796 O BRASIL ESTÁ ACORDANDO
→ Será mesmo o Brasil? Ou serão algumas personalidades carimbadas que estão caindo na realidade?
Se for por engano e ainda não caíram, logo irão cair.
Vejo na imprensa local e em algumas mídias eletrônicas (procriam
mais que coelhos) algumas mudanças de opinião, seja pela redução nas
intervenções, compartilhamentos e respostas, ou mesmo pelas acanhadas mudanças
nos textos publicados. Recentemente vi uma matéria não convencional para o
veículo que a publicou, citando o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein que
destaca a importância da linguagem nas relações que as pessoas estabelecem com
o mundo.
Nada mais alentador segundo o filósofo, pois a importância da
comunicação não está na simplicidade do que é dito, escrito ou representado,
mas no entendimento que o interlocutor lhe dá. Aí está a chave e os efeitos da
comunicação. Se bem produzida, será bem interpretada.
Infelizmente, como em qualquer regra, seja nas ciências
sociais ou exatas, sempre haverá exceções. Nas comunicações, desnecessário
alongar o presente texto, pois os exemplos estão bem debaixo dos nossos olhos,
sobretudo neste momento em que as principais notícias que nos chegam são de
temas conflituosos, de disputas territoriais ou ideológicas, onde nem a
filosofia, embora tenha mais de 28 séculos de existência, é reconhecida.
Impende também considerar o grau de formação dos
interlocutores, que deve observar certo equilíbrio entre os que falam e os que
ouvem. As discrepâncias entre as partes sempre levarão ao confronto.
→ Vejo
ainda em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia algumas vozes
e até comportamentos, que me fazem acreditar que o Brasil, e não só ele, está
acordando, vendo a realidade como ela é e não como é contada. Surpreende ainda
mais que uma dessas vozes tenha partido de um general da reserva do exército
brasileiro, de nome Maynard Marques de Santa Rosa. Surpreende, pois os soldados
são talhados para o ataque e defesa, enfim para a guerra, além de o veículo que
referiu e citou o autor não ter um histórico da disciplina do filósofo citado
na abertura deste texto. Assim, voltemos à teoria do filósofo Ludwig Wittgenstein para detalhar o que este modesto escriba entendeu da
manifestação do General. Para tanto vamos buscar em Willian Shakespeare a analogia
com sua peça Hamlet.
Sua
célebre frase “Há algo de podre no reino da Dinamarca” que foi pronunciada pelo
personagem Marcelo no ato 1, cena 4, da peça teatral, pode ser traduzida como: ”Algum mal sério está escondido na Dinamarca” (ou
no Brasil, no caso). Outro personagem, o Fantasma da Sombra também faz alusão a
esta mesma condição: ...Todas as orelhas da Dinamarca (ou do Brasil, no caso) foram
rudemente enganadas com esta fabulosa invenção; mas você deve saber, jovem
generoso, que a cobra que mordeu seu pai, hoje cinge a sua coroa.... ...A
Dinamarca é o leito da luxúria e do incesto abominável....
É um alerta para que
o personagem Hamlet perceba a situação de perigo em que se encontra. Após cada
cena, ele passa a comportar-se como um louco incapaz de compreender o que se
passa ao seu redor, no intuito de meramente não ser eliminado e poder
sobreviver e se preparar para a reação contra o principal algoz.
Trazendo para o nosso
mundo atual e cotidiano, representa a situação em que nos damos conta de
estarmos sendo enganados e que ainda há tempo de sairmos ilesos da situação,
desde que saibamos agir com inteligência e calma.
Qualquer semelhança
com o Brasil dos tempos atuais, será mera coincidência? Teria Willian
Shakespeare previsto nosso futuro?
→ MARCANDO PASSO
Em minha última coluna neste
semanário, abordei a questão da dificuldade e demora na regularização da passagem
internacional para a Argentina através da BR 282 em Paraíso.
Não é segredo
que a abertura desta passagem encontra oposição, dado a concorrência entre
regiões e municípios. De qualquer forma, repito, a representação política de
nosso município e região junto às esferas estadual e federal, deixa muito a
desejar.
O problema se
resume à falta de planejamento para ações em conjunto na busca de investimentos
que reflitam as necessidades de desenvolvimento da Região.
Para quem não
conhece a história, a AMEOSC foi criada em 1971, por iniciativa da antiga
SUDESUL, para fazer planejamento. As associações de Municípios criadas naquela
época em número de 18, seguiram os rumos das Capitanias Hereditárias. Apenas
uma prosperou. Foi a AMOSC, de Chapecó.
→ Quanto a São Miguel do Oeste,
marcar passo é o que melhor representa seu desempenho na economia de Santa
Catarina. O município é o 40º colocado no retorno de ICMS, que tem como base de
apuração o VA (Valor Adicionado). Com 40 mil habitantes, fica atrás de Seara,
com 17,5 mil habitantes, Itá, com 6,4 mil, Itapiranga com 16,0 mil, Capinzal
com 20,0 mil e outros 36, aí incluídos os maiores. As principais industrias e parte
do comércio local, distribuem o valor adicionado que produzem com o município
sede de sua matriz, reduzindo o quinhão de São Miguel do Oeste. Para resolver é
preciso ação política orquestrada e planejada. Ficar assistindo e só contar com
as famosas emendas ao orçamento, criando dependência com os políticos e não com
o desenvolvimento, não resolve. Piora!.
Até a próxima.
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