A VERDADE DA COLENDA – Nas sessões que
aprovaram a vergonhosa suplementação orçamentária de 8 milhões de Reais,
diversos vereadores se manifestaram contrários ao projeto. O que não pode é
criticar apontando as falhas e depois votar pela aprovação sem uma emendinha
sequer. Isto é jogar para a torcida e comemorar um gol contra com a torcida
adversária.
Os partidos políticos que elegeram estas
personalidades terão que rever suas filiações. Do jeito que está não pode
continuar. É assim que nasce o descrédito nos políticos e em seus partidos. Não
estão querendo endireitar o Brasil? Pois então, vamos começar!
A VERDADE DO EXECUTIVO – Na cúpula do
executivo municipal, em termos de orçamento e programação financeira, continuam
cometendo os mesmos erros. Não há planejamento nem previsão e muito menos
programação. Tudo é feito nas coxas igual aos charutos cubanos. Os orçamentos
são cópia indexada do anterior. A previsão não é feita e a programação segue o
manual de “aos amigos os favores”. A secretaria de planejamento continua
preenchendo formulários e a de fazenda virou caixa de banco. Com a devida
licença, continuamos com fumaça de trator e esterco de galinha. Contamos o
tempo para trás, apesar de algumas ilhas de visionários, impotentes para mudar a
prática.
O
projeto de suplementação recém aprovado é retrato de uma nau à deriva. Não tem
bússola nem biruta. Seus camarotes estão lotados de piratas com seus papagaios.
Cá entre nós: São Miguel do Oeste e Padre Aurélio Canzi, merecem algo melhor. É
um desperdício para um município pólo microrregional, que tem o dever de ofício
de ditar o rumo que a Região deve seguir. E deve fazê-lo a despeito do governo
que mantém uma secretaria regional com esta finalidade e que se limita a
gerenciar operações tapa buracos. Literalmente!
A VERDADE DAS VERDADES – A festança para
comemorar a conquista do torneio regional pelo Clube Esportivo Guarany, foi
além dos propósitos. Considerando o potencial do município em comparação com os
demais concorrentes ao título, não se poderia esperar outro resultado.
Entretanto,
a festa se justifica por representar um ato de heroísmo. Conheço Celso Zilio há
anos. Pessoa íntegra e determinada. Está presidente do CE Guarany por três
mandatos, pelo Guarany e não por si próprio. Cercou-se de pessoas de sua
estreita confiança. Prepara o clube para um salto maior.
Mas
está sozinho. O município, o governo, a cidade e a comunidade não escoram o
projeto. Limita-se a lotar a arquibancada pagando R$ 15,00. É pouco para o
tamanho da pretensão. Agora, na segunda etapa, é preciso escorar. Se isso não
acontecer, o Índio Guarany naufraga na travessia do Rio Chapecó.
Lembro
da passagem das Termópilas: “Renda-te
Leônidas, pois haverá tantas flechas sobre tua cabeça que não verás a luz do
sol! – Melhor, lutaremos na sombra!!!” Este é o Celso Zilio, popular Této.
VERDADE DE ANTÔNIO FAGUNDES – Leio que o
ator Antonio Fagundes insurgiu-se contra a preferência do público por lutas de
MMA em detrimento das peças de teatro. Se considerarmos a importância do ator
pelos papéis desempenhados, está coberto de razão. Se considerarmos o perfil da
elite brasileira emergente, provida de dinheiro pelas ações dos governos que
critica mas desprovida da boa cultura, a crítica é sem propósito.
O Brasil, de
desenvolvimento tardio e excludente (repetindo o texto de Bresser Pereira),
formou uma classe média que prefere a ostentação e a mobilização. Não dá a
mínima para a cultura e o conhecimento. Também não dá preferência aos programas
baratos por querer aparecer, mostrar que tem dinheiro. Por isso a preferência
pelos programas caros, onde possa ostentar, aparecer e se projetar como elite
emergente.
A VERDADE DA JUSTIÇA – A revista Carta
Capital desta semana traz matéria sobre a justiça brasileira e seus braços. Na
matéria é abordada a gama de privilégios que vão do vergonhoso auxílio moradia
até os auxílios taxi, livros, paletó e outros, criados para burlar o teto
salarial. Por isso, a manchete da Revista classifica o judiciário como “caro e
ineficiente”, porque consome 1,2 % do PIB e seus integrantes querem mais
privilégios e mordomias.
A
matéria mostra o corporativismo do judiciário, colocando em xeque a lisura das
decisões. A divulgação da situação nas hostes judiciárias visa salvaguardar o
direito das pessoas. O descrédito, aliado ao dos governos e políticos, provoca
a sensação de que a sociedade está entregue à sua própria sorte.
Pontualmente,
a matéria relata casos de juízes nativos onde parecem se sentir cidadãos
especiais. O presidente do TJ de São Paulo, disse em entrevista à TV Cultura:
“só aparentemente” o magistrado brasileiro ganha bem, pois a cada dia da semana
tem de usar um terno diferente, uma camisa razoável e um sapato decente. Não é
a toda hora que pode ir comprá-los em Miami.
Goran
Lambertz, um dos 16 ministros da Corte Suprema da Suécia disse que “luxo pago
com dinheiro do contribuinte é imoral e antiético”. Ao comentar os privilégios
dos colegas brasileiros foi impiedoso: “É inacreditável que juízes tenham o descaramento
de ser tão egocêntricos e egoístas a ponto de buscar benefícios como auxilio
alimentação e auxílio escola para seus filhos. Nunca ouvi falar de nenhum outro
País onde juízes tenham feito uso de sua posição a este nível para beneficiar a
si próprio e enriquecer”.
Algumas
defensorias públicas implantadas País afora estão em vias de compor o sistema
judiciário pelos privilégios que têm, ao invés de estarem a serviço do cidadão
desprovido de recursos e de justiça. Já não basta a seleção dos campos de
atuação, onde algumas só atuam em casos específicos, assim mesmo demonstrando
falta de empenho para com seus desafortunados pacientes. É o retrato da justiça
elitista e patrimonialista.
A
moda das faculdades de direito é acenar aos futuros acadêmicos com a
possibilidade dos concursos públicos, onde se pode ascender a boas posições
sociais e enriquecer. Por conta disso, qualquer acadêmico de primeiro semestre
já se acha togado, porque seus privilégios começam na distribuição das vagas de
estagiário.
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