815 – 04/11/2022 - UMA NOVA ERA
Por Jaime Capra
Bom dia e bom final de semana, meus caros leitores. O momento
manda que faça uma breve introdução nesta coluna para logo retornar ao estilo
do ano 2005, quando iniciei a publicar minhas opiniões no então Jornal Gazeta
Catarinense.
Conhecido o resultado das eleições 2022 em segundo turno, a
vitória de Luiz Inácio Lula da Silva obriga os brasileiros a compreenderem que
a partir de 2023 o Brasil entrará em uma nova era. Não é possível prever em
detalhes, mas pode-se esperar que, para os próximos quatro anos, haverá um
governo menos espalhafatoso e mais centrado na condução dos destinos do Brasil
e de seu povo, sem privilégios para alguns e sacrifícios para a maioria. Nada
mais que isto.
Enquanto uns festejam e tocam suas vidas e outros querem
continuar o descalabro na esperança de reverter o vergonhoso revés, vamos
recapitular o que de inusitado ocorreu nestes últimos dias. De concreto apenas
a opinião manifestada mais de uma vez que, realmente somos uma república de
bananas – que irá perdurar apenas mais dois meses – e um povo provinciano. Como
já dito, repito: estamos contando o tempo para trás! O movimento bolsonarista
está, neste momento, em 1938. É preciso fazer um alerta: que desistam, sob pena
de retornar a 1922, o que será bem pior.
>>- Coisas da Internet. Nestes últimos dias a internet esteve
congestionada por um turbilhão de mensagens de todos os matizes. Até o dia 30
inclusive, a busca desesperada por votos para o Bolsonaro ou Lula foi a tônica
das mensagens, sem desprezar novas Fake News. Deste turbilhão pouco foi
aproveitado, mesmo porquê o resultado final da votação comprovou isto. Muitas
mensagens disparadas, sobretudo as anônimas que os incautos compartilharam, nada
mais representam que a demonstração cabal do grau de ignorância dos remetentes.
>>- Primeira Lição. “Neste momento, vocês estão nas mãos
de um ditador”, disse o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio
Criativo, argumentando que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.
“Esta ditadura reduz a inteligência coletiva do
Brasil. Durante esta pandemia, Bolsonaro se comportou como uma criança, de um
jeito maluco. Ou seja, o ditador conseguiu impor um comportamento idiota em um
país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”.
>>- Segunda
Lição. Bolsonaro é acusado de Fascista. Afinal, o que é Fascismo? Fascismo é
forma radical da expressão do espectro político da direita conservadora. Surgiu
na Itália na década de 1910 e alcançou o poder em 1922. É populista e explora
assuntos corrupção, crises na economia, declínio dos valores da sociedade. Defende
um sistema unipartidário onde só partido fascista tem direito à atuação política.
Suas características são: Culto ao chefe/líder; Desprezo às liberdades e democracia;
Desprezo pelo coletivismo; Desejo de expansão imperialista; Vitimização do povo;
É contra os métodos políticos tradicionais; Exalta o tradicionalismo; Mobiliza as
massas; Controla totalmente o Estado, sobre cultura, economia e política.
>>- Terceira Lição –
Epílogo. Voltemos à abertura desta coluna: estamos em uma nova era. Sim.
Passaram-se as eleições, reduziram-se as inserções midiáticas, Lula da Silva
venceu a disputa. Arrefeceram-se os ânimos, porém estes nem tanto. Os
inconformados saíram das redes sociais e foram para as ruas protestar. Contra o
que? Nem os próprios sabem. Contra a derrota, presume-se. Talvez a resposta
esteja na primeira e segunda lições.
Mas há um alerta a fazer, e não pode ser chamado de “lição”. Pode-se
buscar entre a infinidade de provérbios Italianos tão comuns entre os anciãos e
tão pertinentes para os descuidados. Diz o provérbio em italiano gramatical: “gli
asini vanno davanti, i cannoni dietro e i comandanti restano in caserma”.
Em tradução literal, o provérbio significa: “Os asnos vão à frente, os
canhões atrás e os comandantes ficam na caserna”. Esta tradução aplica-se
literalmente para o caso de uma guerra. No entanto, em uma “tradução livre”
onde se encaixam os provérbios, pode-se transformar em: “os burros vão à
frente, os caminhões vão atrás e os patrões ficam em casa”.
O povo, onde fica? Sempre no mesmo lugar! Fazendo o papel de idiota, de
inocente útil que classifico como inútil, colocando seu esforço e reputação à
serviço dos segundos interessados, fazendo o papel de bobo da corte para
divertir o rei neste cenário de pantomima em que se transformou nosso Brasil
varonil.
As manifestações “tranca estradas” são um verdadeiro tiro no pé. Os
idealizadores imaginavam uma vitória “na marra”! ´Chamam a atenção os
empresários(?) que se envolvem nesta ação. Quando o MST fazia isto, cujo
resultado muitos se beneficiam até hoje, eram chamados de vagabundos. E agora
José, já dizia Carlos Drummond de Andrade, o que são os manifestantes de hoje?
Até a próxima!
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