditando que realmente a
carga tributária é excessiva. Mal sabemos que boa parte dos
impostos cobrados pelos empresários, a exemplo da JBS, Odebrecht e
Bradesco, que estão embutidos no preço das mercadorias e dos
serviços, não passa pela contabilidade do ridículo equipamento e
muito menos vão parar nos cofres públicos. Mal sabemos também
que a energia elétrica consumida pelo equipamento é paga por nós,
que pagamos iluminação pública inclusive aquela que mantém o
próprio aceso. Bem feito, mais uma vez.
 
BEM FEITO!
          Bem feito para nós, que sob o manto da geração de meia dúzia
de empregos com salários aviltantes, acreditamos que realmente a
CLT precisa ser extinta, que o trabalho precisa ser terceirizado, que a
previdência social tem que dar lucro, que o trabalhador se aposenta
muito cedo, que o bolsa família só faz criar vagabundos, bem feito!
Vamos então apoiar o Sistema “S” (Sebrae, Sesc, Sesi, Senac,
Senai, Senar, Sescoop, Sest e Senat), que aplica melhor o dinheiro
arrecadado, principalmente no financiamento das constantes viagens
de seus dirigentes e prepostos em direção aos principais destinos
turísticos.
          A Receita Federal repassou em 2016, R$ 16 bilhões para essas
entidades. Quem mais recebeu foi o Sesc, com R$ 4,6 bilhões e o
Sebrae com R$ 3,1 bilhões. E vocês leitores ainda acham muito
alguns trocados para os políticos?
          Por lidarem com recursos arrecadados pelo governo, as
entidades do sistema “S” deveriam comprovar a destinação das
verbas e o atendimento do interesse público.
Em 2016, o Tribunal de Contas da União alertou que nem todas
essas entidades tinham sistema de auditoria (que confere a
veracidade e qualidade das informações) interna e externa e que
faltavam em algumas delas, informações sobre o oferecimento de
cursos gratuitos e detalhes sobre licitações.
          Outro ponto que desperta críticas é o percentual de cursos
gratuitos oferecidos pelas entidades. A cobrança de mensalidades
afasta pessoas sem recursos que precisam se capacitar e coloca em
xeque o interesse público que justifica o repasse de verbas.
Em outubro de 2016, o senador Ataídes de Oliveira apresentou
um projeto de lei que destina 30% dos recursos arrecadados para as
entidades do Sistema S à Seguridade Social. A chance de aprovação
é pequena, dado o forte lobby que as entidades exercem sobre
deputados e senadores.
 
SANTOS DE PAU OCO
          As imagens assim esculpidas, destinadas a levar o ouro
brasileiro para Portugal, podem designar os políticos catarinenses
agraciados com os trocados da JBS.
          De onde saiu o dinheiro para financiar as campanhas políticas?
Não há outra fonte que não seja a exploração dos integrados da
Seara, das prefeituras municipais seguidoras das políticas de fumaça
de trator e esterco de galinha. Deixam faltar remédios para fazer
uma terraplanagem para galinheiro e chiqueiro, imaginando que
beneficiam o integrado, quando na verdade beneficiam a empresa.
          Para quem acha que isto é pouco, o Valor Adicionado gerado
pela atividade, beneficia Itajaí, local onde os produtos são
embarcados. Para os municípios inocentes, sobra o esterco! Nada
mais que isto. Bem feito!