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07.02.2020 – Correntes Migratórias
◉ Correntes migratórias é
o termo usado para registrar a mobilidade das pessoas de um país, estado,
região ou até mesmo domicílio para outro. Quando um indivíduo migra, ele se
torna um emigrante. Emigrante: é toda pessoa que sai de um lugar de origem com
destino a outro lugar.
As
“Casas do Povo”, como os políticos gostam de referir o Congresso Nacional,
Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, desde há muito tempo deixaram
de sê-lo para se transformar num balcão de negócios visando interesses outros
que não sejam especificamente do povo.
Sobretudo
nesse momento, em que as eleições municipais estão aflorando na pele dos interessados
em todos os lugares e até em Sanchas Parda, na Província de Caximbetê. As
articulações, reuniões, projetos, manobras, jogadas, além de todas as espécies
de malandragens estão sempre na “ordem do dia” das sessões legislativas em
qualquer instância.
Isso
mesmo, porquê daqui a pouco mais de dois anos haverá eleições nas esferas
estaduais e federal, onde os eleitos desta serão excelentes cabos eleitorais no
futuro.
◉
Quem quiser ser candidato a algum cargo nas próximas eleições, tem prazo para mudar de partido.
Isso porque de acordo com a legislação atual, o candidato precisa estar filiado
a um partido político com antecedência mínima, de acordo com a Lei.
Isto provoca uma “corrida maluca” em busca de
partidos que aceitem “desertores” ou quem proporcione a melhor opção em termos
de “$uporte$ para a campanha.
Na Câmara
Federal, o histórico de mudanças de partido é espantoso. Em algumas
legislaturas recentes, chegou-se ao absurdo de 157 trocas de partido, sendo que
alguns trocaram três vezes. Nesta, alguns deputados estão sem partido, assim
como o próprio presidente da república, o nosso conhecido “jaboti”.
A reboque do
enxame na câmara federal (letra minúscula mesmo!), o reflexo chega nas
assembleias legislativas e câmaras de vereadores, até chegar em Sanchas Parda.
Para o cientista
político da Universidade de Brasília, Otaciano Nogueira, as constantes mudanças
partidárias desmoralizam a política e tem uma má repercussão no eleitorado. O
eleitor elege alguém para um partido, três meses depois ele está em outro.
Então ele está se desvinculando, pois quando você vota no candidato, está
votando no partido também.
◉ Existem
trocas de partidos em
outros Legislativos, como o Congresso americano, Parlamento Europeu e
Legislativos da Itália e do leste da Europa, mas sua ocorrência nesses casos é
rara e residual.
Não há nenhuma
democracia no mundo, sem partidos. Legendas partidárias foram a resposta a dois
problemas para decisões democráticas: evitar maiorias cíclicas e oferecer ao
eleitor um mínimo de previsibilidade sobre o que fará seu representante ao
longo do mandato.
Políticos costumam
falar que no Brasil os partidos não importam mesmo e os eleitores votam
"na pessoa e não no partido". Na verdade, ao trocar de partido, os
representantes estão quebrando um dos pilares da democracia representativa.
Quando a troca de partidos ocorre durante o mandato parlamentar, a consequência
é uma alteração na correspondência entre votos e vagas, violando a regra básica
da representação política, de que a distribuição de preferências dos eleitores
constitua a medida para definir as oportunidades de acesso a postos públicos.
◉ Assim como em Sanchas Parda, aqui mesmo na terra do Padre Aurélio a
realidade não é outra. Entrando no terceiro ano da atual legislatura, são
poucas as pessoas que sabem qual o partido político de todos os vereadores. Os
motivos são os acima expostos, com os agravantes do analfabetismo político dos
eleitores e a “ignorância palaciana” dos nobres edis que se acham moradores do
Palácio de Buckingham.
A dança das
Cadeiras, o Passarinho do Romano ou a Dança do Bolsonaro no Ceará, se equivalem
ao que vem acontecendo na “colenda”. A ordem do dia foca em articulações para
as próximas eleições. Poderiam os nobres edis privar o povo de ouvir baboseiras
e articulações, inclusive as ridículas entrevistas coletivas para a imprensa,
quando lá só comparece o entrevistado e um mísero entrevistador. Todos já sabem
que o gran finale será “quase todos juntos pela reeleição”.
Fala-se tanto em
valorizar o poder legislativo. Esta missão deve partir de quem quer ser
valorizado, e para isso não basta manobras sutis, possibilidade ou não de
renúncia de mandato, eleição de sucessor temporário, cujo efeito desejado é
permanecer na mídia até o fechamento dos apoios necessários a manter o “status
quo”.
Não é despiciendo
afirmar que continua-se contando com o analfabetismo político dos eleitores,
mas é de bom alvitre atentar para a evolução da sociedade, da mídia, das redes
sociais e sobretudo o descrédito nos políticos.
É sempre bom estar
atento ao famoso ditado dizendo que “À mulher de César não basta ser honesta.
Tem de parecer honesta”, proferido em 1º de maio de 62 a.C. na festa de Bona
Dea (boa Deusa).
Até a próxima!
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