802 – CONFUSÕES GLOBAIS, PROBLEMAS LOCAIS
A
guerra fria esquentou. Depois de a União Soviética iniciar seu
processo de abertura em direção a um relacionamento com as nações capitalistas por
meio de medidas reformistas no âmbito social e econômico (perestroika) e também
de transparência política (glasnost) que permitiram a queda do Muro de Berlin,
o mundo respirou aliviado e perdeu, de certa forma, o receio de uma terceira
Guerra Mundial. Então, a União Soviética conheceu a Democracia e passou a
liberar o povo do Bloco para que assumisse seu destino, surgindo daí várias
outras nações independentes. Mas, como nem tudo são flores, a ex-União
Soviética agora Rússia passou a desenvolver-se e crescer econômica e socialmente,
tornando-se uma das nações consideradas poderosas econômica, social e
militarmente. Passou a concorrer com a principal potência mundial, os Estados
Unidos, em tecnologia, desenvolvimento e importância, provocando com isso uma
pequena fissura entre os que reinavam absolutos e viam-se diante de
competidores outrora inimigos e seus aliados. O caminho a ser percorrido pela
Rússia e seus vizinhos, sobretudo a China com seu crescimento, território e
população de dimensões espantosas, passou a representar uma concorrência
importante na formação de um bloco concorrente. Aliados entre si, os acima
citados mais o Brasil, a India e Africa do Sul, formaram um novo bloco
denominado BRICS que, aí sim, representaria um grande concorrente para os
desejos Americanos de dominar, mandar e servir-se do mundo com seus dólares.
Fiel à receita da Mamma, que a dominação é um prato quentíssimo que se come
pelas beiradas, o Ocidente desenvolveu um processo de cooptação das Nações
antes independentes para atraí-las ao Bloco da Otan (Organização do Tratado do
Atlântico Norte). O objetivo seria engrossar o seu bloco, embora nem todas a Nações
candidatas estivessem vizinhas do Oceano Atlânticol. Mas é que assim mesmo,
guerra é guerra. Com isso, a Ucrânia, misto de Rússia e ex território Russo,
ouviu e foi atraída pelo canto da sereia e passou a se considerar poderosa. Deu
no que deu.
Atualmente, após 83 dias de guerra
implacável, com destruições de instalações, equipamentos, soldados e
territórios, a Rússia reconquistou partes do território Ucraniano, onde vive
uma maioria russa que pensa em voltar para casa, ou seja, reintegrar o
território a que pertencia.
É bem verdade que o povo Ucraniano colaborou imitando
o Brasileiro: trocou um presidente democrata por um comediante nazista, sob o
argumento que aquele seria comunista. Nos últimos dias, cerca de 600
combatentes Ucranianos que se encontravam entrincheirados em uma Usina
Siderúrgica e que ainda resistiam, renderam-se e deixaram o local sob proteção
Russa. Muitos estavam feridos e saíram em macas e serão cuidados por médicos em
cidades controladas pelas tropas de Moscou.
A tal guerra que mais parece uma disputa
pessoal pelo espólio de Donald Trump que se inspirou no extremismo direitista
especialmente o Europeu, almejando ser, pelo seu país, um novo Winston
Churchill calçando botas, usando chapéu e bebendo whisky, disparou pelo mundo
todo a prática e ideia que tudo poderia fazer e dizer, sem qualquer
consequência e sem medir as repercussões de seus atos. Por seu turno, Vladimir
Putin, picado pela mosca azul pelo crescimento econômico e social da Rússia e
com o caroço da sobrevida da Otan a rondar seu território, também achou que
poderia, com o BRICs e seus seguidores, formar um novo bloco tão ou mais poderoso
que o Americano.
A arte da Guerra mudou de cenário. Poucas
cortinas, pouca iluminação, e poucos assistentes, maioria virtuais. Muitas
bombas de efeito moral e danos materiais patrocinadas pelos interessados na
forma de contribuições espontâneas.
Procura-se inimigos, onde até o Sumo
Pontífice da igreja Católica, Apostólica Romana entrou em cena. O mundo perdeu
o rumo e a vergonha. A destruição se dá por boicotes econômicos, mostrando que
o dinheiro é mais importante que a vida de quem não tem o que comer.
E nós com isso? Temos tudo a ver. Enquanto a
Rússia bloqueia o fornecimento de gás para a Inglaterra e Alemanha, o
Brasileiro paga 120 reais por um botijão do produto. Como consequência, a
gasolina e o diesel vão a quase oito reais ao litro. Os fertilizantes alçaram
voo. Nossa pobreza aumentou, o emprego apequenou-se e o governo perdeu a noção.
Este não tem bússola para achar o caminho de volta. Vai nos abandonar no meio
do mato, isto se sobrar algum.
Rezemos para que não apareça um
personagem parecido com os envolvidos nesta guerra de circo, com nosso governo
sem noção e com nosso povo pobre e ignorante.
Até a próxima.
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