HUMOR, IRONIA E CINISMO
Entre piadas e ironia, o jornalista Cesar Fonseca
diverte os leitores acrescentando cinismo nas costas de Antônio Delfim Netto,
um dos, senão o maior, economista brasileiro ativo e operante neste deserto de
personalidades, que no momento operam a desgraçada economia brasileira.
O economista sênior desde os tempos da ditadura
militar, que nestas circunstâncias pretende ser John Maynard Keynes, de inopino sai das catacumbas para bombardear
Fernando Henrique Cardoso e seus sucessores, não poupando sequer o sem noção
Jair Messias Bolsonaro, o jaboti que, com certeza, ajudou a colocar em cima da
árvore.
Entretanto, não é sem razão. A economia brasileira
chegou no estágio em que se encontra devido a falta de habilidade dos
economistas desde o Plano Cruzado, dentre os quais, com maior propriedade, se
encontra o nosso Keynes dos pobres.
PLANO DESTRUTIVO
Vale muito a pena ouvir e meditar sobre o que disse
o nosso professor de Economia, a começar pelo conselho que dá ao Bolsonaro: “pare
de usar twitter”.
Ao invés de ensinar o nosso Jaboti a se comunicar
com o povo Brasileiro, fiquemos naquilo que nosso Keynes sofisticadamente destrói: o Plano Real.
Segundo ele, o Plano do Topete associado ao FHC, tratou-se
de uma genialidade destrutiva. Combateu a inflação mas destruiu a indústria
nacional, isto por conta da má utilização da política cambial. Acreditaram os
gênios de FHC na virtude infinita do mercado. Desprezaram a eficácia do governo
como comandante dos investimentos. Não aprenderam na escola que Mercado sem
governo é receita para o fracasso.
O BOMBARDEIO CHEGOU
Com base nessa premissa, Delfim lança seus venenos
sobre Paulo Guedes, que vai na mesma linha Fernandina, submissa, em demasia ao
Tio Sam, como foi FHC, nosso ilustre membro da CEPAL.
O chumbo grosso do experiente sábio
economista e político, na medida em que desdenha a economia como ciência, vai
naquilo que, agora, um dos pais do Real, André Lara Resende, está criticando: a
prática abusiva dos juros pelo Banco Central.
BARBEIRAGENS
Para
compensar as barbeiragens do populismo cambial de FHC, foi necessário sobrevalorizar
a moeda para combater inflação e, assim, ganhar eleição. Os gênios do Real
foram marqueteiros políticos. Desde o Plano Real, o Banco Central trabalhou com
taxa de juro acima da taxa de crescimento da economia. O investimento público,
por isso, decresce, sistematicamente, há 25 anos.
Nenhum empresário investe se a
relação gasto/investimento público cai por conta da orientação da política
monetária. Quando o juro corre na frente do crescimento do PIB, vai sobrar
mercadoria por falta de consumidor. O juro real, na Era FHC, chegou a 26%, com
o PIB crescendo abaixo de 2%. O custo do endividamento público bombeado pelo câmbio
sobrevalorizado, rompeu todos os parâmetros de racionalidade. Isto volta a
acontecer, pela na cabeça de Bolsonaro. Por isso a economia está em frangalhos
e o desemprego cresce.
O desajuste das contas públicas
impulsionado por juro contra o crescimento, produz economia doente. Os gênios
do Real, em vez de, humildemente, reconhecerem que a inflação e o déficit
provocam inflação, arrocho salarial e subdesenvolvimento crônico, gerado por
insuficiência de consumo, seguia o diagnóstico do FMI.
PAGARAM MICO
Essa
enganação econômica se desmoralizou com a crise de 2008. Os governos do
primeiro mundo, endividados pela prática de juro acima do PIB, inverteram a
situação. Jogaram fora a tese de que inflação é fenômeno monetário, para
seguirem outra: expansão da oferta, jogando juro para zero ou negativo. A velha
teoria foi para lata de lixo. Mais dinheiro em circulação diminui juro, aumenta
a atividade econômica e reduz o peso da dívida. Realmente, Delfim tem razão:
economia não é ciência, mas experimentação. Lara Resende fala agora que juro
alto é que provoca inflação e desajuste fiscal. Considera o que durante anos
pregou, enganando a freguesia.
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