quarta-feira, 22 de junho de 2022

CONFUSÕES GLOBAIS, PROBLEMAS LOCAIS

 802 – CONFUSÕES GLOBAIS, PROBLEMAS LOCAIS

 

A guerra fria esquentou. Depois de a União Soviética iniciar seu processo de abertura em direção a um relacionamento com as nações capitalistas por meio de medidas reformistas no âmbito social e econômico (perestroika) e também de transparência política (glasnost) que permitiram a queda do Muro de Berlin, o mundo respirou aliviado e perdeu, de certa forma, o receio de uma terceira Guerra Mundial. Então, a União Soviética conheceu a Democracia e passou a liberar o povo do Bloco para que assumisse seu destino, surgindo daí várias outras nações independentes. Mas, como nem tudo são flores, a ex-União Soviética agora Rússia passou a desenvolver-se e crescer econômica e socialmente, tornando-se uma das nações consideradas poderosas econômica, social e militarmente. Passou a concorrer com a principal potência mundial, os Estados Unidos, em tecnologia, desenvolvimento e importância, provocando com isso uma pequena fissura entre os que reinavam absolutos e viam-se diante de competidores outrora inimigos e seus aliados. O caminho a ser percorrido pela Rússia e seus vizinhos, sobretudo a China com seu crescimento, território e população de dimensões espantosas, passou a representar uma concorrência importante na formação de um bloco concorrente. Aliados entre si, os acima citados mais o Brasil, a India e Africa do Sul, formaram um novo bloco denominado BRICS que, aí sim, representaria um grande concorrente para os desejos Americanos de dominar, mandar e servir-se do mundo com seus dólares. Fiel à receita da Mamma, que a dominação é um prato quentíssimo que se come pelas beiradas, o Ocidente desenvolveu um processo de cooptação das Nações antes independentes para atraí-las ao Bloco da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O objetivo seria engrossar o seu bloco, embora nem todas a Nações candidatas estivessem vizinhas do Oceano Atlânticol. Mas é que assim mesmo, guerra é guerra. Com isso, a Ucrânia, misto de Rússia e ex território Russo, ouviu e foi atraída pelo canto da sereia e passou a se considerar poderosa. Deu no que deu.

Atualmente, após 83 dias de guerra implacável, com destruições de instalações, equipamentos, soldados e territórios, a Rússia reconquistou partes do território Ucraniano, onde vive uma maioria russa que pensa em voltar para casa, ou seja, reintegrar o território a que pertencia.

É bem verdade que o povo Ucraniano colaborou imitando o Brasileiro: trocou um presidente democrata por um comediante nazista, sob o argumento que aquele seria comunista. Nos últimos dias, cerca de 600 combatentes Ucranianos que se encontravam entrincheirados em uma Usina Siderúrgica e que ainda resistiam, renderam-se e deixaram o local sob proteção Russa. Muitos estavam feridos e saíram em macas e serão cuidados por médicos em cidades controladas pelas tropas de Moscou.

A tal guerra que mais parece uma disputa pessoal pelo espólio de Donald Trump que se inspirou no extremismo direitista especialmente o Europeu, almejando ser, pelo seu país, um novo Winston Churchill calçando botas, usando chapéu e bebendo whisky, disparou pelo mundo todo a prática e ideia que tudo poderia fazer e dizer, sem qualquer consequência e sem medir as repercussões de seus atos. Por seu turno, Vladimir Putin, picado pela mosca azul pelo crescimento econômico e social da Rússia e com o caroço da sobrevida da Otan a rondar seu território, também achou que poderia, com o BRICs e seus seguidores, formar um novo bloco tão ou mais poderoso que o Americano.

A arte da Guerra mudou de cenário. Poucas cortinas, pouca iluminação, e poucos assistentes, maioria virtuais. Muitas bombas de efeito moral e danos materiais patrocinadas pelos interessados na forma de contribuições espontâneas.

Procura-se inimigos, onde até o Sumo Pontífice da igreja Católica, Apostólica Romana entrou em cena. O mundo perdeu o rumo e a vergonha. A destruição se dá por boicotes econômicos, mostrando que o dinheiro é mais importante que a vida de quem não tem o que comer.

 

        E nós com isso? Temos tudo a ver. Enquanto a Rússia bloqueia o fornecimento de gás para a Inglaterra e Alemanha, o Brasileiro paga 120 reais por um botijão do produto. Como consequência, a gasolina e o diesel vão a quase oito reais ao litro. Os fertilizantes alçaram voo. Nossa pobreza aumentou, o emprego apequenou-se e o governo perdeu a noção. Este não tem bússola para achar o caminho de volta. Vai nos abandonar no meio do mato, isto se sobrar algum.

        Rezemos para que não apareça um personagem parecido com os envolvidos nesta guerra de circo, com nosso governo sem noção e com nosso povo pobre e ignorante.    

        Até a próxima. 

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