quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

LIVRO DE RECORDES


OPINIÃO – JAIME CAPRA

GUINNESS WORLD RECORDS
Sempre foi, e sempre será feio, falar mal, criticar ou apontar defeitos da cidade, estado ou País onde se vive. Mas, convenhamos, certas coisas têm de ser apontadas, criticadas e comentadas, para que não se tornem motivo de chacotas, piadas ou mesmo formação de opiniões a respeito do atraso, da bobeira e da idiotice dos nossos lugares ou da nossa gente.
São Miguel do Oeste, por exemplo, não é uma cidade cosmopolita, todos sabemos. Mas já possui um status de centro regional, o que atrai gentes de todos os lugares que aqui vem buscar o que não encontra em cidades cosmopolitas.
É preciso aproveitar este potencial, essa possibilidade, e mostrar aos nossos novos citadinos que, efetivamente, aqui se vive bem e melhor.

O TRÂNSITO
       Lamentavelmente, a implantação de área azul numa cidade horizontal, com menos de 35 mil habitantes, foi um mico razoável e um tiro no pé. Prova disso é o centro deserto, sem vida. Só respira quando o tributo não é cobrado. Outra prova é o número de funcionários da empresa concessionária, reduzido ao mínimo, porque a arrecadação não comporta pagar os salários.
Os mentores da ideia foram os primeiros a criticar, o que deixa este reles escriba à vontade para também fazê-lo. Entretanto, o argumento utilizado por este colunista para manifestar-se contrário, foi extraído dos estudos efetuados pela UNOESC quando da reforma do Plano Diretor, o que também foi um tiro no pé porque só atendeu a um grupo de interesse e não ao povo. Naquele estudo, a densidade apurada na área central da cidade, era de menos que 30 habitantes por quarteirão. Segundo cadastro do Detran, São Miguel do Oeste possuía naquela oportunidade, 1,2 habitantes por veículo. Multiplicado por 30, resulta em míseros 25 veículos por quarteirão. Mico dos grandes! Mas como o brasileiro é o único povo que garante a mancada: “sabe que vai dar a mancada, e dá”, a solução é pagar um mico maior: recolher as tralhas e ensacar a viola! Resultado da ópera, a cidade vai sendo transformada em “vertical” sem a infraestrutura necessária.


OS TRANSEUNTES
       Problema parecido é a mal educação dos que transitam pelas ruas desertas do centro e nos engavetamentos do entorno. Todos se acham os melhores motoristas do planeta. Agora que a posse de arma de fogo foi liberada, já tem gente praticando tiro ao alvo para matar o primeiro desafeto que encontrar.
       Como disse anteriormente: sem querer ser melhor que ninguém, é mais fácil guiar um veículo em Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo (sempre resguardando os engarrafamentos) que onde “É bom viver aqui”.
       Este reles escriba gostaria de saber o que as Autoescolas ensinam a seus candidatos a motorista. Imagino que só tratem de direção defensiva e interpretação de sinais. Noções de trafego em estradas de maior fluxo; relação velocidade/tempo; visão periférica e outros macetes necessários, penso que nada é abordado. A escola limita-se a isso e ao estacionamento com balizas. Tem gente que ao chegar na rótula, espera que a cidade esvazie para contorná-la. Ou ainda, ao chegar num cruzamento, espera a rua esvaziar para atravessá-la. Impressionante. Por esses e outros motivos as pessoas perdem a compostura.

OS REPAROS
       Também digno de nota é o horário escolhido para efetuar reparos no pavimento ou restabelecer a pintura em faixas de segurança e boxes de estacionamento. Parece que é programado realizar os serviços nas horas de maior movimento. Em qualquer lugar que se preze, esse serviço é realizado à noite ou nos fins de semana.

O MICO DA HAVAN
       Essa merece uma medalha de couro para pendurar nas costas: O cara, surgiu do nada e anunciou que iria instalar uma megaloja por aqui. Qualquer investidor de meia pataca sabe que um empreendimento exige estudos e projetos. Este não precisa. Basta um momento político propício.
       E o povo acreditou. Bendita crendice. O sujeito prometeu aqui e negociou com o governo do Rograndsul (como dizia o governador José Ivo Sartori) a instalação de 60 lojas naquele estado. Duvido. A menos que o Bolsonaro (seu amigo), resolva abrir o cofre do BNDES, já que o fechou para os clientes do PT. O sujeito é um espertalhão.
https://www.extraclasse.org.br/exclusivoweb/2018/02/havan-expandiu-atividades-com-dinheiro-publico/ é o link que conta a verdadeira história daquele que iria salvar São Miguel do Oeste e vai salvar o Rograndsul. 
       O povo acreditou na centena de novos empregos. Os comerciantes entraram em êxtase para impedir a vinda do concorrente. O IMA (Instituto do Meio Ambiente) ex falecida FATMA, entrou em cena para atender os anseios dos nativos e impedir a vinda do espertalhão, que segundo consta não é muito chegado a pagar impostos e mais chegado em “otras cositas mas”.  
       Aí, o cara de pau ainda deu entrevista culpando os ecochatos pela frustração do empreendimento. O povo que acreditou, pagou mico. O povo que impediu, também pagou mico porque deixou a impressão que não querem vendedor. Por essas bandas, só entra comprador! Quá, quá, quá...

PARA FINALIZAR...
       Sugiro às autoridades e interessados que deem uma corrida de olhos sobre a lista de empresas e os respectivos VA (Valor Adicionado) que forma o coeficiente de retorno de ICMS ao Município. É bom para constatar que empresas com sede em outros municípios ou estados, repartem o valor adicionado com a Matriz, sobrando pouco ou nada para o município onde estão sediadas. Mais um mico...

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