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14.02.2020 – Uma no Cravo...
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O significado da expressão “dar uma martelada no cravo e outra na ferradura tem um sentido cultural
que pode ser considerada figurativa, gíria ou contexto popular”. Traça uma
analogia com a atividade de colocar ferraduras em cavalos para proteger os
cascos, caracterizando a inaptidão do “ferrador” que acerta uma martelada e erra
a outra.
Em termos práticos representa
o “sujeito” que não quer se comprometer, que utiliza argumentos dúbios, que
defende e dá razão para ambos os lados de uma contenda, que fica em cima do
muro.
No campo político, a
expressão faz referência ao governante que toma uma decisão aceita pelo povo e
em seguida toma outra que desagrada profundamente. Significa também o
parlamentar que faz um discurso popular defendendo quem o ouve e em seguida, em
outro local e com outra plateia defende a exploração pura e simples de quem o
ouvira em momento anterior.
O que mais acontece no
momento, é o político que volta à sua base eleitoral para criticar o governo
que, por exemplo, pretende reformar a previdência social, e no momento seguinte
volta ao congresso nacional e vota a favor do projeto.
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Desde a reeleição da Dilma – DilmANTA
como muitos a referiam (inclusive alguns leitores destas “mal traçadas
linhas”), dar uma no cravo e outra na ferradura se tornou prática recorrente,
não só pelos políticos mas também por parte de cidadãos que se acham o supra
sumo das análises de cenários políticos universais.
Na
votação do impeachment, transmitida ao vivo pela TV, as manifestações dos deputados votantes chamavam à atenção e
causavam espécie aos telespectadores, pelo inusitado e sobretudo pela
ignorância e menosprezo com os assistentes, ouvintes e atingidos. Naquela
oportunidade, não houve uma única martelada no cravo, apenas na ferradura.
Quase mataram o cavalo à marteladas. Aliás, mataram-no. Os que votaram contra,
foram mais comedidos, utilizando argumentos plausíveis.
◉ Exemplo
clássico deste comportamento, um ilustre parlamentar que diz representar a Região e dela tem extraído,
juntamente com seu clã, centenas de milhares de votos, tornou-se especialista
na arte de mentir, usar argumentos dúbios, fazer discursos segmentados,
prometendo tudo e cuidando somente de seus próprios interesses.
Este sujeito, que
costuma tirar os sapatos quando viaja, para inebriar os passageiros com seu
chulé aromático, juntamente com seu clã frequenta o elevador do congresso
nacional há pelo menos 40 anos. Às vésperas das últimas eleições se deu conta
que a BR 158/SC parou na confluência com a BR 282 e “incontinenti” patrocinou a
instalação de um imenso outdoor naquele local, reclamando da paralisação da
importante obra por quatro décadas.
Antes do episódio do
impeachment, o sujeito percorreu a região para ouvir seus eleitores sobre como
deveria ser seu voto, já que era aliado digamos: tinha vários cabos eleitorais
ocupando postos muito bem remunerados no governo. De volta, cravou o voto a
favor da cassação da correligionária, sem o menor pudor, invocando a Deus pela
defesa da Pátria.
Como prêmio, manteve
seus privilégios e até ampliou seu espaço.
Na eleição seguinte,
não teve dúvidas: ajudou a promover o sepultamento de seu partido para aliar-se
ao insignificante e jaboti sem noção, de onde continua tirar leite sem
equipamentos.
◉ Não é preciso dizer “se a moda pega por aqui”. Já pegou.
Pudera, com professores como o acima referido, dar marteladas alternadas entre
o cravo e a ferradura, com os exemplos que vem de Brasília e Florianópolis é o
caminho mais fácil para se chegar ao cume. Nem precisa GPS e muito menos o
Google Maps.
Aqui em Santa
Catarina, o “governador do Bolsonaro” que atende pelo nome de Comandante
Moisés, tem na criminalidade seu principal plano de governo. Quer investir no
policial e melhorar os presídios. Acabar com o crime na base da força. Da
educação, nada! Deve estar ciente que ao governo interessa a criminalidade,
porque é uma das principais cadeias produtivas deste País. Se tirar o crime de
cena, o PIB do Brasil vai ficar do tamanho do de Camarões.
Aqui mais perto, as
marteladas mais fortes vem da “colenda” com sua dança das cadeiras, pois tem
eleições logo aí adiante. Então, mãos à obra! Como por estas bandas há uma
cultura “cavalar” trazida do vizinho Rio Grande do Sul, a colenda espera que os
gaúchos levem seus cavalos para serem ferrados no estabelecimento, pois os
esforços estarão concentrados nas eleições. Os nobres edis já estão treinando a
pontaria em casa, com martelo e cravos novos. Prometem não judiar dos animais.
Até a próxima…
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