terça-feira, 14 de maio de 2019

707 - TUDO COMO DANTES NO QUARTEL D’ABRANTES


TUDO COMO DANTES...
Em 1807, uma das primeiras cidades a serem invadidas pelo general Jean Androche Junot, braço-direito de Napoleão, foi Abrantes, a 152 quilômetros de Lisboa, na margem do rio Tejo. “Está tudo como dantes no quartel d'Abrantes”. Até hoje se usa a frase para indicar que nada mudou.
Realmente, nada mudou. Quem disse que tudo mudaria, pelo menos até agora não cumpriu a palavra. Logo, quem o prometeu foi e continuará sendo um “parlapatão”.

TAMANHO DO ESTADO
       Aquele que iria governar um País de dimensões continentais, com 15 ministérios, sustentou a palavra até ganhar as eleições. No primeiro dia na presidência, já a engoliu. Atualmente o governo conta com 22 ministérios, e alguns penduricalhos com o mesmo status. As últimas notícias dão conta que serão criados mais dois, para contentar alguns políticos. Pelo jeito, generais estão fora da nova ninhada.
       A recriação dos Ministérios da Integração Nacional e das Cidades, mostra que o governo de Bolsonaro começa a entrar nos eixos.

VARINHA DE CONDÃO X BAIONETAS
       Nas Redes Sociais, versão moderna dos bilhetinhos de Jânio Quadros, Bolsonaro exaltou ontem o ideólogo de direita Olavo de Carvalho. O fazedor de horóscopos foi classificado como “ícone” por esse presidente sem noção. Pudera, quem não tem o “norte” e anda sem a “bússola”, precisa mesmo de um ícone para ler o horóscopo.
       Enquanto isso, a constelação de generais vai sendo ofuscada pela chuva de meteoros, fragmentos do cometa Halley. Quanto aos generais, depois que receberam a ordem “fora de forma, marche”! do fazedor de horóscopos, estão p. da vida por serem dispensados de invadir a Venezuela, para onde queriam ir e não voltar.

ENSARILHAR “ARMAS”!
       Um dos aspectos mais dramáticos e de repercussão explosiva do decreto de liberação de porte de armas assinado por Jair Bolsonaro e publicado nesta quarta-feira, está escondido no parágrafo 6º do artigo 36 do texto: por ele, crianças e adolescentes, poderão, sem qualquer restrição de idade, ter acesso a armas. Basta para isso a autorização de um dos pais ou responsáveis legais; com ela, crianças e adolescentes poderão ingressar nos clubes e escolas de tiro e fazer uso de armas à vontade.
       Sérgio Moro admitiu que o decreto de Jair Bolsonaro que liberou o porte de armas a mais de um milhão de pessoas nada tem a ver com segurança pública e que é pagamento de uma dívida político-eleitoral. "Não tem a ver com a segurança pública. Foi uma decisão tomada pelo presidente em atendimento ao resultado das eleições" afirmou o ministro na Câmara dos Deputados.
       Paralelamente, a tal flexibilização do porte de armas poderá não sobreviver
, pois há um deputado em Brasília mexendo com a justiça para tornar sem efeito o tal decreto.

PREPARAR, APONTAR...
       A crise militar está instalada em Brasília. Os militares já sabem que o filósofo e fazedor de horóscopos Olavo de Carvalho é apenas o instrumento usado por Jair Bolsonaro para atacá-los e humilhá-los diariamente. Em grupos de WhatsApp, segundo informa a jornalista Mônica Bergamo, eles usam o termo 'favelagem' para se referir à dupla e o maior motivo de indignação é a baixaria contra o general Villas-Bôas, que sofre de uma doença degenerativa
Depois de apoiar o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão sem provas de Lula, o jornal Folha de São Paulo descobre que
Jair Bolsonaro é uma fábrica de crises, que humilha os generais brasileiros e irá destruir a renda e os empregos do povo brasileiro, aponta a Folha de S. Paulo.

FOGO!!!
Inimigos do Congresso, do Supremo e dos servidores públicos, esfregam as mãos. Com a ajuda do presidente, expuseram oficiais das Forças Armadas à humilhação.
A saída dos militares do governo, significaria um triunfo para essa turma. A sua permanência, no entanto, torna-se cada vez mais custosa, dada a doçura que o chefe de Estado dispensa aos arruaceiros que orquestram a difamação dos oficiais. Tudo isso reforça a percepção geral de bagunça e falta de rumo no governo.

 NA LINHA DE TIRO
Apenas quatro meses depois de assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro agora está na linha de tiro. Houve até uma reunião de madrugada em Brasília em que foi definida uma estratégia para enfraquece-lo.
Como afirmado no início, tudo voltará como “dantes”. O Moro quer acabar com a roubalheira, e os chefões querem também participar dos “rega bofes”.

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