quinta-feira, 10 de março de 2022

QUEM SE RESPONSABILISA?

 795 – QUEM SE RESPONSABILISA?

 

         Com tudo o que vem acontecendo no mundo todo e em nossa aldeia, já não é tempo de nós, pobres, mortais, sem instrução, doentes, vítimas, indefesos, excluídos, sendo a grande maioria, isto sim, botar a boca no mundo e fazer valer a nossa voz, se é que ainda somos donos dela?

        Não é segredo para ninguém, por mais ignorante que seja, que tudo o que nos cerca, de bom ou de mau, os culpados são os governos, que infelizmente nós escolhemos. Fosse em regimes totalitários, estaríamos isentos de culpa, pois, afinal, não decidimos por quem gostaríamos de ser governados.

        Aí, para completar nosso autoflagelo, temos que assistir (e o fazemos pacificamente) nossos colegas de sofrimento desfilando toda sua ignorância em formato de bandeiras, adesivos, outdoors, mídias eletrônicas e outras querelas.

        Nesta balada, um que outro se encoraja e resolve chiar, mas a maioria cai de pau em cima do revoltoso. Pior, por quê a turba canta e se diverte. Amém.

 

         Não são só os governantes. Podemos aí incluir os que se apoderam das instituições criadas para atender e dar segurança à turba sofredora. Os políticos, em geral, agem dessa maneira. Ocupam as instituições para se servir, ao invés de servir o povo. Exemplo incontestável é o tal poder legislativo (letra minúscula, pois mais não merece), que não legisla coisa alguma a não ser para si ou os seus. Estão lá, feito bonecos em museus de cera, desfilando garbo pelo território, visitando seus assessores espalhados por todo o canto de sua influência, preparando a próxima eleição. Ah, desculpem, esqueci-me de referir as emendas parlamentares, que são migalhas distribuídas aos municípios para deslumbrar os incautos que se deixam enganar por algumas toneladas de asfalto. Como Paradoxo, desfilam pela péssima BR 163 como se estivessem praticando patinação sobre o gelo. É o fim da picada.

 

          Mas nem tudo está perdido! Ainda é possível recuperar alguma coisa que a estiagem, a COVID-19 e os políticos profissionais ainda não conseguiram destruir. É a voz do povo, que haverá de se fazer ouvir nas próximas eleições. Além desta voz gutural vinda das massas e algumas pessoas menos medrosas, como nosso amigo Darci Zanotelli, que resolvem botar a boca no mundo e as coisas em seus devidos lugares.

Recentemente, aconteceu uma audiência Pública para debater o alfandegamento da passagem internacional entre Brasil e Argentina, através de de Paraíso e San Pedro, possibilitando assim o transito de pessoas e cargas, o que em muito beneficiaria os municípios e toda a região. Dos presentes ao evento, estavam o próprio Darci Zanotelli, que há muitos anos, desde a construção da ponte sobre o Rio Peperi Guaçu, luta pela oficialização da passagem, o Prefeito de Paraíso, algumas autoridades da Argentina, um representante da Polícia Federal, o representante do Prefeito Municipal de São Miguel do Oeste, o deputado estadual Mauro de Nadal e o representante do deputado estadual Maurício Skudlark.

        O Sr. Zanotelli, dirigente da Comissão Bi-Nacional não aguentou, soltou o verbo, cobrou as promessas de empenho das autoridades brasileiras, lamentou as ausências.

O empresário aproveitou a presença do deputado estadual, Mauro de Nadal, revelou ser um crítico da classe política. Para ele os parlamentares estão desinformados em relação ao processo, pois ainda acham que a passagem é considerada “clandestina.

Se alguma coisa positiva aconteceu na tal audiência Pública, foram as alfinetadas disparadas pelo presidente da Comissão Bi-Nacional e da Zicosur, enfatizando que os políticos estão desinformados e não cumprem seu papel. Acrescentou que a passagem internacional está autorizada desde 1994 e que uma instalação de cerca 400 m2 que abrigaria a administração da passagem, foi demolida.

 

        Para completar as expectativas, eis que surge no horizonte a possibilidade de uma nova guerra entre países liderados por políticos que não poderia classificar de outro modo senão com o que foi utilizado na abertura da  presente coluna.

        De uma coisa poderemos ter certeza. Seja qual for o resultado final desta encrenca, alguma coisa positiva, finalmente, vai brotar. Será uma nova ordem multilateral, com a participação de, pelo menos, mais alguns blocos que não sejam unicamente as loucuras dos Estados Unidos e seus governantes sem noção. Nos governos do PT, diga-se de passagem, alguns países do terceiro escalão, tentaram formar um bloco chamado BRICS, mas os malucos trataram de minar a ideia. Agora é iminente o surgimento de novo bloco entre China e Rússia, o que faz com que os Estados Unidos e seus seguidores pensem duas vezes antes de colocar a mão naquela cumbuca da Ucrânia. Por enquanto, estão latindo para a lua.

 

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