sexta-feira, 23 de outubro de 2015

VALORES




VALORES
1.  CAMÕES E A POLÍTICA – Os Lusíadas
As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Camões não morreu. Escreveu os versos de Os Luzíadas não para louvar os feitos Portugueses, mas para caracterizar a movimentação política em São Miguel do Oeste.
       As armas e os barões assinalados do PSDB, entre a gente remota de São Miguel do Oeste pretendem edificar novo Reino que o consideram sublime.
As memórias gloriosas dos reis (Fernando Henrique, Tancredo Neves e Aécio Neves) que foram dilatando a fé e o império de Minas e São Paulo e devastaram o Brasil, deveriam ser espalhadas por toda a parte.
Mas, cessem todas as navegações e as incursões por outros partidos para cooptar simpatizantes oportunistas, calem-se os opositores e cesse tudo o que a prática antiga e recorrente conta, que outro valor bem mais alto se alevanta. Cessem todas as buscas por filiados de ocasião, reduzam-se os investimentos já feitos (afinal há uma crise), porque agora o império tem a presidente da colenda, o valor mais alto da política Migueloestina que se alevanta. E haverá de salvar a pátria Lusitana, a Brasileira, a Catarinense e a Migueloestina.

2.  RASTEIRA
       Não se pode avaliar se Moacir Fiorini levou uma rasteira do PSDB quando foi anunciado como possível candidato do partido à eleição majoritária, ou se, mais uma vez, foi enviado pelo PMDB para lançar raízes partidárias em outra horta.
       Aliás, esta é uma prática que vem de longe. Atualmente o PMDB local é um polvo. Corpo pequeno, (tem apenas dois vereadores na colenda) mas tentáculos em todas as partes: no PSDB, no PSD, no PDT, no PSB, no PC do B, no PR, no PPS, no PTB, e só não tem em outros partidos (PT e PP) porque sempre foram adversários ferrenhos. No entanto não é de estranhar se os dois últimos também resolverem entrar no caldeirão. No nacional já fervem juntos. No estadual estão num processo de aquecimento e no municipal, é esperar para ver.

3.  ECONOMIA
O prefeito municipal de São Miguel do Oeste, sempre à frente de seu tempo e da inovação, resolveu formar uma comissão interna para economizar o já minguado dinheiro público. Resolveu revogar o instituto do decreto e da portaria (Hely Lopes Meirelles deve estar se revolvendo no túmulo e sua filha desejando fazer-lhe companhia) e adotar uma comissão interna para assumir a responsabilidade pelo gerenciamento do município.
Os jurisconsultos municipais, expeditos em pareceres furados e ações de marketing e vagarosos na jurisconsultoria para boa gestão e melhor legislação, buscarão na dita comissão de notáveis a inspiração para seus pareceres, tendo aí, portanto, sua fonte inspiradora.
Por seu turno, o prócer municipal ficará atrás do toco, na sombra, só esperando findar este resto de 2015 para implantar sua estratégia (sua?) de ganhar as próximas eleições. O cenário vem sendo preparado cuidadosamente. Silenciosamente, o polvo vai lançando seus tentáculos.
Enquanto isso, a primeira ação da comissão de notáveis criada pelo mais notável dos notáveis já decidiu que o ponto de partida para a economia de recursos é o turno único já vigente no século passado, cuja vantagem primordial é treinar o exército de cabos eleitorais, distribuindo horas extras aos mais próximos do trono.

4.  FUTURO
Este, dizem, só a Deus pertence. A curiosidade, no entanto, é própria dos mortais e deste colunista de banheiro.
A propósito, já é tempo de corrigir a pecha. Não existe colunista de banheiro. O que existe, em profusão, é leitor de banheiro, aquele que lê até coluna de desafeto político, e também precisa ler qualquer coisa, até coluna de desafeto, para saciar sua necessidade.
 Feitas essas considerações, aproxima-se o dia do juízo final. Nesse dia os partidários do PMDB, aqueles que ocupam os cargos e se beneficiam do partido (pois só estes se farão presentes), elegerão a nova direção em convenção municipal.  Nesse dia escolherão aqueles que montarão as estratégias para permanecer mais quatro anos no poder, lembrando que é a última reeleição e João Valar quer bater um recorde: ficar 16 anos distribuindo tapinhas nas costas dos eleitores.
Dois grupos irão disputar a escolha. De um lado os mandarins, aqueles que vêm com idéias inovadoras (?) e de outro os vagarosos, os da velha guarda que os mandarins julgam ultrapassados, embora tragam em sua bagagem todos os feitos pós redemocratização, mas tem também contra si o fato de terem perdido uma eleição para o PT, coisa imperdoável. 

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