O CIRCO
PEGA FOGO – 12.03.2021
>Ha algum tempo
nossos expoentes da política, dos governos, da Justiça, dos legislativos, e o
povo em geral (este timidamente, por enquanto), vem tentando lascar fogo nesse
circo ainda, por enquanto, chamado Brasil. Não foram identificados bombeiros para
apagar o fogo. Pensou-se em requisitar os arqueólogos do Oriente Médio, das
civilizações primatas e especialistas em escavações, para revolver o solo
brasileiro na busca de alguma múmia que tivesse a mínima vocação para o ofício.
No entanto, estudos recentes indicaram poucas possibilidades de sucesso, porque
o Brasil é um país ainda jovem e em sua história tivemos poucas ações para
apagar incêndios. Os da Amazônia, por exemplo, só foi extinto quando a floresta
acabou. Aí ficou fácil. Na nossa história, segundo os estudos, só tivemos incendiários,
estes em grande quantidade.
> Se faltou algum material para
levar a cabo a intenção, os recentes acontecimentos em Brasília se encarregaram
de disponibilizar. Sua Excelência o Desembargador Edson Facchin do STF colocou
à disposição dos incendiários, vários tonéis de gasolina para dar andamento no
processo de fritura de uns e outros. O projeto seria fritar todo mundo, desde o
inocente macaco até o temível leão, incluindo seu tratador e o tradicional
palhaço. Só escaparia o Orlando Orfei, dono do circo (ops, mas não é o
Bolsonaro?), por ser capitalista.
Este combustível é tão importante para
endireitar o País, que o ilustre desembargador não teve a preocupação em
aguardar a redução nos preços prometida pelo incendiário mor, Jair Messias
Bolsonaro.
> A propósito, os antigos hebreus chamavam seus altos sacerdotes e
reis de Messias, porque tinham sido ungidos com óleo sagrado. Mais tarde, os
profetas falaram de um rei que redimiu a Terra e teria um período de paz e
justiça no Brasil. Acreditava-se que seria um descendente direto de Alexandre
III da Macedônia, rei no Reino Grego de 336 a 323 a.C., conhecido como
Alexandre o Grande.
Diskin (conhecida
internacionalmente por seu trabalho em favor dos Direitos Humanos, recebeu o
Prêmio UNESCO 2006 em Direitos Humanos e Cultura de Paz), por ter ridicularizado
Netanyahu e Barak Obama chamando-os de “messias” de Arakirov e Keisaria, em
referência aos bairros luxuosos onde os dois possuem propriedades. (Folha de São Paulo, 28/04/2012).
Sempre referindo que qualquer semelhança, não é mera
coincidência, podendo ser repetida, e também que nesses tempos bicudos que
estamos presenciando, é possível que os atores possam ser confundidos tanto com
incendiários quanto com bombeiros.
>A grande imprensa, estupefata, desdobra-se
para entender os propósitos do Ministro Edson Fachin. Para começar, o advogado
e professor Pedro Serrano diz que “tecnicamente a decisão que anulou as
condenações de Lula é correta e poderia ter vindo antes. Segundo ele, o que
levou a essa decisão, foi a necessidade de proteger Moro e os procuradores da
Lava Jato dos efeitos de uma decisão que reconhecesse a parcialidade do Juiz e
atuação dos procuradores. Isso teria um impacto muito grande na opinião pública
mundial” disse Serrano, que relatou ainda acompanhar o debate fora do Brasil.
> O agora reconhecido
como Messias, que
já teve, nos tempos bíblicos, a missão
de salvar o mundo e atualmente não se sabe se poderá salvar a pele, também
comparece à imprensa (que tanto critica), para dar seu veredicto: disse, nesta
segunda-feira, que Edson Fachin “tem forte ligação com PT” após o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) decidir anular todos os processos contra o
ex-presidente na Lava Jato de Curitiba, alegando que a Justiça do Paraná não tem
competência para julgar o caso”.
E
disse mais, para fazer inveja a Rui Barbosa: “as bandalheiras que esse governo
fez estão claras perante toda a sociedade. Foi uma administração catastrófica
do PT no governo. Acredito que o povo brasileiro não quer ter um candidato
desse nas eleições. A Bolsa foi lá para baixo e o dólar foi lá pra cima",
completou Messias.
Um
pequeno reparo senhor Jair Messias: as bolsas foram lá para baixo e o dólar foi
lá pra cima quando o senhor demitiu o presidente da Petrobrás. Além disso, no
parágrafo anterior convém substituir a sigla PT por SP (sem partido). O restante
da manifestação está perfeito, agora digno de Rui Barbosa.
> As consequências da Lava Jato vão além do Lula, e Moro
não pode sair impune. A advogada e professor a de Direito Carol Proner da
Associação Brasileira de Juristas pela democracia, comentou a anulação das
condenações do ex-presidente Lula.
Disse que “apesar da
decisão de Fachin que anulou as condenações de Lula, é preciso continuar
defendendo o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro”. "Essas
decisões não podem ser capazes, politicamente, de evitar o debate sobre a
suspeição deste juiz Sérgio Moro. Embora se resuma ao caso do Lula e dos
processos dele, a suspeição vai muito além". "O que está na
operação Spoofing precisa ser de conhecimento público, a gente tem que
reivindicar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para saber o que
aconteceu neste país, com relação às informações. E temos que ter
legitimidade da sociedade civil para acessar esse material". |
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