segunda-feira, 6 de maio de 2019

706 - O ESPOUCAR DOS MOSQUETES


DESCULPAS
        Com as devidas desculpas aos leitores desta coluna, embora às vezes me auto classifique de “reles escriba” ou “colunista de banheiro” classificação gentilmente dada por um ex-presidente da colenda câmara de vereadores de São Miguel do Oeste em tempos em que só se preocupava com as “comendas”, é impossível escrever algo não relacionada à política o que todos os colunistas deste País vem fazendo e, principalmente, aos despautérios deste governo que se apossou do Brasil.
        Mas, antes disso, pretendo abrir um parênteses para dizer que a classificação dada pela colenda câmara municipal obrigou este “reles escriba” a requerer o título de “cidadão honorário”, tantas vezes fora citado nas sessões que deveriam tratar dos interesses municipais, o que já esperado, foi indeferida a pretensão.

FICANDO BONITO
        Os “colunistas de banheiro”, assim como este, não sabem mais o que colocar em seus espaços, tamanha é a produção da verdadeira fábrica de bobagens ditas para rir e chorar. Os jornais e a mídia em geral não tem capacidade para absorver tantas e tão extensas matérias. Numa mesma semana o presidente produziu uma meia dúzia de manchetes tragicômicas. Censurou uma campanha publicitária do Banco do Brasil que exaltava a diversidade cultural, étnica e comportamental, dizendo que a massa quer respeito às famílias.

NA BATIDA
        No embalo, o ilustre presidente bradou que o Brasil não pode ser um país do mundo e de turismo gay, porque temos famílias. Sem medir as palavras, disse mais que, “quem quiser vir” aqui fazer sexo com uma mulher, que fique à vontade, pode vir. Fez uma apologia ao turismo sexual, dizendo que o heterossexual está liberado. Ele só não disse com quem os turistas podem se deitar. Não excluiu nem a sua própria. Lamentável. Profundamente lamentável um presidente de República Federativa com mais de 8 milhões de Km2 de área e 210 milhões de habitantes submeter sua população a tamanha vergonha.

O QUE ESPERAR
        O que se pode esperar de um governo cujo guru foi astrólogo? Esperar que ele organize o horóscopo dos brasileiros? O mapa astral do Bolsonaro e seus seguidores?
Num bestiário, é a história união inusitada do astrólogo, do capitão que não deu certo, do juiz que manipulava provas, do banqueiro que quer obrigar pobre a aplicar em fundo previdenciário, do corretor de mercado financeiro que quer privatizar a filosofia e a sociologia? Tem ainda o ministro do Meio Ambiente determinado a transformar a Amazônia numa grande lavoura e o do Turismo, que invade o Meio Ambiente e a Agricultura para plantar um grande laranjal eleitoral em Minas Gerais. É muita loucura reunida em um só governo. Tudo em nome da Família, do patriotismo, dos bons costumes e de Deus.

CONTRA O POVO BRASILEIRO
        A última bobagem que a mídia ainda não explorou é o Decreto que acaba com o Horário Brasileiro de Verão. Todos sabem, até os pardais de Barra Bonita, que o horário de verão não tinha nada a ver com economia de energia elétrica. O que o povo brasileiro e os próprios políticos queriam, era estender as tardes de sol por uma hora, para aproveitar a abundância tropical e os mais de 7 mil quilômetros de costa oceânica para curtir uma praia, evidentemente regada a cervejinha ou chope bem gelado.
Aí, chega o glorioso Bolsonaro e com uma canetada acaba com a alegria de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Vitória, Florianópolis, mais as capitais do Nordeste que à reboque praticavam o ócio em conjunto, só para fazer o brasileiro sofrer e os comerciantes blasfemar. Não lhe basta o estoque de bobagens. Tem que dar nos dedos. Este é um bom motivo para dizer “bem feito” especialmente aos cariocas e florianopolitanos.

NO ORIGINAL I
        Essa vai escrita no original, Foi publicada pelo jornal El Clarin da Argentina, em 26.04.2019 às 18h29min. Os leitores poderão traduzir a matéria, pois é relativamente fácil fazê-lo.
“El presidente brasileño Jair Bolsonaro advirtió que en ese país se producen 1000 amputaciones de pene al año "por falta de agua y jabón".
Los comentarios de Bolsonaro generaron gran revuelo en las redes sociales, donde rápidamente se recordó cuanto tiempo atrás preguntó desde su cuenta en Twitter qué era la lluvia dorada después de haber publicado un video obsceno cuestionando a algunos blocos de carnaval”.

NO ORIGINAL II
O LUMPESINATO NO PODER – Le Monde
O lúmpen é avesso a qualquer projeto de longo prazo, não é classe, não é coletivo, não é nada. Atualmente, sua principal representação é o próprio presidente da República: nunca representou um setor social específico, mas surfou em ondas de insatisfação difusas. E agora quer ‘descontruir’ o país

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