OPINIÃO –
JAIME CAPRA
AS ÚLTIMAS
Esta é para ver se Deus realmente está acima de tudo, como diz o nosso presidente. O Ministério Público Federal cobra R$ 98 milhões por dívida de impostos da Igreja Universal. A instituição de Edir Macedo contestou a competência do Ministério Público Federal em cobrar a dívida, alegando ser da Receita Federal essa competência.
O
MPF foi autorizado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região a cobrar da
Igreja Universal do Reino de Deus o valor de R$ 98,3 milhões em impostos. No
recurso, o MPF defende que a isenção de impostos dos templos só é referente às
finalidades essenciais da atividade religiosa, não sendo possível excluir da
tributação os valores vindos de outras atividades, como compras de bens e
imóveis sem qualquer vínculo com a igreja. A Universal contestou a competência
da Procuradoria em cobrar a dívida, alegando ser da Receita Federal. Ao
analisar o caso, o relator, juiz Marcelo Albernaz, concluiu que o MPF tem razão
em seus argumentos e determinou o retorno dos autos para a primeira instância
para que seja proferida nova decisão.
HISTÓRICO
A igreja Universal do Reino de Deus foi fundada
por Edir Macedo na década de 1970. Liderada por ele até hoje, a instituição, segundo
dados do IBGE, tem mais de 6 mil templos no Brasil e aproximadamente 1,8 milhão
de fiéis. A Universal ainda possui uma rede de rádio, um jornal e uma revista,
além do controle da Rede Record de Televisão. Em 2014, a IURD inaugurou o
Templo de Salomão, obra suntuosa no bairro do Brás, em São Paulo. A construção
do edifício foi investigada pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e
pela Receita Federal.
NOVOS AGREGADOS
É de lamentar profundamente o novo desastre ecológico que vitimou 360
pessoas entre mortos e desaparecidos e um sem número de outras vítimas que
sofreram perdas patrimoniais, financeiras, sociais, além de danos psicológicos.
Em cima
do recente desastre de Mariana, que não serviu de lição, o rompimento da
barragem de Brumadinho, embora o menor volume de rejeitos, provocou um dano
infinitamente maior.
Os
rejeitos deixados pela extração de minério de ferro, armazenados em barragens,
não são um lixo qualquer. Além do efeito devastador, contém minério de ferro,
sílica e água, mais pesados que a lama comum, mas extremamente danosos para a
natureza, pessoas e animais.
O
modelo de barragem utilizado em Mariana e Brumadinho, dentre outros, é o mais
vulnerável, portanto menos seguro. É mais utilizado por custar menos para o minerador.
Seguindo o ditado “porta arrombada, tranca de ferro”, este modelo de barragem
está proibido. Mas como estamos no Brasil, as que já foram autorizadas ficarão
funcionando, esperando fazer novas vítimas.
MODELO ECONÔMICO
O Brasil ainda não se livrou do modelo econômico extrativista iniciado
com o descobrimento no ano de mil e quinhentos. Acabaram o pau brasil, ouro, prata,
pedras preciosas, florestas e atualmente estão avançando sobre as montanhas e o
pré-sal. Se nós, os brasileiros, estivéssemos fazendo isto e nos beneficiando,
tudo bem, mas quem está acabando com nossa natureza são os que preservam a sua
e destroem a nossa.
O
problema não é nosso. É dos ecochatos denunciados por sua excelência o dono da
Havan. Esse é o modelo de empresário que o Brasil do Bolsonaro precisa.
A
propósito, o ilustre vice-presidente no exercício da presidência, doutor
general da reserva Hamilton Mourão (ou seria moirão de cerca? A Dilma
era poste) disse que se há culpados por Brumadinho, são as pessoas, não as
empresas. Belo gesto, senhor Moirão! Acrescentou mais, dizendo
que é preciso preservar as empresas! Isto mesmo! As pessoas podem se f... As
empresas não. A Vale, os desmatadores da Amazônia, os frigoríficos que espalham
esterco por toda a superfície terrestre, tem que ser preservados. Parabéns Moirão!
Aliás, perceberam que os países mais ricos não querem indústrias poluidoras?
Isso fica para nós, pobres e subdesenvolvidos.
Nesses 518
anos de Brasil, várias revoluções industriais passaram ao largo sem que
produzissem efeitos tecnológicos nessa terra de Cabral. Por aqui ficou a fumaça
da locomotiva, o rejeito da mineração e o esterco da carne.
UM BOM AJUDANTE
Por enquanto (depois o titular assume) o atual governo tem mais um
especialista em economia e desenvolvimento.
Indicado
por Paulo Guedes para chefiar a Secretaria Geral de Desestatização, Salim Mattar
será responsável pelas privatizações que serão realizadas pelo novo governo.
Começou
sua missão dizendo estar muito honrado com o convite de Paulo Guedes (?) a quem
conhece há quase 30 anos.
Diz ser
um liberal a favor da redução do tamanho do Estado para desonerar o
contribuinte. Para começar, pretende manter como empresas estatais federais
apenas três: o Banco do Brasil, a Caixa e a Petrobrás. Belo gesto para quem
está começando.
FINALMENTE CHEGARAM
Os israelenses chegaram com seus sonares, drones e alta tecnologia, para
ajudar desenterrar os mortos de Brumadinho. De salvar os vivos pouco entendem.
Vieram
compensar o bom relacionamento comercial que esperam incrementar com o Brasil.
Importam carne, pedras preciosas e cabelos humanos e nos vendem drones
remédios, circuitos integrados, equipamentos médicos e alta tecnologia. A
balança comercial com Israel é de dois para um. Para cada dólar exportado, o
Brasil importa dois. Vem aí negócios envolvendo tecnologia para dessalinização
de águas, o que vai tirar o Nordeste da sede e da fome.
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