779 – CATILINÁRIAS - 17.05.2021
– Por Jaime Capra.
>> As
Catilinárias são uma série de quatro discursos célebres do cônsul Romano Marco Tulio Cícero,
pronunciados em 63 a.C. Os discursos são um ato de denúncia contra a
conspiração pretendida pelo senador Lúcio Sergio Catilina. Logo de início,
Cícero esbraveja: “Até quando, Catilina,
abusarás de nossa paciência? Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que
a conhecem?”
Falido, Catilina, filho de família nobre,
juntamente com seus seguidores subversivos, planejava derrubar o governo
republicano para obter riquezas e poder. No entanto, após o confronto aberto
por Cícero, Catilina resolve afastar-se do Senado, indo juntar-se ao seu
exército ilícito para armar a defesa.
Segundo registros históricos, após o quarto discurso, Catilina estava
condenado à morte, mas recusou-se a se entregar e foi morto em um campo de
batalha.
Os caros leitores conseguem transportar as Catilinárias para o Brasil,
2020 anos d.C. para enquadrar nosso Catilina, que aqui é conhecido como
Bolsonaro, Bozo, Jaboti e outros epítetos? Se conseguem, parabéns! Se não,
fazem parte do exército ilícito.
>> A crise sanitária
desencadeada pela COVID-19, exigiu dos governos uma série de
providências com vista a estabelecer procedimentos uniformizados para bloqueio
e contenção da pandemia no âmbito Nacional. No entanto, estas providências,
embora regulamentadas através de inúmeros decretos, não vem surtindo os efeitos
desejados.
Um desses procedimentos, em nível
comunitário, foi a criação e institucionalização de “Comitês de Gerenciamento
de Crise” onde a principal função é coordenar os trabalhos relativos à situação
de risco que se está enfrentando.
Ao Comitê incumbe atuar com agilidade para
apurar e controlar informações; definir e uniformizar os posicionamentos e
respostas da organização junto aos entes públicos envolvidos, estabelecendo
roteiros, cronogramas e procedimentos padrões, entre outros.
Não parece que estas atribuições estejam
sendo seguidas. Muitas decisões, especialmente quando contrárias a interesses
não coletivos, são tomadas em gabinete e debitadas à conta dos Comitês. Em
outras situações, cujas decisões são absolutamente necessárias, estas não são
respaldadas pelas autoridades.
Já houve casos em que membros de Comitê estão
“pedindo o boné”, enquanto outros assinam os documentos, quando contrários à
decisão, debaixo de lágrimas. Esta é a mais dura realidade da importância que a
pandemia recebe das Autoridades. É de se perguntar: Para que serve mesmo o Comitê
se não tem respaldo para nada? O que e a quem estará defendendo: a
administração municipal ou a população? Melhor extinguir e entregar o COVID-19 na
mão do Bolsonaro.
>> Enquanto
o mundo inteiro se ocupa com as questões da Pandemia e busca
alternativas para a economia em franca recessão embora os anuncios oficiais,
neste canto do mundo dever-se-ia preocupar com a situação instalada na
Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul.
A Mesorregião é fruto da mobilização
dos atores locais nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Um trabalho publicado no Google,
denominado Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul – Perfil Locacional do
Desenvolvimento Regional, de autoria de Jandir Ferrera de Lima e Paulo Henrique
de Cezaro Heberhardt, traça um perfil das mudanças na economia da Mesorregião.
Vale ressaltar que a criação da Mesorregião teve como escopo o atrazo na
sitação econômica e social, especialmente em relação ao IDH, comparável à região Norte e Nordeste do
Brasil. A Região abrange o Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e
Noroeste do Rio Grande do Sul. Embora as aparências, a realidade é outra, pois
economicamente e socialmente a região cresceu menos que as demais regiões dos
três estados.
>> É
visível que no Extremo Oeste de Santa Catarina, embora as
aparências, o crescimento econômico anda a passos de jaboti. O nível de emprego
não cresce, assim como o Movimento Econômico, pois o índice de retorno do ICMS
continua estagnado há anos e a Renda Per Cápita também.
Se o Brasil cresceu e Santa Catarina
também, o que há com São Miguel do Oeste? Que fatores impedem um crescimento
significativo?
Neste contexto, ouso dizer que o
principal fator é a inoperância política. Todos os representantes colocados em
Florianópolis e Brasília, pouco retribuiram a quem os elegeu. A maioria cuidou
de seu próprio interesse, deixando os mandatos em troca de cargos ou para
galgar novos degraus.
Que não se fale em emendas
parlamentares, pois estas representam nada em relação às necessidades de
investimentos para alavancar o desenvolvimento.
Vejamos a questão da BR 163, para
ser atual. A saída da administração da CASAN e da CELESC para Chapecó. A guerra para impedir a implantação da passagem
internacional de Dionísio Cerqueira e agora Paraíso. A retirada do SAMU,
deixando a população entregue à sua própria sorte. Quem se rebelou contra estes
absurdos?
>> O
grande outdoor colocado na confluência da BR 282 com 158 em
Maravilha, reclamando da paralização da obra há mais de 40 anos, é exemplo
típico da inoperância. Os que patrocinaram a colocação da peça, são os mesmos
que permaneceram em Brasília e Florianópolis nestes 40 anos e nunca abriram a
boca para reverter a situação.
>> Impossível
não retornar à Colenda. Nova moda foi criada. Agora, as
alterações na legislação são propostas em plenário, em rascunho, sujeitas a
emendas, sub-emendas, alterações, supressões, sob o balanço da “biruta”. Uma
coisa ficou patente, visível, insofismável: Tais procedimentos visam sempre
atender interesses de titereiros,
marioneteiros, manipuladores ou bonequeiros,
que escondidos sob a cortina preta manipulam os marionetes que solenemente
ficam empostados no plenário. Estamos iguais à China: vamos de MAO a
PIAO.
Até a próxima.
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