JOGADO NO RALO
A desmoralização do Brasil pelo governo Bolsonaro,
não tem só implicações morais. A respeitabilidade do Itamaraty está sendo
corroída por um ministro aloprado. Há uma reorganização internacional da
economia, mudanças no modelo de industrialização, o embate feroz entre Estados
Unidos e China, políticas protecionistas sendo implementadas pelas maiores
economias, e a única estratégia brasileira é um acordo com Israel que unifique
as religiões cristãs permitindo a volta do Salvador. Quando se compara a
complexidade das políticas comerciais com as conversas de Jair Bolsonaro com Donald
Trump ou com os arroubos fundamentalistas do chanceler Ernesto Araújo,
percebe-se que o país está totalmente fora do jogo.
ARREPENDIMENTO?
Os que colocaram
um jaboti em cima da árvore, não se arrependeram. Eles já cumpriram seu
primeiro projeto, o principal: neutralizar Lula, encarcerá-lo em Curitiba,
debilitar as maiores empresas de construção e a classe política como um todo.
Previam
que tais medidas provocariam desemprego em massa, que haveria uma reação
internacional, que Lula seria alçado a mártir, e que tamanha ousadia
fragilizaria a Lava Jato, o Moro, o Judiciário, o MPF, o STF, a grande Mídia.
Mas
foi um risco calculado. As vantagens seriam maiores que os prejuízos. E assim
fizeram.
A COLHEITA
Agora,
se preparam para cumprir a Etapa 2 do projeto: livrar-se de Bolsonaro e família,
entronizando Mourão, que vem sendo preparado para isso. Há dois cientistas
sociais, jovens e competentes, assessorando Mourão. As reações sóbrias do
militar de agora, os comentários racionais, a postura contida e reservada, na
contramão do que ele demonstrou na campanha, e adequados a um chefe de Estado,
vêm sendo orientados e lapidados com cuidado por essa força-tarefa em dupla.
Tudo do jeito que Bolsonaro não faz.
TREMEDEIRA
Diante
de tal quadro, é compreensível o desespero de se convocar às ruas, para o dia
26, o exército bolsominion, formado pelos militares sem patente, Olavistas fazedores
de horóscopos de baixo calão, polícias, milícias, as bolsonaretes em chamas e,
enfim, os ainda iludidos em geral. Não é por acaso que MBL e Janaína Paschoal
uniram suas vozes contra a manifestação. Ambos servem ao mesmo propósito e à
mesma esfera de poderes que articularam o golpe contra Dilma, a prisão de Lula,
e que pretendem aprovar as reformas neoliberais e a entrega total do país.
Forças que se ocultam na escuridão, e que impedem as prisões dos tucanos
envolvidos em corrupção.
EPÍLOGO
O
desfecho dessa queda de braço assistiremos nos próximos dias.
Quem se dispõe a lutar para
que o Brasil volte ao seu eixo, o pensamento democrático seja retomado, a mídia
corporativa devidamente enquadrada, o Judiciário saia da política e retorne aos
tribunais, as nossas riquezas naturais permaneçam nossas, e sejam preservadas,
assim como nossas universidades, a ciência, a cultura, as conquistas sociais e
o desenvolvimento retomado. Quem se dispõe a se empenhar por isso, saiba que os
embates serão duros, e em todos os campos. Haja pernas saudáveis para encher as
ruas, haja habilidade para não cutucar onças com vara curta, haja fôlego nas
mídias sociais e coragem.
ATÉ TÚ, BRUTUS!
“La Argentina rechaza Bolsonaro”! A Argentina rejeita
Bolsonaro, esse é o lema que foi usado por movimentos sociais, sindicais e
políticos na organização de protesto contra o presidente brasileiro na
visita que fez na última quinta-feira a Buenos Aires. Entre os grupos que
convocaram o protesto estão duas alas da Central de Trabalhadores da Argentina,
a Federação Argentina LGBT a Mesa Nacional pela Igualdade e Contra Discriminação
e a plataforma “Ni Una Menos” contra a violência às mulheres. A manifestação ocorreu
durante a tarde na Praça de Maio, na região central da capital do país, onde
fica a Casa Rosada, a sede do governo.
Não
bastassem as reações em grande parte do mundo, até na terra de “nuestros
Hermanos” e jaboti encontra resistências. Mas lá em Buenos Aires a solução do
problema é bem mais fácil: é só articular um jogo de futebol entre as seleções
Brasileira e Argentina, e convencer o Neymar Júnior a entregar o jogo. Ele está
mesmo feio no mapa. Uma c... a mais ou a menos, não fará grande diferença.
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