segunda-feira, 24 de junho de 2019

713 – UM CIRCO CHAMADO BRASIL


       A entrevista de Lula aos jornalistas Juca Kfouri e José Trajano, reforça a convicção que o medo que as forças reacionárias têm do ex-presidente, livre e falante pelo Brasil afora, é a grande arma das forças de esquerda. A cada entrevista e a cada reação gerada junto à cambada do governo do Jaboti e dos inimigos do PT, fica muito clara a força política deste que é, sem dúvida, o maior líder político de esquerda que o Brasil já teve.
       Nas respostas dadas aos seus entrevistadores ouvimos um Lula cada vez mais afiado, consciente do papel único que exerce na política brasileira.
       Com anos-luz de distância da mediocridade tacanha que é a cara do governo atual, igual ao jaboti em cima da árvore, Lula consegue deixar à mostra o abismo gritante entre o que ele diz e o que os bolsonaristas conseguem entender. Tentam em vão contestar e se esborracham ao comentar, sem sucesso.

NO PICADEIRO
       Fiquemos com apenas dois personagens singulares dessa má gestão que chega aos seis meses, querendo se acabar, o que se pode entender que vai chegando ao fim da picada. O próprio Bolsonaro (o jaboti colocado em cima da árvore) e o general Augusto Heleno (o general de pijamas), que com a entrevista do Lula saíram pra dança sem saber dançar e muito menos conhecer a música.
       A cada entrevista e a cada reação da cambada do governo Jaboti e dos inimigos do PT, fica clara a força política do maior líder político de esquerda que o Brasil já teve, e mesmo com os maldosos comentários a seu respeito, é temido por seus adversários.

RESPOSTAS DO NHONHO
Baixo e rasteiro como é do seu estilo, o presidente Jaboti faz o que sabe: apelou para a ignorância por se ver inteiramente sem condições de responder ao que disse Lula que fez o óbvio ao pôr em dúvida a "facada”, o episódio que virou de cabeça pra baixo uma eleição recheada de fakenews, chantagens e ameaças. A eleição que o jaboti ganhou com a ajuda do seu atual ministro da Justiça, na época um juiz que fazia as vezes de cabo eleitoral, fato provado hoje, com as revelações do site The Intercept Brasil.
Lula, como milhões de brasileiros, duvidou do episódio de Juiz de Fora e disse isso com todas as letras. Sinceramente, aquela facada tem uma coisa muito estranha. Uma facada que não aparece sangue, onde o cara é protegido por um exército de seguranças.
A resposta do Jaboti veio espumosa e grotesca como esperado. Ele sugeriu que, se a facada fosse em Lula, "sairia cachaça em vez de sangue". Assim, jogou pra fora o autoritarismo e a truculência que são as suas marcas conhecidas no mundo inteiro. E acrescentou: "Que eu saiba, presidiário presta depoimento e não dá entrevista". Uma frase raivosa e inconformada por não poder, ele mesmo, proibir que a entrevista fosse realizada.

SEU MADRUGA
A outra reação destemperada veio de um General de pijamas, uma figura do sistema militar que começa a desmoronar depois de ter sido acionado para dar fachada ao governo comandado por um oficial que o Exército não quis. O general Heleno, em alguns momentos até sereno e comedido, arreganhou os dentes e desejou algo que, além de imoral, é inconstitucional: prisão perpétua para o ex-presidente. Um destempero que revela inaptidão para o cargo e para com a própria democracia.
Disse mais: "Um presidente desonesto tinha que tomar uma prisão perpétua", sentenciou o estrelado chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Em seguida, apelou de vez: "Isso é uma canalhice típica desse sujeito. Não mereceu jamais ser presidente da República. Eu tenho vergonha de um sujeito desses ter sido presidente da República". A reação do general Heleno tem sentido. No fundo, não é vergonha. É medo mesmo. Mas se houver qualquer vergonha, este deve ser o sentimento de um General cinco estrelas, já de pijama, sendo comandado por um capitão destemperado que foi aposentado para que o glorioso exército brasileiro pudesse se livrar dele. Isto sim é uma ... vergonha!!! Como diria Boris Casoy.

Nenhum comentário: