sexta-feira, 23 de outubro de 2015

COM LICENÇA



COM LICENÇA
O tema não é novo. O primeiro a abordá-lo, e para isso é preciso ter coragem, foi o colega colunista Roger Brunetto. Por isso peço-lhe licença para utilizá-lo.
É comum nos dias atuais alguns riquinhos emergentes, cuja origem de sua riqueza não pode ser divulgada, dirigir-se aos seus desafetos, de dentro de seus carrões, em tom de chacota, gritando “viva o PT; viva a Dilma”.
Não se discute preferências partidárias e muito menos ideológicas. O que se discute, afinal, é a pertinência das observações proferidas por quem não possui um considerável portfólio de honestidade, conduta ilibada, patriotismo e brasilidade.
Se a presença da Dilma à frente do governo do País em que se vive incomoda tanto, é tempo de mudar-se para a Alemanha, onde, seguramente, será muito mais fácil sonegar impostos e enriquecer de modo repentino utilizando métodos pouco convencionais. Porém, se a presença de adversários políticos ou ideológicos é o que incomoda, a opção poderá ser uma mudança para Minas Gerais, terra de Aécio Neves, onde se poderá praticar a corrupção e a falcatrua longe do alcance da justiça.

A ELITE NÃO É FÁCIL
       A elite brasileira entende que o programa de moradias populares em São Paulo anda a passos de tartaruga na gestão de Fernando Haddad do PT. Para justificar sua ganância, faz o sacrifício de defender os pobres da moradia. O representante mor da elite cochinha, a Folha de São Paulo “descobriu” que o governo paulistano do PT gasta fortunas com o bolsa aluguel, que atende aproximadamente 30 mil famílias com o valor de R$ 400,00 mensais. Não deixou de mencionar que “antes”, a bolsa era de R$ 300,00 mensais.
       Para quem se diverte com as matérias elitistas que são um engodo quando defendem pobres, é só dar uma olhada no sítio http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/09/1682252-moradia-popular-patina-e-gasto-de-bolsa-aluguel-sobe-44-com-haddad.shtml?cmpid=newsfolha. De forma subjacente a Folha de São Paulo defende os pobres, quando o objetivo é atacá-los e a quem os defenda. No frigir dos ovos, a elite quer mesmo ganhar mais e pagar menos.



EMBATES
       A quem convém relegar os embates na colenda às questões pessoais? Somente à desastrada administração municipal, pois esta só é competente na fofoca e nas promessas não cumpridas. Aliás, neste quesito, está no “pódio” há três anos.
       O povo é sábio. Tem consciência que os ataques pessoais aos vereadores de oposição representam iniciativas articuladas para encobrir a incompetência. Sabe também que o núcleo político que hoje está no poder é especialista na prática da fofoca sorrateira e no favorecimento aos seus iguais, que em termos de conceito pessoal representam a escória.

MAIS IMPOSTOS
       O Governo Federal está numa sinuca de bico. Precisa urgente estagnar o déficit público que compromete a governabilidade e a economia. As soluções para o caso passam pelo aumento das receitas e/ou redução das despesas. Não há outras formas, mesmo mirabolantes.
       Ao aumento das receitas (impostos) opõe-se a elite capitalista, pois sabe que está na idéia do governo aumentar o imposto sobre grandes fortunas e os grandes lucros ou reeditar a CPMF, tributos estes que saem direto dos cofres dos ricos.
O corte nas despesas que a elite coxinha gostaria de ver adotado é a redução drástica nos benefícios sociais, pois entende que os pobres só atrapalham a economia e sua eliminação pura e simples seria um favor para o Brasil. Rechaça o corte nos investimentos, pois além de funcionarem como uma alavanca para o desenvolvimento, enche as burras das empreiteiras sedentas por recuperar as perdas na Lava Jato.
Deixando de lado as opiniões ideológicas, cada vez mais especialistas e autoridades em economia defendem um ligeiro aumento da CIDE para sessenta centavos de Real em cada litro de combustível, gerando uma receita adicional de 20 bilhões de Reais entre a própria e o ICMS. Caso isso se efetive, a necessidade de cortes nas despesas ficaria reduzida à metade.
De uma coisa, pelo menos, a atual crise política e econômica, aliada ao desmantelamento de focos de corrupção vem servindo: a população brasileira, seja através da imprensa coxinha ou reacionária ou através de colunistas de banheiro como este reles escriba, tem condições de avaliar tudo o que se diz ou escreve e compreender, finalmente, algumas das principais mazelas de um País de desenvolvimento tardio e excludente feito o Brasil.
VAI CAIR A FICHA
Na marra, a também gloriosa CELESC terá que entrar nos eixos e economizar 140 milhões de reais até 2017, sob pena de perder o direito de distribuir energia elétrica no Estado.
Há males que vem para o bem. Espera-se que nesse País, corroído pela corrupção centenária (não cito milenar porque ainda não fechamos nosso primeiro milênio) alguém comece a cobrar seriedade. No caso, a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica) cobra da nossa CELESC o mínimo de seriedade. Atualmente a empresa gasta R$600 milhões por ano só com a folha de pessoal, o que representa 80% dos custos da energia. Nesse valor não estão incluídos os contratos com prestadores de serviço que efetivamente trabalham para manter o sistema em pé. Salvo melhor juízo, a maior parte do astronômico valor é gasta no setor administrativo.
Seria o caso da ANA – Agência Nacional de Águas – também abrir o verbo contra os desmandos na gloriosa CASAN, que consome a maior parte de seu orçamento na distribuição de benesses a alguns de seus servidores e dirigentes, sem contar as auferidas à margem da lei. A propósito, sabe-se que tramita no Ministério Público de São Miguel do Oeste um inquérito civil público para apurar atos de benefícios sem causa conquistados por mãos leves. Pelo que se sabe, o tal inquérito vem tramitando a passos de tartaruga com as pernas engessadas.  

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