segunda-feira, 15 de novembro de 2021

DESEJOS INSATISFEITOS – 791 - 22.10.2021 1 A Colenda Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste acaba de prestar uma homenagem póstuma à Presidenta Dilma Vana Rousseff. Depois de o Brasil quase todo divertir-se à custa da Dilma sobre a proposta supostamente apresentada de “encanar” o ar do Brasil, eis que surge a ideia iluminada de um vereador migueloestino que apresentou um projeto de lei para obrigar a CASAN a “desencanar” o ar que a Dilma propôs encanar. É por essas e outras piores que este país não vai para a frente. Por aqui sempre aparece um iluminado para desfazer aquilo que um menos iluminado faz. A Colenda bem que poderia ocupar-se com a eficácia, eficiência e efetividade das instituições públicas ineficazes, ineficientes e inefetivas, quer dizer: incompetentes. Depois desta, Chester Barnard virou-se de costas no túmulo. 2 Mais uma novidade batendo por aqui: a instalação do Balcão Municipal de Empregos. Bem, já que as empresas não possuem capacidade para contratar a mão de obra ociosa, que se criem novos penduricalhos. Pelo menos, a prefeitura contribui com a criação de algumas vagas, já que os 4 mil, seiscentos e poucos desempregados inscritos no SINE-SC continuam sem empregos. Vai ver, é a incompetência do SINE que não dá jeito de coloca-los. Mas se o SINE não dá conta, tem mais trocentas agências privadas para tomar uns trocos dos infelizes antes mesmo de começar a ganhar umas merrecas. Outro fator a contribuir, é o salário oferecido pelos empresários, que obrigam os trabalhadores a fazerem biscates, onde conseguem remunerações melhores. A propósito, não se sabe qual a ojeriza dos capitalistas de direita contra Karl Marx, que escreveu “O Capital” ainda em 1867, uma Crítica da Economia Política (em alemão: (Cas Kapital Kritik der Politischen Oekonomie) que é um conjunto de livros escrito por Karl Marx, que constituem uma análise e crítica do capitalismo, crítica da economia política clássica. Aos incautos empresários sugiro que deveriam louvar Karl Marx, não o odiar, porque ele os ensinou a aplicar a “mais valia” que vigora até hoje, quando o empregador fica com uma parte do salário do empregado por não pagar seu valor real. Mas o assunto de fundo não é esse. O assunto é mais um penduricalho na área política, onde não existe a tal de mais valia. Esta, só existe para os garis e faxineiras. 3 Após quase seis meses de trabalho, nasceu o rebento da CPI da Pandemia. O senador Renan Calheiros apresentou oficialmente seu relatório. Na reunião o senador leu apenas uma pequena parte das 1.179 páginas do documento. Renan disse que está disposto a receber sugestões para alterar e melhorar o texto até a votação prevista para a próxima terça-feira. O relator identificou 29 tipos penais e sugeriu o indiciamento de 66 pessoas, incluindo deputados, empresários, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Foram apontados ainda crimes cometidos por duas empresas: a Precisa Medicamentos e a VTCLog. Renan não poupou o presidente Jair Bolsonaro, que foi acusado formalmente de ter cometido nove crimes: prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade. Perto desta lambança, a Lava Jato virou um conta-gotas. Perto do único crime cometido pela Dilma, que todos os governos cometem, os do Bolsonaro parece uma folha corrida de ladrãozinho de rodoviária. 4 Ana Paula Vescovi, economista chefe do Banco Santander, afirma que os ventos favoráveis da economia mundial mudaram de direção, após uma acumulação recente de choques que jogam para baixo as expectativas de crescimento e trazem mais riscos inflacionários. Vescovi foi secretária do Tesouro Nacional no governo de Michel Temer. Em entrevista, ela diz que o Brasil deve conviver com uma taxa de juros elevada por mais tempo, o que leva a uma desaceleração do crescimento em 2022 e a um desempenho ainda pior em 2023. "Com certeza os ventos externos favoráveis mudaram de direção. Estamos observando uma acumulação de choques que trazem mais incerteza, mais risco. Há uma discussão sobre se eles se dissipam ou se são um pouco mais permanentes. São questões que estão em aberto. A grande dúvida é por quanto tempo estaremos expostos a esses choques antes de uma normalização. Isso tudo nos leva a um cenário de mais inflação, câmbio das economias emergentes mais depreciado e um cenário de crescimento mais contido", afirma a economista. Segundo Vescovi, o país vai passar por um ciclo de aperto monetário que deve terminar no começo do ano que vem. "Diante desses choques, e dessa deterioração do cenário externo em particular, podemos ter uma Selic [taxa básica de jros] contracionista por um pouco mais de tempo do que estimado antes. Então nós vemos a economia em 2023 ainda muito afetada por esse ciclo monetário contracionista. E com um mercado de trabalho que já volta para o pré-pandemia, que vai ser a última variável a alcançar os níveis anteriores à crise". Até a próxima.

