quarta-feira, 6 de maio de 2020

746 - UMA NO CRAVO ... 14.02.2020


746 - 14.02.2020 – Uma no Cravo...

O significado da expressão “dar uma martelada no cravo e outra na ferradura tem um sentido cultural que pode ser considerada figurativa, gíria ou contexto popular”. Traça uma analogia com a atividade de colocar ferraduras em cavalos para proteger os cascos, caracterizando a inaptidão do “ferrador” que acerta uma martelada e erra a outra.
Em termos práticos representa o “sujeito” que não quer se comprometer, que utiliza argumentos dúbios, que defende e dá razão para ambos os lados de uma contenda, que fica em cima do muro.
No campo político, a expressão faz referência ao governante que toma uma decisão aceita pelo povo e em seguida toma outra que desagrada profundamente. Significa também o parlamentar que faz um discurso popular defendendo quem o ouve e em seguida, em outro local e com outra plateia defende a exploração pura e simples de quem o ouvira em momento anterior.
O que mais acontece no momento, é o político que volta à sua base eleitoral para criticar o governo que, por exemplo, pretende reformar a previdência social, e no momento seguinte volta ao congresso nacional e vota a favor do projeto.

Desde a reeleição da Dilma – DilmANTA como muitos a referiam (inclusive alguns leitores destas “mal traçadas linhas”), dar uma no cravo e outra na ferradura se tornou prática recorrente, não só pelos políticos mas também por parte de cidadãos que se acham o supra sumo das análises de cenários políticos universais.
Na votação do impeachment, transmitida ao vivo pela TV, as manifestações   dos deputados votantes chamavam à atenção e causavam espécie aos telespectadores, pelo inusitado e sobretudo pela ignorância e menosprezo com os assistentes, ouvintes e atingidos. Naquela oportunidade, não houve uma única martelada no cravo, apenas na ferradura. Quase mataram o cavalo à marteladas. Aliás, mataram-no. Os que votaram contra, foram mais comedidos, utilizando argumentos plausíveis.
Exemplo clássico deste comportamento, um ilustre parlamentar que diz representar a Região e dela tem extraído, juntamente com seu clã, centenas de milhares de votos, tornou-se especialista na arte de mentir, usar argumentos dúbios, fazer discursos segmentados, prometendo tudo e cuidando somente de seus próprios interesses.
Este sujeito, que costuma tirar os sapatos quando viaja, para inebriar os passageiros com seu chulé aromático, juntamente com seu clã frequenta o elevador do congresso nacional há pelo menos 40 anos. Às vésperas das últimas eleições se deu conta que a BR 158/SC parou na confluência com a BR 282 e “incontinenti” patrocinou a instalação de um imenso outdoor naquele local, reclamando da paralisação da importante obra por quatro décadas.
Antes do episódio do impeachment, o sujeito percorreu a região para ouvir seus eleitores sobre como deveria ser seu voto, já que era aliado digamos: tinha vários cabos eleitorais ocupando postos muito bem remunerados no governo. De volta, cravou o voto a favor da cassação da correligionária, sem o menor pudor, invocando a Deus pela defesa da Pátria.
Como prêmio, manteve seus privilégios e até ampliou seu espaço.
Na eleição seguinte, não teve dúvidas: ajudou a promover o sepultamento de seu partido para aliar-se ao insignificante e jaboti sem noção, de onde continua tirar leite sem equipamentos.  

      Não é preciso dizer “se a moda pega por aqui”. Já pegou. Pudera, com professores como o acima referido, dar marteladas alternadas entre o cravo e a ferradura, com os exemplos que vem de Brasília e Florianópolis é o caminho mais fácil para se chegar ao cume. Nem precisa GPS e muito menos o Google Maps.
Aqui em Santa Catarina, o “governador do Bolsonaro” que atende pelo nome de Comandante Moisés, tem na criminalidade seu principal plano de governo. Quer investir no policial e melhorar os presídios. Acabar com o crime na base da força. Da educação, nada! Deve estar ciente que ao governo interessa a criminalidade, porque é uma das principais cadeias produtivas deste País. Se tirar o crime de cena, o PIB do Brasil vai ficar do tamanho do de Camarões.
Aqui mais perto, as marteladas mais fortes vem da “colenda” com sua dança das cadeiras, pois tem eleições logo aí adiante. Então, mãos à obra! Como por estas bandas há uma cultura “cavalar” trazida do vizinho Rio Grande do Sul, a colenda espera que os gaúchos levem seus cavalos para serem ferrados no estabelecimento, pois os esforços estarão concentrados nas eleições. Os nobres edis já estão treinando a pontaria em casa, com martelo e cravos novos. Prometem não judiar dos animais.
Até a próxima…

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