segunda-feira, 19 de agosto de 2019

721 – CAPITALISMO AMIGO



       > Nada melhor que uma mudança radical para provocar outra mudança radical. Bolsonaro chegou nesta república de bananas (a dos panacas), sobre um andor, ao palácio da Alvorada. Muitos destes capitalistas que carregavam o andor não possuíam, e ainda não possuem, qualquer capital. Assim mesmo se revezavam ao estilo 4 X 4, compondo a velha tradição das procissões.
O radicalismo da mudança com perspectiva de acumulação de capital (K num básico economês) acabou por disparar um tiro certeiro que saiu pela culatra. Os que detinham algum K naquele momento, estão vendo sua esperança se esvaindo. Os que não tinham sequer um K minúsculo, perderam o “timer” e atualmente vagam pelo caminho das procissões a procura de alguma água benta que os salve. Radicalismo é isso, segundo a primeira das 100 melhores leis de Murphy: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”. Está aí pois o lucro deixado por uma mudança radical.

> Nada pior que aquele arrependimento martelante. Aquele que fica martelando dia e noite na cabeça dos reformadores do mundo. Poxa vida, eu acreditei que a república de bananas (agora a fruta) poderia se transformar na de maçã, goiaba, e até numa republiqueta de jacas. Mas não deu certo. O santo que ajudei a carregar naquele andor, na verdade era de pau oco. Isso é o que devem estar pensando aqueles que espalharam outdoors pelas cidadezinhas do interior dizendo: “Quer um país melhor... seja honesto”. Mas bah tchê, diria o gaúcho! Ou então, aqueles que espalharam impostômetros pelas praças, cuja energia foi paga pelos otários, enquanto puderam enganá-los. Quando descobriram que a eletricidade que mantinha o impostômetro reluzente estava ligada na rede pública, o tal impostômetro sumiu. Sumiu até o “sonegômetro”, pois o leão está sendo substituído por uma hiena: “além de morder, vai dar risadas”! Eita nós espertos, afobados, crentes e radicais. Bestas, isto sim, acreditando que o tal capitalismo radical de direita era amigo. Deixaria o remediado rico e o rico ficaria milionário. Mas isto não seria de todo ruim, desde que o PT parasse de roubar, que o comunismo voltasse para a União Soviética e o socialismo ficasse em Cuba e Venezuela. Até poderia mandar uns pobres embora, o que não seria mau. Poderiam trabalhar nos frigoríficos em Angola e limpar bunda de crianças na França, porquê lá o cocô é perfumado.

       > A última que morre é a esperança. Vamos então esperar com calma, sem medo, pois tem muita coisa ainda por morrer até chegar a vez da esperança. Quanto mais demorar, melhor. Assim haverá tempo de sobra para se arrepender de ter ajudado a carregar um santo de pau oco. O problema é que até chegar a vez do santo, ele vai matar primeiro a previdência, a escola, as empresas, a economia, e talvez chegue até o País. Quando o santo milagreiro matar o País, estará implantada a verdadeira igualdade de condição econômica: seremos todos pobres. Que beleza!

       > A pressa é inimiga da perfeição, já dizia Rui Barbosa. Por essas bandas, o prefeito pôde sentir na pele a força da expressão. Apresentou na colenda Câmara Municipal de Vereadores um projeto de lei para cobrar contribuição de melhoria sobre pavimentação com asfalto em ruas que já possuem esta melhoria com pedras irregulares. Resultado: “bateu na trave”!
       Pudera não! Mandou o projeto assim, como se joga um jornal velho embaixo da porta de um analfabeto. Os nobres não gostaram e com olhos de lince procuraram os furos. E encontraram.
       1. Nas ruas “contempladas” com as melhorias, os proprietários já bancaram a pavimentação com pedras, às suas próprias expensas;
2. O projeto atingiria somente áreas residenciais. Nas áreas comerciais onde o valor venal dos imóveis é superior, as melhorias foram custeadas com recursos públicos, portanto do povo, inclusive daqueles que com o novo projeto teriam que contribuir.
3. Os recursos que serão aplicados foram obtidos mediante empréstimo que será amortizado de forma parcelada. O desembolso necessário será custeado por toda a população. Assim, toda a população deveria ser beneficiada pela melhoria, não somente uma parte (as ruas selecionadas).
Por essas e outras, a colenda rejeitou. O projeto mais parecia um queijo suíço. Cheio de furos.  
Até a próxima.

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