segunda-feira, 20 de julho de 2020

PROMESSA NÃO É DÍVIDA


PROMESSA NÃO É DÍVIDA - 756 – 17.07.2020


      Nesses tempos de extremas dificuldades vivenciadas pela grande parte da população brasileira, promessas já não são mais dívidas. Prometer já não é mais se endividar.
Mesmo este modesto escriba, em seu imaginário havia prometido dar uma trégua aos “mor” governantes deste País, considerando que também passam por extrema dificuldade para manter seu governo em pé e atender os anseios de seus cidadãos. Confesso que esta missão (dar uma trégua) é espinhosa, porque o bom senso e a racionalidade não o permitem. Todavia vamos tentar, com a ressalva que se não cumprir a promessa não me considero endividado. As circunstâncias não o permitiram.

    Vamos ficar em nosso quintal, porque a decisão do Tribunal Superior Eleitoral marcando as eleições municipais para os dias 15 e 29 de novembro, provocou algumas ventanias, quase comparadas com as recentes. Este movimento ventoso está sacudindo os butiazeiros, fazendo as frutinhas caírem do cacho donde, com certeza, irão para os bolsos dos interessados.

Paralelamente a este movimento da natureza, os cães farejadores que alguns chamam de “perdigueiros”, estão soltos por aí à procura de candidatos. Alguns melhor treinados, ao invés de buscar candidatos buscam onde se candidatar.Lamentável, porque a promessa era de uma nova política, mas ao que parece, ao menos por aqui, está envelhecendo mais rápido. Menos mal que esta promessa não foi minha.

Esse movimento(?) de busca da aproximação, mais parece um daqueles estabelecimentos de beira de estrada, onde os sinais e visuais incitam os viajantes a parar. Mais lamentável ainda.

Mas, voltando aos “perdigueiros”, alguns que estão soltos nos campos à procura da “caça”, vez que outra farejam firme, dão o bote, e ao invés de levantar um robusto perdigão, levantam um baitaca, e. às vezes, até uma coruja. Missão espinhosa esta.

 
Recordar é viver então vamos recordar, disse Rico Ayade, num de seus iluminados momentos. Então, trazer as lembranças do passado, também é viver, refazer o tempo, comparar com o presente para projetar o futuro. Que belo exercício é a futurologia! Há tempos, nesta coluna, era o mico quem andava de galho em galho fazendo micagens.  
Depois da “dèbacle” política que redundou na ascensão de um jaboti em cima da árvore, o mico da colenda entrou em férias estando a catar coquinhos, ou butiás, de palmeira em palmeira. Dizem que “quem vai ao vento perde o assento” e o mico, efetivamente perdeu o lugar e o espaço. Mas a colenda não ficou órfã. Outro símio, bem maior, tomou o lugar. Só que com este não se pode brincar: ele é grande, forte e feio. É um tal de orangotango!  O nome é estranho mas inteligente: junta um anagrama (orango) com uma música portenha muito famosa (tango).
Pois a colenda se presta a tanto. É um permanente anagrama para mascarar o verdadeiro sentido do que acontece na maioria dos gabinetes, associado com manobras exclusivas e dependentes de muito treinamento, como os passos de Roberto Herrera y Silvana Capra, dançando La Cumparsita no festival de Tango de Taipei.

Como corolário da retomada deste exercício filosófico, vale lembrar alguns movimentos do orangotango. Além dos anagramas que proporcionam inúmeras possibilidades, a colenda deu para  apresentar o tango. Só que na apresentação, por descuido ou falta, ou até excesso de espaço, acabou atropelando a plateia, até mesmo quem ocupava os camarotes, onde se encontram os magnatas. Para estes, foram dedicados os passos mais sensacionais da apresentação. Mas não faltou uma “micagem” do orangotango, que roubou a banana da mão do diretor do espetáculo. 

      Parece mas não é ou não parece mas é que o governador do vizinho estado do Rio Grande do Sul, filiado ao PSDB, pelo seu estilo de governar, parece mas não é extremista de direita, ou não parece mas é direitão.
        Observando seu estilo e suas decisões governamentais, realmente está filiado ao partido errado. Deveria estar num partido de centro esquerda. Aliás, a sigla e o estatuto do PSDB indicam isto, mas o grupão de São Paulo não o permite. O fato é que o Rio Grande amado sempre foi diferente, e essa diferença chegou na política.
        No momento, o governador Eduardo Leite está tentando promover uma remodelação política e tributária. Neste afã, introduz “justiça social, modernização, simplificação e ampliação da competitividade” como pilares da ampla e profunda reforma tributária, onde “redução de impostos” também é um termo pouco visto nos últimos tempos.


      Na redução de impostos, o governador pretende reduzir os tributos sobre o consumo, ampliando-os sobre o capital e os lucros. Realmente, esta terminologia vai de encontro àquilo que normalmente o PSDB pratica, o privilegio aos ricos. Até a próxima

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