PROMESSA NÃO É DÍVIDA - 756 – 17.07.2020 –
◉ Nesses tempos de extremas dificuldades vivenciadas pela grande
parte da população brasileira, promessas já não são mais dívidas. Prometer já
não é mais se endividar.
Mesmo
este modesto escriba, em seu imaginário havia prometido dar uma trégua aos
“mor” governantes deste País, considerando que também passam por extrema
dificuldade para manter seu governo em pé e atender os anseios de seus
cidadãos. Confesso que esta missão (dar uma trégua) é espinhosa, porque o bom
senso e a racionalidade não o permitem. Todavia vamos tentar, com a ressalva
que se não cumprir a promessa não me considero endividado. As circunstâncias
não o permitiram.
◉ Vamos
ficar em nosso quintal, porque a decisão do Tribunal Superior Eleitoral marcando as eleições
municipais para os dias 15 e 29 de novembro, provocou algumas ventanias, quase
comparadas com as recentes. Este movimento ventoso está sacudindo os
butiazeiros, fazendo as frutinhas caírem do cacho donde, com certeza, irão para
os bolsos dos interessados.
Paralelamente a este movimento da natureza, os cães farejadores que alguns chamam de “perdigueiros”, estão soltos por aí à procura de candidatos. Alguns melhor treinados, ao invés de buscar candidatos buscam onde se candidatar.Lamentável, porque a promessa era de uma nova política, mas ao que parece, ao menos por aqui, está envelhecendo mais rápido. Menos mal que esta promessa não foi minha.
Esse movimento(?) de busca da aproximação, mais parece um daqueles
estabelecimentos de beira de estrada, onde os sinais e visuais incitam os
viajantes a parar. Mais lamentável ainda.
Mas, voltando aos “perdigueiros”, alguns que estão soltos nos campos à
procura da “caça”, vez que outra farejam firme, dão o bote, e ao invés de
levantar um robusto perdigão, levantam um baitaca, e. às vezes, até uma coruja.
Missão espinhosa esta.
◉ Recordar é viver então vamos recordar, disse Rico Ayade, num de seus iluminados
momentos. Então, trazer as lembranças do passado, também é viver, refazer o
tempo, comparar com o presente para projetar o futuro. Que belo exercício é a
futurologia! Há tempos, nesta coluna, era o mico quem andava de galho em galho
fazendo micagens.
Depois da “dèbacle” política que redundou na ascensão de um jaboti em
cima da árvore, o mico da colenda entrou em férias estando a catar coquinhos,
ou butiás, de palmeira em palmeira. Dizem que “quem vai ao vento perde o
assento” e o mico, efetivamente perdeu o lugar e o espaço. Mas a colenda não ficou
órfã. Outro símio, bem maior, tomou o lugar. Só que com este não se pode
brincar: ele é grande, forte e feio. É um tal de orangotango! O nome é estranho mas inteligente: junta um
anagrama (orango) com uma música portenha muito famosa (tango).
Pois a colenda se presta a tanto. É um permanente anagrama para mascarar
o verdadeiro sentido do que acontece na maioria dos gabinetes, associado com
manobras exclusivas e dependentes de muito treinamento, como os passos de
Roberto Herrera y Silvana Capra, dançando La Cumparsita no festival de Tango de
Taipei.
◉ Como
corolário da retomada deste exercício filosófico, vale lembrar alguns
movimentos do orangotango. Além dos anagramas que proporcionam inúmeras
possibilidades, a colenda deu para apresentar
o tango. Só que na apresentação, por descuido ou falta, ou até excesso de
espaço, acabou atropelando a plateia, até mesmo quem ocupava os camarotes, onde
se encontram os magnatas. Para estes, foram dedicados os passos mais
sensacionais da apresentação. Mas não faltou uma “micagem” do orangotango, que
roubou a banana da mão do diretor do espetáculo.
◉ Parece mas não é ou não parece mas é que o governador do vizinho estado do Rio Grande do Sul, filiado ao PSDB, pelo seu estilo de governar, parece mas não é extremista de direita, ou não parece mas é direitão.
Observando seu estilo e suas decisões governamentais, realmente está filiado ao partido errado. Deveria estar num partido de centro esquerda. Aliás, a sigla e o estatuto do PSDB indicam isto, mas o grupão de São Paulo não o permite. O fato é que o Rio Grande amado sempre foi diferente, e essa diferença chegou na política.No momento, o governador Eduardo Leite está tentando promover uma remodelação política e tributária. Neste afã, introduz “justiça social, modernização, simplificação e ampliação da competitividade” como pilares da ampla e profunda reforma tributária, onde “redução de impostos” também é um termo pouco visto nos últimos tempos.
Na
redução de impostos, o governador pretende reduzir os tributos sobre o consumo,
ampliando-os sobre o capital e os lucros. Realmente, esta terminologia vai de
encontro àquilo que normalmente o PSDB pratica, o privilegio aos ricos. Até a
próxima
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