TUDO COMO DANTES...
Em 1807, uma das
primeiras cidades a serem invadidas pelo general Jean Androche Junot,
braço-direito de Napoleão, foi Abrantes,
a 152 quilômetros de Lisboa, na margem do rio Tejo. “Está tudo como dantes no quartel d'Abrantes”. Até hoje se usa a frase
para indicar que nada mudou.
Realmente, nada
mudou. Quem disse que tudo mudaria, pelo menos até agora não cumpriu a palavra.
Logo, quem o prometeu foi e continuará sendo um “parlapatão”.
TAMANHO DO ESTADO
Aquele
que iria governar um País de dimensões continentais, com 15 ministérios, sustentou
a palavra até ganhar as eleições. No primeiro dia na presidência, já a engoliu.
Atualmente o governo conta com 22 ministérios, e alguns penduricalhos com o
mesmo status. As últimas notícias dão conta que serão criados mais dois, para
contentar alguns políticos. Pelo jeito, generais estão fora da nova ninhada.
A
recriação dos Ministérios da Integração Nacional e das Cidades, mostra que o
governo de Bolsonaro começa a entrar nos eixos.
VARINHA DE CONDÃO X BAIONETAS
Nas
Redes Sociais, versão moderna dos bilhetinhos de Jânio Quadros, Bolsonaro
exaltou ontem o ideólogo de direita Olavo de Carvalho. O fazedor de horóscopos
foi classificado como “ícone” por esse presidente sem noção. Pudera, quem não
tem o “norte” e anda sem a “bússola”, precisa mesmo de um ícone para ler o
horóscopo.
Enquanto
isso, a constelação de generais vai sendo ofuscada pela chuva de meteoros, fragmentos
do cometa Halley. Quanto aos generais, depois que receberam a ordem “fora de
forma, marche”! do fazedor de horóscopos, estão p. da vida por serem
dispensados de invadir a Venezuela, para onde queriam ir e não voltar.
ENSARILHAR “ARMAS”!
Um dos aspectos mais dramáticos e de repercussão explosiva
do decreto de liberação de porte de armas assinado por Jair Bolsonaro
e publicado nesta quarta-feira, está escondido no parágrafo 6º do artigo 36 do
texto: por ele, crianças e adolescentes, poderão, sem qualquer restrição de
idade, ter acesso a armas. Basta para isso a autorização de um dos pais ou
responsáveis legais; com ela, crianças e adolescentes poderão ingressar
nos clubes e escolas de tiro e fazer uso de armas à vontade.
Sérgio Moro admitiu que o decreto de Jair Bolsonaro que
liberou o porte de armas a mais de um milhão de pessoas nada tem a ver com
segurança pública e que é pagamento de uma dívida político-eleitoral. "Não
tem a ver com a segurança pública. Foi uma decisão tomada pelo presidente em
atendimento ao resultado das eleições" afirmou o ministro na Câmara dos
Deputados.
Paralelamente, a
tal flexibilização do porte de armas poderá não sobreviver
, pois há um deputado em Brasília mexendo com a justiça para tornar
sem efeito o tal decreto.
PREPARAR, APONTAR...
A crise militar está instalada em Brasília. Os
militares já sabem que o filósofo e fazedor de horóscopos Olavo de Carvalho é
apenas o instrumento usado por Jair Bolsonaro para atacá-los e humilhá-los
diariamente. Em grupos de WhatsApp, segundo informa a jornalista Mônica
Bergamo, eles usam o termo 'favelagem' para se referir à dupla e o maior motivo
de indignação é a baixaria contra o general Villas-Bôas, que sofre de uma
doença degenerativa
Depois de apoiar o golpe contra a ex-presidente
Dilma Rousseff e a prisão sem provas de Lula, o jornal Folha de São Paulo descobre
que
Jair Bolsonaro é uma fábrica de
crises, que humilha os generais brasileiros e irá destruir a renda e os
empregos do povo brasileiro, aponta a Folha de S. Paulo.
FOGO!!!
Inimigos
do Congresso, do Supremo e dos servidores públicos, esfregam as mãos. Com a
ajuda do presidente, expuseram oficiais das Forças Armadas à humilhação.
A
saída dos militares do governo, significaria um triunfo para essa turma. A sua
permanência, no entanto, torna-se cada vez mais custosa, dada a doçura que o
chefe de Estado dispensa aos arruaceiros que orquestram a difamação dos
oficiais. Tudo isso reforça a percepção geral de bagunça e falta de rumo no
governo.
NA LINHA DE TIRO
Apenas quatro meses depois de assumir o cargo de
ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro agora está na
linha de tiro. Houve até uma reunião de
madrugada em Brasília em que foi definida uma estratégia para enfraquece-lo.
Como afirmado no início,
tudo voltará como “dantes”. O Moro quer acabar com a roubalheira, e os chefões
querem também participar dos “rega bofes”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário