quarta-feira, 22 de junho de 2022

MUDANÇA DE HÁBITO – 22.04.2022

 800 - MUDANÇA DE HÁBITO – 22.04.2022

 

Utilizo o nome de um filme de 1992, que dá o título a esta Coluna, para alertar meus leitores que pretendo mudar o perfil de meus textos, continuando com as críticas agora com foco em acontecimentos. O filme, que recomendo assistir, conta a história de um crime, onde a principal testemunha, a cantora Whoopi Gooldberg, recebeu proteção das autoridades policiais e foi hospedada num convento, disfarçada de freira.

 

PREÇOS - Já abordei este assunto em outras oportunidades. Devo lembrar que o preço dos combustíveis e do gás de cozinha na vizinha Argentina, equivale a mais ou menos 50% dos praticados em nosso Brasil Varonil. Como é hábito consolidado falar mal dos Hermanos Argentinos, considerando o preço dos combustíveis no vizinho País, nosso povo deve gostar muito de ser brasileiro. A favor destes, há que considerar que o Governo Argentino é comunista. Então, pau neles!

 

MOVIMENTOS POPULARES - Me provocam “frouxos” de riso. Tenho motivos para tanto. Como o termo “popular” significa relativo ou pertencente ao povo, ou ainda “feito pelas pessoas simples, sem instrução”, modesta e humildemente me parece que o projeto “Chega de Esmolas” está fora de contexto. O fato de colocar adesivos em automóveis (maioria SUVs), envolver participação e coordenação de empresários, políticos, seus correlatos e suas querelas, me parece ser nada popular. Ademais, o estigma que deu origem a “ação coletiva” não será neutralizado por manifestação de rua ou por adesivos em automóveis. O caminho é a via política. Mas esta é inerte e só ressuscita em vésperas de eleições. Sendo assim, melhor que os idealizadores desta pantomima deem uma corrida de olhos na obra Os Miseráveis de Victor Hugo, publicada no longínquo 1862 e ainda atualíssima. Quem sabe aí está o caminho da solução dos problemas.

 

        EDÉIAS - Capítulo à parte, que mal pergunte como dizem os gaúchos, por que os bem-dotados de ideias brilhantes não (aí sim) popularizam ações coletivas contra o preço do gás de cozinha, da carne, arroz, conta de luz, frutas e até a inocente mandioca? Aí sim seria uma ação acima de qualquer crítica. Mas, ha, ha, ha, isto não iludiria ninguém. O negócio é iludir, enganar, ludibriar... e aparecer, evidentemente.  

 

CARESTIA - As pessoas de um modo geral já perceberam que a vida está ficando a cada dia mais cara. Mas cá entre nós, você sabe quem são os responsáveis por isto? Só para abordar os dados mais recentes, o IPCA, índice que mede o aumento nos preços gerais no Brasil, em 2021 estava previsto em 3,75% e foi 6,11%. Para 2022, a meta do governo é de 3,5% e está prevista para ir a 5,65%. Os principais responsáveis pelo aumento geral de preços em 2021, foram o Transporte, 21,03%; Habitação, 13,05%, Alimentação, 7,94%, Gasolina, 47,94%, Luz, 21,21%, Gás, 36,99%, Café moído, 50,24%, Açúcar, 47,87%.

        Mas o que pretendo abordar neste espaço, é de que forma o governo se beneficia da inflação. Antes de mais nada é importante saber que a inflação é o aumento geral de preços dos produtos e serviços. Para continuar consumindo a mesma quantidade de coisas, é preciso ter mais dinheiro.

        O aumento da inflação é positivo para o governo, desde que fique dentro da meta estabelecida. As metas de inflação são de 3,50% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024.

        Todos os produtos e serviços que você consome, contém uma alta carga tributária. Sendo assim, toda vez que os preços sobem, a arrecadação do governo aumenta. Em 2020, a arrecadação de impostos pelos Estados, cresceu R$ 45,1 bilhões em comparação com 2019. Só no período de janeiro a maio de 2021, o crescimento foi de 11% em comparação com 2020. A análise dos especialistas indica que esse aumento na arrecadação leve os governantes a investirem em obras que se tornem vitrines eleitorais para 2022. Mas isto não é tudo. Outra vantagem para os governos é que a desvalorização do Real beneficia os devedores, já que o custo de sua dívida fica menor. Como sabemos, o maior devedor do País é o próprio governo, que emite títulos da dívida pública para custear suas despesas.

        E quem seriam os maiores prejudicados? Os efeitos da inflação são ruins para a economia como um todo, mas prejudica muito mais a parcela da população com menor renda e que gasta todo seu salário em subsistência. Além disso, a alta carga tributária faz com que os mais pobres paguem percentualmente muito mais impostos sobre sua renda que os mais ricos, já que estes são iguais para todos.

        Para encerrar, sugiro entrar no link abaixo para saber um pouco mais sobre o comportamento da economia capitalista nos últimos 200 anos. O estudo é do Banco Mundial, o banco do capital e dos governos do mundo todo. Por aí poderão avaliar o futuro da distribuição da riqueza. https://youtu.be/bWFV6mhQuKg. Até a próxima. 

Nenhum comentário: