SEM CHANCES
Esta é a 703ª coluna
publicada neste jornal. Considerando que em algumas edições não o foi e também
o costumeiro período de recesso, foram quase 15 anos de escritos. Uma
adolescência, seguramente.
A coluna nasceu e continua
crítica. Nesse tempo, poucos acontecimentos fizeram mudar o perfil. Até mesmo o
comportamento das pessoas, aí incluídos os governantes, provocaram a tão
esperada mudança.
SAÍDA E CHEGADA
O Brasil saiu de um período
contestado. O povo queria mudanças. Elas chegaram, mas deixaram para trás a
humanidade e a urbanidade. A intolerância que incita a violência foi resgatada
não se sabe de onde, pois não faz parte da nossa história.
O atual presidente da
república (a letra minúscula é deliberada, pois jair bolsonaro não é presidente,
nem o país é república), regozijou-se com os que mataram 11 delinquentes em São
Paulo, como se matar fosse uma façanha.
Em contrapartida, tanto ele
quanto o “mouro”, seu fiel escudeiro, fizeram “boca chiusa” sobre o triste e lamentável episódio do assassinato de
um pai de família no Rio de Janeiro com 81 tiros de fuzil desferidos pelo
glorioso exército brasileiro. E agora, “bozo” e “mouro”, vocês não vão dizer
nada?
MOUROS E JUSTIÇEIROS
Mauritanos, Mauros ou Sarracenos são
considerados povos praticantes do Islã, oriundos do Marrocos, Argélia,
Mauritânia e Saara Ocidental, invasores da península Ibérica, Sicília, Malta e
parte da França, durante a Idade Média.
Franck Castle, o justiceiro, era um
soldado condecorado que teve sua mulher e seus dois filhos mortos em um
tiroteio entre criminosos. Castle então declarou guerra ao mundo do crime.
Adotou um uniforme com uma caveira e resolveu eliminar tantos criminosos quanto
possível. Isso o colocou em confronto com outros super-heróis que afirmavam ser
errado tirar a vida mesmo de criminosos.
FALOU E DISSE
O ex-ministro Rubens Ricupero, experiente diplomata
com atuação em organismos multilaterais e acadêmico na área de relações
internacionais, diz que a política externa do governo Bolsonaro é de destruição
e pode transformar o Brasil em pária internacional. Ele afirma que o presidente
da República não é apresentável em quase nenhuma capital, talvez nem mesmo
nessas que visitou.
Ele alerta que é preciso deter o retrocesso do
Brasil, sob o risco de sermos percebidos como são vistos alguns dos países que
Bolsonaro e Araújo admiram, e são a expressão do populismo e do obscurantismo
de extrema direita. Para Ricupero, o prestígio diplomático do Brasil
aproxima-se do seu ponto mais baixo.
QUER APRENDER
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, deu uma declaração reforçando que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é um preso político. Segundo o blog do jornalista Juca
Kfouri, Guedes disse estar 'convencido' de que Lula não roubou um tostão, e que
seu patrimônio prova isso. Ele não teve quem o avisasse do que acontecia em
torno de seu governo. Segundo Juca Kfouri, a declaração foi dada no último dia
12 de março, durante reunião com seis presidentes de Tribunais de Contas
estaduais no sexto andar do Ministério da Economia.
SEIS POR MEIA DÚZIA
Em sua primeira entrevista, o ministro da Educação
ataca os eleitores do Partido dos Trabalhadores: "Uma pessoa que sabe ler
e escrever e tem acesso à internet não vota no PT". Para Weintraub, o
partido é um inimigo que deve ser eliminado. As opiniões do novo ministro
revelam que o obscurantismo vai continuar sendo o principal ingrediente da ação
do MEC durante o governo Bolsonaro. O contraste com as forças democráticas e
progressistas é flagrante. Enquanto o PT lançou um professor universitário, o
candidato de Weintraub, hoje presidente, tem uma postura anti-intelectual. Sobre
a pasta que vai gerir, o novo ministro diz que Bolsonaro pediu "resultados
e gestão".
A MORTE RONDA A COXILHA
O cientista
político Alberto Carlos Almeida publicou uma sequência de tuítes
analisando quatro diferentes avaliações do Governo Bolsonaro com base em
pesquisas recentes dos institutos Ibope, Datafolha e XP. O resultado é
uma deterioração dramática da avaliação do governo, de difícil recuperação.
Almeida concluiu que a
avaliação do governo Bolsonaro piora muito junto a todos os
públicos. As pioras mais significativas são do mercado financeiro dos deputados
quando perguntados como é o relacionamento com a Câmara.
Bolsonaro cairá aos 25% de
aceitação junto à população. Vai ficar com os apoiadores fiéis das redes
sociais. A queda é dramática para
ele, acossado pelos olavistas e prisioneiro do que ele continua falando.
A economia ruim, a economia
mundial arrefecendo o ritmo, se ele fizer um governo péssimo por quatro anos
estará no lucro por não ser deposto antes. Ele está prisioneiro dos olavistas
de um lado e dos militares, de outro. Ele não sabe como compatibilizá-los.
CANOA
FURADA
Os cem dias de Jair
Bolsonaro à frente do governo do Brasil foram um fracasso, de acordo com a
mídia internacional. O Le Monde, informa que o lobby evangélico se sente
abandonado pelo chefe do Planalto. O alemão Der Standard aponta "medo e
desilusão" no Brasil. A Nau, da mídia suíça, diz que os cem dias são
marcados pela violência policial e que a destruição ambiental está em ascensão.
Segundo a AP, o mandato foi marcado por "lutas internas, "insultos a
adversários e aliados" e "elogios à ditadura brasileira de
1964-1985". O jornal russo Kommersant destaca que Bolsonaro não descarta
invasão na Venezuela.
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