segunda-feira, 24 de junho de 2019

711 – TIRADAS


JOGADO NO RALO
A desmoralização do Brasil pelo governo Bolsonaro, não tem só implicações morais. A respeitabilidade do Itamaraty está sendo corroída por um ministro aloprado. Há uma reorganização internacional da economia, mudanças no modelo de industrialização, o embate feroz entre Estados Unidos e China, políticas protecionistas sendo implementadas pelas maiores economias, e a única estratégia brasileira é um acordo com Israel que unifique as religiões cristãs permitindo a volta do Salvador. Quando se compara a complexidade das políticas comerciais com as conversas de Jair Bolsonaro com Donald Trump ou com os arroubos fundamentalistas do chanceler Ernesto Araújo, percebe-se que o país está totalmente fora do jogo.

ARREPENDIMENTO?
            Os que colocaram um jaboti em cima da árvore, não se arrependeram. Eles já cumpriram seu primeiro projeto, o principal: neutralizar Lula, encarcerá-lo em Curitiba, debilitar as maiores empresas de construção e a classe política como um todo.
Previam que tais medidas provocariam desemprego em massa, que haveria uma reação internacional, que Lula seria alçado a mártir, e que tamanha ousadia fragilizaria a Lava Jato, o Moro, o Judiciário, o MPF, o STF, a grande Mídia.
Mas foi um risco calculado. As vantagens seriam maiores que os prejuízos. E assim fizeram.

A COLHEITA
Agora, se preparam para cumprir a Etapa 2 do projeto: livrar-se de Bolsonaro e família, entronizando Mourão, que vem sendo preparado para isso. Há dois cientistas sociais, jovens e competentes, assessorando Mourão. As reações sóbrias do militar de agora, os comentários racionais, a postura contida e reservada, na contramão do que ele demonstrou na campanha, e adequados a um chefe de Estado, vêm sendo orientados e lapidados com cuidado por essa força-tarefa em dupla. Tudo do jeito que Bolsonaro não faz.

TREMEDEIRA
Diante de tal quadro, é compreensível o desespero de se convocar às ruas, para o dia 26, o exército bolsominion, formado pelos militares sem patente, Olavistas fazedores de horóscopos de baixo calão, polícias, milícias, as bolsonaretes em chamas e, enfim, os ainda iludidos em geral. Não é por acaso que MBL e Janaína Paschoal uniram suas vozes contra a manifestação. Ambos servem ao mesmo propósito e à mesma esfera de poderes que articularam o golpe contra Dilma, a prisão de Lula, e que pretendem aprovar as reformas neoliberais e a entrega total do país. Forças que se ocultam na escuridão, e que impedem as prisões dos tucanos envolvidos em corrupção.

EPÍLOGO
O desfecho dessa queda de braço assistiremos nos próximos dias.
Quem se dispõe a lutar para que o Brasil volte ao seu eixo, o pensamento democrático seja retomado, a mídia corporativa devidamente enquadrada, o Judiciário saia da política e retorne aos tribunais, as nossas riquezas naturais permaneçam nossas, e sejam preservadas, assim como nossas universidades, a ciência, a cultura, as conquistas sociais e o desenvolvimento retomado. Quem se dispõe a se empenhar por isso, saiba que os embates serão duros, e em todos os campos. Haja pernas saudáveis para encher as ruas, haja habilidade para não cutucar onças com vara curta, haja fôlego nas mídias sociais e coragem.

ATÉ TÚ, BRUTUS!
       “La Argentina rechaza Bolsonaro”! A Argentina rejeita Bolsonaro, esse é o lema que foi usado por movimentos sociais, sindicais e políticos na organização de protesto contra o presidente brasileiro na visita que fez na última quinta-feira a Buenos Aires. Entre os grupos que convocaram o protesto estão duas alas da Central de Trabalhadores da Argentina, a Federação Argentina LGBT a Mesa Nacional pela Igualdade e Contra Discriminação e a plataforma “Ni Una Menos” contra a violência às mulheres. A manifestação ocorreu durante a tarde na Praça de Maio, na região central da capital do país, onde fica a Casa Rosada, a sede do governo.
Não bastassem as reações em grande parte do mundo, até na terra de “nuestros Hermanos” e jaboti encontra resistências. Mas lá em Buenos Aires a solução do problema é bem mais fácil: é só articular um jogo de futebol entre as seleções Brasileira e Argentina, e convencer o Neymar Júnior a entregar o jogo. Ele está mesmo feio no mapa. Uma c... a mais ou a menos, não fará grande diferença.

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