783 – CIRCO DOS HORRORES - 09.07.2021
– Jaime Capra
Uma das vantagens de se chegar à
velhice é a de sempre ter uma história para contar, para servir de parâmetro
com a realidade atual. Ao escrever o presente artigo, cujo número está aí
acima, não poderia ser diferente. Como em quase todos os demais 782 o tema tratou
fundamentalmente da atualidade política. Neste, não poderia ser diferente. Fui
buscar um filme inglês da década de 1960, que tive a oportunidade de assistir,
cujo título tem muito a ver com nosso Brasil varonil.
Circo dos Horrores é um filme de
terror britânico de 1960 dirigido por Sidney Hayers. O crítico de cinema David
Pirie o considerou a terceira entrada na "trilogia Sadiana", porque o
filme se concentrou no sadismo, crueldade e violência com conotações sexuais,
em oposição ao sobrenatural horror dos filmes daquela época.
Vamos ao filme: “Na Inglaterra, em
1947, o Dr. Rossiter é um cirurgião plástico procurado pela polícia depois que
uma operação deu errado. No entanto, acreditando ter habilidades como
cirurgião, ele e seus assistentes escapam da captura e fogem com o Dr. Schüler
para o continente. Lá Rossiter vê uma garota com cicatrizes recentes e torna-se
amigo de seu pai, um dono de circo. Ele abre caminho para a família, operando a
garota e curando seus ferimentos "de graça", e manipula seu caminho
para comandar o circo, assumindo o controle quando o proprietário morre bêbado em
um incidente com um urso. Uma década depois, ele dirige um circo de sucesso
internacional, que usa como fachada para suas façanhas cirúrgicas. Ele faz
amizade com mulheres com cicatrizes e as transforma em seu "Templo da
Beleza". No entanto, quando eles ameaçam partir, eles se deparam com
acidentes misteriosos no circo, que levantam as suspeitas da polícia
internacional que logo vai ao seu encalço.
Eles queriam fazer um filme de terror
ambientado em um circo. O escritor teve a ideia de um circo dirigido por um
cirurgião plástico que transforma criminosos em pessoas extremamente bonitas”.
Para o “epílogo”, o leitor deste
artigo terá que assistir ao filme, fazer um exercício de observação e
comparação, ou aguardar o fim do atual circo político.
CHEIRO DE PÓLVORA
O
chanceler russo, Sergey Lavrov, afirmou que seu país responderá duramente a
possíveis ações hostis dos Estados Unidos. Em entrevista a um jornal da
Indonésia, ressaltou que, como deixou claro o presidente russo Vladimir Putin,
a melhoria das relações entre Moscou e Washington "só será possível
através da busca de um equilíbrio de interesses mutuamente aceitável em base da
paridade". O chanceler observou que quase imediatamente após a
cúpula dos líderes da Rússia e dos Estados Unidos em Genebra, as autoridades
norte-americanas, incluindo os participantes da reunião, retomaram os discursos
anteriores com força redobrada.
CALDO DE CANA COM PASTEL
Em conversa com apoiadores no “cercadinho” do Palácio do
Planalto, na noite desta segunda-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro voltou
a se queixar do cargo que ocupa. A declaração foi feita no mesmo dia em que
pesquisa apontou recorde de rejeição a ele e em que foi divulgada notícia que o
associa diretamente ao escândalo de corrupção das rachadinhas. “Não sei o
prazer que certas pessoas têm em falar. Eeu sou presidente. Não sabem o que é
ser presidente da República, meu Deus do céu”, afirmou Bolsonaro.
Essa já é ao menos a quinta vez que o
presidente reclama do fato de ser o chefe do Executivo. Em fevereiro, também
durante conversa com apoiadores, Bolsonaro disparou: “A minha vida é um
inferno”. A fala foi dada como resposta a uma mulher que pediu para tomar um
café com ele. De acordo com o presidente, sua vida é um “inferno” pois não sabe
o que vai fazer no dia seguinte.
Em novembro do ano passado, titular
do Palácio do Planalto afirmou que sua vida “é uma desgraça, problema o tempo
todo. Não tenho paz para nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua,
comer um pastel”.
A LEI DO BOLSONARO
Uma
chacina da PM do Amazonas, em Tabatinga, por vingança contra a morte de um
sargento em 12 de junho, matou ao menos sete pessoas, das quais três foram
jogadas no lixão após tortura. Os policiais invadiram e vandalizaram casas,
ameaçaram familiares dos mortos, adulteraram atestado de óbito e impuseram a
lei do silêncio. Em uma das casas invadidas, um PM disse a familiares: “Agora é
a lei do Bolsonaro: bandido bom é bandido morto”
SERIAL KILLER
Botei
duas máscaras no rosto e fui à manifestação contra Bolsonaro no Rio de Janeiro,
no sábado. Foi reconfortante ver amigos que não encontrava havia tempos, na
avenida Presidente Vargas, cheia, alegre e pacífica. Em São Paulo, ao que tudo
indica, provocadores profissionais deram as caras. A coordenação dos atos
precisa se esforçar para neutralizar tentativas de sabotagem", escreve a jornalista Cristina Serra na
Folha de São Paulo.
"O que estamos vendo é uma maré
montante de gente na rua à medida que a CPI no Senado descobre as digitais do
presidente em crimes contra a vida dos brasileiros. O pedido de impeachment
elenca 23 crimes de responsabilidade. E agora, reportagem de Juliana Dal Piva,
no UOL, revela que Bolsonaro comandou esquema de "rachadinhas" quando
foi deputado federal".
Até a próxima
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