quinta-feira, 9 de setembro de 2021

CATILINÁRIAS

 

779 – CATILINÁRIAS - 17.05.2021 – Por Jaime Capra.

 

      >> As Catilinárias são uma série de quatro discursos célebres do cônsul Romano Marco Tulio Cícero, pronunciados em 63 a.C. Os discursos são um ato de denúncia contra a conspiração pretendida pelo senador Lúcio Sergio Catilina. Logo de início, Cícero esbraveja: “Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência? Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem?”

      Falido, Catilina, filho de família nobre, juntamente com seus seguidores subversivos, planejava derrubar o governo republicano para obter riquezas e poder. No entanto, após o confronto aberto por Cícero, Catilina resolve afastar-se do Senado, indo juntar-se ao seu exército ilícito para armar a defesa.

Segundo registros históricos, após o quarto discurso, Catilina estava condenado à morte, mas recusou-se a se entregar e foi morto em um campo de batalha.

Os caros leitores conseguem transportar as Catilinárias para o Brasil, 2020 anos d.C. para enquadrar nosso Catilina, que aqui é conhecido como Bolsonaro, Bozo, Jaboti e outros epítetos? Se conseguem, parabéns! Se não, fazem parte do exército ilícito.

 

      >> A crise sanitária desencadeada pela COVID-19, exigiu dos governos uma série de providências com vista a estabelecer procedimentos uniformizados para bloqueio e contenção da pandemia no âmbito Nacional. No entanto, estas providências, embora regulamentadas através de inúmeros decretos, não vem surtindo os efeitos desejados.

      Um desses procedimentos, em nível comunitário, foi a criação e institucionalização de “Comitês de Gerenciamento de Crise” onde a principal função é coordenar os trabalhos relativos à situação de risco que se está enfrentando.

      Ao Comitê incumbe atuar com agilidade para apurar e controlar informações; definir e uniformizar os posicionamentos e respostas da organização junto aos entes públicos envolvidos, estabelecendo roteiros, cronogramas e procedimentos padrões, entre outros.

      Não parece que estas atribuições estejam sendo seguidas. Muitas decisões, especialmente quando contrárias a interesses não coletivos, são tomadas em gabinete e debitadas à conta dos Comitês. Em outras situações, cujas decisões são absolutamente necessárias, estas não são respaldadas pelas autoridades.

Já houve casos em que membros de Comitê estão “pedindo o boné”, enquanto outros assinam os documentos, quando contrários à decisão, debaixo de lágrimas. Esta é a mais dura realidade da importância que a pandemia recebe das Autoridades. É de se perguntar: Para que serve mesmo o Comitê se não tem respaldo para nada? O que e a quem estará defendendo: a administração municipal ou a população? Melhor extinguir e entregar o COVID-19 na mão do Bolsonaro.  

 

>> Enquanto o mundo inteiro se ocupa com as questões da Pandemia e busca alternativas para a economia em franca recessão embora os anuncios oficiais, neste canto do mundo dever-se-ia preocupar com a situação instalada na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul.

A Mesorregião é fruto da mobilização dos atores locais nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Um trabalho publicado no Google, denominado Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul – Perfil Locacional do Desenvolvimento Regional, de autoria de Jandir Ferrera de Lima e Paulo Henrique de Cezaro Heberhardt, traça um perfil das mudanças na economia da Mesorregião. Vale ressaltar que a criação da Mesorregião teve como escopo o atrazo na sitação econômica e social, especialmente em relação ao IDH,  comparável à região Norte e Nordeste do Brasil. A Região abrange o Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Grande do Sul. Embora as aparências, a realidade é outra, pois economicamente e socialmente a região cresceu menos que as demais regiões dos três estados.

 

>> É visível que no Extremo Oeste de Santa Catarina, embora as aparências, o crescimento econômico anda a passos de jaboti. O nível de emprego não cresce, assim como o Movimento Econômico, pois o índice de retorno do ICMS continua estagnado há anos e a Renda Per Cápita também.

Se o Brasil cresceu e Santa Catarina também, o que há com São Miguel do Oeste? Que fatores impedem um crescimento significativo?

Neste contexto, ouso dizer que o principal fator é a inoperância política. Todos os representantes colocados em Florianópolis e Brasília, pouco retribuiram a quem os elegeu. A maioria cuidou de seu próprio interesse, deixando os mandatos em troca de cargos ou para galgar novos degraus.

Que não se fale em emendas parlamentares, pois estas representam nada em relação às necessidades de investimentos para alavancar o desenvolvimento.

Vejamos a questão da BR 163, para ser atual. A saída da administração da CASAN e da CELESC para Chapecó. A guerra  para impedir a implantação da passagem internacional de Dionísio Cerqueira e agora Paraíso. A retirada do SAMU, deixando a população entregue à sua própria sorte. Quem se rebelou contra estes absurdos?

 

>> O grande outdoor colocado na confluência da BR 282 com 158 em Maravilha, reclamando da paralização da obra há mais de 40 anos, é exemplo típico da inoperância. Os que patrocinaram a colocação da peça, são os mesmos que permaneceram em Brasília e Florianópolis nestes 40 anos e nunca abriram a boca para reverter a situação.

 

>> Impossível não retornar à Colenda. Nova moda foi criada. Agora, as alterações na legislação são propostas em plenário, em rascunho, sujeitas a emendas, sub-emendas, alterações, supressões, sob o balanço da “biruta”. Uma coisa ficou patente, visível, insofismável: Tais procedimentos visam sempre atender interesses de titereiros, marioneteiros, manipuladores ou bonequeiros, que escondidos sob a cortina preta manipulam os marionetes que solenemente ficam empostados no plenário. Estamos iguais à China: vamos de MAO a PIAO.

 

Até a próxima.

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