OPINIÃO – JAIME CAPRA
GUINNESS WORLD RECORDS
Sempre foi, e sempre será feio,
falar mal, criticar ou apontar defeitos da cidade, estado ou País onde se vive.
Mas, convenhamos, certas coisas têm de ser apontadas, criticadas e comentadas,
para que não se tornem motivo de chacotas, piadas ou mesmo formação de opiniões
a respeito do atraso, da bobeira e da idiotice dos nossos lugares ou da nossa
gente.
São Miguel do Oeste, por
exemplo, não é uma cidade cosmopolita, todos sabemos. Mas já possui um status
de centro regional, o que atrai gentes de todos os lugares que aqui vem buscar
o que não encontra em cidades cosmopolitas.
É preciso aproveitar este potencial,
essa possibilidade, e mostrar aos nossos novos citadinos que, efetivamente,
aqui se vive bem e melhor.
O
TRÂNSITO
Lamentavelmente, a implantação
de área azul numa cidade horizontal, com menos de 35 mil habitantes, foi um
mico razoável e um tiro no pé. Prova disso é o centro deserto, sem vida. Só
respira quando o tributo não é cobrado. Outra prova é o número de funcionários
da empresa concessionária, reduzido ao mínimo, porque a arrecadação não
comporta pagar os salários.
Os mentores da ideia foram os
primeiros a criticar, o que deixa este reles escriba à vontade para também
fazê-lo. Entretanto, o argumento utilizado por este colunista para
manifestar-se contrário, foi extraído dos estudos efetuados pela UNOESC quando
da reforma do Plano Diretor, o que também foi um tiro no pé porque só atendeu a
um grupo de interesse e não ao povo. Naquele estudo, a densidade apurada na
área central da cidade, era de menos que 30 habitantes por quarteirão. Segundo
cadastro do Detran, São Miguel do Oeste possuía naquela oportunidade, 1,2
habitantes por veículo. Multiplicado por 30, resulta em míseros 25 veículos por
quarteirão. Mico dos grandes! Mas como o brasileiro é o único povo que garante
a mancada: “sabe que vai dar a mancada, e dá”, a solução é pagar um mico maior:
recolher as tralhas e ensacar a viola! Resultado da ópera, a cidade vai sendo
transformada em “vertical” sem a infraestrutura necessária.
OS
TRANSEUNTES
Problema parecido é a mal
educação dos que transitam pelas ruas desertas do centro e nos engavetamentos
do entorno. Todos se acham os melhores motoristas do planeta. Agora que a posse
de arma de fogo foi liberada, já tem gente praticando tiro ao alvo para matar o
primeiro desafeto que encontrar.
Como disse
anteriormente: sem querer ser melhor que ninguém, é mais fácil guiar um veículo
em Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo (sempre resguardando os
engarrafamentos) que onde “É bom viver aqui”.
Este reles escriba
gostaria de saber o que as Autoescolas ensinam a seus candidatos a motorista.
Imagino que só tratem de direção defensiva e interpretação de sinais. Noções de
trafego em estradas de maior fluxo; relação velocidade/tempo; visão periférica
e outros macetes necessários, penso que nada é abordado. A escola limita-se a
isso e ao estacionamento com balizas. Tem gente que ao chegar na rótula, espera
que a cidade esvazie para contorná-la. Ou ainda, ao chegar num cruzamento,
espera a rua esvaziar para atravessá-la. Impressionante. Por esses e outros
motivos as pessoas perdem a compostura.
OS
REPAROS
Também digno de nota é o
horário escolhido para efetuar reparos no pavimento ou restabelecer a pintura
em faixas de segurança e boxes de estacionamento. Parece que é programado
realizar os serviços nas horas de maior movimento. Em qualquer lugar que se
preze, esse serviço é realizado à noite ou nos fins de semana.
O MICO
DA HAVAN
Essa merece uma medalha de
couro para pendurar nas costas: O cara, surgiu do nada e anunciou que iria instalar
uma megaloja por aqui. Qualquer investidor de meia pataca sabe que um
empreendimento exige estudos e projetos. Este não precisa. Basta um momento
político propício.
E o povo acreditou.
Bendita crendice. O sujeito prometeu aqui e negociou com o governo do
Rograndsul (como dizia o governador José Ivo Sartori) a instalação de 60 lojas
naquele estado. Duvido. A menos que o Bolsonaro (seu amigo), resolva abrir o
cofre do BNDES, já que o fechou para os clientes do PT. O sujeito é um
espertalhão.
https://www.extraclasse.org.br/exclusivoweb/2018/02/havan-expandiu-atividades-com-dinheiro-publico/ é o
link que conta a verdadeira história daquele que iria salvar São Miguel do
Oeste e vai salvar o Rograndsul.
O povo acreditou na
centena de novos empregos. Os comerciantes entraram em êxtase para impedir a
vinda do concorrente. O IMA (Instituto do Meio Ambiente) ex falecida FATMA,
entrou em cena para atender os anseios dos nativos e impedir a vinda do
espertalhão, que segundo consta não é muito chegado a pagar impostos e mais chegado
em “otras cositas mas”.
Aí, o
cara de pau ainda deu entrevista culpando os ecochatos pela frustração do
empreendimento. O povo que acreditou, pagou mico. O povo que impediu, também
pagou mico porque deixou a impressão que não querem vendedor. Por essas bandas,
só entra comprador! Quá, quá, quá...
PARA FINALIZAR...
Sugiro às autoridades e interessados que deem uma corrida de olhos sobre
a lista de empresas e os respectivos VA (Valor Adicionado) que forma o
coeficiente de retorno de ICMS ao Município. É bom para constatar que empresas
com sede em outros municípios ou estados, repartem o valor adicionado com a
Matriz, sobrando pouco ou nada para o município onde estão sediadas. Mais um
mico...
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