sexta-feira, 19 de julho de 2019

717 – PAULO HENRIQUE AMORIM


717 – 19.07.2019 – PAULO HENRIQUE AMORIM
       Reproduzo neste espaço uma das últimas matérias jornalísticas sobre o sempre lembrado Paulo Henrique Amorim, jornalista que por muitos anos figurou entre os mais lidos e independentes deste País.
       A TV Record anunciou o afastamento do jornalista Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira (24). Depois de 14 anos ininterruptos comandando o programa Domingo Espetacular, o comunicador deixa a atração definitivamente. Paulo Henrique Amorim deixa o programa e permanece na emissora à disposição para novos projetos, disse a emissora em nota oficial. O jornalista tem contrato com a Record até 2021.
Embora a Record não divulgue as razões por trás do afastamento, no meio jornalístico e também no televisivo sabe-se que Paulo Henrique Amorim é considerado uma das pedras no sapato do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O bispo evangélico Edir Macedo, dono da Record, é amigo pessoal de Bolsonaro e participou ativamente da campanha eleitoral de 2018. Uma das principais fontes de receita da emissora é a verba de publicidade do governo federal.
Segundo o site Notícias da TV, do portal UOL, faz tempo que a Record é pressionada por apoiadores de Sergio Moro e de Jair Bolsonaro para demitir Paulo Henrique Amorim.
A emissora resistiu durante algum tempo, afinal uma pesquisa apontou que o rosto do profissional era fundamental para a credibilidade do programa Domingo Espetacular.
Além de jornalista e apresentador, Paulo Henrique Amorim edita o blog Conversa Afiada. Leia a íntegra da nota da Record:
O Domingo Espetacular, a partir deste domingo, 30/06, será apresentado por Patrícia Costa e Eduardo Ribeiro. Paulo Henrique Amorim deixa o programa e permanece na emissora à disposição para novos projetos.
As mudanças fazem parte do processo de reformulação do jornalismo da Record TV, que está sendo implementado pelo vice-presidente de jornalismo da Record TV, Antonio Guerreiro, desde janeiro deste ano.
Para o jornalista Fernando Brito, o afastamento de Paulo Henrique Amorim tem viés político e financeiro. “A TV Record está dando a sua parte, o seu dízimo, pelas graças alcançadas com o Governo, de natureza nada espiritual”, observa Brito.
O jornalista refere-se ao aumento dos gastos oficiais do governo federal com publicidade, com fatia generosa (e inédita) para a TV Record, que chegou a superar a Globo em faturamento”.

TUDO TEM SEUS LIMITES
       Nas 716 colunas (incluindo esta) que escrevi para o Gazeta, em nenhum momento abordei temas de interesse pessoal.
       Passados quatro anos, sinto-me na obrigação, por dever de justiça, respeito e reconhecimento, de relatar um fato acontecido em 2015.
       “Minha esposa Lorena Zanella Capra foi acometida de um sério problema de saúde. Internada no Hospital São Miguel, no mesmo dia foi transferida para o Hospital Regional, onde permaneceu na UTI por 20 dias. Recebendo alta, foi transferida para o Hospital Casa Vitta, onde permaneceu por mais 20 dias.
       Apresentando condições, recebeu alta e voltou para casa. No entanto chegou sem as mínimas condições de autonomia, necessitando de cuidados e equipamentos especiais, tais como cadeira de rodas, cama hospitalar e assistência de enfermagem 24 horas por dia.
       Dada a necessidade premente, foi providenciado com urgência, um projeto de engenharia para adaptação da residência às novas necessidades.
       Dito projeto foi protocolado no setor de engenharia da Prefeitura Municipal para análise e liberação do alvará para início das obras com pedido de urgência dadas as condições da paciente.
       Passados três meses sem que o pedido fosse apreciado, fui pessoalmente na Prefeitura para saber de seu andamento, quando fui informado que o mesmo sequer havia sido examinado.
       Indignado com a resposta, retruquei à atendente perguntando se o setor estaria esperando pela morte da paciente.
       Isso não sensibilizou o setor de engenharia da Prefeitura e a paciente Lorena veio a óbito no dia 23 de novembro de 2015, sem que o projeto fosse apreciado.
Não é necessário dizer que o mesmo foi retirado da Prefeitura e as obras executadas pós mortem.
O que motivou minha reação quatro anos depois do funesto evento, foi o fato de o IPTU incidente sobre as modificações introduzidas na residência, foi regiamente cobrado sem necessidade de qualquer pedido ou requerimento.
Por esses e outros motivos, é que neste país, estados e Municípios é muito difícil ser cumpridor da Lei. Mais fácil burlá-la ou pelo menos tentar. Não há muita diferença nos resultados.

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