quinta-feira, 10 de março de 2022

O BRASIL ESTÁ ACORDANDO?

 796 O BRASIL ESTÁ ACORDANDO

 

        Será mesmo o Brasil? Ou serão algumas personalidades carimbadas que estão caindo na realidade? Se for por engano e ainda não caíram, logo irão cair.

        Vejo na imprensa local e em algumas mídias eletrônicas (procriam mais que coelhos) algumas mudanças de opinião, seja pela redução nas intervenções, compartilhamentos e respostas, ou mesmo pelas acanhadas mudanças nos textos publicados. Recentemente vi uma matéria não convencional para o veículo que a publicou, citando o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein que destaca a importância da linguagem nas relações que as pessoas estabelecem com o mundo.

        Nada mais alentador segundo o filósofo, pois a importância da comunicação não está na simplicidade do que é dito, escrito ou representado, mas no entendimento que o interlocutor lhe dá. Aí está a chave e os efeitos da comunicação. Se bem produzida, será bem interpretada.

        Infelizmente, como em qualquer regra, seja nas ciências sociais ou exatas, sempre haverá exceções. Nas comunicações, desnecessário alongar o presente texto, pois os exemplos estão bem debaixo dos nossos olhos, sobretudo neste momento em que as principais notícias que nos chegam são de temas conflituosos, de disputas territoriais ou ideológicas, onde nem a filosofia, embora tenha mais de 28 séculos de existência, é reconhecida.

        Impende também considerar o grau de formação dos interlocutores, que deve observar certo equilíbrio entre os que falam e os que ouvem. As discrepâncias entre as partes sempre levarão ao confronto.

 

        → Vejo ainda em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia algumas vozes e até comportamentos, que me fazem acreditar que o Brasil, e não só ele, está acordando, vendo a realidade como ela é e não como é contada. Surpreende ainda mais que uma dessas vozes tenha partido de um general da reserva do exército brasileiro, de nome Maynard Marques de Santa Rosa. Surpreende, pois os soldados são talhados para o ataque e defesa, enfim para a guerra, além de o veículo que referiu e citou o autor não ter um histórico da disciplina do filósofo citado na abertura deste texto. Assim, voltemos à teoria do filósofo Ludwig Wittgenstein para detalhar o que este modesto escriba entendeu da manifestação do General. Para tanto vamos buscar em Willian Shakespeare a analogia com sua peça Hamlet.

            Sua célebre frase “Há algo de podre no reino da Dinamarca” que foi pronunciada pelo personagem Marcelo no ato 1, cena 4, da peça teatral, pode ser traduzida como:  ”Algum mal sério está escondido na Dinamarca” (ou no Brasil, no caso). Outro personagem, o Fantasma da Sombra também faz alusão a esta mesma condição: ...Todas as orelhas da Dinamarca (ou do Brasil, no caso) foram rudemente enganadas com esta fabulosa invenção; mas você deve saber, jovem generoso, que a cobra que mordeu seu pai, hoje cinge a sua coroa.... ...A Dinamarca é o leito da luxúria e do incesto abominável....

        É um alerta para que o personagem Hamlet perceba a situação de perigo em que se encontra. Após cada cena, ele passa a comportar-se como um louco incapaz de compreender o que se passa ao seu redor, no intuito de meramente não ser eliminado e poder sobreviver e se preparar para a reação contra o principal algoz.

        Trazendo para o nosso mundo atual e cotidiano, representa a situação em que nos damos conta de estarmos sendo enganados e que ainda há tempo de sairmos ilesos da situação, desde que saibamos agir com inteligência e calma.

        Qualquer semelhança com o Brasil dos tempos atuais, será mera coincidência? Teria Willian Shakespeare previsto nosso futuro?

 

        → MARCANDO PASSO

 

            Em minha última coluna neste semanário, abordei a questão da dificuldade e demora na regularização da passagem internacional para a Argentina através da BR 282 em Paraíso.

Não é segredo que a abertura desta passagem encontra oposição, dado a concorrência entre regiões e municípios. De qualquer forma, repito, a representação política de nosso município e região junto às esferas estadual e federal, deixa muito a desejar.

O problema se resume à falta de planejamento para ações em conjunto na busca de investimentos que reflitam as necessidades de desenvolvimento da Região.

Para quem não conhece a história, a AMEOSC foi criada em 1971, por iniciativa da antiga SUDESUL, para fazer planejamento. As associações de Municípios criadas naquela época em número de 18, seguiram os rumos das Capitanias Hereditárias. Apenas uma prosperou. Foi a AMOSC, de Chapecó.

 

Quanto a São Miguel do Oeste, marcar passo é o que melhor representa seu desempenho na economia de Santa Catarina. O município é o 40º colocado no retorno de ICMS, que tem como base de apuração o VA (Valor Adicionado). Com 40 mil habitantes, fica atrás de Seara, com 17,5 mil habitantes, Itá, com 6,4 mil, Itapiranga com 16,0 mil, Capinzal com 20,0 mil e outros 36, aí incluídos os maiores. As principais industrias e parte do comércio local, distribuem o valor adicionado que produzem com o município sede de sua matriz, reduzindo o quinhão de São Miguel do Oeste. Para resolver é preciso ação política orquestrada e planejada. Ficar assistindo e só contar com as famosas emendas ao orçamento, criando dependência com os políticos e não com o desenvolvimento, não resolve. Piora!.

Até a próxima.              

 

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