 1 É certo que a humanidade (e quando se fala isto tem que haver ressalvas), caminha rumo ao desconhecido. Das possíveis e necessárias ressalvas, é preciso classificar a humanidade, principalmente a brasileira, em dois grupos: o primeiro, mais atingido, que cegamente acredita em Bolsonaro e que não acredita, constituindo assim o grupo dos incautos crentes. O segundo grupo, um pouco mais realista, presta atenção na atual instabilidade político/econômica da Nação Brasileira, convencido que a Pátria Amada Brasil caminha a passos largos e celeremente a caminho do desconhecido. Para os primeiros, o futuro não existe mais. Só o presente interessa desde que haja um prato de comida para colocar sobre as pernas, porque já não existem mesas com cadeiras. Por enquanto, estes ainda se conformam com a perspectiva de receber uma “quentinha” como dizia o saudoso Paulo Salin Maluf, crentes que o Bolsonaro vai instituir definitivamente e permanentemente uma ajuda aos miseráveis de R$ 200,00 por mês.

Para o segundo grupo, dos mais comedidos, o desconhecido está aí à frente, fantasiado de “liberalismo” econômico, onde quem tem algum capital usufrui do sistema para multiplicar suas posses. Como é certo que “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, como dizia Antoaine-Laurent de Lavoisier, com base nessa premissa o capital, que é volátil, sai das mãos do primeiro grupo para pousar no bolso do segundo, onde se transformará em riqueza. Por isso a tranquilidade dos membros do segundo grupo. Não precisam das quentinhas do governo (mas as querem para acalmar os necessitados), bastando que este deixe a cancela escancarada para o livre trânsito dos bancos e das bolsas de valores. O resto é caminhar de olhos vendados.

 

        2 Também é certo que o povaréu Extremoestino Catarinense e os usuários da Rodovia BR 163 estão, mais uma vez, sendo enganados, ludibriados, enrolados e mais tantos sinônimos possíveis e imagináveis com a promessa de restauração (eu disse RESTAURAÇÃO) da rodovia. Tive a desdita de trafegar alguns quilômetros, desde o acesso para Anchieta até São Miguel do Oeste, e embora noite, pude observar as obras em andamento em alguns “decâmetros” do acostamento direito. As pretensas obras não passam de serviços de empreitada realizado à pá, picareta e carrinho de mão em uma estrada que leva do nada para lugar nenhum. Não pude ver nenhuma máquina um pouco maior daquelas que nominei. Também não vi um único sinal de perigo, o que para este reles escriba representa que não há obra alguma! Isto me faz lembrar a primeira e única tentativa de sua restauração.

        Primeiro, é preciso lembrar aos incautos e sobretudo aos súditos do jabuti, que certamente não sabem, que esta rodovia, não à toa, é paralela à “Transbrasiliana”. Sua extensão é de 4.057 Km, atravessa 6 estados do Brasil no sentido Sul-Norte, iniciando em Tenente Portela, no Noroeste Gaúcho e termina em Santarém, no estado do Pará. Passa pelos estados maiores produtores de grãos do país e serve como escoamento, principalmente da soja.

        A primeira tentativa de restauração foi atribuída a empresa Sul Catarinense, que era um simples britador, quer dizer, um moedor de pedras, do município de Criciúma/SC. O ganhador da licitação chegou em São Miguel do Oeste trazendo uma picape usada, meia dúzia de operários e nenhum equipamento. Iniciaram as obras alugando máquinas velhas, de fiéis cabos eleitorais dos políticos da região, que com o início das obras, (obras?) canalizaram votos dos incautos para sua reeleição. Passadas as eleições, a vaca foi para o brejo.

        Convém também salientar o início da história da BR 163, trecho São Miguel do Oeste a BR 373. A população fronteiriça do Extremo Oeste Catarinense, do Rio Brande do Sul e do Paraná, mobilizou-se para a pavimentação da Rodovia. Como o Governo Federal não deu o ar da graça, o então governador Esperidião Amin, resolveu assumir o encargo, e mandou pavimentar a rodovia com recursos próprios. Tendo assumido o encargo, reduziu o padrão da rodovia para a categoria “vicinal”, mais estreita e com a base mais fraca. Assim mesmo, vale salientar, o então deputado Casildo Maldaner disse publicamente que “se a rodovia fosse concluída no governo Amin, ele “comeria” o asfalto. Efetivamente ele não o comeu, mas o então prefeito de Guarujá do Sul, na inauguração do pavimento da rodovia,  mandou fazer um “bolo” de asfalto para que Cacildo o comesse.

 

        3 Neste momento, os usuários da rodovia, estão novamente às voltas com uma empreiteira desconhecida. Não se viu canteiro de obras nem movimento de equipamentos pesados. É uma incógnita. Este é o resultado do famoso caso Lava Jato, que a mando do Jabuti e sob os auspícios de Sergio Moro e seus asseclas, conseguiram lavar a jato as principais construtoras do Brasil, mandando-as para a outros recantos na América do Sul e na Africa. Triste fim de Policarpo Quaresma.

        Agora vamos nos fixar nesta novidade Mineira, para ver onde vai dar. Por enquanto ela prometeu pavimentar a BR 163 com concreto armado. Esta eu quero ver.

        Até a próxima. 

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