MEMORIAS
Com pesar assistimos em São Miguel do
Oeste a destruição de calçadas construídas há mais de 40 anos quando a melhoria
ainda não era obrigatória. Os materiais empregados à época, talvez sejam
melhores que os atuais, principalmente aquelas ridículas lajotas de cimento. O
motivo alegado é a padronização, concebida para contentar o projeto “sorria”
São Miguel e fazer sorrir mais “uns e outros”.
Imagina-se que São
Miguel esteja chorando por isso, pois será acometido do mal de Alzheimer
quando, todos sabem, a memória é totalmente apagada. Talvez o santo deixe até
de operar milagres.
É impossível não
comentar mais esta aberração. Em todos os lugares do mundo há uma preocupação
em manter e preservar a memória dos povos. Na cidade de Tiradentes, em Minas Gerais,
o pavimento das ruas ainda é aquele construído pelo Império, com pedras
basalto, irregulares, de tamanhos variados. Em Roma, trechos da Via Appia Antica
ainda conservam o pavimento original construído a partir do ano 312 a.C. Em São
Miguel do Oeste, procuram-se todas as maneiras de apagar da memória as obras
dos desbravadores. Decerto pretendem substituí-las pelas fotos de prefeitos e
presidentes da colenda câmara municipal de vereadores.
A propósito da ridícula e
vergonhosa “padronização”, a idéia deve ter sido copiada do führer Adolf
Hitler. Ele, assim como os projetistas inovadores, pretendia padronizar o povo,
criando a raça ariana onde todos seriam loiros de olhos azuis, brancos, altos e
fortes. Aqui, o governo padronizador quer que todos sejam iguais:
baixinhos, subnutridos e ignorantes.
A capacidade inovadora do governo
local não compreende o individualismo e não permite a criatividade. Também não
sabe que 85% dos habitantes do município são urbanos. Não é à toa que falta
comida nas creches e nas escolas. Faltam remédios nos postos de saúde e a fila
de espera por um exame de laboratório ou uma consulta especializada estende-se
ao próximo mandato. No entanto sobram patrolas, escavadeiras, caçambas e
tratores. Assim mesmo, as estradas estão em péssimo estado, bem piores que a
Via Appia Antica sem asfalto.
TRANSITO
De acordo com a
administração de trânsito em São Miguel do Oeste, o affair se resume a pintura de meios fios, faixas de segurança e
instalação de caça níqueis. Em planejamento e ordenamento do fluxo de veículos,
a equipe é um zero à esquerda.
Os dois semáforos
da Willy Barth tem um bloqueador de veículos de fazer inveja aos guardas de 1960,
quando o trânsito era regulado no apito.
Tanto a Getúlio
Vargas quanto a D. Pedro II não atravessam a Willy Barth. Desta forma nada
impede que o fluxo de veículos no sentido Sul/Norte seja liberado na pista da
direita quando aberto o fluxo no sentido Norte/Sul. Mas às autoridades não
interessa a eficiência. Aliás, eficiência, eficácia e efetividade são termos
desconhecidos para a atual administração.
A DOENÇA DA SAÚDE
A saúde em São Miguel do Oeste está
doente. Faltam atendimento, exames e remédios e sobram reclamações e desculpas.
Menos mal que o governo municipal arranjou um parceiro de peso: o próprio
Estado de Santa Catarina, que também aderiu à fumaça de trator em detrimento da
saúde e da educação.
Se faltam remédios e exames ao Município
falta dinheiro ao Estado. Os repasses ao Hospital Regional estão atrasados. O governador
aplica o calote na maior cara dura. Mas a fumaça de trator e a propagandal,
mola propulsora da mascara das eleições e ignorância do povo, continuam em
alta.
Na educação, o caos é total. O Estado,
cantado em prosa e verso pelo País afora, cujos governantes odeiam o governo
federal do PT e são os primeiros a comparecer em Brasília de pires na mão, está
se mixando para construir um muro ao redor do principal colégio do Extremo
Oeste. Não pode desembolsar mais que 100 mil reais por mês. Está, o governo, há
quase três anos roendo ao redor de uma escola que tem quase meio século e nunca
recebeu uma vassorada nas teias de aranha. Não consegue dar uma simples
guaribada. O governo só comparece no local nas eleições, quando as urnas são estrategicamente
colocadas possibilitando uma eficiente boca de urna. Por essas e por outras que
os professores estão em greve.
REMINISCÊNCIAS
Há muito tempo,
neste espaço, fiz menção a um contribuinte que, cheio de responsabilidade,
tentou junto à gloriosa prefeitura, regularizar um puxadinho que havia
construído ao lado de sua casa, para guardar o carro.
Não conseguiu o intento porque tinha
deixado uma janelinha basculante quase na divisa do terreno vizinho. Teve que
fechar a janelinha.
Tramita no “parlamento municipal” um
projeto de lei que autoriza a concessão de habite-se e alvará provisório aos
contribuintes (amigos) que por um motivo ou outro suas construções não atendem
aos ditames legais.
Também há tempos atrás, passou pela então
“colenda” um projeto de lei que autorizava a instalação de uma empresa em local
vedado pelo Plano Diretor. O interessado era e ainda é amicíssimo do rei. Não
seria necessário afirmar que o dito projeto foi aprovado, mas foi. O
jurisconsulto mor, rebelou-se com este reles escriba, ameaçando processá-lo por
haver escrito que a colenda só serve para legalizar as ilegalidades. Não levou
à cabo o intento.
Resulta daí, que é praxe a atual
administração municipal e as anteriores do mesmo partido, utilizarem os
préstimos dos vereadores para legalizar as ilegalidades. Os jurisconsultos
municipais não precisam entender nada de leis, bastando que sejam expeditos em
burlá-las. Entenderam ou querem que eu desenhe?
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